Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 6
Tipo Sanguíneo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vocês estão?
Pelo título desse capítulo já deu para perceber que o lado desastrado da Bella irá aparecer.



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Capítulo 6- Tipo Sanguíneo.

 

Antes que Edward pudesse ter qualquer tipo de reação ao meu breve discurso, a professora entrou na sala. Por que as pessoas sempre tinham que interromper momentos decisivos na vida dos outros?

Eu , que já estava frustrada com a minha situação com o Edward, assim permaneci. Já que o mesmo pareceu ignorar perfeitamente as minhas palavras, e assim que o sinal tocou, ele saiu em disparada.

De qualquer forma, o meu recado já estava dado.

No corredor, eu vi uma Alice, visivelmente preocupada vindo na minha direção.

“Alice?” Perguntei assustada. Ela parecia que tinha visto um fantasma.

“Você discutiu com o Edward?” Ela perguntou um tanto desesperada. E eu não entendia o porquê daquilo.

“Eu não chamaria aquilo de discutir...Foi mais uma conversa unilateral. Como você soube disso?” Eu sequer havia notado que alguém na sala havia presenciado o meu pequeno ‘momento’ com ele.

“A fofoca chegou aos ouvidos da Jessica. E ela já está espalhando pela escola toda, e pelo visto esta distorcendo a história também.” Alice dizia com raiva. Eu não entendia como as pessoas poderiam ser assim. O que ela ganhava por espalhar mentiras? Credibilidade que não era.

“Qual é o problema dessa garota?” Perguntei, começando a ficar irritada.

“O problema? Ela nasceu.” Alice disse mais alto que o habitual. ” Mas a melhor coisa a fazer é fugir do Jasper.” Ela completou, olhando em volta como se estivesse procurando alguém.

“Por que?” Franzi o cenho, enquanto esperava por sua resposta.

“Acho melhor você não ficar aqui para descobrir. Eu vou atrás dele.” Ela fez um gesto par que eu saísse dali, e logo depois desapareceu no meio da multidão de alunos.

Algo me dizia que eu não deveria contrariar a Alice. Fui o mais rápido possível até o meu armário, na esperança de não me deparar com o Jasper. Eu acabei sendo bem sucedida nesta tarefa,  mas é da Bella Azarada Swan que estamos falando. Era claro que nada iria sair do jeito que eu queria.

“Bella!” A voz fria de Jasper ecoou atrás de mim, assim que alcancei o estacionamento da escola.

“Oi Jazz.” Cumprimentei-o o mais sonsa possível. De repente se eu fingisse não saber de nada, eu escaparia dessa.

“Você discutiu com o Edward?” Ele perguntou, ainda frio.

“Não necessariamente.” Desconversei. Entretanto, eu não estava mentindo. Eu não poderia chamar aquilo de discussão.

“Bella!” Ele disse num tom repreensivo.

“Mas não foi uma discussão. Eu esbarrei nele, ele agiu como sempre e eu só falei para ele que ele não iria se livrar tão fácil de mim.” Suspirei ao final da frase.

“Você não deveria ter agido assim.” Ele disse, elevando um pouco mais a voz.

“E o que eu deveria ter feito? Ignorado ele assim como você, o Emmett, a Rosalie e até a Alice , às vezes o fazem?” Disse com raiva. Se ele queria me dar um sermão sobre como eu deveria agir com o Edward, eu também faria a mesma coisa.

“Bella não fale coisas que você não sabe.” Vi Jasper trincar a mandíbula, mas eu ignorei o sinal. Eu estava disposta a falar tudo o que estava me incomodando.

“Não sei? Eu convivo com vocês há um mês, e acho que sei muito bem o modo como ele é tratado.”

“Quem é você para julgar a atitude das pessoas? Você só está aqui há apenas um mês e acha que já pode tirar conclusões de uma situação que acontece há anos?” Eu já podia sentir meus olhos ficando molhados, mas eu estava lutando arduamente para que as lágrimas não caíssem.

 “Eu só estou tentando ajudar.” Minha voz saiu quebrada. Eu tentava manter minha pose de garota segura, mas eu não estava fazendo um bom trabalho.

