Além da Coragem - Livro 3 escrita por Nala_Ellenika


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Muito bem, pessoal!!! Hj começaremos a fase Inferno da saga de Hades!!! E eu tô muitíssimo a fim de trucidar muitos espectros depois do q fizeram c/ o meu aniki... T_T Se eu encontrar aquele maldito Radamanthys na minha frente... ò.ó
Enfim... Vamos ao primeiro capítulo da fase ù.ú



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Atravessando o Aqueronte:


Um par de olhos se abre na escuridão do local, a estatueta ainda em suas mãos, ouve uma voz conhecida.

- Seiya!

- Hum...? Shun? Onde estamos?

- Seiya, então você conseguiu despertar inconscientemente o Arayashiki, e chegou vivo ao Mundo dos Mortos?

- Arayashiki...? Do que ce ta falando?

Foi tão impulsivo em se atirar no poço, que sequer tivera a oportunidade de ouvir as explicações de Dohko. Shun teve de dizer cada detalhe, enquanto andavam sempre em frente. Encontram um arco de pedra trabalhada, um portal de entrada para o Submundo. Em sua parte superior, palavras em grego clássico, as quais Andrômeda traduzia como se fosse seu primeiro idioma: "Aquele que por aqui passar, deixa para trás toda a esperança".

- Quer dizer que temos que abandonar todas as nossas esperanças? Mas isso é horrível...

- Ei, Shun, nós somos os Cavaleiros da esperança, lembra? Não a deixaremos para trás nunca. Certo?

Acenou positivamente, seguindo com seu amigo. Mais adiante, uma margem se avistava, e tão grande era a quantidade de água, sem que pudessem ver o lado oposto, que Pégaso pensou ser um mar. Foi Shun, porém, quem percebeu o fluxo, que criava uma corrente para um único lado, paralelo à linha da margem, era um imenso rio.

Seiya olha para os lados, uma visão sombria é a única que se pode ter neste mundo, mas nada comparável às imagens que chegavam aos seus olhos. Milhares de pessoas, sem roupas, largadas como doentes e fracos, erguiam as mãos para cima, ou aos olhos, que não mais tinham lágrimas para derramar, e suplicavam, em voz chorosa, sem serem atendidos, num murmúrio de lamento que gelava os ossos. Mas ainda que tentasse chamar por eles, não podiam ouvir o Cavaleiro, que mantinha os olhos sem piscar, numa expressão embasbacada.

- Essas são as almas de pessoas que viveram suas vidas sem sentido...

A voz vinha do interior do rio, um homem se aproximava numa canoa. Remava rumo à margem, vestindo uma Surplice cujo capacete escondia-lhe os olhos, e continua a falar, como se não fosse de pessoas, mas de coisas sem importância, se divertindo com o sofrimento alheio.

- As pessoas que nada fizeram de bom ou ruim em suas vidas não podem ir para o paraíso nem para o inferno. Por isso ficam presas a esta margem do Aqueronte... Por toda a eternidade.

- Quem é esse cara? – pergunta Seiya, com uma sobrancelha arqueada.

- Eu sou Caronte, de Aqueronte, o Espectro que guia os mortos por este rio até a outra margem.

- O barqueiro do inferno? Ótimo, então nos levará para o outro lado.

- Como quiser... Mas... Vocês têm dinheiro?

- Como é?

- Temos que pagar para atravessar? – pergunta Shun.

- Claro! Não querem que os leve de graça, não é?

O impulsivo Pégaso se irrita, avançando contra o homem, obrigando-o a se desviar o mais rápido possível. O garoto está até as canelas de água, e seus olhos brilham furiosos para o inimigo.

- Você acha mesmo que vamos te pagar? Ou leva a gente por bem, ou vai levar a força.

Não passa despercebida a capacidade de livre ação daquele garoto, enquanto todos os outros mortos não tinham força alguma quando ali chegavam. "Quem são vocês?" pergunta com espanto o adversário.

