Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 35
Arrependimentos e Reencontros


Notas iniciais do capítulo

N/A: Aqui estou eu! :P Eu queria pedir desculpas pela demora, mas esse foi um periodo corridor para mim e para a minha beta, então por isso demoramos um pouquinho. Mas eu espero que vocês se divirtam :) Ah, e vou ficar esperando as reviews hein! Beijos mil!



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Capítulo 35- Arrependimentos e Reencontros

[EPOV]

O relógio marcava dez horas da manhã e eu ainda estava no meu quarto. Ficaríamos em casa naquele dia, mas minha mente vagava pelos acontecimentos do dia anterior e iam um pouco mais longe – até Phoenix.

Todos os dias eu pegava o celular, mas não tinha coragem de telefonar. Eu não sabia o que dizer. O que eu tinha de falar não era uma coisa que eu pudesse falar pelo telefone. Eu precisava ir até lá, mas antes eu tinha que finalizar o meu tratamento em Nova York. Uma batida na porta me trouxe de volta dos meus pensamentos.

"Pode entrar" Disse.

"Oi" Alice cumprimentou com um sorriso fraco.

"Como você está?"

"Não sei." Ela encolheu os ombros. "Tem horas que eu acho que tudo não passou de um pesadelo."

"Mas foi bem real."

"Eu sei." Ela suspirou e eu sentou-se ao meu lado. "Eu não sei o que deu nele. O James nunca agiu daquela maneira. Ele nunca fez mal a uma mosca."

"Pelo visto as coisas mudaram."

"É"  Ela me olhou hesitante. "Eu gostaria de agradecer pelo o que você fez. Se você não tivesse aparecido, eu nem quero imaginar..."

"Não precisa agradecer. Você ainda é minha amiga, mesmo tendo deixado a desejar nesse quesito." Eu sabia que aquele não era o melhor momento para falar certas verdades para ela, mas eu não podia esconder minha opinião.

"Eu sei. Eu sinto muito, por tudo. Eu fiz uma bagunça danada."

"Bagunça?!” Exclamei. Eu não acreditava que ela podia chamar toda a situação simplesmente de bagunça. “Alice, você descartou as pessoas mais importantes da sua vida, tudo por causa do seu amiguinho."

"Você não entende! As coisas que o James falava... Pareciam tão reais." Alice confessou. "Eu não sei se era coincidência, mas tudo parecia acontecer da maneira que ele dizia, sabe?"

"Porque você se deixou levar pela loucura dele e preferiu acreditar no que ele dizia.” Sugeri. “Mas, por quê?"

"Eu confiava nele. Nós nos conhecíamos desde sempre, eu nunca achei que ele seria capaz de uma coisa dessas. Eu achava que ele estava abrindo os meus olhos quando na verdade ele estava me envenenando." Ela explicou.

"Todo mundo tentou te avisar."

"Eu sei. Mas olha pelo meu ponto de vista. Eu conheço vocês a quatro anos e o James a dezoito. Eu acreditei nele porque confiava nele. Desculpa."

"Não é a mim que você tem que pedir desculpas. Existem duas pessoas que saíram muito magoadas por sua causa."

"Eu sei." Ela murmurou.

"Você sabe de muitas coisas.” Encarei-a “Você também sabia que o James estava chantageando a Bella, para que as coisas não piorassem ainda mais?"

"Eu não sabia."

"E o que ela recebeu em troca? E o Jasper? O que meu irmão fez para merecer tudo isso? Ele amava você."

"Eu também."

"Se você o amasse não teria feito o que fez."

"Você não sabe o que eu sinto." Ela se defendeu, magoada.

"Acho que nem você sabe."

"Ah, oi.” Emmett entrou no quarto sem ao menos bater. “Edward, o Charlie está aqui embaixo para falar com a gente."

"Está bem." Assenti. "Vamos?" Virei-me para a Alice.

Descemos a escada e fomos para a sala de estar, onde Charlie nos esperava com mais um oficial.

"Sr. Swan." Cumprimentei-o.

"Como você está, filho?" Ele sorriu e apertou minha mão. "Fiquei sabendo que a cirurgia foi um sucesso."

"Eu poderia estar melhor se sua filha estivesse aqui."

"Em breve ela vai voltar. Renée deu a luz anteontem." Ele noticiou.

"E como ela está?" Perguntei.

"Ela teve problemas no parto, mas agora está melhor."

"E o bebê?"

