Renascida escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 2
Volta às aulas


Notas iniciais do capítulo

Basicamente essa fanfic será dividida em três partes: Ela como adolescente, ela depois da transformação, e ela como membro dos Volturis. Essa fanfic se passa no fim dos anos 90, eu pesquisei o máximo que pude, mas não sei se vou conseguir ser fiel à época, eu era apenas uma criança, então não sei o que os adolescentes faziam ou falavam nessa época. Anyway, espero que gostem.



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Capítulo 1- Volta às aulas

O sol aparecia timidamente no céu, ainda rodeado pelas nuvens.  Sinal de que o inverno ainda ficaria por algum tempo. O que me agradava. Eu não era uma grande amante das altas temperaturas do verão.

As aulas haviam recomeçado e eu estava a caminho da escola no meu Mustang vermelho, ano 94.  Só mais alguns meses, e eu e o meu carro estaríamos em Los Angeles. Eu não via  a hora de ir para a Universidade.

Meu nome era Renata Tessaro, eu tinha dezoito anos e era filha de dois imigrantes italianos, Fillipo e  Luciana. Ambos haviam conseguido o sonho de todo imigrante: se dar bem na América.

Eram sete horas da manhã e o estacionamento da escola já estava lotado. Pelo visto as pessoas realmente sentiram falta de estudar durante as férias de inverno. O que não era o meu caso. Eu praticamente havia sido expulsa hoje de manhã, pela minha mãe, que disse que eu não deveria me atrasar para a escola no meu primeiro dia de aula. Alguém avisou para ela que o meu primeiro dia de aula, foi no semestre passado? Mas enfim, quem vai entender as mães?

-Caiu da cama?- Jason perguntou atrás de mim. Me virei, apenas para me deparar com seus olhos cor de mel e seus cabelos castanho-claro. Ele era o meu melhor amigo. Vivíamos discutindo e implicando um com o outro, mas no fundo havia uma grande amizade.

-Não. Fui jogada mesmo.- Comentei sarcástica, lembrando da maneira sutil que minha mãe tinha de me acordar: gritando no meu ouvido.

-Como foram as férias?- Ele perguntou enquanto andávamos em direção à escola. Pergunta errada Jay.

-Péssimas.- Respondi ríspida, e ele logo percebeu minha súbita mudança de humor.

-O que aconteceu?- Ele me olhou preocupado.

-Passei as férias aprendendo a cozinhar.- Respondi entre os dentes, e ele riu o que só serviu para me deixar mais irritada. Se eu pudesse, eu tinha dado um soco nele naquele momento, mas eu sabia que se fizesse isso, estaria descontando na pessoa errada.

-Não deve ter sido tão ruim assim.- Jason tentou me animar.

-Não foi o fato de ter que cozinhar que me irritou, e sim as intenções por trás dele.- Ele me deu um olhar compreensivo, já sabendo do que se tratava. Não era a primeira vez que eu passava por isso, mas as coisas estavam piorando à medida que minha formatura se aproximava.

Meus pais eram donos de um dos melhores restaurante italianos aqui de San Diego. E o sonho da minha mãe era  que eu seguisse os seus passos. O problema é que além de não gostar de culinária, eu não tinha o menor talento, mas minha mãe parecia não entender isso.

Desde que eu me tornei adolescente, sempre que possível, ela tentava me ensinar alguma coisa, sempre tentava me fazer gostar de cozinhar, me mostrar que aquilo era para mim, mas não era.

O que eu queria fazer? Cinema. Aquele sempre foi o meu sonho, desde a primeira vez que eu havia assistido o ET no cinema. Mas como fazer seus pais entenderem que você quer abandonar o legado da família para seguir os seus sonhos?

                                                                                              ***

Na cantina, logo achei Jason, ao lado de um rapaz loiro de olhos verdes. Era o Nathan, meu outro amigo, ambos sentados na nossa mesa habitual. Mesmo eles sendo do time de basquete, eles sentavam comigo na hora do almoço, desde o nosso primeiro dia de aula.

Para muitos, o colegial era o terror das suas vidas, ou a melhor época delas. Para mim era apenas uma fase. Eu não era popular, nem a esquisita da escola. Com os meus olhos e cabelos castanhos, eu era só mais uma na multidão. Ou quase isso. Quando você têm amigos populares, não tinha como ser apenas uma na multidão.

 Peguei um pedaço de pizza, um refrigerante e um pedaço de torta de maçã. Com a bandeja completa, fui para mesa, me juntar aos meus amigos.

-E aí, Re? Que tal ir ao cinema com a gente hoje?- Nate perguntou, animado como sempre.

-O que vocês vão ver?- Perguntei curiosa.

-Independence Day. Não sei a sinopse direito, mas é algo que envolve um ataque alienígena.- Fiz uma careta ao ouvir a possível descrição do filme.- Se o filme for ruim, você pode se agarrar com o Jason.- Nate sugeriu. Jason engasgou. E eu corei.

Por que ele sempre tinha que fazer isso, hein?

-Então, -Limpei a garganta, tentando me livrar do meu embaraço- Quando é o próximo jogo de vocês?

-Semana que vem.- Jason respondeu, visivelmente relaxado, enquanto trocava a minha coca-cola pela sua fanta uva.

-Nós vamos arrasar com os Bears.- Nate comemorou presunçoso.

-Desde quando corvos vencem ursos?- Nate fez uma careta diante do meu comentário, e Jason me deu um leve tapa na cabeça, o que o fez ganhar uma cotovelada na barriga.

