By The Way escrita por Ducta


Capítulo 23
These Streets


Notas iniciais do capítulo

These streets - Paolo Nutini



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Ashley notou que Percy estava pensativo, talvez triste desde que ele havia chegado no começo da noite. Agora eles estavam sentados na cama dela, Ashley segurava a mão de Percy enquanto esse tinha os pensamentos longe dali.

- Se eu soubesse que ficar com a Annabeth te deixaria com essa cara, eu teria pedido pra você ficar comigo quando eu contei que estava grávida.

- Ashley, continua calada, por favor.  

- Nossa Percy. Calma.

- Melhor eu ir embora. – Percy disse se levantando.

- Não! – Ashley disse puxando sua camiseta.

Percy se sentou na cama novamente enquanto Ashley o olhava atentamente.

- Não vai ainda não...

Ashley começou a aproximar seu rosto do de Percy.

- Ashley, o que você quer?

- Você.

- Mas você disse que não me amava.

- Percy eu estou grávida, não doente. Eu sinto desejo.

- Ashley...

- Não fala nada, só me beija.

O olhar de Percy desceu até os lábios próximos de Ashley e logo subiram até seus olhos azuis.

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Annabeth estava sozinha em casa, com exceção de Thalia que havia acabado de chegar. Mike havia saído pra procurar por Marshall e seu pai não tinha dito aonde iria. O rádio estava alto e Annabeth dançava sob o olhar de Thalia que estava deitada no sofá.

- Eu achei que você estaria ouvindo músicas românticas, não Lady Gaga! Ainda mais “no way”!

- Ah Thalia, eu preciso liberar toda essa energia!

- Vem aqui. – Thalia disse. Annabeth abaixou o volume do som e sentou ao lado da amiga. – Quando você vai assumir que está apaixonada pelo Percy?

- Thalia eu posso gostar do Percy e tudo mais, mas eu não estou apaixonada. Aí já é demais.

- Você é muito cabeça dura, garota!

Annabeth sorriu e atacou a amiga com cócegas.

 

E assim, três dias se passaram. Percy e Annabeth não se encontram mais, mas nem por isso deixaram de se ver. Percy, sempre que podia, passava pela casa de Annabeth e vez ou outra a via passando pela sala ou saindo da cozinha, pensou em chamar sua atenção, mas a pulseirinha azul em seu braço direito o fazia lembrar que ela só o queria ver no domingo.

- Domingo... Dois dias... – Ele murmurou enquanto voltava a andar.

 

Annabeth também vira Percy nesses dias. O viu na praia, sentou na areia e o observou de longe, mas saiu correndo quando ele saiu do mar. O vira no clube com Ashley na tarde anterior. Thalia ressaltou a expressão vaga que ele tinha enquanto Ashley o contava alguma coisa. Durante essas vezes, pensou em chamar a atenção dele, mas ele usava sua pulseirinha e isso a fez sorrir. Deixaria que ele sentisse saudades, era bom pra um relacionamento. Relacionamento...

 

Aquela noite, Mike estava ansioso, andava de um lado pro outro e nem sequer continha as lágrimas.

- Mike, que foi? – Annabeth perguntou quando encontrou o irmão na sala. Seu pai não estava em casa mais uma vez por conta do emprego de vigia noturno que ele havia retomado.

- O Marshall...

- Acharam ele?

- Ne-necrotério. – Ele gaguejou.

Annabeth abraçou o irmão.

- Sinto muito. – ela murmurou.

Por mais que Marshall não fosse o melhor amigo que alguém pudesse ter, era o melhor amigo de Mike. Annabeth sabia que Mike perder Marshall, era como se ela perdesse Thalia, e Annabeth não podia se imaginar sem Thalia.

- Me pediram pra reconhecer o corpo. – Ele prosseguiu com a cabeça no ombro da irmã.

- E a mãe dele?

- Ela não quis ir.

- Você vai quando?

- Hoje. Melhor eu ir andando.

- Fica bem.

