Ao chegarem em casa, não viram ninguém.

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  • Aposto que o papai e os garotos estão fazendo churrasco.

  • Não duvido, filha.

Encaminharam-se para a área destinada a churrasqueira que ficava na parte dos fundos da casa, aonde também se localizava a piscina.

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  • Chegaram bem a tempo para o almoço. - Disse Carlos, quando notou a presença das três. Ele estava na churrasqueira, como assador, Douglas o auxiliava, enquanto Gustavo pegava cervejas.

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  • Oi, Clara! - Disse uma morena, alta de olhos castanhos, que até então, elas não haviam notado a presença, a morena já se encaminhava ao encontro das três, e abraçou clara. .

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  • Oi, Nicole. Venho ajudar no churrasco dos homens? - sorriu Clara, a morena retribuiu.

  • Na verdade, vim devolver o seu filho. - olhou para Douglas, este, apenas sorriu para ela. - E me convidaram para o almoço. E aqui estou eu. - Voltou-se para Giovana e sorriu para a garota.

  • Oi, cunhada.

  • Oi, Nicole.

  • Quem é a sua amiga? - disse olhando para Manoela.

  • É a Manu, acho que você já ouviu falar sobre ela.

A morena analisou Manoela dos pés a cabeça, “então era essa aí a razão para o Douglas não sair daquele hospital” tentou ser discreta em sua analise, mas a garota notou que estava sendo analisada e corou baixando a cabeça. A morena sorriu.

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  • Claro, Gi. Oi, Manoela. Sou Nicole namorada do Douglas. Seja bem vinda. - E então abraçou Manu, esta retribuiu.

  • Prazer, Nicole. Obrigada.

Douglas olhava a cena sorrindo.

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  • A Nicole é uma menina de ouro, não é filho?

  • Sim, pai. Ela tem uma personalidade bem forte, mas é um anjo.

  • Ela não sente ciúmes desse seu relacionamento com a garota? - Perguntou Gustavo tomando mais um gole da sua cerveja.

  • Quando eu ia ao hospital ver a Manu, ela ficava meio enciumada, mas agora não. Pelo menos se ela sente ciúmes, não demonstra mais.

  • Cuidado, filho! Mulheres são complicadas e imprevisíveis, nunca sabemos o que elas pensam ou querem.

  • Eu sei, pai. Mas não se preocupe, pois eu sei bem como lidar e acalmar a minha namorada. - disse dando um sorriso malicioso.

O almoço decorria muito animado, até Gustavo estava de bom-humor.

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  • Hum... Pelo visto a noite foi boa, né maninho?

  • Não é da sua conta, mas foi boa sim. - respondeu Gustavo.

E assim entre conversas, brincadeiras e sorrisos, o almoço terminou.

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  • Vou buscar a sobremesa. - anunciou Clara, já levantando-se.

  • Deixa que eu busco. - se ofereceu Nicole.

  • Tudo bem. - Sorriu Clara para a nora. - Está na geladeira querida, mas você precisara de ajuda pois além da tijela, tem os pratinhos e colheres.

“Bela oportunidade de colocar aquela garota no lugar dela.” pensou a morena.

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  • Não precisa se incomodar, Clara. - Voltou se para Manoela - Manu você me ajuda? - Perguntou sorrindo para a garota.

  • Claro. - disse se levantando.

As duas foram a cozinha, Nicole abriu a geladeira e retirou a tijela.

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  • E então, Manoela? Está gostando de morar aqui?

  • Estou, apesar de só ter passado apenas um dia, todos me receberam muito bem.

  • A família é maravilhosa. Ainda bem que o meu namorado te encontrou, não é?

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  • Sim, sou muito grata a ele e ao Dr. Carlos por tudo que eles fizeram e estão fazendo por mim.

  • Percebe-se que você tem uma admiração muito grande pelo Doug. - a garota ficou sem graça e apenas assentiu, virando-se para a pia, abrindo a gaveta dos talheres, que ficava no balcão, e retirou as colheres de sobremesa.

  • Espero que seja só admiração... - Manoela se virou na direção de Nicole e a olhou.

  • Desculpa, mas não estou entendendo aonde você quer chegar.

  • Eu vi muito bem como você olha para ele... E queridinha, eu conheço esse jeito de olhar, não é só admiração... - fez uma pausa sorrindo cinicamente, e continuou. - Mas você sabe que ele é meu e que você nunca teria chances com ele, não sabe? Ele jamais se interessaria por uma orfãzinha como você.

A menina se assustou, sentiu seus olhos úmidos, mas não choraria, não na frente daquela mulher. Manu não conseguira esquecer o que sentia por Douglas, mas até então, ninguém havia notado os seus sentimentos pelo rapaz.

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  • Então, garota?

Manoela negou com a cabeça, pegou a tijela que estava sobre a mesa e começou a sair da cozinha, Nicole a segurou pelo braço.

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  • Essa conversa, espero que não saía daqui. Pois não seria nada bom para você...

Manoela olhou incrédula para a morena, mas assentiu. Logo após Nicole a soltou, permitindo que a garota voltasse para a área de lazer. A morena então, pegou os recipientes onde seriam servidos a sobremesa, as colheres e seguiu Manu.

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  • O que houve Manoela? Por que está com essa cara? - perguntou Giovana, assim que a garota se sentou.

