Destinys Play escrita por Bella P


Capítulo 11
Capítulo 10




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Capítulo 10

 

Eles estavam muito devagar, para Jacob era muito devagar. Precisavam correr mais, mais rápido, mais velozes. Suas patas batiam com força contra o solo, arrancando pedaços do mesmo e o impulsionando para frente com brusquidão. Ao seu lado podia ver a forma menor de Leah o acompanhando na mesma velocidade e emparelhado com ela estava Carlisle, Alice, Jasper e Emmett.

Embry e Quil seguiam a sua esquerda, assim como Bella e Edward e era por causa deste vampiro em particular que ele estava neste desespero.

- Me culpar a esta altura não vai adiantar de nada.

- Cala a boca sangue-suga! - rosnou em pensamento o que a sua forma de lobo também refletiu na realidade.

- Tem certeza de que você viu o que você viu vampiro purpurinado? - o apelido zombeteiro de Leah em outros tempos faria Edward ranger os dentes, mas ele sabia que a mulher só o usava como válvula de escape para a tensão que os pensamentos de Jacob estava passando para toda a alcateia.

- Cada cena. - respondeu.

Para resumir o frenesi. Após a chegada dos Volturi e todo o confronto que se deu e que nada mais foi que uma disputa dos poderes de Jane e Alec contra a barreira de Bella, Aro chegou a brilhante conclusão, depois de uma reunião do conselho dos velhos vampiros, de que Reneesme não era uma ameaça para a raça e que as testemunhas que os Cullen reuniram, mais a presença de Nahuel, eram prova mais do que suficiente para eles para garantir a continuação do clã e da menina.

Com isto, após uma breve conversa e um pedido polido de desculpas que para os Cullen, lobos e cia. não soou nada sincero, a disputa se encerrou sem ninguém levantar um dedo. Aro tentou mais uma vez convencer Edward a unir-se aos Volturi e trazer com ele a sua tão espetacular família, sendo mais uma vez rejeitado e humildemente derrotado estendeu uma mão como gesto de paz para o outro vampiro e foi aí que o problema aconteceu.

Irritada por ter sido derrotada de maneira humilhante, Jane ainda tentou mais uma investida de seu poder sobre os Cullen e seus aliados, o que pegou uma Bella desprevenida ao pensar que tudo já estava encerrado, pois o adversário já batia em retirada, e por milésimos de segundo a barreira que envolvia a todos enfraqueceu. Como o alvo da Volturi foi uma das Amazonas Edward não sofreu nada, mas o estrago se deu porque por este breve espaço de tempo em que Aro tocou o jovem vampiro enquanto a barreira estava falha, ele conseguiu ler a mente do mesmo. E no que conseguiu ler a mente dele, viu o que não deveria.

E ver o que não deveria resumia-se a uma palavra: Kaylee.

E foi aí que se deu a confusão. No momento em que os Volturi deram as costas e desapareceram da clareira e floresta adentro, no segundo seguinte que Aro tomou uma decisão, Alice ofegou ao lado de Esme e Edward arregalou os olhos ao ler a mente da irmã.

- O que foi? O que você viu? - Bella correu para o marido, esquecendo toda a sua comemoração e o fato de que tinha começado a chamar Reneesme de Nessie, mesmo que detestasse tal apelido.

- Jacob... Aro... Ele viu a Kaylee na minha mente, viu do que ela é capaz, viu que ela sobreviveu ao ataque. Alice previu os Volturi indo atrás dela. - o lobo ao ouvir isto rosnou ameaçadoramente.

- Todos eles? - Carlisle interpôs-se.

- Não... Ele mandou os outros de volta a Itália. Estão indo apenas ele, Alec, Jane, Demetri e Felix. - anunciou e isto foi o bastante para Jacob que virou-se sobre as patas e disparou na direção da floresta onde os Volturi sumiram.

- Ele não vai conseguir sozinho. - Esme soltou preocupada e Edward e Carlisle trocaram olhares. Quil, Embry e Leah segundos depois seguiram o rastro do outro lobo antes mesmo que os vampiros tomassem alguma decisão. Seth pensou em dar um passo a frente e acompanhar os irmãos, mas o chamado de Reneesme o parou no lugar e o fez mirá-la com indecisão estampada em seu olhar.

- Emmett, Alice, Jasper, Edward e eu iremos. Os outros retornem para casa. - Carlisle anunciou.