"Está bem também." Ele sorriu e depois olhou para Emmett e Alice. "Agora vamos ao que interessa. Esse aqui é o policial Reynolds e ele vai tomar o depoimento de vocês. Seria melhor fazer isso individualmente, está bem?"

"Claro." Concordei. "Tudo bem para você, Alice?"

"Sim." Ela assentiu.

Emmett e eu saímos da sala e fomos para a cozinha aguardar a nossa vez de dar os depoimentos.

"Como foi ontem com a Tanya?" Ele perguntou.

"Exatamente o que você previa." Admiti.

"Que chato."

"Acho que de uma forma eu sabia o que ela sentia."

"E agora?"

"Eu não sei. Se ela se afastar, eu não me importo." Eu ainda queria que ela fosse minha amiga, mas se ela não quisesse, eu não tentaria impedir o seu distanciamento. "Rose ligou?"

"Ligou sim. Ela está pensando em vir aqui." Emmett disse; e antes que eu respondesse, ele logo me cortou. "E antes que você diga alguma coisa, eu avisei que ela devia pegar leve por enquanto. A Alice está precisando de uma amiga nesse momento."

"Eu sei." Assenti.

"Agora mudando de assunto, também ligaram do consultório lá de Nova York." Ele informou.

"O que eles disseram?"

"Eles marcaram para o final da semana que vem." Emmett respondeu.

"Ótimo." Sorri. Eu iria para Phoenix bem antes do previsto.

[BPOV]

Três meses, duas semanas e seis dias - e ainda parecia que tinha sido ontem que eu havia entrado naquele avião lá em Chicago. O tempo passava rápido, mas como um dos estranhos paradoxos dessa vida, ele também se arrastava em certos momentos.

Um chorinho vindo do quarto ao lado captou a minha atenção. Aquela melodia era uma constante nas últimas duas semanas. Annie devia estar com fome, pensei. Com seus cabelos castanhos e olhos esverdeados, era a cópia exata do Phil. E de uma certa forma, ainda parecia comigo. Ao menos era isso que minha mãe sempre falava, razão pela qual ela a chamou de Annabella, mesmo contra a minha vontade.

O choro cessou e então fechei meus olhos, permitindo que as lembranças daquele fatídico dia invadissem a minha mente. O desespero, o medo e o terror que eu senti durante os dias em que minha mãe ficou no hospital eram inexplicáveis. Por dois dias ela ficou imóvel em uma cama, sob o efeito de sedativos, na esperança de que seu corpo se recuperasse de todo o estresse sofrido durante o parto. Por dois dias, eu fiquei me perguntando o que seria da minha vida se eu tivesse que tomar conta da Annie. Phil era o pai, e eu sabia que ele não fugiria à responsabilidade, mas eu também sabia que uma parte grande dessa responsabilidade recairia sobre mim. Cuidar de mim mesma era uma coisa, cuidar de um bebê era outra completamente diferente. E essa era uma tarefa para a qual eu não estava pronta. Não ainda.

Durante a semana em que Renée ficou no hospital, Jasper foi um verdadeiro porto seguro. Tê-lo ao meu lado foi o que me ajudou a ficar com os pés no chão, quando o desespero tentava tomar conta. Eu não queria nem pensar no que seria de mim se Jasper não estivesse ao meu lado. Mesmo quando eu queria matá-lo, devido a uma insinuação de que eu estivesse grávida. Mesmo assim, eu não trocaria a presença dele por nada.

E no que dependesse de mim, ele ainda estaria por perto. Porém, há duas semanas ele foi embora para Chicago.

"Vou ficar te esperando, cunhada." Foi o que ele disse no aeroporto.

A verdade era que eu já não tinha mais desculpas para ficar ali. Minha mãe estava bem, Phil estava em casa e Annie era um bebê bem calminho, que não dava muito trabalho. Eu estava sobrando naquele cenário, e eu tinha plena consciência disso. Levantei-me da cama. Eu precisava de um lugar neutro para pensar, coisa que aquela casa não me proporcionava.

"Mãe" Chamei-a, mesmo sabendo onde ela estava. Sorri ao vê-la no quarto de Annie, amamentando-a.

"Oi" Ela sussurrou.

"Eu vou dar uma volta; vou lá pro parque."

"Está bem." Ela desviou o olhar para o bebê em seus braços. "Annabella é tão comilona quanto você"

"Annabella?! Mãe, chama ela de Annie."

"Mas o nome dela é Annabella."

"Um nome comprido demais para um bebê." Argumentei. "Annie é mais fofo."