- Somos Cavaleiros de Atena! Eu sou Seiya, de Pégaso!

- E eu sou Shun, de Andrômeda.

- Cavaleiros de Atena...? Então conseguiram chegar vivos aqui?

Mas o garoto que já o atacara não está disposto a conversar, e prepara-se novamente para o combate. É, porém, impedido antes que avance.

- Espere, Seiya!

Shun se aproxima, retirando de baixo da armadura um colar. O pingente que erguia era um pentagrama, com uma inscrição no centro: "Ever Yours" – "Eternamente Seu". Colocou-o nas mãos de Caronte.

- Ikki diz que esta foi a única lembrança deixada por nossa mãe...

- Shun... Não pode dar a ele algo tão valioso!

- Tudo bem... Se for evitar uma luta. Isto é o suficiente para nos levar?

- Oooh... Isso é ouro! Esta bem, moleques, entrem.

A travessia parecia durar a eternidade, principalmente com o Espectro alegremente cantarolando algo sinistro. Seiya está impaciente como uma criança, mas fica ainda mais inquieto ao ouvir do barqueiro que estavam apenas na metade do caminho.

- Ainda na metade?

- Sim... Esta é a parte mais fria e funda do rio. E é aqui que você desce!

- Aaaaaahhhhh!

Seiya é atirado longe pelo remo de Caronte. Puxado por inúmeros mortos que tentaram atravessar, sem êxito, a nado, se vê prestes a se afogar.

- Hehehe, o pingente de seu amigo é bastante valioso, mas não é o suficiente para levar você, que não pagou nada.

O tilintar das correntes transcorre o ar e o braço do Cavaleiro é preso, enquanto Andrômeda sente as investidas contra si. Com seu remo, o inimigo tenta, em vão, fazê-lo soltar o amigo, mas ele insiste em trazê-lo de volta. A primeira atitude do garoto ao subir a bordo? Claro, tentar atacar o inimigo.

O "Remo Giratório" de Caronte é ágil o bastante para defender todos os meteoros de Seiya, mas não por muito tempo. É ele, agora, quem é puxado para o fundo do Aqueronte pelos mortos.

- Socorro! Ei... Me salvem!

- Ha! Quem é que está encrencado agora?

- Idiotas! Ninguém conhece esse rio como eu. Se não me tirarem daqui, ficarão perdidos para sempre. Me ajudem, eu prometo levá-los à outra margem!

Era arriscado, mas como Shun dizia, eram obrigados a confiar nele, caso contrário, nunca sairiam dali. Com suas correntes, o rapaz o tira da água.

- Obrigado. – e virando-se para Seiya – Ei, moleque, me dê o remo.

- ... – ainda estava desconfiado, com a arma inimiga nas mãos.

- O que foi? Quer ou não que os leve à outra margem?

Ainda que contrariado, devolve a ele o que pedia, mas como já esperava, o que recebe em troca é um golpe direto do Espectro. Seiya se defende.

- Ingênuos! Vocês nunca deveriam acreditar no inimigo.

- Eu já esperava que fosse fazer isso! Agora não vou soltar esse remo por nada. Sem essa arma, você não pode nos ameaçar.

- Hum... Você acha que o remo é minha única arma?

Ele solta o remo, tomando posição para um ataque desarmado, seu cosmo se eleva e uma esfera de energia púrpura sombria surge à sua frente, avançando indefensável na direção de Seiya.

- "REDEMOINHO ESMAGADOR!"

- Aaaaaahhhhh!

O garoto está, mais uma vez, na água, congelando até os ossos, sendo tragado para o fundo. O remo direciona-se para Shun, barrado pela defesa de suas correntes, mas Caronte ainda tenta forçar para que as mãos do garoto cedessem.

