Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 39
Formatura


Notas iniciais do capítulo

N/A: Heeeeeeyyyyy! Gente que saudade de aparecer por aqui!



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Capítulo 39 - Formatura

Respirei fundo e caminhei até onde Tanya estava. De nada adiantava ficar ali parada ou tentar me esconder. Vontade não me faltava, mas pelo visto, havia chegado aquele momento no qual eu deveria ficar e enfrentar os meus problemas. Nada de correr ou me esconder. Não mais.

“Oi” Cumprimentei-a.

“Ótima apresentação.” Ela elogiou com um sorriso mais ácido que o ácido de um estômago, e então eu agradeci o elogio. Depois disso, aquele silêncio estranho resolveu fazer sua aparição. Eu tentava pensar em algo inteligente ou interessante o suficiente para iniciar uma conversa, mas nada aparecia.

Acho que a única coisa que tínhamos em comum era que amávamos a mesma pessoa.

“Tanya, oi” Respirei aliviada quando Edward apareceu ao meu lado.

“Você estava fantástico.” Ela sorriu tão ácida quanto um limão desta vez, e minha presença sendo imediatamente esquecida.

“Obrigado.” Ele agradeceu. Edward segurou minha mão levemente, como se quisesse me tranquilizar.

“Será que eu poderia falar com você em particular?” Tanya perguntou com uma expressão de irritação, olhando brevemente na direção que eu estava. Edward olhou para mim e logo sacudiu a cabeça.

“Eu não acho...” Ele começou a falar.

“Tudo bem.” Interrompi.“Provavelmente meus pais estão me esperando lá fora.”

Edward sabia que aquilo era uma mentira, mas ele não tentou impedir que eu saísse. Como o corredor que dava acesso ao palco estava vazio, resolvi desafiar meu bom senso e fiquei ali na esperança de conseguir ouvir alguma coisa. Ok, eu sabia que aquela não era a coisa mais acertada a se fazer, mas eu tinha sido mordida pelo monstrinho verde do ciúme e claramente era ele quem estava no controle agora.

“Eu não aguento mais...” Tanya começou, mas eu não conseguia ouvir tudo o que era falado lá dentro. “...isso é tudo o que eu te peço: Eu só queria voltar ao que éramos...”

“Eu já te falei que...” Trechos da conversa, como se alguém tivesse editado uma gravação, eram tudo o que eu conseguia ouvir.

“O que eu fiz foi tão imperdoável assim?” Ela perguntou, com a voz soando embargada.

“Não...” Meu coração se apertou. Eu confiava no Edward. Cegamente até, eu diria. Mas eu não conseguia evitar aquele sentimento de que ele ainda nutria algum sentimento por Tanya, mesmo que fosse algo quase insignificante.

“Você precisa entender...”

“Independente das suas ações, algo me diz que o resultado seria o mesmo.” A voz de Edward ficou mais clara e eu me afastei da porta, indo para o outro lado do corredor.

“O que ela queria?” Perguntei, inocentemente.

“Não faça essa carinha porque eu sei muito bem que você ficou escutando atrás da porta.” Ele sorriu, tocando a ponta do meu nariz com o seu indicador.

“Acho que tentar escutar descreve melhor.” Sorri maliciosamente. “O que foi?” Perguntei ao notar o olhar inquieto que ele possuía.

“Eu preciso de um tempo antes que a enxurrada de parabéns comece.” Ele me puxou pela mão, levando-me até a sala vazia mais próxima. “Isso chegou hoje.” Ele anunciou, tirando dois envelopes da jaqueta.

“Ah meu Deus!” Exclamei ao ver o nome impresso no envelope. CaliforniaInstituteoftheArts.“No três?” Edward assentiu com a cabeça e eu respirei fundo, tentando não pensar que todo o meu futuro dependia de uma simples frase dentro daquela carta. 1.2.3. E então eu rasguei o envelope. “Eles me aceitaram!”. Eu não sabia se ria, se chorava, se ficava surpresa ou tudo de uma vez com essa notícia.

“A mim também!” Edward gargalhou e nós nos abraçamos. Aparentemente, ele também mal sabia como reagir.

