Pequena Flor de Lótus escrita por naathy


Capítulo 40
39. Flor de Lótus - Parte 1.


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, mil desculpas!

Agradeço ao carinho, aos pedidos para terminar a fic, aos reviews, recomendações... Obrigada! Muito obrigada!

Bom, essa é a primeira parte do último capítulo (é a minha primeira fic que chega ao fim, então estou me despedindo aos poucos).

Ah, tenho que agradecer e dedicar esse capítulo à Juh_Banana (nem sei se tá certa a escrita do nick dela, mas enfim...) obrigada flor!

E não vou falar muito, vocês esperaram tanto por esse capítulo, então...

Beijo e boa leitura!



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A velha dor estava presente novamente. Além das imagens de seu irmão, as imagens dos momentos mais marcantes que havia passado durante toda a sua vida, passaram como um filme por seus pensamentos. Lembrou-se de Gustavo e de seus toques gentis, e do quanto o amava. Lembrou de Douglas, ele que sempre havia sido um excelente amigo, diria que um verdadeiro irmão. Giovana e sua espontaneidade, Carlos e Clara com sua imensa bondade e carinho. Quando acordou de seus devaneios percebeu que estava apenas com suas roupas intimas, e ele estava retirando a sua calça. Ele a atirou no chão, deitando por cima dela, em seguida. Começando assim, efetivamente, a tortura. Manoela sentia dor, repulsa, nojo, raiva dentre muitos outros sentimentos. Ele machucava-a cada vez mais com seus toques grotescos, rudes. E ela voltou a pensar em Vitor, parecia que a dor era menor, quando o fazia.

Enquanto isso...

Vitor olhava impaciente na direção em que a irmã havia ido. De braços cruzados, com uma expressão carrancuda no rosto, batendo seu pequeno pé no chão, olhou para Gustavo, que conversava distraidamente com Douglas e Cristiano. Bufou, levantou-se do banco, foi até o cunhado e percebendo que este não notou a sua aproximação, puxou a barra da camiseta, dele.

- Que foi, tampinha?

- A “mana” ta demorando pra trazer a bola. – disse fazendo bico e cruzando os pequenos braços.

- Que bola? – perguntou o mais velho confuso.

- Aff, a bola pra jogar futebol comigo. Ela disse que ia jogar e daí foi buscar uma bola, mas não voltou ainda. E eu to cansado de ficar aqui sem fazer nada de legal... Quero jogar logo!

Gustavo olhou com uma sobrancelha arqueada para o menino e depois para o seu irmão.

- Quanto tempo faz que ela foi buscar essa bola, Vitor? – perguntou Douglas.

- Ah, faz um tempão! A Juliana disse que não era tão longe o lugar onde as bolas ficavam, mas, pelo visto, minha irmã é bem burrinha e não conseguiu achar.

Os irmãos se entreolharam, Gustavo olhou ao redor e viu Juliana conversando com outra garota há alguns metros de distância.

- Vitor, me espera aqui que eu vou atrás da tua irmã. – Ordenou Gustavo já indo em direção a Juliana, porém, foi impedido pelo mais novo.

- O que foi dessa vez? – perguntou impaciente.

- Eu vou junto, vai que você some também e daí eu não vou jogar nunca!

O mais velho revirou os olhos.

– Tá bom, vem logo, então!

O pequeno assentiu e foi com ele até a amiga da irmã, esta explicou para os dois como chegar ao local onde eram guardados os materiais esportivos do clube, e se ofereceu para ir junto. Pois, até então não tinha reparado que a amiga não havia retornado ainda, porém no instante que se deu conta disto, ficou preocupada com Manuela, mas o moreno de olhos claros disse que não precisava que ela fosse junto.

- Gustavo, mas eu sei como chegar lá mais rápido, e, além do mais, ela é minha amiga, estou realmente preocupada com essa demora dela! – tentou argumentar, no entanto, o rapaz estava decidido a ir sozinho.

E assim o fez, porém deixou todos os amigos e familiares avisados, que caso ele demorasse muito, era para fazer buscas pelo clube atrás da sua namorada. Porém, ele disse isso, apenas para não ter mais ninguém o perturbando. Já estava perturbado demais com esse sumiço de Manoela. Mas, tentava se acalmar e acreditar na hipótese de que ela havia apenas se perdido, no entanto, algo lhe dizia que algo de ruim estava acontecendo com sua amada.

Depois de alguns poucos minutos caminhando com Vitor, que tagarelava e reclamava durante todo o percurso que queria brincar e coisas do gênero, tirando a paciência do mais velho, avistou o depósito.