"Quando você tiver o seu filho, também vou opinar no nome dele."

"Espero que você não esteja pedindo um neto."

"Daqui a alguns anos, quem sabe?"

"Depois dessa eu vou embora. Tchau."

"Tchau. E leva o celular."

O parque estava relativamente vazio, já que era hora das crianças estarem na escola. O finalzinho do inverno tirava um pouco do calor e da aridez de Phoenix, o que me obrigava a usar uma jaqueta leve. O tipo de jaqueta em que eu congelaria se estivesse naquele momento em Chicago.

Eu teria que voltar, suspirei. Não haveria outra escolha. Eu não poderia passar a minha vida escondida ali em Phoenix, enquanto eu ainda tinha assuntos inacabados em Chicago. Assim que eu voltei para casa, minha mãe havia me aconselhado a me enxergar pelos olhos das outras pessoas. A verdade é que, durante toda a minha vida, a minha insegurança sempre foi a máscara perfeita para que eu me escondesse de toda e qualquer situação. Mas eu não era mais uma garotinha. Eu precisava enfrentar os meus medos, mesmo que assim eu terminasse com nada além de um coração quebrado.

Pensando bem, eu não era muito diferente da Tanya. Eu também havia abandonado o Edward quando ele mais precisava de mim, e isso não me fazia nem um pouco melhor do que ela. A minha insegurança - antes uma aliada - tornou-se minha pior inimiga. Mas assim é a vida. Aprendemos com os nossos erros, até os mais dolorosos. E, se eu chegasse em Chicago e Edward estivesse com a Tanya, eu teria de sorrir e aceitar. Se por algum milagre eles não estivessem juntos, eu esperava que algum dia ele pudesse me perdoar.

Durante os últimos meses, eu procurava não pensar nele. Era doloroso demais. Mas a noite, antes de dormir, as lembranças sempre apareciam. Só não sabia se elas me atormentavam ou me confortavam.

Olhei para o relógio. Já estava quase na hora do almoço e eu precisava voltar para casa. Levantei-me do chão e passei a mão na minha calça para limpar qualquer possível sujeira que tivesse ficado. Quando me virei para voltar pelo meu caminho, eu congelei diante da visão que eu tive.

Edward parado ali naquele parque.

Quase quatro meses sem vê-lo e minhas lembranças não faziam jus a ele. Ele estava perfeito com uma calça jeans, uma blusa verde e uma jaqueta preta. Os óculos escuros que ele usava me impediam de ver o seu olhar. O meu coração estava tão acelerado que eu achava que teria um ataque a qualquer momento. Eu não sabia se eu corria em direção a ele, ou se respeitava o bambear das minhas pernas, e andava calmamente. O início das minhas lágrimas decidiu por mim, e eu corri até ele.

"Edward." Disse ao abraçá-lo, com meu rosto já molhado pelas lágrimas. Ele não disse uma palavra, apenas ficou me abraçando. Eu não sabia como deveria encarar aquele silêncio, mas ao menos por enquanto ele era reconfortante. Eu queria me desculpar, me explicar, fazer inúmeras perguntas a ele, mas aquele ainda não era o momento.

"Não chora." Ele sussurrou, com os lábios no meu cabelo.

"Você está aqui." Justifiquei.

"Estou." Edward se afastou de mim e levantou meu queixo com uma das mãos. "Você é tão linda." Ele declarou emocionado e eu não pude evitar o rubor no meu rosto. "E fica mais linda ainda quando fica vermelha." Ele completou. Levou alguns segundos até eu consegui compreender: Edward estava me vendo. Ele estava enxergando.

"Edward!" Exclamei e hesitantemente retirei os óculos escuros. Seus olhos antes opacos e com uma mancha branca, estavam límpidos e mais verdes do que nunca. "Eu estou tão feliz por você." Abracei-o novamente. "Eu queria me..."

"Vamos deixar a conversa para depois, está bem?" Ele pediu e eu concordei. "Eu só quero olhar para você."

"Só olhar?"Perguntei, arqueando uma sobrancelha

"Acho que eu tenho outra coisa em mente." Ele sorriu e aproximou seu rosto do meu. Quando seus lábios tocaram os meus era como se eu estivesse voltando a viver novamente. Acho que agora eu conseguia sentir o que a Branca de Neve e a Bella Adormecida sentiram quando foram acordadas com um beijo.

"Eu senti sua falta." Sussurrei com os lábios ainda colados aos dele.