“Nós vamos pro CalArts!” Comemorei e encostei meu rosto no dele.

“Você estava incrível lá em cima” Ele passou os braços pela minha cintura.

“O meu parceiro me ajudou.” Sorri.

“O que foi?” Perguntei, ao notar o olhar dele.

“Nada. Tudo está perfeito.” Ele sorriu amplamente e encostou seus lábios nos meus.

No momento em que encontramos nossa família, a “enxurrada de parabéns”, como Edward colocou, começou. Sentamos ao lado deles para assistir ao restante das apresentações. Quando essas terminaram, seguimos para um restaurante. Tivemos que esperar um pouco até que conseguíssemos lugar para quinze pessoas.

“Nós gostaríamos de fazer um anúncio.” Disse no meio do jantar.

“Vocês vão se casar!” Emmett e suas eternas tentativas de fazer humor e acabar disparando comentários indesejáveis.

“Eu só tenho dezoito anos.” Protestei.

“Então você está grávida.” Ele continuou e quatro pares de olhos preocupados caíram sobre nós. Ou melhor, cinco pares já que Phil também não parecia muito feliz com aquela possibilidade. Isso é o que acontece quando seus pais resolvem se casar novamente: você só arruma mais pessoas para cuidar da sua vida. Felizmente, Giana ainda não tinha chegado a esse ponto.

“Então?” Jake quebrou o silêncio, e pelo olhar dele, ele poderia voar em cima do Edward a qualquer momento.

“Nós fomos aceitos no Instituto de Artes da California.”

Seis pessoas naquela mesa respiraram aliviados e eu tive que me conter para não rir. Todos se levantaram para nos cumprimentar e dizer o quanto eles estavam felizes por aquela conquista. O único que não parecia radiante com a notícia era Charlie.

“California? É bem longe.” Ele comentou quando todos já estavam sentados. Quem diria que Charlie poderia ser tão sentimental?

“São apenas 4 horas de avião.” Sorri, fazendo um grande esforço para não revirar meus olhos.

“Vamos precisar decidir como você vai passar os feriados.” Minha mãe falou. As coisas estavam indo rápido demais para o meu gosto.

“Ok, eu não tenho mais oito anos para vocês disputarem a minha guarda.” Avisei aos meus pais, tendo um leve deja vu sobre tudo o que passei na minha infância. “Será que podemos conversar sobre isso em outra hora?”

Depois daquela pequena confusão, todos na mesa se engajaram em conversas amenas sobre o que cada um faria naquele verão. Por um momento eu fiquei parada, assistindo aquela cena como se fosse a de um filme que eu sempre ia querer repetir. Lembrei-me daquele primeiro jantar na casa dos Cullens, aquele com todos reunidos à mesa. A pequena confusão entre eu e Edward, Emmett nos chamando de casal TPM e eu tendo certeza de que Edward era um verdadeiro idiota.

A vida é cheia de surpresas.Um pouco clichê, mas nem por isso deixa de ser real.

“Você vem conosco?” Edward perguntou na saída do restaurante. Por mais que eu quisesse passar o resto da noite ao lado dele, eu estava morrendo de saudades da minha mãe e da minha princesinha.

“Vou dar uma passadinha no hotel. Estou com saudade da Ann.” Respondi. Edward assentiu e me beijou, desejando-me boa noite.

Enquanto Alice e Rose caminhavam junto com os Cullens e meu pai, eu andei na direção de onde minha mãe estava parada com Phil e os meus três tormentos em forma de amigos.

“Você sabe que vamos te sequestrar não é?” Seth passou o braço em volta dos meus ombros.

“Eu já imaginava.” Suspirei e tentei suprimir um sorriso.

Depois de passar um bom tempo babando em cima da Anne, fui até o quarto de Leah onde, segundo a mensagem, todos já me esperavam para assistir um filme. O filme escolhido tinha sido uma daquelas sátiras forçadas e meio duvidosas sobre filmes hollywoodianos de sucesso.

“Ao menos você vai ficar mais perto.” Jake sussurrou e eu sorri em resposta. Encostei minha cabeça em seu ombro, sentindo o calor que partia dele. Aquele era o tipo de conforto de que eu precisava naquele momento, mesmo sem saber o porquê de precisar.

