El Aáiun escrita por Maxlin, Tadewi


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, sei que demorei demais para publicar o restante dos capitulos mas compreendam criar uma história boa é bem dificil principalmente quando tem vestibular chegando e que trabalha muito XD bem, a questão é que estou de volta e El Aáiun está magnificaa, sério, não é porque é minha história não, ela está incrivel, confere e verão, e as musicas de fundo colocarei depois ok??? Bewm vindos ao mundo de El Aáiun.



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- Seja quem for você, por favor, não atire!

Victória levantou as mãos, apavorada. Ela bem que sentiu algo de ruim quando entrou naquele castelo, uma sensação de estar sendo seguida.

Ela sentiu o estranho rodeá-la e parar na sua frente. Ele tinha olhos verdes, profundos e cabelos castanho-escuros. Era alto e forte. Um belo homem, tirando o fato de estar apontando uma arma para ela.

- Me dê uma boa razão para não atirar!

Thony se fazia de grosso, mas se encantou com a mulher à sua frente. Tinha longos cabelos ruivos e olhos castanhos. Realmente era uma bela jovem.

- Vamos, me responda! –Thony disse em tom severo.

- Me dê uma razão para atirar, então! –ela desafiou-o.

- Agora não é hora para jogos –Thony retrucou sério e impaciente –o que está fazendo aqui?

- Eu sou arqueóloga, estava fazendo umas escavações em Israel e achei pistas que me trouxeram até a Grécia, então pensei em investigar o castelo...

- A senhorita trabalha para Thaúr Rossori?

- Meu senhor, eu nunca ouvi esse nome antes –Victória respondeu irritada e irônica.

Thony abriu um largo sorriso.

- Sabia que a senhorita fica muito bonita irritada desse jeito? –ele disse guardando a arma.

Victória fechou os olhos e apertou os pulsos. Ela simplesmente odiava quando Andrew ou qualquer outro lhe dizia aquilo. Observou o homem guardando a arma.

- Como pode realmente saber que não trabalho para esse tal de Rossori?

- Por que até agora eu só me deparei com homens trabalhando para ele...

- Será que se importa em me dizer o seu nome?

- Sou Anthony Mandrak. E a senhorita? Como se chama?

- Victória Conelly –ela se aproximou e apertou a mão dele –e, por favor, me chame de “você”. Eu odeio esse negócio de “senhorita”...

- Prazer em conhecê-la –Thony disse beijando a mão dela –pode me chamar de Thony.

Victória não pôde deixar de sorrir. Thony era um homem muito educado. Mas já estava se intimidando demais para um primeiro encontro. Ela soltou a mão dele, meio envergonhada.

- Peço desculpas. Tenho pouco tempo e preciso saber o que veio fazer em minha propriedade –Thony disse sério.

Ele levou Victória até o andar inferior e eles sentaram-se em uma grande sala com lareira e dois sofás pretos. Ela narrou os detalhes para ele, desde as escavações em Jerusalém até a chegada na Grécia. Thony ouvia tudo com atenção, se interessando cada vez mais a cada palavra de Victória.

- Realmente interessante, mas peço que você se retire agora –Thony disse agitado, tentando ser o mais educado possível –estou sendo perseguido por pessoas perigosas, algo de extremo sigilo que não posso explicar. Volte amanhã à tarde, estarei aqui e lhe mostrarei o que quiser...

- Pessoas perigosas? –Victória perguntou espantada, levantando-se –bom, suponho que seja melhor que eu vá mesmo. Você deve ser realmente muito perseguido, afinal com tanto dinheiro assim –ela comentou olhando em volta, vendo os móveis luxuosos.

- É uma história complicada. E lhe garanto que todo esse dinheiro só me trouxe infelicidade...

Thony se levantou e suspirou.

- Peço-lhe desculpas novamente, mas preciso arrumar minhas malas. Não ficarei mais aqui...

Ele despediu-se de Victória e subiu as longas escadas de mármore.

Ela, por sua vez, saiu do castelo um tanto apreensiva e estupefata. Tudo aconteceu muito rápido para tão pouco tempo. Ainda estava escuro apesar dos primeiros vestígios de sol. Ela chamou um táxi pelo celular e voltou para o hotel, pensando em tudo o que ouviu e viu naquele castelo.

Thony observou Victória se afastando. Talvez ela fosse útil em alguma coisa, mas ele não poderia contar-lhe nada, o que tornava as coisas mais difíceis.