"Eu também." Ele sorriu. "Espero que você não se importe de ter um namorado com cara de nerd." Ele disse, tirando do bolso um óculos de grau e colocando-o.

"Eu gostei." Sorri. A armação grossa dava um ar intectual e muito sexy por sinal.

"Sério?" Ele perguntou, duvidoso.

"Ficou sexy." Adimiti, sentindo meu rosto queimar. "Como você sabia onde eu estava?"

"Senti o seu cheiro." Ele riu. "Brincadeira, falei com sua mãe."

"Por quanto tempo você vai ficar?" Perguntei, segurando sua mão.

"Só hoje."

"Só?" Arregalei os olhos. Eu não queria ter que me despedir assim tão cedo.

"Nossas passagens tão marcadas para hoje de noite." Ele explicou.

"Nossas passagens?!"

"Eu vim aqui para te levar de volta e eu não quero esperar nem mais um dia." Ele sorriu e eu não pude esconder o meu sorriso.

O caminho até em casa foi feito no mais absoluto silêncio. Palavras ainda não eram necessárias. A presença um do outro bastava.

"Então você a encontrou." Minha mãe disse assim que entramos em casa. "O almoço está pronto, crianças."

Minha mãe dominou a conversa durante o almoço querendo saber tudo sobre a cirurgia do Edward e também contando algumas coisas sobre a estadia do Jasper bem como a nova integrante da nossa família.

Após o almoço minha mãe fez questão de apresentar Annabella ao Edward, que ficou maravilhado com a pequena.

"Ela é linda." Ele disse, enquanto a segurava no colo. "Parece com você."

"Viu?" Minha mãe sorriu.

"Será que você vai dar tanto trabalho quanto sua irmã?" Edward perguntou, ainda olhando para o bebê.

"Eu?!"

"Está na hora dela dormir, depois vocês babam nela um pouco mais." MInha mãe avisou assim que Anne começou a chorar. Quando minha mãe saiu da sala, chamei Edward para ir até o meu quarto.

"O seu quarto não é exatamente o que eu esperava." Ele comentou assim que entrou no local.

"E o que você esperava?"

"Algo menos rosa." Ele admitiu.

"Eu nunca mexi na decoração dele." Defendi-me. "Quer dizer, não muito." Corrigi, assim que ele levantou a sobrancelha para o poster gigantesco do Kurt Cobain atrás da minha porta.

"Bella..." O tom na voz dele me avisava que o momento havia chegado, mas eu não podia deixar que ele começasse a falar.

"Eu posso começar? Porque se eu não começar eu acho que não vou consegui ir à frente." Pedi; quando ele assentiu, comecei a falar. "Eu queria me desculpar pela maneira que agi. Eu não devia ter fugido, deixado que essa insegurança tomasse conta de mim, mas quando o Jasper me beijou... eu achei que aquela foi a gota d'água. Eu já havia estragado tanto as coisas, que eu achei que não deveria mais ficar perto. Hoje eu sei que eu agi errado. Você precisava de mim, do meu apoio. E mesmo que eu não pudesse estar presente, eu poderia fazer isso à distância, mas eu preferi me proteger de qualquer coisa que pudesse eventualmente me machucar."

"Você não teve culpa do que aconteceu entre o Jasper e a Alice. O seu silêncio não teve nada a ver com a atitude deles." Ele garantiu. "E quanto a Tanya..."

"Sim?"

"Eu repito o que eu disse antes: Bella, não existe outra pessoa para mim que não seja você." Ele falou olhando nos meus olhos. "Eu confesso que quando ela se aproximou de mim, eu deixei me levar. Todo mundo na escola ficava me olhando estranho e ela era a única pessoa que me olhava como antes, sabe? Como uma pessoa normal."

"Eu entendo." Murmurei.

"Mas acho que meu ego falou um pouco alto também. Receber a atenção dela, quando você tinha me deixado, mexeria com qualquer pessoa."

"Vocês dois..." Eu não podia continuar aquelas frase, doía demais. Porém, se a resposta fosse positiva eu não teria outra pessoa para culpar a não ser eu mesma.

"Não. Nunca." Ele negou prontamente. "Quando eu percebi que uma amizade não seria suficiente para ela, eu caí fora."

"Edward, se você estiver em dúvida..."

"Bella, eu estou aqui. Eu nunca estive em dúvida. Eu estava apenas respeitando o seu espaço e esperando ter alta do médico para poder vir aqui te buscar."

"Eu fui uma idiota." Concluí.