  • Nada, Gi. - Respondeu esboçando um sorriso.

Giovana olhava de Manoela para Nicole, estava desconfiada que algo havia acontecido entre as duas na cozinha.

A tarde transcorreu agradável, o clima do almoço permaneceu, exceto por Manoela, mas ela tentava de todas as formas disfarçar o quanto estava desconfortável na presença da morena, estava mais quieta do que o normal, o que intrigou mais ainda a perceptiva Giovana.

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  • Obrigada pelo almoço. O churrasco estava divino, Carlos!

  • É bondade sua. É sempre bem vinda em nossa casa, venha mais vezes.

  • Agora com a faculdade acabando voltarei mais vezes, sim.

Nicole se despediu do resto da família, Douglas levou a namorada até a porta.

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  • Me ligue quando chegar em casa.

  • Pode deixar, amor.

O rapaz acariciou o rosto da namorada, beijou-a levemente em seus lábios e sorriu se separando dela.

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  • Te amo, Nick.

  • Também te amo, meu amor. - disse já se virando e indo em direção ao seu carro. - Ah, é uma graça a sua nova irmã. Gostei muito dela, querido.

  • Fico feliz com isso. - respondeu sorrindo o rapaz, a morena retribuiu da mesma forma. Entrou em seu carro, acenou levemente com a mão para o amado, ligou o carro e partiu.

(Better together - Jack Johnson http://www.youtube.com/watch?v=dnnPO7Cx6yY&feature=related)

Era noite, Douglas estava em seu quarto tocando seu violão e cantando uma música. Manoela subia em direção ao quarto de Giovana, quando fora atraída até o quarto do rapaz pela melodia que ecoava de lá. Ele cantava e tocava muito bem. A garota parou no batente da porta olhando para ele. Ele, concentrado da forma que estava, nem percebera a presença dela ali. Quando ele abriu os olhos, finalmente a notou, sorriu para ela, deixou o violão de lado.

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  • Não pare, por favor. - pediu ela.

Douglas pegou novamente o violão em suas mãos.

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  • Entre Manu! - A menina assim o fez. - Senta aqui do meu lado. - Manoela exitou por alguns segundos. - Ei, eu não mordo!- disse o rapaz divertido, a menina riu e então sentou-se ao lado dele.

  • Você toca e canta muito bem, parabéns!

  • Obrigada, pequena. - sorriu e começou a tocar novamente.

A garota observava encantada cada movimento que o rosto e corpo dele fazia. “Ele fica ainda mais bonito assim!” pensou ela. O rapaz abriu os olhos e encarou os olhos verdes da garota. Enquanto tocava no violão uma parte da música que era apenas um solo comentou.

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  • Não temos conversado ultimamente, não é pequena? - Ela negara com a cabeça, ele sorriu triste.

  • Você parece chateada. Aconteceu alguma coisa?

  • É que... Lembrei da minha mãe. - Mentiu ela, não poderia contar sobre a conversa que tivera com Nicole.

Ele voltou a cantar, assim que terminou a música depositou o violão ao seu lado e voltou-se para ela.

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  • Você sabe que não está mais sozinha, não é? - A menina assentiu. - Vem, deite a sua cabeça aqui. - disse ele apontando para o próprio ombro. Manoela obedeceu. Assim que ela o fez, o rapaz a abraçou e começou a acariciar lentamente o seu braço, Manoela sentia-se bem estando assim, abraçada a Douglas. Sempre ficava feliz quando ficava perto dele, seu coração estava acelerado.

  • Sempre que estiver se sentindo sozinha e quiser conversar, me procure. - a garota assentiu mais uma vez. - levantou a cabeça o encarando, ele a encarou também.

  • Obrigada, por tudo!

  • De nada, pequena.

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  • Ah, a Nicole gostou muito de você, sabia? - O rapaz disse sorridente.

  • Er.. Que bom! - disse sem graça, “imagina se não tivesse gostado” pensou. - Nunca te perguntei com o que você trabalha? - disse mudando de assunto.

  • Eu sou administrador de empresas, me formei ano passado e fui efetivado na mesma empresa na qual fiz estágio na faculdade.

  • Você começou bem novo a faculdade, então?

  • Sim, comecei com dezoito anos e me formei com vinte e dois. - fez uma pausa. - E você que curso pretende fazer?

  • Nunca pensei sobre isso. Nem ao menos sabia se conseguiria me formar no colégio, muito menos condições de fazer um faculdade.

  • Mas agora pode começar a pensar sobre o assunto, pequena. - Ela assentiu e voltou a encostar sua cabeça no ombro dele, estava se sentindo muito bem estando daquele jeito com Douglas, porém as palavras de Nicole ecoavam em sua cabeça... “Ele é meu... Você nunca teria chances com ele... Ele jamais se interessaria por uma orfãzinha como você.” Sentiu seu coração se apertar, e sentia que logo as lágrimas cairiam de seus olhos. Segurou-as. Levantou bruscamente.

  • O que foi? - perguntou Douglas confuso.

  • Preciso ir. Daqui a pouco a Giovana vem atrás de mim. Boa noite...

  • Tudo bem, então... Boa noite, pequena! - O rapaz se levantou, foi até ela e depositou um beijo em sua testa, Manu fechou os olhos, virou em direção a porta, a abriu e saiu do quarto, indo para o quarto de Giovana.

Continua...