Ele arrumou suas malas, os equipamentos de trabalho e pegou dois celulares. Pegaria um táxi até o aeroporto para esperar por Natany e de lá seguiriam para um hotel. Não era mais seguro ficar naquele castelo. Thony só queria ver a reação da amiga quando soubesse o que estava acontecendo.

Em dez minutos ele entrava no saguão deserto do aeroporto. Ouviu, ao longe, as turbinas de um avião sendo desligadas. Ele foi ao portão de desembarque e Natany apareceu arrastando uma mala de rodinhas, segurando um casaco no braço esquerdo.

Ela tinha uma expressão sonolenta e intrigada no rosto. Quando viu Thony, correu ao seu encontro.

- Olá, como vai? –ela abraçou-o sorrindo, mas depois se afastou encarando-o com repreensão –espero que tenha uma boa explicação para me tirar da minha cama, Sr. Mandrak...

- Digamos que posso ser bem convincente –ele disse sarcástico –agora vamos para um hotel. Meu castelo não é mais seguro...

Thony e Natany saíram do aeroporto e foram para o hotel principal, no centro de Atenas. Não era luxuoso, mas confortável o suficiente para se passar um tempo indeterminado. Ele queria manter segredo absoluto sobre sua volta para Atenas.

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Victória estava tonta. Ela acordou com uma dor de cabeça terrível. Não dormira muito bem. Pegou o relógio na mesa de cabeceira: dez da manhã. Seus colegas já deviam estar procurando por ela. Victória se levantou, foi até a mesa perto da janela e pegou seu celular. Como ela esperava haviam muitas ligações não atendidas. Resolveu tomar um banho e descer para tomar café.

- Puxa, o que deu em você hoje? –Josh veio correndo até ela, preocupado.

- Bom dia para você também! –Victória sorriu sarcástica.

- Ok, ok! –Josh riu –de qualquer forma, estamos reunidos no restaurante do hotel para discutir o início das investigações naquele castelo...

- Ótimo, vamos...

Eles seguiram para a área do restaurante. Apesar de ser bonito, não era luxuoso. Várias pessoas estavam sentadas, conversando aos sussurros. Ao fundo, em uma mesa grande e redonda, os colegas de Victória seguravam papéis e canetas, conversando e rindo.

Victória se sentou e, enquanto tomava seu café, planejava o roteiro das investigações. Eles poderiam não encontrar nada no castelo, então já tinham muitos outros lugares onde procurar. Mas Victória sentia que havia algo de importante naquele castelo.

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Natany não pregara os olhos. Estava curiosa e impaciente demais para dormir. Levantou-se da cama, pegou o telefone e ligou para o quarto de Thony. Ela não esperava que ele atendesse tão rápido.

- Thony? Te acordei?

- Não, Natany... ainda não consegui dormir –ele suspirou.

- Nem eu... estou ansiosa demais. Será que posso ir até aí? Você ainda não me explicou toda a história.

- Claro, estou esperando –Thony disse desligando em seguida.

Natany subiu para o quarto do amigo e lá ele começou a contar sua história. Chegava a ser assustadora a forma com que Natany apenas ouvia, sem expressar qualquer reação. Thony contou todos os detalhes possíveis e mostrou a ela o medalhão e as roupas equipadas que John Glover lhe dera. Depois de tudo esclarecido, Natany chegou a uma conclusão:

- Thony, preste atenção, você tem que ter cuidado com as pessoas que não conhece. É perigoso, e digo isso por experiência própria. Olha, volte até o castelo, pode haver algo escondido lá que passou despercebido por você...

- Mas os policiais já revistaram tudo e não encontraram outras pistas...

- Nenhuma? Tem certeza?

- Bom, na verdade, meus pais deixaram um bilhete...

- Deixe-me ver então. Você tem ele aí?

- Tenho sim...

Thony se levantou e procurou entre seus pertences até achar o pedaço de papel. Entregou-o a Natany e ela leu atenta. Ele sentia uma espécie de ansiedade, como se a amiga fosse descobrir algo por trás daquelas palavras, afinal ela era uma criptógrafa experiente. Apesar de Thony duvidar que houvesse alguma mensagem escondida naquele bilhete, tudo era possível àquela altura...

********************************

Victória e seus colegas desceram dos carros carregando mochilas e equipamentos. Ela agora via os jardins bem cuidados do castelo, que na noite passada eram só uma massa negra. Eles entraram devagar no saguão silencioso.

- Deus do céu, esse castelo é enorme! –Andrew exclamou, e sua voz ecoou nas paredes.

- É, vamos ter muito trabalho por aqui –Josh comentou.