"Nós dois fomos." Ele sorriu fracamente. "Eu devia ter ligado assim que li aquela carta, mas resolvi fazer o que você tinha pedido. Resolvi esperar o seu retorno. Mas você nunca ia voltar, né?"

"Eu ia." Respondi. "Já faz um tempo que eu estava pensando nisso. Não faz mais sentido eu ficar aqui."

"Então você vai voltar comigo?" ELe perguntou, tentando esconder um sorriso.

"Vou." Sorri.

"Eu não quero desmerecer o meu irmão, mas ele não conseguiu captar a sua beleza." Ele disse, como se estivesse estudando o meu rosto.

"Anh?"

"Antes de vir para cá, Jasper me deixou o seu quadro de presente." Edward explicou.

"Não acredito que ele fez isso!"

"Está pendurado na minha parede." Ele contou. "Era uma ótima maneira de acordar todos os dias e poder ver você."

"Desculpa" Pedi, sentindo meu coração despedaçando ao imaginar que todo o sofrimento que passei não havia sido unilateral. "Por tudo que eu fiz você passar, por tudo que passamos..."

"Só se você me perdoar por ter, de uma certa forma, feito o que você mais temia." Ele pediu, visivelmente constrangido.

"Estamos quites, então?"

"Acho que sim." Ele sorriu, nunca tirando os olhos de mim.

"Dá para você parar de me olhar? Eu estou ficando com vergonha." Pedi. Parecia que ele estava me estudando a todo momento.

"Olhar você se tornou meu hobby preferido." Ele acariciou meu rosto e eu fechei meus olhos, aproveitando a sensação.

"Eu pensei que fosse a música." Impliquei.

"Se você ainda não sabia, nada faz sentido sem você." Edward roçou seus lábios de leve nos meus         "Eu te amo, e eu espero que dessa vez você realmente acredite."

"Eu também te amo." Sorri.

Saí do meu quarto, pensando em como tomar coragem e dar aquela notícia para a minha mãe. Eu sabia que ela estava bem e que a minha presença ali já não era mais necessária, mas eu não sabia como ela ia encarar minha iminente partida.

"Mãe?" Chamei, ao avistá-la na cozinha.

"Quando você vai?" Ela perguntou, direta.

"Como você sabe?" Franzi o cenho. Será que ela estava ouvindo atrás da porta?

"Eu não nasci ontem." Ela sorriu. "Estou feliz que ele tenha vindo atrás de você, eu já estava pensando no que eu teria de fazer para mandar você de volta para Chicago."

"Uau, eu não sabia que era tão indesejada."

"Você sabe que não é isso. Eu amo ter você aqui, e se você estivesse feliz aqui, eu nunca deixaria você ir embora. Mas o seu lugar não é mais aqui."

"Você tem certeza que eu posso ir?" Perguntei. Por mais que partisse o meu coração, eu ficaria se ela precisasse de mim.

"Só se você me prometer que vai nos visitar todas as férias."

"Precisa prometer?" Aquele seria o primeiro lugar para onde eu correria. "Eu vou sentir saudades."

"Nós também." Ela me abraçou.

A despedida havia sido pior do que eu imaginava. Dizer adeus para minha mãe e Annie fora muito difícil, principalmente quando minha irmãzinha segurou meu dedo com aquela mão tão pequenininha. Ela só tinha duas semanas de vida e já tinha feito um estragon gigantesco no meu coração.

***

"Alguém sabia que eu viria?" Perguntei. A casa dos Cullen estava um verdadeiro breu, o que era muito estranho.

"Digamos que ninguém faz ideia de que eu estava em Phoenix" Ele respondeu abrindo a porta.

"O quê? Eu não acredito que você fez isso com a Esme depois de tudo que ela passou com o Jazz..."

"Shhhh " Ele édiu silêncio. "Calma, eu não estava aqui. Eu estava em Nova York."

"Sozinho?" Arqueei uma sobrancelha.

"Eu consegui convencer meus pais que precisava de uma certa independência." Ele sorriu.

"Você saiu de Nova York e foi direto me ver?"

"Foi." Edward respondeu como se aquela fosse a coisa mais natural do mundo. "Você pode usar esse banheiro que eu uso o de baixo, ok?"

"Ok."

Coloquei a mala no meu quarto e fui para o banheiro. Após o banho, peguei na mala uma camisola que minha mãe tinha comprador há séculos e que eu nunca havia usado. Ela era de seda azul e parava no meio das minhas coxas. Era ideal para o momento. Dei uma rápida olhada no espelho e fui para o quarto de Edward, que ainda estava vazio. Eu sabia que meio que tínhamos concordado em levar as coisas mais devagar, mas qualquer distância entre nós naquele momento só faria aumentar qualquer brecha existente.