- Isto é loucura Carlisle! - Rosalie soltou contrariada.

- Se fossem todos os Volturi seria loucura, mas com apenas alguns deles temos chance. - respondeu o médico.

- Ao menos levem a Bella. Como recém-nascida ela é mais forte e o escudo dela irá parar Alec e Jane. - Rosalie racionalizou, o que os outros concordaram. Com isto Nessie foi entregue aos cuidados de Rose, Esme e Seth e os vampiros dispararam atrás dos lobos, os alcançando em pouco tempo, o que voltava ao cenário atual com o grupo peculiar que cruzava as fronteiras dos estados como um borrão e trocando farpas através de uma conversa que somente Edward conseguia compreender por completo.

- Eu juro Cullen que quando isto tudo terminar eu te mato de vez! - Jacob vociferou e acelerou a corrida, o que fez Edward apressar o passo para acompanhá-lo. Era impressionante, o vampiro era o mais veloz dos Cullen, no momento perdendo para Bella que era uma recém-nascida, mas Jacob em todo o seu desespero para alcançar os Volturi e chegar a Chicago antes deles parecia um raio disparando pela floresta ou pelas áreas mais inóspitas as quais eles seguiam caminho até chegar a Illinois.

- Eu ajudo! - veio a resposta animada de Leah.

- Ninguém vai matar ninguém aqui! - Edward reclamou, dando um salto e desviando-se de um tronco caído e aproximando-se mais de Bella para poder sussurrar para ela: - Há alguma chance de você colocar a sua barreira em torno de mim? Porque se eu tiver que continuar ouvindo as ameaças de morte de Black até Chicago acho que vou ter uma hemorragia cerebral.

A risada de Emmett do outro lado do grupo interrompeu a resposta da mulher que deu um sorriso complacente ao marido.

- Acho que no momento sou do tipo incapacitada de fazer duas coisas ao mesmo tempo: correr e me concentrar. Desculpe, vai ter que sofrer mais um pouco. Mas veja pelo lado bom... Ele está tão concentrado em chegar a Chicago que não te desmembrou por ter revelado o segredo da menina aos Volturi.

- Não me desmembrou ainda... Ainda.

 

oOo

 

Winifred ergueu os olhos das contas que fazia, mirando a porta de entrada da loja e a neve fraca que caía sobre a cidade de Chicago àquela hora da noite. Um vento forte sibilava pelas ruas, varrendo o frio em lufadas e criando pequenas bolas de ar condensado que rolavam sobre o asfalto.

- O que foi? - a mulher virou-se para a menina que tinha surgido ao seu lado e sorriu levemente. Kaylee havia retornado há poucos dias de um voo direto de Seattle com um semblante carregado, um pulso que terminava de desinchar e os nós dos dedos um pouco arroxeados. Mas, o pior de tudo, ela voltara sem o Jacob. Quando perguntou a sobrinha o que tinha acontecido a menina apenas lhe disse que “Jacob volta mais tarde, ele ainda tem coisas para resolver em Forks” e encerrou o assunto.

Depois disto a rotina delas retornou ao normal, com a agitação das festas de fim de ano e a loja ficando mais movimentada por causa das compras de Natal.

- Kaylee querida... Você fez a contagem do estoque? - perguntou Winifred com os olhos ainda fixos na porta de entrada.

- Tia... A senhora acabou de fazer a contagem, esqueceu?

- Claro, claro. Mas alguns números não estão batendo. Acho que houve um problema no carregamento de cristais de meditação. Poderia verificar para mim? Acho que veio a menos. - Kaylee rolou os olhos. Com certeza a carga veio no exato número que ela pediu, mas com a cabeça avoada que Winnie tinha a própria contara errado o estoque. Entretanto, sem querer contrariá-la, deu meia volta e retornou para os fundos da loja onde ficava o depósito para fazer o que a mulher pediu.

Assim que Winifred viu a cortina de contas se fechar ela guardou a calculadora e o bloco de notas e vestiu o casaco de inverno, dando um outro relance por cima do ombro e saindo apressada da loja, tomando cuidado para fazer o menor barulho possível para não chamar a atenção da adolescente que estava nos fundos.

- Tia, a senhora não fez nenhum pedido esta semana de cristais de meditação... - Kaylee voltou dois minutos depois que a porta principal se fechou ao lembrar-se que o estoque foi reposto depois das vendas de Natal e não seria recolocado por ao menos um mês. - Winnie? - chamou ao ver a loja completamente vazia e ao rodar os olhos pelo local percebeu que o casaco dela tinha sumido, mas a bolsa continuava sobre a bancada.