“Ajudar como? Criticando a maneira como eu trato o meu irmão? Você não tem esse direito. Você não sabe o que passamos nos últimos anos.”  Embora eu não olha-se nos olhos dele, eu podia sentir na sua voz que Jasper também tentava sufocar suas emoções.

“Eu saberia se você me contasse.”  Disse, quando a primeira lágrima desceu dos meus olhos. Eu odiava ser tão transparente.

“Isso não lhe diz respeito.” Ele disse, ainda com raiva.

“É bom saber que você compartilha o mesmo humor do seu irmão.” Levantei meus olhos, apenas para encarar os olhos dele que pareciam duas safiras. Não pelo brilho, mas pela dureza que transmitiam. Eu continuei encarando-o, até que ele desviou o olhar.

“Quer saber? Eu vou embora. Não vou ficar aqui discutindo com você.”  Ele disse indo em direção ao seu carro.

“Ninguém está te impedindo.” Gritei para ele.

Olhei em volta, e pude ver uma pequena aglomeração formada. Ótimo, ainda continuaria sendo a fofoca do dia seguinte. No entanto, no meio da multidão, alguém me chamou atenção. Ele estava lá. Quanto da briga ele teria ouvido?

Saí dali desnorteada. Jasper fora a pessoa a quem eu mais me apeguei ali, depois da Alice, é claro. E agora eu tinha brigado com ele. Tudo por que eu não conseguia controlar a minha impulsividade. Eu odiava o controle que o Edward tinha sobre mim. Ou melhor, o descontrole que ele causava em mim.

Eu tentava entender como uma pessoa com a qual eu mal falava, e quando falava era uma verdadeira troca de insultos, podia exercer tanto poder sobre mim.

Por causa dele, eu havia brigado com o Jasper. E por causa da minha briga com o Jasper, eu estava voltando para casa completamente transtornada. Tanto que nem cheguei a ver o carro vindo na minha direção quando eu atravessei a rua.

                                                                                              ***

Eu podia ouvir vozes ao fundo, e também sentia minha cabeça incrivelmente pesada.

O que tinha acontecido?

O cheiro de éter invadia as minhas narinas, o que deixava meu estômago embrulhado.

Abri os olhos lentamente, piscando várias vezes, na tentativa de me adaptar à luz que incomodava meus olhos.

“Bella?” Olhei na direção da voz que me chamava, e vi o Dr. Cullen. Impecavelmente vestido em seu jaleco branco.

“Onde eu estou?” Perguntei, olhando ao redor.

“No hospital. Você foi atropelada. Você se lembra?” Naquele momento tudo veio a minha mente, em forma de flashes. Edward. Minha briga com Jasper. Um carro na minha direção.

“Acho que sim.” Murmurei ainda confusa.

“Felizmente, os estragos não foram grandes. Você tem algumas escoriações pelo corpo,  um tornozelo torcido, e um braço quebrado.” E isso porque ele dizia que os estragos não foram grandes. Mas aquilo não era nada fora do comum. Eu já havia até perdido as contas de quantas vezes eu havia sido engessada. “A radiografia também não mostrou nenhuma anormalidade na sua cabeça.” Carlisle completou. Claro que não! Minha anormalidade cerebral não pode ser constatada através de exames.

“Eu posso ir embora?” Perguntei ansiosa. Eu odiava hospitais, mesmo que visitando-os frequentemente .

“Vamos esperar seu pai chegar. Ele não deve demorar muito” Eu assenti com a cabeça, e Carlisle sorriu para mim, para logo depois sumir pela porta do quarto.

Não demorou muito até que meu pai entrasse apavorado no quarto.

“Bella, você está bem?” Ele perguntou preocupado.

“Tô inteira” Sorri. “O Dr. Cullen falou que apenas torci o tornozelo, e quebrei o braço.”

“Você quebrou o braço?” Ele perguntou quase que apavorado. Se Charlie tivesse presenciado  o auge da minha vida nos corredores da ala de ortopedia, com certeza a reação dele seria outra. “Você sabe quem fez isso?” Charlie perguntou, já assumindo sua posição de policial.