- Certo, pessoal, vamos nos dividir –Victória disse enquanto pendurava uma câmera fotográfica no pescoço –Andrew e Josh, vocês podem ir pela porta à esquerda. Eu vou pela outra. Jason, você vai subir e investigar tudo por lá. E lembrem-se: qualquer objeto ou papel estranho pode ser uma pista...

Eles se separaram. Victória foi até a porta que ficava à direita da escada de mármore. Ela tentou abri-la, mas estava trancada. Soltou um suspiro e pôs as mãos na cintura, olhando ao seu redor. Tinha que ter algo ali que a ajudasse a abrir aquela porta.

Então ela lembrou-se de uma pinça que sempre carregava na mochila. Pegou-a e enfiou na fechadura. Depois de muito tempo girando a pinça, ela ouviu o clique da porta se destrancando. Entrou devagar e fechou-a.

Era uma sala circular com o teto alto e janelas de caixilhos no estilo gótico. Tudo ali era uma mistura de grandes catedrais com os templos gregos. Os raios de sol entravam por todas as janelas e formavam diagonais perfeitas que se direcionavam a um único ponto no chão: um grande círculo negro desenhado no mármore branco. Victória imediatamente reconheceu as escritas dentro dele como o mesmo aramaico primitivo do manuscrito descoberto em Jerusalém.

Ela pegou a câmera e começou a tirar fotos de todos os ângulos daquela sala. Sentia que finalmente estavam chegando a algum lugar...

*****************************

Natany caiu na gargalhada. Aquele bilhete continha o código mais fácil de decifrar que ela já vira.

- O que há de engraçado? –Thony perguntou erguendo uma sobrancelha.

- Thony, isso é uma mensagem codificada. Sua família quis dizer algo muito importante, veja só –ela pegou uma caneta e começou a sublinhar as letras alternadamente.

Use-O com CuidadO,Não o pErca, essA será nOssa saLvação. Cuide-se bem.”

- Agora junte as letras destacadas –Natany disse.

- Você realmente acha que eu já não pensei nessa hipótese? –Thony perguntou frustrado –não faz sentindo nenhum, olha o que irá formar –ele pegou o papel da mão da amiga e escreveu:

OCONEAOL

- Essa não é uma palavra que se costuma ver nos dicionários, Natany. Já pesquisei em várias línguas e não tem tradução.

- Ainda está codificada. Seus pais devem ter embaralhado as letras.

- Será difícil achar a palavra certa. Quantas outras podemos formar com essas letras?

Em silêncio Natany pegou o papel novamente e, com uma fórmula matemática bem simples, foi agrupando os dados. Eram seis letras diferentes, três repetidas, ao todo eram oito. Ela fez os cálculos e chegou ao resultado.

- São exatamente 56 palavras.

- Tudo isso? –Thony arregalou os olhos.

- Será mais complicado do que pensei. Temos que investigar no seu castelo, acho que a resposta que queremos está lá.

- Tudo bem, vamos logo então.

Thony e Natany saíram apressados do hotel. Ele havia alugado um carro por telefone, que logo chegou. Não podia arriscar usando o próprio carro, já que devia ter sido sabotado.

Alguns minutos depois eles chegaram ao castelo e viram que não estavam sozinhos quando avistaram muitos carros estacionados em frente ao portão.

- Vejo que Victória e seus amigos já chegaram –Thony disse.

- Quem? –Natany indagou sem entender.

- Você irá conhecê-la...

Eles entraram no saguão, mas não havia ninguém.

Victória estava tão distraída que se assustou com o barulho da porta principal batendo. Será que Thony estava ali? Ela saiu para o saguão e confirmou sua suspeita: ele acabava de chegar acompanhado por uma mulher de cabelos e olhos castanhos.

- Olá Sr. Mandrak –Victória apertou a mão dele sorrindo –desculpe pela invasão, mas eu tenho um instinto investigativo incontrolável...

- Não tem problema! –Thony riu –eu também sofro disso, afinal sou caçador de relíquias. Bom, deixe-me apresentar: Natany Ousborne, minha amiga e criptógrafa. Naty, essa é Victória Conelly, arqueóloga, nos conhecemos ontem...

- Criptógrafa? Interessante –Victória apertou a mão de Natany –eu estudei criptografia por dois anos e me arrisco a decifrar alguns códigos.

- Ah, ótimo! –Natany sorriu simpática –então você poderá nos ajudar –ela tirou do bolso do casaco o bilhete entregando para Victória –veja, os pais de Thony deixaram isso. É uma mensagem com um código inscrito. Eu já descobri essa palavra, mas ela está escondida sob outro código.

