Hetalia OC Fanfic 3

Não. É claro que ela não admitiria. Nunca, em nenhuma hipótese. Ela? Apaixonada por aquele argentino grosso e estúpido? Sem chance.

Suspirou. Pensando em Martín. De novo. Isso lhe lembrava uma música de um dos muitos filmes infantis que Alfred mandara para ela, há alguns anos antes, e ela traduzira para seu povo. Qual era mesmo? Ah, sim. Hércules. Riu um pouco; Grécia não gostara muito da “romantização” de sua cultura... Mas qual era a música mesmo...?

Ah! Claro! Lembrava-se das duas versões agora! Puxou o laptop e digitou no YouTube; I Won’t Say (I’m In Love).

Como poderia haver tantas versões da mesma música? Clicou na original para ouvir.

If there's a prize for rotten judgement
I guess I've already won that
No man is worth the aggravation
That's ancient history, been there, done that!

Surpreendeu-se. Como sua tradução ficara tão diferente?

Viu uma versão karaokê. Clicou, esperou carregar e começou a cantar junto.

-Se há um prêmio por julgar mal
Já sei que vou ser eleita
Amar não vale o sofrer não
O verbo "amar" a razão rejeita!

Riu um pouco, o trecho em que as Musas gregas da música cantam continuava com áudio.

Who'd'ya think you're kiddin'
He's the Earth and heaven to you
Try to keep it hidden
Honey, we can see right through you
Girl, ya can't conceal it
We know how ya feel and
Who you're thinking of

Argentina era o céu e terra para Brasil, uh? Sorriu de canto. Sua parte voltou. Logo, graças à animação, começou a andar pelo jardim de sua casa, se lembrando de cada detalhe do filme e cantando junto. O computador, é claro, acompanhando cada nota.

- Oh, Não dá, não sei
Não direi isso não!

You swoon, you sigh
why deny it, uh-oh

- Não ouvirei
Não direi que é paixão.

A segunda parte começou.

- Meu coração não se emenda
Tudo é tão lindo no início
Mas a razão diz: "Se contenha

Se não quiser ir pro sacrifício"

You keep on denying
Who you are and how you're feeling
Baby, we're not buying
Hon, we saw ya hit the ceiling
Face it like a grown-up
When ya gonna own up
That ya got, got, got it bad

-Oh, Não dá, Não sei
Não direi isso, não, não

Give up, give in
Check the grin you're in love

- Eu não topei
Não direi que é paixão

You're doin flips read our lips
You're in love

- Direi, Direi
Não direi isso não

A essa altura, ela havia se afastado demais para ouvir o computador, mas continuou a cantar a versão em português de qualquer jeito.

- Me deixe em paz
Não direi não

Sorriu ao se aproximar de algumas orquídeas – suas flores favoritas – e pegou uma delicadamente, enquanto cantava o último trecho da canção.

-Oh

Em alta voz
Não direi que é paixão...

Repentinamente, sentiu um par de mãos firmes envolverem sua cintura. Virou-se e encarou, surpresa, um argentino com um sorriso divertido nos lábios.

-Che, estava pensando em mim é?

-C-claro que não! E-eu lembrei daquela música... E... R-resolvi tentar cantá-la um pouco... – a mentira mais esfarrapada que já ousou dizer. E o fato de estar vermelha e gaguejando não ajudava a encobrir.

-Sei, com certeza... – ele riu um pouco com o próprio sarcasmo. – Então você não vai dizer em voz alta que me ama?

-C-COMO VOCÊ ENTENDEU ISSO? TAVA EM PORTUGUÊS!

-Che, Brasil! Olvidado ya que el portugués y español son similares? – os sussurros em espanhol quase fizeram Marina delirar e agarrar Martín ali mesmo, mas ela sentiu um cheiro. Um aroma deliciosamente familiar, bem quando Argentina estava prestes a beijá-la.

-Argentina... Isso é... Chocolate? – um pequeno detalhe sobre Brasil; ela é uma chocólatra. Um caso grave, por assim dizer. E, ao sentir o cheiro dos alfajores que o argentino trouxera, esse vício voltou à tona. – ME DÁ? ME DÁ? ME DÁ? ME DÁ?

-Eram pra você mesmo... – ele riu e entregou a caixa para a morena. – Não vai me convidar para entrar?

-Tanto faz... – ela estava mais concentrada nos doces do que em qualquer outra coisa, mas andou para dentro e sentou-se no sofá, enquanto devorava os pequenos doces. – Hum... Tá muito bom!

-Obrigado... – o loiro respondeu, simplesmente, passando o braço sobre o ombro da morena.

-Foi você que fez? – por que Marina estava tão surpresa? Ela sabia que Martín cozinhava, às vezes. Ela só não esperava que estivesse tão bom. – Você... Fez pra mim?

-Bem... – a troca repentina de papéis deixou Brasil contente. Agora era Argentina quem estava vermelho e sem jeito.

Levantou-se e deu um selinho no rapaz.

-O-o que...? – ele pareceu ainda mais surpreso.

-Era isso que você queria, não? Me dar um beijo? Não foi por isso que você trouxe chocolate que, como todo mundo sabe, é meu ponto fraco?

-Eu não queria um beijo...

-Não? – Marina pareceu triste.

-Não... Eu vim... Te chamar pra sair... – e Martín pareceu ainda mais sem jeito, desviando os olhos azuis dos castanhos da garota. A morena sorriu e sentou no colo do rapaz. – Ahn...? – e bingo, Argentina não entendia mais nada.

-Eu aceito! – ela sorriu ainda mais, fazendo-o sorrir também e beijando-lhe ardentemente.

E tudo começou por causa de um filme infantil americano...