Desconfiada, Kaylee pegou as chaves da porta, se agasalhando na metade do caminho e saindo da loja, a trancando atrás de si e guardando o molho no bolso da calça. O vento frio que soprou bagunçou os seus cabelos e ela olhou rua acima e abaixo e estranhou quando reconheceu uma figura ao longe que terminava de dobrar a esquina.

- Winnie! - gritou, correndo na direção da mulher e soltando um “opa” quando deslizou pela calçada congelada, o que a fez diminuir a velocidade das passadas. - Winnie? - chamou, segurando os braços da tia e a virando.

- Kaylee! - Winifred ofegou ao reconhecer a sobrinha, seus olhos amendoados estavam escuros e largos. - Volte para a loja agora. - ordenou.

- O que você está fazendo Winnie? Está tarde, está congelando aqui fora e é extremamente perigoso ficar aqui. - disto Kaylee sabia melhor do que ninguém agora que tinha conhecimento do que a atacou meses atrás.

- Kaylee volte para a loja. - a mulher foi enfática.

- Não se você não voltar comigo.

- Você é tão teimosa quanto a sua mãe. Kaylee! - Winifred apertou os braços dela e a empurrou na direção da rua da loja, o que fez Kaylee tropeçar alguns passos. - Volte! Agora! - ordenou com os seus olhos agora percorrendo todo o ambiente ao seu redor como se procurasse algo ao longo da rua mal iluminada e não estivesse encontrando.

- Winnie... O que está acontecendo? - perguntou assustada, pois sentia que alguma coisa estava errada. Embora foi o espírito exuberante da sua tia e agora na sua frente estava uma mulher séria e de postura ameaçadora e que parecia esperar por um ataque a qualquer momento.

- Eles estão vindo. - a mulher segurou no pulso da sobrinha, a puxando e a colocando atrás de si e recuando alguns passos até que Kaylee sentiu as suas costas baterem contra a parede de uma livraria que estava fechada enquanto o corpo de Winnie servia de escudo na sua frente.

- Quem está vindo? Quem são eles? - a jovem estava com o coração a mil por segundo e o fato da tia parecer uma fera acuada por todos os lados e prestes a defender com unhas e dentes a sua cria não a ajudava. Onde estavam os predadores? A única coisa que conseguia ver eram as silhuetas dos prédios e construções sob a luz amarelada das ruas que bruxuleavam por causa dos flocos de neve. O vento silvava, varrendo folhas de árvores secas , panfletos e poeira e então o som de outros sibilos chegou aos ouvidos de Kaylee.

Eram baixos, quase imperceptíveis, mas estavam lá. O som de solas de sapato contra o cimento, toques suaves e ligeiros, como pingos de chuva tocando o chão, e então vieram os borrões na escuridão e as sombras mexendo-se rapidamente seguidas pela mudança na direção do vento.

- Não. - Winnie fechou a mão sobre o pingente que sempre carregava no pescoço. - Eles não vão levá-la. - e Kaylee fechou os dedos nas costas do casaco da tia. E então eles surgiram, pouco a pouco. Manchas negras imaculando o branco da neve. Um, dois, três, quatro e cinco, formando um semicírculo em torno das duas como corvos anunciando um mau presságio.

- Jane, por favor. - Aro virou-se para a loira que fixou seu olhar rubi sobre Winifred e deu um sorriso de canto de boca macabro. Em um piscar de olhos a mulher encontrava-se de pé encarando os cinco em desafio, em outro estava caída no chão retorcendo-se e gritando de dor.

- Tia Winnie! - Kaylee correu ao socorro da tia mas foi bruscamente impedida quando um vulto pôs-se em seu caminho e seu corpo foi arremessado para longe. Fechou os olhos firmemente, esperando o impacto dolorido que seria contra o asfalto, mas este não veio, pois alguém a pegara no ar como se fosse uma boneca de pano e a prendeu com braços fortes contra um peito duro como pedra.

- Felix, eu apreciaria que você não agredisse mais desta maneira a nossa presa. - Aro o repreendeu enquanto lançava um olhar para a garota aprisionada firmemente pelos braços de Demetri. Kaylee ofegou ao ver que a criatura que repreendera o sujeito que a bateu a mirava com um sorriso embevecido e os olhos rubis brilhavam como chamas mesmo na escuridão da noite. A pele pálida refletia as luzes artificiais como um espelho, contrastando de maneira horrorosa e sombria com as roupas negras.

