Acordei com a voz da mulher do meu lado

- Meu amor, tem visita – falava me ajeitando na cama

Percorri todo o perímetro do quarto atrás da Cauã, mas ele não estava minha mãe notou que estava a sua procura e mesmo sem perguntar ela respondeu.

- Ele foi em casa, já esta de volta.  Sua amiga Nicole, esta ai fora, pode mandar entrar?

- Pode sim. – respondi

Tudo que sabia dessa Nicole era que ela é a minha melhor amiga, mas vai ser bom vê – La assim ela pode me contar mais sobre mim e me fazer lembrar pelo menos de alguma coisa.

- Oie Amiga – falou uma garota entrando na sala, deduzi que era a Nicole

Ela era muito bonita, alta, cabelo loiro, olhos azuis, pele de pêssego.

- Oi – respondi

Ela veio ate mim e sentou - se do meu lado

- Como você esta? Sua mãe me contou que você perdeu a memória, sinto muito.Vou fazer de tudo para te ajudar.

 - Já estou melhorando, me conte mais sobre mim, o que eu gosto de fazer, ouvir, se tenho muitos amigos, não sei me conte alguma coisa. - pedi

- Bem.... - ficou pensando um pouco – Você gosta de assistir filmes, conversar, passear, escrever.... Você tem muitos amigos que te adoram como eu e o Cauã.

Ficamos ali conversando durante muito tempo, ela era uma pessoa muito legal e facilmente gostei dela, conversamos sobre muitas coisas.

Depois de um tempo o médico entrou no quarto me avisando que mais tarde já teria alta, graças a Deus que apesar do meu carro ter capotado várias vezes, eu apenas sofri escoriações leves, tirando claro a batida na minha cabeça.

Já estava me sentindo melhor, não sentia mais dor de cabeça e nem tonturas, então não tinha mais motivos graves para continuar internada. Agora precisava me arrumar pra ir para casa.

Muito estranho ir pra casa, quando eu não lembro nem onde fica.

Minha mãe ajudou-me com tudo, arrumou minhas coisas, que ela tinha trazido, vestiu-me, penteou meus cabelos. Depois de meia hora já estava tudo pronto para irmos.

Estava muito empolgada para chegar em casa,tinha esperanças que la eu possa me recordar de algo. Queria muito conhecer meus irmãos, pelo o que falam deles, eles devem ser muito legais.

O percurso do hospital para a minha casa foi curto, fiquei o tempo toda na janela do carro tentando reconhecer algum lugar ou pessoa por onde passávamos.

Quando paramos o carro tomei um susto, era uma casa muito grande, bonita, com um jardim enorme, certamente um sonho de qualquer pessoa essa casa.

Entramos e minha mãe me levou ate meu quarto,despejei as minhas coisas na cama e desci pra conhecer melhor a casa.

Andei por toda a casa,tentando me lembrar de nada,mas sem sucesso.Ja estava voltando para sala quando ouço gritos de garotos,so podiam ser meus irmãos.

Quando me viram correram para me abraçar,estremeci no começo mas me entreguei ao abraço,era bom estar nos braços de quem nos amam.

- Maninha esta com saudades de você. –exclamou o primeiro garoto

- Meu amor infelizmente ela não se lembra de você – ela disse para o garoto – Esse querida é o Johnny, o do meio.- completou.

- E eu sou o seu irmão mais novo, o mais bonito,o mais inteligente.Sua anã – ele disse sorrindo

Engraçado o apelido que me chamava, devíamos ser muito unidos.

Ficamos ali na sala durante um bom tempo, eles me contavam coisas do passado, como bagunças que fazíamos, briguinhas no colégio,namoradinhos de infância,coisas alegres e também tristes,como a morte de meu pai.

Não me lembrava de nada,mas senti uma tristeza enorme com o que havia acontecido com ele,pelo o que eles me contaram foi um acidente muito horrível.

No outro dia eu iria enfrentar o desconhecido,tinha que ir para o colégio,não queria ir,estava com medo da reação das pessoas,mas o medico disse que era bom para o tratamento.

Eu devia me recordar aos poucos das pessoas e dos lugares, e o colégio era o primeiro passo para isso.

Já estava ficando sonolenta e adormecendo no sofá ,quando meu celular tocou me tirando dos meus pensamentos. Vi no visor que era o Cauã.

- Oi minha princesa,como você esta ?

Estranhei o modo como ele me chamou,mas devia ser assim que ele me chamava

- Oi,estou bem melhor,obrigada

- So liguei mesmo pra te desejar uma boa noite,eu te amo. Beijos

- Boa noite pra você também. – disse e desliguei.

Despedi-me de todos e fui me deitar. Amanhã tinha um obstáculo na minha frente no qual mesmo com medo tinha que superar.

Enfrentar o desconhecido