“Olha só, amanhã você vai nos levar em um tour por Chicago.” Leah me intimou e eu rolei meus olhos.

“Ficou louca?!” Seth gritou. “Nunca dependa do senso de direção de Isabella Swan.”

“Cala a boca, Seth!” Atirei um travesseiro nele, que aterrissou lindamente no rosto dele.

“É verdade! Ou você se esqueceu daquela vez que você tentou nos levar para o shopping?” Acho que dali a 40 anos Seth ainda jogaria aquela história na minha cara.

“Eu tinha catorze anos! E tinha sido ideia da sua irmã fugir da aula.” Defendi-me.

“Prova de que vocês duas não funcionam muito bem juntas.” Leah deu um tapa no irmão que me fez encolher. Eu quase fiquei com pena do Seth. Quase.

“Hora de dormir.” Ela anunciou quando o filme chegou ao final.

“Vamos?” Jake me chamou, já que eu estaria dormindo no quarto dele.

Entrei no quarto e fui direto para o banheiro trocar de roupa. Leah não tinha nenhuma roupa extra que eu pudesse usar para dormir, então tive que pegar um short do Seth e uma blusa do Jake. Enquanto ele ia ao banheiro para também trocar de roupa, me sentei na cama. Pela primeira vez o peso daquela notícia estava caindo sob meus ombros. Em cerca de dois meses eu estaria longe de tudo o que um dia me foi familiar. Meus amigos, família, casa, cidade... Tudo seria diferente. Aquilo era excitante... E também incrivelmente assustador.

“O que foi?” Jacob franziu a testa ao sair do banheiro. “Você está com medo.” Ele constatou depois de um breve momento.

“Você descobriu isso apenas pela maneira que eu sento na cama?” Fiz uma careta.

“Você sabe que eu consigo ler você como poucos conseguem.” Ele me ofereceu um sorriso.

“Não é medo. É só...” Expirei. “É estranho pensar que daqui a dois meses eu estarei em uma cidade estranha e por conta própria.”

“Você sabe que vai conseguir.” Ele sorriu e sentou-se ao meu lado. De um jeito peculiar, Jacob fazia tudo parecer tão simples.

“Espero que sim.” Forcei um sorriso. “O que você vai fazer da sua vida?”

“Ainda não sei. Provavelmente ficarei em Phoenix mesmo” Ele deu de ombros e eu tive que segurar a minha língua para não dizer que ele só ficaria ali por causa da Leah.

A manhã veio e com ela a ideia persistente dos meus amigos, ou melhor, daLeah, de conhecerem a cidade. Minha mãe e Phil já tinham planos para aquele dia, o que limitava minhas opções de escolha para uma possível fuga. Enviei uma mensagem para Edward avisando para que ele me encontrasse no Lincoln Park.

“Hey, eu não me lembro de ter mandado a mensagem para todo mundo.” Falei, ao notar que a nossa “gangue” estava ali reunida.

“Culpe nossos pais superprotetores.” Jasper avisou.

“Cadê o aspirante a Kevin Costner?” Perguntei.

“Naquele carro vermelho.” Alice meneou com a cabeça.

“Então, o que vocês querem fazer?” Emmett perguntou aos meus amigos turistas.

“Surpreenda.”Leah respondeu com um sorriso.

“Se ela sorrir desse jeito para ele mais uma vez, eu quebro os dentes da sua amiga.” Rosalie sussurrou no meu ouvido e eu tentei não rir daquilo.

***

Eram apenas dez horas da manhã e eu já estava tomando meu segundo café da manhã. Afinal, naquele dia eu tive de acordar em plena madrugada para acompanhar minha mãe, Anne, Phil e meus amigos até o aeroporto. Muitas lágrimas e alguns beijos depois, ali eu estava, devorando uma tigela de cereais com frutas.

“O que foi?” Perguntei ao notar o olhar de Edward sob mim.

“Eu preciso conversar com você.” Ele deixou aquelas odiosas palavras saírem dos seus lábios. Eu sabia que não devia ser nada de grave, mas eu odiava aquela frase de qualquer maneira.