Vampiros. Foi o que veio na mente de Kaylee. E quando conseguiu respirar novamente, puxando o ar com força para dentro dos pulmões, o aroma de algo que fora limpo várias e várias vezes de maneira doentia, como os corredores antissépticos de um hospital, desceu queimando pela sua garganta. E então ela lembrou: foi o mesmo cheiro que sentiu na floresta quando foi atacada dias atrás em Forks.

Instintivamente debateu-se contra os dedos fortes de Demetri e o sorriso de Aro alargou-se, enquanto a passos leves ele se aproximou da garota e tocou com as pontas dos dígitos gelados o rosto dela, o que a fez soltar um silvo e recuar a cabeça para fugir de toda aquela frieza.

- Não tenha medo, não vou machucar você. - falou calmamente e Kaylee estreitou os olhos na direção dele e depois os desviou para a tia que havia parado de se contorcer sobre o asfalto frio e agora ofegava, com o corpo todo trêmulo tentando se erguer do chão enquanto a mirava com os olhos largos de pavor com um único pedido mudo neles: fuja.

Seria uma coisa simples de fazer se ela não estivesse bem presa por um morto-vivo que possuía uma força estrondosa para alguém que não tinha pulsação.

- Posso tocá-la? - a pergunta de Aro fez a atenção da garota retornar a ele.

- Como é? - sibilou, sacudindo-se contra Demetri apenas para testar até onde ia a firmeza de pulso dele e atestou que ia longe, pois o vampiro não havia nem flexionado os dedos com os seus movimentos.

- Quero ver o que se passa na sua mente. Sabe, como você eu também possuo um dom. Posso ler a mente das pessoas, mas para isto preciso tocá-la.

- Isto é ridículo e sem precisões. Não há como invadir a mente alheia usando apenas as ondas cerebrais. Ainda mais que no seu caso onde as ondas cerebrais são inexistentes. - quis morder a língua diante da própria ousadia. Aqui estava ela, cercada de vampiros, com Winnie sendo torturada, presa por um grandalhão, e a primeira coisa que fazia era ficar contradizendo as habilidades de um deles? Era pedir para morrer. Entretanto, em vez de uma morte rápida ou lenta e dolorosa, tudo o que conseguiu foi fazer o vampiro rir.

- Fascinante! Vamos criança, deixe-me ver. - novamente Aro estendeu a mão na direção dela e Kaylee recuou, apenas para Demetri forcá-la para frente e permitir que o outro vampiro pegasse em sua mão e a prendesse entre seus membros duros como mármore e gelados de igual maneira. A garota retesou todo o corpo e prendeu o ar, esperando pelo pior, esperando que ele visse cada segundo de sua vida, isto se ele realmente fosse capaz de fazer o que disse que fazia, mas depois de um minuto Aro a soltou e recuou com o mesmo sorriso embevecido de antes e um brilho intrigado nos olhos vermelhos.

- O que foi? Desapontado? Eu sei, sou adolescente, a minha vida não é tão fascinante assim.

- Pelo contrário. A sua mente é surpreendente, tão surpreendente que é impenetrável. - rebateu com espanto. - Vamos levá-la.

- NÃO! - veio o grito de Winnie e em segundos ela estava de pé e projetando-se na direção de Aro. Jane virou-se como um raio na direção da mulher, pronta para pará-la, mas mais uma vez Winifred fechou os dedos sobre o pingente em seu pescoço e um tropeço de palavras sem sentindo em uma língua que Kaylee não reconheceu saíram da boca da mulher e então a vampira adolescente e loira encontrava-se longe, chocando-se contra uma cerca de ferro e a derrubando no processo.

Kaylee sentiu o aperto de Demetri sumir de seus braços e quando olhou por cima do ombro o vampiro fazia um voo raso até um carro estacionado, o arrebentando no processo e disparando o seu alarme. Felix reagiu, pulando na direção da adolescente para assumir o lugar do outro guarda, mas surpreendentemente ele havia congelado no ar, como se tivessem dado pausa em pleno salto dele. A única indicação de que ele ainda estava consciente era que as suas íris vermelhas mexiam freneticamente, rodando a sua volta como se querendo compreender o que estava acontecendo.