- É bem burra essa minha irmã, nem foi difícil de achar. – disse Vitor revirando os olhos.

- Pirralho, cala a boca! – gritou Gustavo, nervoso. Achando estranho a namorada não ter voltado ainda, já que o local era de fácil localização e não ficava muito longe. “Tem alguma coisa errada.”, pensou. Pediu mais uma vez para que o menor fizesse silêncio e se aproximou calmamente do local.

Ao chegar mais perto ouviu alguns sons, achou estranho. Caminhou mais um pouco e notou uma voz masculina, vindo de dentro do depósito. A voz urrava, ele prestou mais atenção nos ruídos e percebeu uma voz feminina. Vitor permaneceu em silêncio, parecendo também ter notado o barulho e se dado conta que a situação era arriscada e delicada. Gustavo abaixou-se e sussurrou para Vitor:

- Vá até onde os outros estão e peça para que eles venham até aqui, certo?

O pequeno assentiu e foi correndo na direção do clube. O rapaz respirou fundo, sentia que era sua amada que estava dentro daquele galpão e que alguém estava fazendo aquilo que ele prometeu nunca mais deixar acontecer com ela. Ele fechou as mãos em punho, aproximando-se mais ainda do lugar. O volume dos sons aumentava conforme ele se aproximava. E a cada passo tinha mais certeza que era Manoela quem estava ali dentro. Chegou próximo à porta e encostou seu ouvido nela.

- Ficou mais obediente com o tempo, hein? E ser adotada pela família lhe fez bem... Tá muito mais gostosa do que a última vez que eu te comi.

Gustavo sabia que conhecia aquela voz de algum lugar, mas no momento estava tão cego de raiva, que só pensava em tirar ela de lá. Em um momento de lucidez, deu a volta no depósito e encontrou uma janela, que estava apenas encostada. Sem pensar duas vezes, abriu cuidadosamente ela, evitando fazer muito barulho. Assim que a janela abriu, olhou para dentro e a cena que viu o deixou mais enfurecido e com raiva, não só daquele monstro que estava machucando a sua namorada, mas também de si mesmo, por não ter cuidado direito dela. Mas logo, se recompôs e com um impulso conseguiu entrar ali.

Manoela, que agora estava apenas com sua calcinha, enquanto o monstro estava com os lábios em um de seus seios e apertava fortemente o outro com a mão, percebeu a movimentação. Olhou na direção da janela e viu Gustavo, chocado com a situação em que ela se encontrava, mas com um olhar de fúria. Sentiu-se envergonhada, pensando não ser pura e nem boa o suficiente para ele. Porém, se deu conta que precisava fingir que nada estava acontecendo, que o seu namorado não estava ali, olhando isto. A situação era delicada ao extremo, pois se o monstro que estava em cima dela, percebe-se a presença do rapaz, Gustavo é quem seria prejudicado.  

Ela então, com muito esforço, segurou os cabelos de Vinícius e gemeu. Ele deu um sorriso malicioso e disse: “Sabia que no fundo você é uma vadia e gostava disso. Afinal, todas as mulheres não passam de vagabundas”. Gustavo apertou ainda mais as mãos em punho e fechou os olhos fortemente, quando voltou a abri-los localizou um taco de basebol, que estava a alguns metros da janela. Lentamente, fazendo o menor barulho possível, pegou o taco e aproximou-se do algoz de sua menina. Em um movimento rápido acertou um golpe na cabeça do marginal. Este que pelo golpe acabou caindo sobre o corpo dela, um pouco tonto, porém, ainda consciente. Gustavo se preparou para acertar mais um golpe nele, mas o mostro foi mais rápido e segurou o taco. Usando sua força, conseguiu retirar o taco de Gustavo e jogou para o lado, levantando-se em seguida.

- Ora, ora... Pelo visto a família é de heróis. – ri irônico. – Venho salvar a tua vadia, é? – riu mais uma vez. – Pena que você não é páreo pra mim.

Ao dizer a última frase deu um soco no rosto do rapaz. Indo pra cima dele em seguida, os dois caíram no chão. Gustavo estava embaixo dele, estava perdendo a briga.

- Sabe, Gustavo... – deu mais um soco no rosto do rapaz. – Eu até gostava de você, afinal, você não era um pamonha, bonzinho que nem o teu irmão... – Gustavo tentou acertá-lo, porém ele desviou e deu mais um soco em sua face e prosseguiu: - Tinha atitude, mas daí você se apaixonou e virou esse idiota... Uma pena! – Riu sarcástico e imobilizou o rapaz, que ainda tentava reagir.