“Diga.”

“Nesses últimos dias, você não tem sentido falta de nada?” Franzi o cenho, pensativa. Eu deveria sentir falta de alguma coisa? “Ou de um certo alguém irritante?” Olhei ao meu redor e pela primeira vez me dei conta do silêncio naquela cozinha.

“Jake? O que você fez com ele?” Arregalei meus olhos.

“Vem cá que eu te mostro.” Ele me ofereceu sua mão.

“Onde você está me levando?” Perguntei desconfiada.

Durante o caminho, eu rezava para que ele não estivesse me levando para o veterinário, onde um moribundo Jake estaria esperando para ser sacrificado. Eu não estava preparada para isso. Mas labradores não vivem bastante? Quer dizer, o Marley viveu.

Depois de uns trinta minutos de caminhada, nós nos aproximamos de uma casinha branca- o típico retrato do subúrbio americano. A amplitude do lugar, o lindo jardim na frente e as cercas também brancas completavam a visão. Em frente da casa, um menininho loiro brincava com um cachorro. Era Jake.

“Hey, Sam.” Edward se aproximou do menino.

“Edward?” Ele perguntou incerto, e só então eu percebi que o garoto era deficiente visual.

“Isso mesmo, campeão.” Ele sorriu e bagunçou os fios dourados do menino. “Eu trouxe alguém para te conhecer.”

“É a Bella?” Ele perguntou com um sorriso tímido e eu encarei Edward.

“Sou eu sim.” Respondi surpresa.

“Eu posso te ver?”

“Claro.” Ajoelhei-me na frente dele e peguei suas mãos, levando-as até o meu rosto. Suas mãos gordinhas passeiam pelo meu rosto e eu sorri com aquela sensação.

“Você é bonita.”

“Obrigada. Você também é.”

“Garotos não podem ser bonitos.” Ele responde com um biquinho. “Garotos são charmosos.” Ele falou com um ar sério e eu gargalhei.

“Pode deixar, que eu vou me lembrar dessa.” Prometi.

“Você poderia me emprestar o Jake?” Edward perguntou. “Devolvo num instante.”

“Claro.” Sam sorriu para nós. Edward pegou a coleira do Jake e fomos passear pelo quarteirão.

“O que ele está fazendo aqui?” Perguntei, embora eu já previsse a resposta.

“Conheci Sam no hospital. Ele está na fila do transplante e eu decidi emprestar Jake para ele.” Edward contou com um sorriso.

“Isso foi legal da sua parte.” Sorri de volta.

“Eu… Isso me fez perceber que eu não posso ficar com ele.” Aquelas palavras me fizeram paralisar.

“O quê? Mas ele é o seu cachorro!” Protestei.

“Eu sei. Mas ele é um cão guia e eu não preciso mais dele.”

“Mas…” Eu sabia que aquelas palavras faziam sentido, mas era difícil de aceitar. “Eu sei que você está certo, mas eu vou sentir falta dele.”

“Acho que eu também.” Ele admitiu, acariciando a cabeça do animal. Jake o retribuiu com algumas lambidinhas nas mãos. “Para! Cachorro irritante.”

Parei na esquina, antes de chegar à casa de Sam e me agachei, ficando no campo de visão do cachorro.

“Foi muito bom ter te conhecido Jake.” Eu fazia carinho atrás de suas orelhas, onde eu sabia que ele gostava. “Eu nunca tive um cachorro, mas eu sinto como se você fosse metade meu.” Uma lágrima caiu do meu rosto. “Você provavelmente vai se esquecer de mim, mas eu quero que saiba que eu nunca vou me esquecer de você.” Jake latiu e se lançou em cima de mim, lambendo meu rosto por completo. Eu sempre soube que esse cachorro entendia o que eu falava.

À tarde eu estava confortavelmente deitada na cama, envolta pelos braços de Edward. Na televisão, um filme de comédia romântica servia como som ambiente.

“Em dois meses tudo estará diferente.” Comentei.

“Como você acha que será lá?” Apoiei meu queixo em seu peito para poder encará-lo.

“Tão quente quando Phoenix, provavelmente.”