Victória segurou o bilhete e leu atentamente, mas a palavra não tinha sentido nenhum.

OCONEAOL

- Fiz uma conta e descobri 56 palavras –Natany continuou –agora nos resta achar a verdadeira...

Enquanto Victória analisava os resultados, Thony percebeu que uma porta mais distante estava aberta. Ele sabia muito bem o que ela guardava e não gostou nada do que viu.

- O que pensa que está fazendo? –ele se virou de novo para Victória assumindo um tom irritado –eu não te dei o direito de abrir todas as portas do meu castelo!

Thony pronunciou as últimas palavras aos gritos, sem perceber. Ficou fora de si ao ver a Sala do Mestre aberta. Era assim que seu pai chamava aquele lugar. E só ele entrava lá, mais ninguém.

Thony veio a descobrir o interior daquela sala anos mais tarde, depois do desaparecimento de sua família. Ele ficou encantado com o lugar, os símbolos no chão, as janelas simetricamente posicionadas... resolveu trancá-la então, em respeito à memória de seu pai.

Agora alguém a invadiu sem a menor cerimônia...

- Pelo que eu me lembre, o senhor havia me dado total liberdade para fazer minhas investigações –Victória estava indignada e nervosa.

- Mas não dei liberdade de entrar em salas trancadas! –Thony retrucou –você não tem respeito?

- Vamos parar com essa discussão por favor? –Natany interrompeu impaciente –Srta. Conelly, espero que consiga decifrar essa palavra. Enquanto isso, Thony e eu subiremos para procurar alguma pista...

Victória olhou para ela incrédula e soltou uma risada irônica:

- Quer dizer que seu amigo grita comigo e você ainda quer que eu ajude a decifrar essa palavra? Eu tenho orgulho, sabe? Não vou aturar esses insultos, Sr. Mandrak! Eu e minha equipe estamos nos retirando do seu castelo agora mesmo!

Ela devolveu o papel para Natany e, com um olhar irritado para Thony, virou-se para sair. Mas parou ao sentir que ele a segurava pelo braço. Lançou outro olhar irritado para ele.

- Você entrou nisso de certa forma –ele sussurrou –e agora não pode sair... sua vida e de seus amigos dependem disso... –ele mostrou o bilhete sem desviar os olhos dos dela.

Victória ainda sentia a mão forte de Thony apertando seu braço, mas não o puxou. Olhava fundo naqueles olhos verdes, sem perceber a pouca distância que agora os separava. Era como se eles exercessem um tipo de fascínio nela. Agora dava para sentir a respiração quente dele em seu rosto...

Natany pigarreou e eles acordaram daquele torpor repentino. Thony soltou o braço de Victória e ela se afastou, sentindo seu rosto corar.

- Desculpe –ele sussurrou.

Ela não disse nada, mas estava se sentindo muito desconfortável. Então encontrou uma válvula de escape para aquela situação.

- Mas... por que você disse que a minha vida e dos meus amigos depende disso? –ela tentou agir indiferente ao que aconteceu.

- Por que os bandidos que estão atrás de mim possivelmente irão seguir vocês agora –Thony respondeu sério tirando o medalhão de dentro da camisa e olhando-o –tudo por causa disso –ele sussurrou para si.

Victória, ainda desconcertada, olhou para o lado e viu toda sua equipe ali, todos com um ar intrigado. Provavelmente ouviram os gritos de Thony. Ela se assustou quando, de repente, Josh se adiantou puxando algo do pescoço e exclamando:

- Espera, eu tenho um também!

- O quê? –Victória deixou-se exclamar, olhando para ele surpresa.

- Meus pais me deram quando eu ainda era criança –ele dizia olhando para o medalhão em suas mãos.

Thony sentia que o chão sob seus pés desaparecia. As coisas estavam evoluindo muito mais rápidas do que ele previra.

- Você é Josh Farrell? –ele perguntou.

- Sim, sou eu –Josh respondeu desconfiado –como sabe meu nome?

- Eu precisava te encontrar. Vamos subir e, enquanto a Srta. Conelly e Natany tentam decifrar esse bilhete, eu vou contar toda a história. Você irá entender...

Victória estava tão confusa e perdida que nem tentou protestar. Apenas subiu com Thony, Natany e sua equipe, tentando imaginar que história era aquela. Aparentemente, Anthony Mandrak era mais misterioso do que ela pensara...


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