-Ai! Isso doeu.- Ele reclamou, massageando o lugar. Eu dei de ombros, e troquei minha torta de maçã, pelo bolo de chocolate dele.

-Por que vocês não pegam logo o que querem ao invés de ficarem trocando a comida?- Nathan reclamou. Aquele era um velho hábito que eu e Jason tínhamos, sempre trocávamos algum item do nosso almoço. Tudo começou quando eu tinha sete anos, e experimentei pela primeira vez um sanduíche de creme de amendoim e geléia que ele havia levado para escola, e ele o meu suco de maracujá. Desde então sempre fazemos isso.

-Vê se não enche.- Devolvi, antes de morder o bolo de chocolate.

-Olá meninos!- A voz irritante de taquara rachada da Ashley ecoou nos meus ouvidos. Ela parou na nossa mesa com o maior sorriso do mundo. Ela segurava vários papéis rosa na mão, que combinavam com sua saia e blusa, todas rosa. Depois falam que é estereótipo dizer que loira é patricinha e adora rosa.

-Olá Ashley.- Jason cumprimentou sorrindo. Como ele podia ser amigável com um ser desses?  Nessa hora, minha amiga Lilly diria que era exatamente por isso que eles eram populares e eu não.

-Eu estou aqui para convidá-los para o baile de inverno que faremos esse ano.- Ela pegou os papéis e distribuiu um para cada um.- O tema desse ano vai ser Inverno no País das Maravilhas. Vai ser perfeito!- Ela falava completamente animada.

-Você vai de quê? Chapeleira maluca?- Ela me fuzilou com os olhos, e eu acabei recebendo dois chutes por debaixo da mesa. Traidores!

-O baile é no fim do mês. Não deixem de ir.- Ela disse a última frase olhando apenas para os garotos. Como se eu fizesse alguma questão de estar presente.

-Você não saber ser simpática uma vez na sua vida?- Ótimo, agora ia começar o sermão do Jason.

-Eu tenho culpa se ela não sabe levar as coisas na esportiva?- Me defendi e dei de ombros. Como se eu realmente me importasse o quê aquelas patricinhas da escola pensariam de mim.

-Como se você estivesse falando de maneira “esportiva.”- Ele falou, visivelmente irritado pela maneira que eu falei com a Ashley.

-Ótimo! Agora você está do lado dela?- Falei começando a ficar mal-humorada, ele apenas revirou os olhos.

-Você é incorrigível!- Ele reclamou ao meu lado.

-Então para de tentar me corrigir.- Falei alterando levemente a minha voz.

-Já  vão começar a brigar?- Nathan, como sempre, tentando bancar o apaziguador.- Guardem um pouco dessa tensão sexual para o cinema.

Novamente fiquei vermelha, dessa vez, mais por raiva do que por constrangimento. Jason sempre tentava ser o politicamente correto com todos na escola, e isso me irritava profundamente, já que por alguma razão ele esperava que eu reagisse da mesma forma.

 Peguei a primeira coisa que vi na frente, o resto de pedaço de torta na bandeja do Jason, e joguei na direção do Nathan, que foi mais rápido e conseguiu se desviar. Por sorte, a torta não acertou mais ninguém.

-Ei! Eu ainda ia comer aquela torta.- Jason reclamou e eu o ignorei. Me levantei, arrastando o Nathan comigo, contra a vontade do mesmo, deixando o Jason sozinho no refeitório.

Fique com a Ashley, e faça bom proveito.

                                                                              ***

-Renata!- Ouvi gritarem meu nome no corredor. Era a Lilly. Que agora estava com os cabelos... loiros? Desde quando minha amiga era loira?

-Oi!- Disse sorrindo, quando ela finalmente me alcançou.- Visual novo?

-Gostou?- Ela perguntou, exibindo as madeixas.

-Realçou a cor dos seus olhos.- Comentei. Os olhos acinzentados dela, pareciam quase azuis com a nova cor de cabelo.- Como foram as férias?

-Ma-ra-vi-lho-sas.- Ela disse completamente animada. Era bom saber que alguém aproveitou o recesso.-  New York é um sonho.- Ela completou com um ar sonhador. – E as suas como foram?

-Uma tragédia.- Suspirei ao novamente me lembrar de como haviam sido as minhas férias.- Passei os dias aprendendo a fazer o calzone perfeito.

-Os seus pais tão pegando no seu pé de novo?- Apenas balancei a cabeça como resposta, que fez ela retorcer os lábios numa careta.- Por que você não conversa com eles?

-Por que é complicado. Eles não me ouvem. Para eles o que importa é que eu siga os passos da família.- Suspirei irritados. Por que eu não tinha nascido numa família americana?  Nada contra a minha descendência, eu gosto da Itália e o seu povo.

A questão era que os meus pais foram criados em famílias estritamente tradicionais, ambos vieram da província de Treviso, localizada na região de Veneto, ao nordesde da Itália. Eles foram embora da Itália quando tinham dezoito anos, com o sonho de montar o próprio negócio aqui na América.

A diferença, é que mesmo o pensamento dos meus avós sendo um tanto atrasado para a época, eles apoiaram os meus pais pelo simples fato de que eles iriam continuar o negócio da família no Novo Continente. Eles aceitaram o fato de quê eles iriam buscar coisas novas em outro lugar, sem deixar de lado sua cultura e tradição.

Meus pais também não se importam com o fato de eu querer me mudar, desde que eu continue a tradição culinária da família. Pelo amor de Deus, estávamos em 1996, praticamente na virada do século, e eles ainda com essa história de negócio familiar?!

 


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