“Não. Eu apaguei, e só acordei no hospital.” Respondi.

Logo em seguida, o Dr. Cullen voltou ao meu quarto, com uma prancheta na mão.

“Charlie.” Ele cumprimentou meu pai.

“Carlisle, como ela está?”

“Bem. Só precisa de repouso, ficar duas semanas sem colocar o pé no chão e dos analgésicos que vou receitar.” Carlisle olhou para mim como que dizendo: Nem pense em me desobedecer, mocinha!

“Você sabe quem fez isso?” O policial Swan voltou à ação.

“Sim. O rapaz a trouxe até aqui. O nome dele é Tyler, acho que estuda na mesma escola que Bella. Pelo que ele disse, ela não olhou antes de atravessar, e ele não conseguiu frear a tempo.” Ótimo, agora por causa da minha estupidez para atravessar a rua, eu tinha colocado Tyler em uma encrenca.

“Onde ele está?” Meu pai perguntava agitado.

“Acredito que na delegacia, prestando depoimentos.” Carlisle era o completo oposto de Charlie, sempre permanecendo calmo.

“Ela já vai poder ir para casa?” Meu pai perguntou tudo o que eu queria saber.

“Sim. Mas eu estive pensando, se você concordar, é claro, eu acho que seria melhor se Bella ficasse lá em casa.” E Carlisle respondeu o que eu não queria ouvir. Ficar nos Cullens? Depois da minha briga com o Jasper? Fora de cogitação! Por sorte, meu pai recusaria essa proposta.

“Não queremos incomodar, Carlisle.” Ele falou sem jeito.

“Charlie, não é incômodo nenhum, e Bella precisa de alguém que cuide dela. Ela não vai poder sair da cama nas próximas duas semanas. Lá em casa, sempre vai ter alguém para olhá-la. E até onde eu sei, Alice não se incomodaria nenhum pouco de bancar a enfermeira.” Carlisle disse a última frase olhando para mim.

“Acho que você tem razão.” Nessa hora, meu pai também voltou sua atenção para mim.

Forcei um sorriso para ambos, enquanto imaginava como seria o convívio pelas próximas duas semanas dentro da casa dos Cullens. Se antes eu ficava hesitante com relação ao Edward, agora ainda tinha o Jasper para me preocupar.

Carlisle ligou para Alice pedindo para ela encontrar meu pai no nosso apartamento, para poder buscar as minhas coisas. Enquanto minhas malas eram arrumadas, eu permanecia deitada, olhando para o teto branco daquele quarto de hospital.

Os minutos pareciam se arrastar, enquanto eu esperava que alguém viesse me buscar. Olhei para o estrago que haviam feito. O meu braço quebrado estava engessado até um pouco acima do meu cotovelo. O meu outro ante-braço tinha uma pequena atadura envolta nele. Aposto que escondia um corte bem grande. No meu pé também colocaram gesso. Achei estranho, já que nas minhas entorses geralmente eu usava apenas uma tala. Pelo visto o Dr. Cullen realmente queria se certificar de que nada pior poderia acontecer.

“Bella!” Alice exclamou horrorizada ao me ver. Eu começava a achar que minha aparência estava medonha. “Meu Deus.”

“Você sabe mesmo animar alguém que está no hospital.” Comentei sarcástica, o que me fez ganhar uma careta de Alice, seguida de um sorriso.

“Como você está?” Ela perguntou, ainda preocupada.

“Bem, na medida do possível.” Respondi, enquanto ela analisava minhas condições.

“Seu pai já está assinando os papéis.”Ela me informou. “Duas semanas servindo de babá para você. Tem tantas coisas que a gente pode fazer..” Ela disse com um brilho assustador nos olhos. Bem, pelo menos para mim era assustador.

“Espero que nenhuma delas inclua eu sendo vestida ou maquiada.” Avisei-a.

“Senão fosse assim, que graça teria?” Revirei os olhos irritada, e ela apenas sorriu.

“Você tem o dom do Mal, Alice Brandon” Constatei, e ela piscou para mim.

A porta se abriu, e para a minha felicidade Carlisle e Charlie entraram por ela.