Andrômeda se vê atacado e, ainda assim, seus olhos se fixam nos do inimigo com uma essência de pureza única, uma nobreza suprema, uma profundidade inexplicável, nunca vista antes pelo Espectro. Ele se afasta, ainda confuso, sem encontrar forças para terminar seu serviço.

- Ah... Desisto. Nunca vi olhos como os seus, as pessoas que chegam aqui sempre possuem algo de sombrio em seus olhares, mas os seus, mostram alguém que, com certeza, seria dos poucos merecedores do Elíseos.

- Elíseos...?

- Sim, ao norte do rio Aqueronte, próximo ao rio Lethé, é onde se encontram os sagrados campos Elíseos, é o paraíso, mais perfeito que qualquer outro lugar no universo. Mas eu nunca vi este lugar, só os escolhidos dos Deuses podem chegar até lá.

Que lugar seria este, tão perfeito, num mundo tão sombrio? Era o que Shun se perguntava, enquanto Caronte pensava ainda que aura nobre seria aquela que o inimigo de seu imperador, Hades, carregava.

Seiya desperta, está no barco, ao lado de Shun, e o barqueiro segue o caminho, remando. Levanta-se exaltado, ainda sem saber o que se passava por ali. Mas o amigo o impede, Caronte finalmente decidira levá-los até o outro leito do rio.

- Hum... Agradeça ao seu amigo por estar vivo, moleque. Foi o olhar dele que me fez deixá-lo te salvar.

- O que prova que posso confiar em você?

- É verdade, Seiya. Veja, ele até devolveu meu medalhão...

- Mas preste atenção, moleque. Eu os levarei até o outro lado, mas chegando lá terão de me enfrentar.

- Ha... Não se preocupe, eu não fujo de uma batalha!

O garoto cerra o punho, em frente ao busto, como se o mostrasse ao inimigo, em sinal de que a luta seria certa, com o sorriso confiante de sempre e os olhos fervilhando.

O Mundo dos mortos era bastante grande. Teriam de passar pela 1ª Prisão, a Mansão do Juízo, e depois por outras sete Prisões. Só depois chegariam à Giudecca, onde se encontrava o palácio de Hades. Por toda parte, Espectros aguardariam os invasores, e teriam de ser combatidos. Cerca de 20 foram vistos por Mu quando ainda estavam nas doze casas, além de Niobe, Myu, Laime e Zelos. Eram 108 no total, teríamos ainda de enfrentar cerca de 84 deles.

Os garotos desembarcam, sua meta é ir, o mais rápido possível, para a Primeira Prisão, mas Caronte os impede.

- Ei, moleques, não estão esquecendo nada? Eu os trouxe como disse, mas eu também disse que teriam de me enfrentar quando chegássemos.

- Ora, não seja por isso... Estou pronto, Caronte!

- Seiya...

- Shun, se me acontecer alguma coisa, siga em frente sem se preocupar.

Entregou-lhe a armadura de Atena e tomou posição de combate. Seus meteoros são lançados, mas não ultrapassam a defesa inimiga, o contra ataque vem com o mais poderoso golpe do Espectro, lançando longe o Cavaleiro. Mas nosso amigo não chegou até o oitavo sentido se deixando derrubar sem se erguer em seguida. Prepara-se novamente, e o mesmo ataque vem em sua direção. Grande erro de Caronte, como se diz, uma mesma técnica não funciona duas vezes com um mesmo Cavaleiro, e o "Cometa de Pégaso" o atravessou. Mesmo voando direto para o chão com a energia do golpe, só teve arranhões, enquanto o inimigo, completamente sobrepujado, desaba dentro de seu barco, e sai flutuando a esmo pelo Aqueronte. Sorte dele conhecer bem o rio...


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Notas finais do capítulo

É isso aí! Seiya trucidou facilmente o horroroso do Caronte xD Bem feito p/ ele u.u Mas agora temos as prisões à frente. O q será q os espera em cada uma deles? E como os outros Cavs chegarão ao outro lado do Aqueronte?
Vamos ao próximo capítulo!



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