- Kaylee... Corra! - Winifred ordenou e Kaylee hesitou. Aro desapareceu em um borrão da sua frente e em um piscar de olhos estava em frente a sua tia, desferindo um tapa estalado no rosto dela que a arremessou contra a vitrine da livraria.

- Winnie... - a garota deu um passo a frente na intenção de socorrê-la, mas Alec pôs-se em seu caminho, os caninos amostra em ameaça a fazendo recuar automaticamente. Viu por sobre o ombro do rapaz Aro pular dentro da vitrine quebrada e recolher algo de lá. Segundos depois ele retornou com uma Winifred sendo trazida pela pescoço e que se debatia enquanto soltava impropérios em inglês e em outras línguas que conhecia. Mais uma vez ela soltou algo entre os dentes no mesmo dialeto de antes:

- Mandi amria tu mulo beng. - Aro rosnou e a arremessou longe, o que fez Kaylee ofegar pois ao ver Winifred chocar-se contra uma parede de concreto pôde jurar que ouviu boa parte dos ossos dela se partirem.

- Jane. - o vampiro ordenou e Jane que ainda estava meio cambaleante sorriu de canto de boca para o homem e mirou seus olhos vermelhos gélidos na mulher caída que prontamente começou a gritar horrores e a se retorcer de maneira não natural para o corpo humano.

- Tia Winnie! - Kaylee gritou desesperada, pois quase podia sentir a dor dela, e moveu-se mais uma vez para ir ao seu socorro, mas Alec novamente colocou-se em seu caminho.

- Jane, termine com ela. Vocês todos, vamos embora! Demetri, traga a menina. - novamente Kaylee sentiu as mãos se fecharem firmemente em seus braços e desesperada começou a se debater contra o seu captor. Sua tia estava sofrendo, precisava de ajuda e não a deixaria sozinha com aqueles sangue-sugas. Os gritos dela ecoavam por toda a rua, o que surpreendia a garota por ainda não ter chamado a atenção de ninguém, podia sentir só nos berros de dor o quanto a estavam torturando e se continuasse assim ela não aguentaria muito tempo.

- Tia Winnie... - lágrimas correram de seus olhos enquanto ela ainda tentava desesperadamente se soltar, seus gritos sobrepondo-se aos gritos da mulher mais velha.

- Jane pare de brincar e ande logo. - Aro ordenou irritado. Jane estava frustrada desde a batalha contra os Cullen e estava descontando isto na mulher a qual torturava. O problema era que eles não tinham tempo e queria voltar para Volterra logo, pois não suportava mais ficar naquele país tão pouco civilizado.

- Claro. - respondeu Jane fria e Winnie parou de gritar quando a dor cessou de seu corpo, seus olhos lacrimosos miraram o rosto pálido e sem expressão de Jane sobre si, passando pela figura da garota e indo para Kaylee ao longe ainda presa nos braços de Demetri e que tentava a todo custo soltar-se do vampiro para ir ao seu socorro. Esticou uma mão na direção dela, como se tentando alcançá-la e um grito morreu em sua garganta quando a sola da bota da vampira esmagou todos os ossos de seus dedos.

- WINNIE! - o grito desesperado de Kaylee zumbiu em seus ouvidos e ela sentiu um aperto no peito. Não havia conseguido protegê-la, não havia conseguido nem ganhar tempo. Eles iriam levá-la e não havia nada que poderia fazer. Fechou os olhos, abaixando a cabeça em um gesto derrotado e envergonhado, pois havia falhado, e esperou a dor que seria a sua morte na mão daquela vampira vir. Jane sorriu de maneira macabra ao ver a entrega da mulher e ergueu a mão em formato de garra. Seria deselegante e completamente contra o seu estilo executar a humana daquela maneira, mas estava irritada e alguém deveria pagar o preço.

E então, quando a sua mão desceu para encerrar aquela história, algo chocou-se contra o seu corpo e a vampira viu-se de costas no chão mirando um focinho alongado e de caninos enormes que salivava de maneira perigosa. Recuperando-se do susto ela chutou o lobo para longe de si e afastou-se em um pulo, rodando os olhos ao seu redor para avaliar melhor o que estava acontecendo e amaldiçoou ainda mais aquele dia. Os Cullen tinham aparecido e aparentemente com a maldita alcateia junto com eles. Que porcaria!


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Notas finais do capítulo

"Mandi amria tu mulo beng."
Significado: "Eu te amaldiçoo demônio.", ou algo próximo.