“Você já esteve lá?”

“O máximo que já fiz foi ir à Disney.” E Chicago, mas isso era óbvio. Se eu tivesse tido a oportunidade, já teria conhecido mais da metade do país.

“Eu já fui a Los Angeles, mas eu era muito pequeno.” Edward contou. “A única coisa que eu lembro é do mar e da sensação da areia quentinha sob os meus pés.” Ele parou um momento e me olhou. “O que me faz pensar...”

“No quê?” Arqueei uma sobrancelha.

“Eu vou te ver de biquíni.” Ele respondeu com um sorriso safado.

“Sério, para de andar com o Emmett.” Revirei os olhos e voltei a encostar minha cabeça no colchão.

“Por falar em Emmett, isso me lembra de que a gente precisaensaiar.” Pela minha visão periférica, percebi que Edward se levantava, mas eu não fiz nenhuma menção de acompanhá-lo.

“Juro que não estou seguindo o seu raciocínio.”

“Para dançar, na formatura.” Edward respondeu e eu grunhi. Remotamente, eu ainda tinha esperanças de escapar daquilo.

“Eu não vou escapar dessa, né?”

“Você sabe que não.” Ele sorriu e esticou a mão para que eu levantasse da cama.

Quando eu finalmente estava de pé, Edward foi até seu aparelho de som, e após apertar alguns botões, uma música suave tomou conta do ambiente. Ele me pegou pela mão, me levando para o espaço vago que tinha entre a cama e sua mesa de estudos. Logo, seus braços me circundavam e eu era embalada no ritmo da suava melodia.

Light up, light upthisafternoon

SomehowI'vefoundmyselfwithyou

Start up, start upourgetawaycar

I'm in toodeepwe've come thisfar

“Você se lembra daquela vez que você me ensinou a dançar?”

“Eu achava que meu coração fosse explodir por ter você tão perto de mim.” Ele confessou e eu tive que morder meu lábio, para tentar não deixar transparecer toda a felicidade que eu sentia no momento.

Sobright, sobrightyou're a blindingsun

No needtohurry, we'vejustbegun

Call out, call out yourocean'smove

The water'swarm, I'dswim in you

“Foi naquele momento que descobri que estava apaixonada por você.” Sorri. Eu ainda sentia aquele primeiro arrepio a cada toque dele. Meu coração, assim como naquela vez, estava acelerado. O ar fugia dos meus pulmões. Tudo era igual. Exceto que agora ele era meu. “Eu queria ser capaz de colocar tudo o que eu sinto em palavras, mas você parece roubá-las a todo instante.”

“E eu espero continuar fazendo isso por muito tempo.” Ele sorriu e capturou meus lábios nos seus.

Come on, get in, let'sgo, jump in

I must confess I likeusbestundressed

Antes que eu pudesse me dar conta, senti minhas costas atingindo o colchão.

“Pensei que o objetivo fosse dançar.” Murmurei, antes de sentir os lábios deles mais uma vez, bem como seu corpo que pesava sob o meu.

***

O dia do temido baile havia chegado. Mesmo com as inúmeras aulas de dança que tive com Edward, a ideia de me expor na frente de todas aquelas pessoas ainda me deixava razoavelmente desconfortável. O baile estava acontecendo no salão que geralmente era dedicado à exposição do pessoal de Arte. A decoração, obra dos próprios alunos, estava magnífica. Em cada uma das paredes era possível encontrar elementos que homenageavam o seguimento de cada um dos formandos ali presentes. Música, Teatro, Artes e Dança.

“Uau!” Exclamei.

“O comitê de decoração se superou esse ano.” Alice elogiou atrás de mim.

“Finalmente eles fizeram algo que preste.” Bem, esse era o jeito Rose de elogiar.

O lugar já estava bem cheio, nos restando apenas uma mesa ao canto. Rose não perdeu tempo e foi para a pista de dança com o Emmett, deixando para mim e Edward a missão de servir de mediadores entre Alice e Jasper. O clima não estava estranho, mas eu tinha certeza que se deixássemos os dois sozinhos, nada de bom sairia daquele encontro. Nós havíamos prometido ir como um grupo, e era exatamente isso o que estávamos fazendo. Sempre nos revezando, para nunca deixar nenhum dos dois sozinhos ou com a impressão de que estavam deslocados.

