Depois de um dia maravilhoso, eu acordei era sábado, e amém a isso. Danny já tinha saído da cama, eu peguei uma camisola fina de seda azul-bebê, bem curtinha e sexy (sou chique, ta?).

Eu comecei a descer as escadas e fui até a cozinha, o Danny já estava lá, com os cotovelos apoiados no balcão, tomando café e cantarolando as músicas que eu gostava. Eu abracei por trás e o deu um pequeno beijo na bochecha, e ouvi um bom dia calmo e lindo da voz melodiosa dele. Era um sonho meu poder fazer aquilo todo dia de manhã, daquele mesmo jeito, com o mesmo romantismo.

-Danny, o que você vai fazer hoje? –Eu perguntei tímida.

-Acho que nada de muito, só tenho que ir falar com uma amiga minha pra pegar umas anotações, e depois não tenho mais nada pra fazer. –Ele me falou, chegando ainda mais perto.

-Ótimo, queria saber se hoje a noite... você queria... –Que droga!! Eu era tão idiota!!

-Sair? Claro, que tal irmos pro mirante? –O Mirante, o lugar mais lindo da cidade.

Concordei, ele disse que ia encontrar tal da amiga, e que depois ia voltar e iríamos ao mirante a noite. Ele saiu pela porta da frente e por um instante eu fiquei encarando a porta, depois que eu percebi que ele tinha esquecido o celular, “Só pra garantir, quem é essa amiga?” Eu peguei o telefone dele e fui pra caixa de mensagens, ali estava, a última foi de uma tal de Bequinha, intimidade demais, na minha opnião.

“Oi, fofo, to te esperando no parque, cadê você? Um beijo.”

FOFO!?! BEIJO!?! PARQUE!?! ESPERANDO!?! Quem a VADIA achava que era!?! Eu era a namorada dele, e só eu podia esperar por ele no parque, mandar um beijo ou chamá-lo de fofo!!

Ok, aqui eu ia, o parque não era longe da minha casa, eu fui a pé mesmo, mas com um vestido azul. Eu vi o Dannyel de longe com uma loira falsa, tabua, com cara e idiota, e uma roupa verde-gosma. Ouvi ele chamando a tal de Bequinha. Ela entregou uns papeis e ele deu um abraço e um beijo na testa dele, eles começaram a caminhar, conversando do mesmo jeito que eu e ele conversamos. Eu os segui discretamente, e eles pararam em uma sorveteria. Me sentei escondida em uma mesa longe deles, mas que eu conseguia ver o que eles faziam. Até agora nada de muito nenhum beijo nem abraço, mas aquilo não me acalmava.

Eles pediram um sundae gigante de morango, e... dividiram!?! Idiota! Ele ainda colocava algumas cerejas na boca dela, e limpava o chantilly na boca dela com o dedo, depois ela lambia o dedo dele, a tabua era mais sexy que eu!? Cansei daquilo, me levantei e comecei a ir embora. Acho que eles não perceberam.

Fui correndo pra casa e me deitei o sofá, e sentia um misto, cheio de raiva e tristeza. Espremi algumas lagrimas e me levantei, vi o Dannyel entrando, ele chegou perto e mim preocupado.

-Alex! O que foi?! –Ele perguntou, como se ele se importasse.

-Como se você não soubesse. –Nesse ponto, não sei bem o que me dei, só vi que ele tava com uma marca de mão na bochecha e a minha mão tava doendo. –Porque não vai pra Bequinha e me deixa sofrendo!? Idiota!!

Ele não entendeu nada a inicio, só lembro de apontar chorando pra porta e ele sair, eu tranquei e fui chorando pro meu quarto.  Me deitei, e ouvi um toquezinho vindo do corredor, era o telefone, comecei a andar, limpando as lágrimas e atendi.

-Alô. –Eu atendi, escondendo as lágrimas.

-Bom dia, é a Alessandra? –A voz era de uma garota, mas não reconheci.

-É sim, mas quem é? –Eu falei já mais calma.

-Meu nome é Becca, eu quero falar com você. –Becca, parecia ser Bequinha. –Me encontre no mirante hoje, as 7, serve?

-Ta, mas é melhor eu não me decepcionar. –Concordamos, e por ai acabava.

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O mirante era lindo de noite, dava pra ver a cidade toda, os prédios, as casas, as luzes as árvores, tão excitante, se Dannyel estivesse comigo... não, ele me traiu e acabava por ali. A loira flsa estava se aproximando, era estranho não ter mais ninguém lá, mas ainda sim, me virei pra ela com cara de quem queria explicações.

-Por um instante, achei que não viesse. –Ela sorriu, estava toda agasalhada com um moletom e tudo. –Mas, o que quer saber?

-Tudo, desde quem é você até o que vocês estavam fazendo na praça. –Eu falei, já estava até com uma pose de durona.

-Meu nome é Becca Diamond. Tenho 14 anos, estudo na sua escola e meus pais são divorciados, minha mãe é fisoterapeuta e meu pai é psicólogo. -14 anos é? Então Dannyel gosta de garotas novinhas. –Dannyel é o meu único primo.

-PRIMO!?! Dannyel sai com as próprias primas!?! –Eu gritei pra cidade ouvir.