“Você está oficialmente liberada. Aqui estão seus remédios. Qualquer coisa, você sabe onde me encontrar.” Carlisle dizia, enquanto entregava meus remédios, assim como a receita à Alice.

“Obrigada Dr. Cullen.”

“Já falei que é Carlisle.” Ele me corrigiu, e eu assenti sorrindo.

“Certo.”

“Filha, a Alice irá levá-la. Me ligue assim que chegar lá, ok?” Charlie me dava as recomendações dele.

“Claro, claro.” Respondi, certa de que Charlie não captaria meu sarcasmo.

 

Charlie me levou na cadeira de rodas até o carro de Alice, onde ele me  ajudou  a entrar. É claro que eu acabei batendo o meu braço, não-quebrado, na porta, durante o processo.

Não demorou muito para o meu estômago revirar, e eu começar a suar frio. Olhei para o meu braço, e vi uma enorme mancha de sangue na atadura.

“Bells, tá tudo bem?” Meu pai perguntou preocupado.

“Sangue...acho que vou...” Só deu tempo de colocar a cabeça para fora do carro.

“O que aconteceu?” Alice perguntou.

“O cheiro do sangue. Bella tem um pequeno problema com o cheiro, ela é assim desde criança.”  Charlie explicou, fazendo com que a minha mente viajasse em todas as vezes que um episódio como esse, se repetira no passado. É, não foram poucos!

“Cheiro? Bella, sangue não tem cheiro.” Alice disse, revirando os olhos.

“Tem sim. Cheira a ferrugem e sal.” Só de lembrar do cheiro o meu estômago revirava outra vez.

“Eu vou chamar uma enfermeira para trocar o curativo.” Alice avisou.

 

A enfermeira, muito prestativa, fez o meu curativo ali mesmo no estacionamento. Com um curativo novo no braço, eu estava pronta para as duas semanas que eu julgaria ser as piores da minha vida. Saímos dali, mas não sem antes ouvir mais recomendações do meu pai. À cada dia que passava ele se parecia mais com a Renée , e isso que assustava.

Alice permanecia calada durante a viagem. Aposto que ela já sabia do pequeno incidente. Como eu não me contive, decidi quebrar o silêncio.

“Você já está sabendo, não é?” Perguntei incerta. Não sabia se estava preparada para a Alice começar com um ‘Eu te avisei ’para cima de mim.

“Sabendo do quê?” Ela perguntou, franzindo o cenho. Nunca tirando os olhos da estrada.

“Minha briga com o Jasper.” Disse quase que num sussurro.

“Meu Deus! Vocês brigaram?” Alice olhou para mim assustada, e o carro derrapou um pouco na estrada, fazendo-a voltar a sua atenção para a estrada.

“Sim, de alguma forma ele conseguiu me achar.”

“Eu não sabia, sinto muito.” Alice disse sinceramente. Eu suspirei. Não tinha muito o que fazer. Eu também sentia muito por ter brigado com o Jasper, mas isso era tudo o que eu podia fazer. Como eles dizem, não adianta chorar pelo leite derramado.

 

Quando chegamos à casa dos Cullens, Alice estacionou o carro na garagem, e saiu para procurar o Emmett, me deixando dentro do carro.

Assim que o irmão urso colocou os olhos em mim, ele caiu na gargalhada. Eu, é claro, fechei a minha cara. Alice havia se compadecido da minha situação, Emmett estava rindo bem na minha cara. Rosalie provavelmente seria indiferente. Jasper e Edward, se aproveitariam da minha situação para me exterminar de uma ver por todas. Acho que minha estadia seria menor do que duas semanas, no fim das contas.

“Sua mãe nunca te ensinou a olhar para os dois lados antes de atravessar a rua não?” Emmett disse, enquanto se aproximava de mim. Alice acertou um tapa na nuca do grandão. Imediatamente olhei para os pés dela. Ela não conseguiria ter realizado aquela façanha, sem estar em cima de uma plataforma.

“Emmett! Você não está vendo que a Bella está mal. Dá um descanso à ela pelo menos hoje.” Alice ralhou, enquanto Emmett ainda massageava o loca que ela lhe acertara.