Annabeth observou o irmão deixar a casa em silêncio.

Haviam pelo menos, seis anos que ela não via Mike chorar. Era estranho o ver sofrendo por alguém como Marshall, mas amizade nunca foi algo que alguém pudesse explicar. Annabeth se sentia triste só por Mike estar triste.

Suspirou e se deitou no sofá, encarando a noite estrelada e quente pela janela aberta. Estava quase dormindo quando uma pedra entrou pela janela a sobressaltando.

Amarrada na pequena pedra tinha uma folha de papel dobrada. Annabeth a pegou, curiosa.

E como você espera que eu viva sem pode te ver? Você é minha nova heroína. Isso mesmo, estou viciado em você.”

Annabeth sorriu e apareceu na janela, mas não viu ninguém além de um casal que passava do outro lado da rua.

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Na manhã seguinte, Percy ligou pra Thalia e marcou de encontrá-la na piscina do hotel em que ela estava. Percy chegou quinze minutos antes de Thalia.

- Qual o plano dessa vez? – Thalia perguntou tirando os óculos escuros dos olhos elétricos enquanto se sentava ao lado de Percy na cadeira de sol.

- Você e a Annabeth tem algum complexo com dizer “oi, bom dia”?

- Costume, eu acho. Mas fala de uma vez.

- Hm... Você acha que a Annabeth podia... Sei lá... Querer algo sério comigo?

Thalia o olhou.

- Relacionamento sério toda garota quer, mas sei lá... Vale a pena tentar?

- Como assim?

- Percy, o verão acaba em uma semana. Você vai realmente pedir Annabeth em namoro sabendo que ela vai embora e que vocês só vão poder se ver daqui um ano?

Percy mordeu o lábio, não havia pensado nisso.

- E sem querer cortar seu barato, mas depois do próximo verão, nós vamos pra faculdade. Em Berlin. Percy, desculpa minha sinceridade, mas não vai dar certo. Por mais que vocês se amem, são 8.006 km pra vocês só ficarem juntos duas semanas todo ano.

- Eu amo ela.

- Eu não duvido. Mas por quanto tempo você vai amá-la? Vocês não são de ferro...

- Ok então.

Percy já se tinha se levantado, quando Thalia puxou a barra de sua camiseta.

- Se te consola, ela te ama. Mesmo que ela negue isso até a morte. Faça valer e será bom pros dois.

Percy sorriu e assentiu.

- Você ainda é minha cúmplice?

- Relaxa, eu não vou contar nada pra ela. – Thalia disse com uma piscadinha.

 

Ao chegar em casa, Percy viu duas carta pra ele em cima da mesa.

A primeira era de Annabeth:

Pare de viciar-se em coisas erradas, isso nunca te levou a nada

Percy sorriu e guardou a folha no bolso da jeans.

A segunda carta era formal, era um convite.

- Baile escolar? – O garoto murmurou incrédulo. – Mais de quem diabos foi essa idéia?

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Mike não dormira em casa, apareceu no fim da tarde, sorrindo bobamente e um cheiro forte de bebida.

- Onde você estava? – Annabeth esbravejou.

- Comemorando.

- Comemorado a morte do seu amigo?

- Não era ele!

- Ok Mike, fico feliz com isso, mas isso não é exatamente um motivo pra comemorar sabia?

- Claro que é, pelo menos ele está vivo!

E sem mais, Mike saiu cambaleando pelo corredor.

Annabeth, ao se ver sozinha na sala, sentiu um calafrio lhe subir a espinha, apesar da brisa fraca. Olhou pra janela outra vez aberta e podia jurar ter visto um vulto passar, foi até a janela, mas não viu nada. Fechou a janela e saiu da sala com aquela sensação de estar sendo observada.

Já na cozinha, ela ainda pensava no tal vulto e naquela sensação estranha. Não era a primeira vez que ela os sentia...

 


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Notas finais do capítulo

Tá tudo calmo demais pra minha opinião de psicopata desequilibrada e sanguinária, não acham? .-.