-Consegue falar mais baixo? Agradeceria se fosse uma conversa mais pessoal. –Ela agia com uma naturalidade assustadora. –E não saímos do jeito que você imagina, sabe aquela prova sobre genética que vocês tiveram há umas duas semanas?

-E daí? –Eu tentava recolocar a minha postura.

-Bem, Dannyel se saiu mau, e pra ter mais pontos, tinha que fazer um trabalho sobre suas raízes genéticas e ele não tinha fotos nem informações sobre os nossos avós, e eu fui entregar pra ele, aproveitamos e fomos tomar um sorvete. –Ela explicou, parecia uma história bem plausível.

-Sério? –Eu comecei a me senti culpada, não acredito que pensei aquelas coisas do Danny.

-Sério. –Alguém falou, saindo de detrás de uma pedra, Danny.

Take time to realize

That your warmth is

Crashing down on me

Take time to realize

That I am on your side

Well didn't I, didn't I tell you

But I can't spell it out for you

No it's never gonna be that simple

No I can't spell it out for you

Eu cheguei mais perto, nossos dedos se entrelaçaram, agora era Realize, da Colbie Caillat, era a música perfeita para pedir desculpas. Ele encarou sorrindo as lagrimas do meu rosto. E eu comecei a cantar com ele.

If you just realize

What I just realized

That we'd be perfect for each other

And we'll never find another

Just realize

What I just realized

We'd never have to wonder

If we missed out on each other, now

Ele lambeu as lágrimas no meu rosto e me deu um beijo. Becca pegou um violão de detrás da pedra onde Danny estava e começou a tocar junto com Danny. Ele sorriu pra mim e eu sorri de volta.

Take time to realize

Oh oh, I'm on your side

Didn't I, didn't I tell you

Take time to realize

This all can pass you by

Didn't I tell you

But I can't spell it out for you

No, it's never gonna be that simple

No, I can't spell it out for you

Ele me abraçou e começamos a dançar. Becca estava emocionada, Danny me apertou forte, e eu sorri de um jeito sem jeito que me deixava com cara de boba.

If you just realize

What I just realized

That we'd be perfect for each other

And we'll never find another

Just realize

What I just realized

We'd never have to wonder

If we missed out on each other, but

It's not the same

No it's never the same

If you don't feel it too

If you meet me half way

If you would meet me half way

It could be the same for you

Aquela era uma fantasia que eu alimentei desde criança, eu e meu príncipe encantado dançando a sós pra lua. Nada podia ser mais romântico que aquilo, eu apoiei a minha cabeça na curva do pescoço dele.

If you just realize

What I just realized

That we'd be perfect for each other

And we'll never find another

Just realize

What I just realized

We'd never have to wonder

If we missed out on each other

-Danny, eu… olha… me desculpa, por favor, não saberia conviver com essa dor de ter achado que você me traiu, eu te amo e... –Ele colocou um dedo na minha boca e aconchegou a minha cabeça a curva do pescoço dele de novo. Ele então começou um cafuné.

Just realize

What I just realized

That we'd be perfect for each other

And we'll never find another

Just realize

What I just realized

We'd never have to wonder

If we missed out on each other, now

Missed out on each other now

Missed out on each other now

Missed out on each other now owa, owa ohh

Realize

Realize

-Alex, compreenda, é amor, nunca é fácil, então, se quisermos que isso dê certo, então, seria bem melhor se você e eu conversássemos ao invés de tirar conclusões precipitada. –Ele me deu um beijo daqueles de cinema sabe? –Também, faça um favor pra nós e compreenda que somos perfeitos um pro outro, e que nunca precisamos nos perguntar se perdemos um ao outro.

Essa última frase ele tirou da própria música, mas eu apenas sorri ao invés de reclamar. Eu apenas me aconcheguei no abraço do meu amado, enquanto Becca se despedia e ia pra um carro, achei melhor não contar as coisas que pensei dela.

-E agora? –Ele me perguntou, sorrindo e parando o abraço.

-Eu coloquei o braço dele ao redor do meu pescoço. –Vamos pra minha casa.

Fomos até o carro e ele dirigiu, deixou Becca no apartamento dela e nós fomos juntos pra minha casa. Mais do que nunca, queria ficar a sós com ele. Eu dormi no caminho de volta.

Lembro de acordar no meu quarto no meio da noite e ver ele deitado bem do meu lado, e na manhã seguinte, lá estava aquela imagem do meus sonhos, ele tomando café, apoiado no balcão da minha cozinha, lendo o jornal, de óculos, eu o abracei por trás e o dei um beijo na bochecha.

É a mesma cena que eu insisto em repetir toda manhã, quando a minha imã dorme fora, e meus pais viajam. Toda noite, insisto naquela mesma cena, estamos deitados, um do lado do outro na minha cama e ele cantando pra mim enquanto sente o cheiro do meu cabelo, era a coisa que mais atraia ele pra mim, aquele cheiro de frutas. Lembro que toda noite, quando eu estou quase pra dormir, ele repete auela mesma frase.

-Compreenda que somos perfeitos um pro outro, e que nunca precisamos nos perguntar se perdemos um ao outro. E, Alex, eu te amo. –Ele me da um beijo na testa cheio de ternura e amor, do mesmo jeito que me deu na sala de aula e eu durmo, como o anjo que ele vê quando olha pra mim.