“Foi mal Bellinha, mas às vezes eu não resisto.” Ele disse antes de piscar para mim. Eu sorri. Não tinha como resistir ao charme infantil do Emmett.

Ele me pegou no colo, e me levou até o meu quarto que ficava no terceiro andar da casa. Por sorte, não encontrei ninguém durante o percurso.

Emmett me colocou gentilmente na cama, eu me sentia uma criança.

“Descansa Bells.” Ele disse antes de me dar um beijo na testa e sair do quarto.

“Boa noite Bells.” Alice sussurrou, fechando a porta do quarto.

Os meus olhos se fecharam  e eu logo mergulhei no mundo dos sonhos.

                                                                              ***       

“O controle está aqui. Se você quiser também pode usar o notebook.”               Esme me entregava os objetos conforme ia falando.

Ontem à noite quando fui dormir, meu quarto era um. Hoje pela manhã era outro completamente diferente. Eu não tinha mudado de quarto, apenas tinham mudado o meu quarto.  Agora ele tinha uma TV, um aparelho de DVD, um aparelho de som e um notebook. Tudo para fazer minha estadia mais confortável.

“Tem certeza que não vai precisar de mim, enquanto eu estiver no mercado?” Esme me perguntou. Precisar de mais o quê? Se até café da manhã eu recebera na cama.

“Pode ir tranqüila Esme” Sorri assegurando-a. O máximo que eu precisaria dela, seria uma ajudinha para ir ao banheiro, mas se isso acontecesse, dava para esperar até ela voltar.

Peguei o notebook que estava em cima da cama, e tratei de mandar um email para a minha mãe. Se eu conhecesse o Charlie, ele já teria avisado a Renée que eu estava toda quebrada. Não que minha mãe fosse achar isso alguma novidade, mas com certeza ela estaria preocupada.

Só percebi a hora que Esme voltara, quando a vi na porta do meu quarto, segurando uma toalha na mão. Como eu já disse anteriormente, eu estava parecendo uma criança.

Esme me ajudou a tomar banho, levou meu almoço até o meu quarto, e quando estava perto do horário de saída da escola, ela foi trabalhar. Esme era decoradora de interiores, o que a permitia montar seu próprio horário de trabalho. E agora por minha causa, ela só trabalharia à tarde, pelas próximas semanas. Eu me sentia um estorvo, atrapalhando a vida das pessoas ao meu redor. Pessoas essas que se quer tinham alguma obrigação para comigo.

Liguei a televisão, e acabei assistindo a um filme que estava passando. Meu celular vibrou na mesinha de cabeceira, e eu me estiquei para pegá-lo.

Era uma mensagem da Alice, avisando que passaria em casa, antes de ir para a casa dos Cullens, bancar a minha babá.

Não sei exatamente quanto tempo fiquei no quarto sem fazer nada, quando ouvi alguém batendo na porta. Já devia ser Alice, pronta para o início da diversão dela, ou o meu martírio.

“Pode entrar.” Respondi. A porta se abriu, e eu vi a pessoa que eu menos esperava ver ali. “Edward?” Disse surpresa, soando mais como uma pergunta do que uma fala.O que ele estava fazendo ali?

Ele caminhou em direção à beira da cama, tateando até encontrá-la. Ele sentou brevemente, e me esticou algumas folhas de caderno.

“Angela pediu para te entregar. É a aula de hoje.” Ele disse num tom que eu classificaria como distante.

“Obrigada.” Disse ainda surpresa pelo fato dele estar ali.

Ele assentiu e se levantou indo em direção a porta. Eu pensei em milhares de coisas para falar, qualquer coisa que talvez, o fizesse ficar, mas não consegui pensar em nada. Edward saiu do meu quarto, e eu sorri.

Era a primeira vez que nos tínhamos falado, sem que fosse numa discussão. Foi uma mera troca de palavras, mas fazia com que uma coisa estranha acontecesse dentro de mim. Eu não sabia explicar o que era, eu só sabia que nunca havia sentido isso antes.


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Notas finais do capítulo

Ah, e no próximo capítulo teremos o primeiro EPOV da estória xD Beijos!