 Manoela se desesperou ainda mais, olhou para o seu lado e viu o taco caído. Rastejou até ele, estava dolorida, pelos golpes que havia levado do seu agressor, mas mesmo com dificuldade, levantou-se e foi até os dois, chegando próxima a eles, com toda a força que ainda lhe restava, acertou um golpe na cabeça de Vinícius, que meio tonto olhou para ela. Gustavo aproveitando da situação, deu dois socos e um chute nele. Olhou para Manoela e fez um sinal pra que ela o atingisse novamente com o taco no rapaz. Ela o fez. Vinícius caiu desacordado no mesmo momento em que Carlos e Douglas arrombaram a porta, se deparando com aquela cena.

Douglas, rapidamente tirou a camiseta que vestia e entregou para Manoela perguntando como ela estava e o que tinha acontecido, ela não respondeu nada. Estava em choque e apenas olhava para Gustavo, este que também a olhava. Carlos foi até o filho mais novo, tirando o outro rapaz inconsciente de cima dele.

- Filho...

O rapaz não respondeu nada, apenas levantou-se com dificuldade e foi até o encontro de Manoela. Ele parou em sua frente, os dois olhavam um nos olhos do outro, ela por um momento baixou a cabeça. Ele com a mão direita segurou-a pelo queixo com delicadeza, e a fez olhá-lo.

- Desculpa! - Ele disse e a abraçou fortemente. - Eu nunca deveria ter te deixado vir sozinha num lugar que você não conhece. Deveria ter percebido, ao menos, que você estava demorando. Me desculpa, me desculpa! É tudo culpa minha, eu falhei... – lágrimas começaram a correr por sua face suja de sangue. – Eu não cumpri a promessa que havia lhe feito... Céus! Eu sou um idiota, um fraco, que nem ao menos conseguiu te proteger disso. – Ele sussurrou isso no ouvido dela e cada vez a apertava mais contra o seu corpo.

- Gu... – ela começou, porém a voz embargada denunciava que logo lágrimas também escorreriam de seus olhos - Você nunca poderia imaginar que... – Fez uma pausa, quando a primeira lágrima caiu – Bom, que isso ia acontecer... Eu jamais imaginaria. – Empurrou-o levemente apenas para fazê-lo olhá-la. - Nenhum de nós tem culpa de nada. – Com certa dificuldade, pela proximidade dos corpos, ergueu uma de suas mãos até o rosto dele, afastou um pouco seu rosto para olhá-lo, e fazendo um carinho na face dele e olhando em seus olhos pediu:

- Você que tem que me desculpar pela cena que viu... – A face dela banhada em lágrimas. – Eu sei o quanto deve ser difícil... – baixou a cabeça, descendo sua mão que encontrava-se no rosto do amado. – Ver isso... então, eu entenderei se você não me quiser mais...

- Que besteira é essa que você está falando, Manoela? – gritou, fazendo-a estremecer. - Porra, eu te amo! É lógico que essa triste cena me assustou, mas que droga, não foi porque você teve culpa... – ela ainda olhava pra baixo. – Olha pra mim, Manu. Olha pra mim! – Ela o fez e ele segurou o rosto dela entre suas mãos. – Você foi uma vítima e se algum de nós dois tem culpa nessa história, SOU EU! PORRA, EU! – Encarava-a de uma forma que nem se ela quisesse, conseguiria desviar o olhar. – Por que sou EU, que fui incapaz de impedir que essa... ARGH... que esse filho da mãe fizesse isso...  Nunca mais repita uma besteira dessas de que eu te largaria... Acho que eu jamais vou conseguir fazer isso. – Ele acariciou o rosto dela, que ainda estava banhado em lágrimas. – Por que por mais clichê que seja, eu te amo, Manoela... Só Deus sabe o quanto me doeu ver você ali com aquele monstro... EU TE AMO! ENTENDEU?

Ela assentiu com a cabeça e o abraçou fortemente.

- Eu te amo, Gu... – ela sussurrou emocionada pela declaração dele. – muito!

Carlos e Douglas que ainda permaneciam na sala, se entreolharam e carregando o monstro nos braços saíram da sala, deixando o casal sozinho ali.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Bom, prometo não demorar tanto para postar a próxima parte do capítulo...


Mais uma vez obrigada pelo carinho de vocês!

beijo
Naathy