“Vamos lá Bellinha, vamos sacudir esse lugar.” Emmett saiu me puxando pela mão quando uma música agitada começou.

“Emmett!” Protestei em vão. “Já vou avisando que não sei dançar direito.” Comuniquei entre risos.

“Vamos lá Bella, mexa mais esse quadril.” Emmett segurou minha cintura e me balançava no ritmo da música.

“Meu Deus!” Acho que minhas risadas ecoavam por todo o salão.

“Isso!” Emm comemorou quando eu finalmente entrei no ritmo.

Depois de acompanhar o pique do Emmett por mais duas músicas, decidi voltar para o meu lugar. Emmett queria comer e eu estava doida para me sentar e tirar aqueles malditos saltos dos pés. Antes que eu conseguisse chegar até a mesa, Jasper me intercepta no meio do caminho.

“Nem pense em sentar.” Ele sorri e me leva de volta para a pista de dança.

A música muda e nos obriga a reduzir o ritmo. Não era uma música lenta, mas também não tinha a agitação das anteriores.

“O que foi?” Perguntei, quando percebi o olhar dele sobre mim.

“Em algumas semanas você vai estar do outro lado do país.” Ele apontou com um sorriso triste.

“E onde você estará?” Até aquele momento o futuro dele parecia uma incógnita para mim.

“Aqui.” Ele meneou a cabeça.“Eu achei uma universidade que tem tudo o que eu preciso: Artes e História.”

“Que legal.” Mordi o lábio. “Mas a CalArts também tem Artes.” Ter Jasper na California, junto comigo e Edward, era o mais próximo de casa que eu poderia chegar.

“Eu sei. Nada me faria mais feliz do que ir com vocês, mas o melhor pra mim, nesse momento, é ficar o mais perto de casa possível.”

“Eu vou sentir sua falta.” As lágrimas inundaram os meus olhos. Olhei para cima tentando fazer com que elas voltassem para seu lugar de origem.

“Não tanto quanto eu.”

“Eu amo o seu irmão, mas eu não sei o que seria da minha vida se você não estivesse aqui.” Durante aqueles dezoito meses que eu passei em Chicago, Jasper tinha se tornado a minha rocha, o meu porto seguro. Ele e Edward eram os principais motivos que me faziam continuar e nunca desistir.

“Hey, cunhadinha. Vamos deixar as despedidas para o momento certo.”

“Okay.” Assenti e encostei a cabeça no ombro dele.

Depois de mais algumas músicas, finalmente consegui voltar para a mesa, ondeEmmett e Alice nos aguardavam.

“Vamos ao banheiro?” Perguntei a Alice, assim que me aproximei da mesa.

“Claro.” Ela assentiu e se levantou.

“Cadê a Rose?” Perguntei, olhando ao redor.

“Foi com o Edward buscar as bebidas.” Alice apontou para a mesa de bebidas e, com algum esforço, consegui identificá-los dentre a multidão.

Como o salão ficava num prédio anexo, tínhamos que atravessar toda a escola para chegar até os banheiros. Os corredores, em sua maioria, estavam desertos e pobremente iluminados. Em qualquer outra noite, poderia ser assustador caminhar ali. Mas naquele dia a aura de celebração e alegria estendia-se por todas as partes do prédio.

“Você está se divertindo.” Comentei, ao ver o sorriso de Alice enquanto nos perdíamos naquele labirinto de corredores.

“É. Vocês estão fazendo um ótimo trabalho.” Ela sorriuaberta e sinceramente. Como eu sentia falta de vê-la daquele jeito. Alice infeliz simplesmente não era ela mesma. “Eu nunca achei que viveria para ver BellaSwan me arrastando para um baile.” Ela comentou entre risos. Riso esse que logo morreu em sua garganta. Senti Alice cravar suas unhas no meu braço, ao mesmo tempo em que um vulto saía de um dos corredores transversais.

“Olá, garotas.” Estremeci ao ver aquele sorriso frio.


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