O sol brilhava naquela manhã, coisa rara em uma manhã de inverno.

O sinal não havia batido ainda, então Micky resolveu dar uma última conferida na matéria antes de entrar para a prova.

-Hey moço. – Disse um garoto se aproximando. Yoochun sorriu.
-Diga Aiba.
-Posso estudar com você?
-Você vai estudar MESMO?
-Não sei né ,mas como estamos na escola é bem provável que estudemos.
-Senta então.

Os dois começaram a conversar assuntos sortidos, e quando notaram o sinal batendo, perceberam que realmente não haviam estudado.

-Se eu ir mal nessa prova, a culpa é sua. – Afirmou Yoochun se levantando.
-Ora, que culpa eu tenho? – Pergunta Aiba.
-Eu estava estudando sagazmente quando você me distraiu.

Logo entraram na sala e de início o professor aplicou a prova, que caiu exatamente as coisas que Micky havia estudado, pra sorte do moreno.
O sinal da última aula bateu tão rápido que Micky se assustou, se perguntando se não haviam batido mais cedo. No portão, Aiba o esperava, já que haviam combinado de ir a um café depois da escola.
-Micky, posso ir na sua casa? – Pergunta Aiba, colocando as mãos atrás da costas.
-Não. – Respondeu o maior.
-Quer ir à minha casa?
-Não, tenho que estudar.
-Ora Micky, você só pensa em estudar. E o nosso namoro?
Micky fitou os olhos pidões do companheiro e sorriu.
-Tudo bem, aceito ir na sua casa.
-Ok, vamos logo – disse Aiba puxando o amigo pela mão.
-Calma e o café?
-Ora Micky, e você está preocupado com o café? - O maior fez uma careta e acompanhou Aiba.
Quando chegaram na frente de uma casa ampla e com uma fachada convidativa, Micky olhou pro companheiro.
-Seus pais não estão em casa, certo?
-Nâo, não. Pelo menos não era pra estarem. - Yoochun sorriu e caminhou hesitante até a porta. Enquanto Aiba abria a porta, o maior fitava um passarinho andando. Ele riu. Se o passarinho podia voar, porque andava?
-Filho, tudo bem? – Disse uma voz feminina que fez a espinha de Micky gelar.
-Er, tudo sim mamãe, papai também está ai? – Perguntou Aiba olhando a situação do companheiro.
-Está na cozinha. Filho, tem alguém com você? – Disse colocando a cabeça pra fora. – Olha, olá, me chamo Manni, quem é você?
-Er...bem...me chamo Micky, tudo bem com a senhora?-Perguntou Micky tremendo.
-Estou ótima, mas sem senhora, por favor, não sou tão mais velha que você.
-Claro, só tem o dobro – Brincou Aiba, levando um tapa de leve da mãe.

Micky se apresentou com mais medo pro pai de Aiba, que o fitava direto com uma sobrancelha arqueada.
Quando terminaram de comer, Aiba levou o amigo para o quarto.

-Aiba, eu juro que mato você! Seus pais estão em casa! – Disse Micky se sentando na cama.
-Ora Micky, estamos namorando há dois meses, acho que estava na hora de você conhecê-los.
-Mas vai que eles desconfiem de alguma coisa?
-Yoochun, você não está namorando com eles, certo?
-Mas...
-Cala a boca e me beija vai. - Aiba se aproximou e roubou um beijo do namorado.
-Para, eles podem entrar.
-Micky, pare com essa nóia, por favor. Você gosta de mim, certo?
-Gosto, aliás, amo.
-Então, deixa disso vai.- Novamente Aiba se aproximou, mas Micky recua.
-Sério, não dá, acho que vou embora.
-Olha Micky, vou falar sério com você... Eu não vou mais te procurar até que você pare com essas nóias, ta bom?
-Mas...
-Sem mas. Boa tarde. – Disse Aiba com lágrimas nos olhos.

Micky despediu dos pais do amigo cabisbaixo. Por um lado, Aiba tinha razão, mas por outro, ele não podia pressionar tanto assim. Micky então lembrou do passarinho, e foi pra casa decidido.

No dia seguinte, Micky levantou mais cedo que o costume, se arrumou mais que de costume e se dirigiu pra escola mais rápido que de costume. Quando chegou, percebeu ser o primeiro, sua ansiedade havia feito com que não tivesse racionalidade.
Decidiu se sentar no gramado de frente pro portão, assim, veria quando Aiba chegasse, o que demorou mais de meia-hora. Mas quando o moreno apareceu, Yoochun se levantou rapidamente e puxou a mão do namorado, sem dizer nada. Parou no centro do pátio e olhou dentro dos olhos do amigo, lhe dando um beijo de surpresa. Aiba ficou confuso, mas encontrou o sorriso de Yoochun.
As pessoas ao redor se entre olhavam e comentavam alguma coisa, até que alguém no canto começou a bater palmas sozinho, e o restante foi acompanhando, até que todos batiam palmas, fazendo Yoochun corar violentamente.

Fim.