El Aáiun escrita por Maxlin, Tadewi


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Pra quem não entendeu, minha história baseia em divisão de tempo chamado de Time Parceled, são muito usados pelos grandes autores para deixar um suspense maior no capítulo passado e assim sussecivamente.



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Jerusalém, Israel 16:50h
Nada além de um grande horizonte de areia e calor. Tendas brancas abrigando computadores de alta tecnologia estavam posicionados em pontos estratégicos. Uma mulher alta, cabelos ruivos presos e grandes olhos castanhos observava tudo atentamente pela tela de um dos computadores. Seus colegas de trabalho haviam acabado de descobrir uma área onde poderia estar escondido o que eles tanto procuravam.

- Conelly, venha aqui!

Victória Conelly correu até onde três de seus amigos estavam ajoelhados. Eles haviam cavado um grande buraco na areia que agora revelava uma espécie de túnel.

- Acho que agora estamos no caminho certo, Vicky – disse seu amigo Andrew Dickenson.
- Também acho. Josh, pegue duas lanternas e material para recolher o manuscrito. Andrew e eu vamos descer…

Josh Farrel, o outro escavador, correu até um dos trailers que estavam mais distantes e, alguns minutos depois, voltou com duas mochilas e aparelhos de identificação à distância. Victória olhou-o com as sobrancelhas erguidas.

- Por precaução – disse Josh meio ofendido – não sabemos onde esse túnel vai dar. E se vocês se perderem?

Victória deu um sorrisinho enquanto colocava a mochila nas costas. Ela e Andrew amarraram cordas na cintura e desceram pelo buraco.

- Estaremos de volta assim que encontrarmos o manuscrito. Se algo ruim acontecer acionaremos um alarme e vocês puxam as cordas, ok? Nos desejem sorte…

Victória acendeu a lanterna e iluminou o caminho à sua frente. Parecia não ter mais fim. Ela fez um sinal para Andrew e os dois avançaram para o escuro. Era incrível como a temperatura ali estava baixa, uma vez que o túnel ficava debaixo da areia escaldante.

Mas a adrenalina que Victória sentia era suficiente para deixá-la aquecida. Há três meses aquele trabalho aparecera para ela. Segundo pesquisas de alguns dos arqueólogos mais experientes, havia um antigo manuscrito escondido sob as areias de Jerusalém. Era um pergaminho que supostamente fora escrito por um morador daquela cidade. Esse pergaminho era da época em que Jesus Cristo ainda era um humilde carpinteiro. Agora todos estavam curiosos para saber o conteúdo daquele pedaço de papel.

- AHHH!!!

Victória se virou assustada. Andrew soltara um grito agudo de dor. Ela correu de volta até ele.

- O que foi, Andy? Você está bem?
- Essa parede cortou meu braço!

Ela colocou o feixe de luz da lanterna no braço do amigo e viu um grande corte que sangrava. Depois examinou as paredes. Viu que todas elas eram feitas com pedras pontiagudas, verdadeiras lâminas.

- É melhor termos cuidado – disse Victória amarrando um lenço no braço de Andrew – vamos continuar…

Eles seguiram um longo caminho, cheio de curvas. Victória não acreditava no tamanho daquilo, devia ser algo muito importante.

Finalmente chegaram a uma sala circular cheia de pilastras baixas e rachadas. Havia um pequeno baú de madeira em cima de um pedestal no centro da sala. Victória se aproximou com cuidado, afinal aquelas estruturas pareciam ter milhares de anos e estavam frágeis. Ela iluminou a caixinha e soprou o pó dela. Andrew parou ao seu lado parecendo fascinado.

- Cuidado! – ele disse – o pergaminho pode se desintegrar…
- Acha que não vim preparada?

Victória abriu a mochila e tirou de lá uma espécie de pinça gigante. Depois abriu o baú com todo cuidado. O cheiro de pó e mofo fez Andrew tossir. Ela observou dentro da caixa e viu um pergaminho enrolado e, incrivelmente, em perfeito estado. Victória sentiu seus olhos brilharem. Sim, o resultado de meses de procura estava em suas mãos!

Ela tirou o pergaminho da caixa com a pinça e desenrolou-o devagar. Uma seqüência de símbolos se revelava à medida que Andrew passava o feixe de luz da lanterna no papel. Victória não sabia que língua era, talvez aramaico ou outra falada mais recentemente em Israel.

- Andy, cadê a caixa de vidro?

Ele tirou da mochila uma caixa retangular de espessura fina. Victória colocou o pergaminho dentro dela e Andrew fechou-a com um estalo.

- Vamos levar isso para o pessoal da área de tradução. Eles poderão nos dizer o que significa…

Porém, quando Victória pôs a caixa de vidro na mochila, o chão sob seus pés começou a tremer. As pilastras balançavam ameaçadoras. Do teto começaram a se desprender pedras. Ela e Andrew tiveram um momento de total paralisia. Então, num ato instintivo, ele gritou:

- CORRA!

Ele agarrou Victória pelo braço e arrastou-a para o longo túnel. O caminho não ficava muito nítido porque eles corriam e as lanternas não iluminavam bem o chão. Victória perdeu o equilíbrio e seu corpo colidiu com a parede. Ela sentiu sua perna e braço direitos queimarem de dor, o sangue encharcando suas roupas. Ela fraquejou e caiu de joelhos, apavorada, sentindo o chão tremer cada vez mais.

- Anda, Vicky, já estamos chegando!

Andrew apoiou Victória nos ombros e tentou correr, mas o peso do corpo dela dificultava as coisas. Ela percebeu e se soltou dele, mancando e apertando o braço machucado.

Victória pegou o aparelho de identificação na cintura e tentou se comunicar com o pessoal lá em cima, mas tudo que ouvia era a estática.

- Péssima hora para esse maldito aparelho estragar! – ela gritou numa espécie de ironia desesperada.

Uma pedra grande se desprendeu da parede e veio em direção aos dois. Victória gritou e desviou. Andrew se jogou para frente e eles continuaram correndo. A luz do sol já estava nítida. Quando chegaram ao fim do túnel foram imediatamente puxados pela corda.

Assim que Andrew e Victória saíram, uma imensa nuvem de poeira se ergueu do túnel junto com fragmentos de pedra. Eles se abaixaram para se proteger. Depois que tudo passou, Victória ficou deitada na areia, ofegante, tentando se recuperar do susto.

- Por Deus! O que foi isso? – Josh vinha correndo na direção dos dois.
- Eu não sei – Andrew respondeu ofegante – achamos o manuscrito, mas de repente tudo começou a desabar…

Victória sentia o mundo rodar. Seu corpo doía e sua visão escurecia lentamente. As vozes à sua volta não eram nada além de barulhos que feriam seus ouvidos e martelavam sua cabeça. Ela sentiu alguém tirando a mochila de suas costas e, logo em seguida, ergueram-na nos braços e a levaram, para onde, ela não via…

Ela estava se sentindo estranha, como se tivesse sido entorpecida por alguma droga ou substância forte. Seu cérebro paralisava aos poucos. Então, ela não viu mais nada…

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