"B-Bella?" Edward gaguejou ao entrar no quarto. Acho que eu tinha feito a escolha certa com relação à camisola.

"Posso dormir aqui?" Perguntei, pela primeira vez notando que ele usava nada mais que uma toalha enrolada na cintura.

"Você tem certeza?" Ele perguntou para se certificar.

"Tenho." Sorri, mas o sorriso logo desapareceu ao ver o quadro com o meu retrato pendurado na parede do quarto.

"O que foi?" Edward perguntou, ao notar minha súbita mudança. Aquele quadro lembrava tudo o que, agora, eu queria esquecer. "Bells?"

"Eu não devia ter deixado você." Sussurrei.

"Isso é passado. O importante é que você está aqui comigo." Ele disse antes de me abraçar. Ficar ali, nos braços dele, era tudo que eu precisava naquele momento. "Bella." Ele chamou e eu desencostei a cabeça do seu peito. Ante que eu dissesse qualquer coisa, os seus lábios estava sobre os meus. Aquele beijo era diferente de todos o que trocamos durante o dia, talvez era por estarmos de volta em Chicago, mas aquele beijo era mais como Edward e eu - sem reservas ou hesitações.

Edward enfiou as mãos nos meus cabelos, aprofundando ainda mais o beijo. Sua língua brincava com a minha, enquanto minhas mãos se aventuravam no corpo dele. Desenrolei a toalha que ele usava, deixando-o completamente nu diante dos meus olhos.

"Isso é golpe baixo." Ele murmurou, antes que eu começasse a acariciar sua excitação. Eu precisava dele urgentemente, fazia tanto tempo desde que eu sentira o corpo dele junto ao meu. "Chega. Nada de apressar as coisas, Bella" Pelo visto, ele continuava lendo os meus pensamentos. Edward se afastou de mim e me pegou no colo, depositando-me na cama logo em seguida.

"Nossa, como ele é romântico!" Provoquei-o. "Um verdadeiro cavalheiro."

"Um cavalheiro não teria o tipo de pensamento que eu tenho sobre você." Ele sorriu, e voltou a me beijar. O beijo agora era mais urgente, mais apaixonado. Era como se ele colocasse a frustração desses três meses num único beijo. Edward separou sua boca da minha para continuar a sua exploração pelo meu corpo. Queixo, pescoço, ombros... seus lábios deixavam um verdadeiro rastro de fogo na minha pele.

Ele segurou a barra da minha camisola, e vagarosamente começou a levantá-la. A hora da verdade havia chegado. Aquela seria a primeira vez que ele me veria por completo e eu não podia deixar que um pouco daquela velha insegurança tomasse conta de mim. Quando a peça estava finalmente fora do caminho, segurei a minha respiração. Por um longo momento, Edward ficou ali parado, apenas me olhando. Eu senti meu rosto queimando, enquanto ele olhava cada pedacinho do meu corpo e eu tive que conter o instinto de me cobrir.

"Você é linda." Ele sussurrou. "Não, até linda é um adjetivo fraco demais para descrever." As palavras foram ditas com tanta sinceridade, que eu senti lágrimas nos meus olhos e pude ver algumas nos dele também. Segurei Edward pela nuca e puxei-o para que pudesse beijá-lo. Gemi quando meus seios encostaram no peito dele, o que fez com que ele me abraçasse e colasse ainda mais os nossos corpos. 

"Edward..." Arfei, quando senti sua boca em um dos meus seios. Ele circulava um dos mamilos com a língua, raspando levemente os dentes na pele sensível. Os olhos verdes - agora quase pretos - olhavam atentamente a como meu corpo reagia ao toque dele e aquilo me excitava ainda mais. "Por favor..." Implorei, ao sentir que minha calcinha já estava fora do caminho. Edward voltou sua atenção para o meu outro seio, enquanto seus dedos provocavam a minha intimidade.

"Eu preciso de você." Edward sussurrou no meu ouvido, enquanto ele entrava em mim. Ele olhou para baixo, para onde nossos corpos estavam ligados, e ficou quase que hipnotizado vendo sua ereção entrando e saindo do meu corpo. Na verdade, até eu meio que estava hipnotizada também.

"Edward." Gemi e ele segurou as minhas nádegas, deslizando ainda mais fundo Envolvi-o com as minhas pernas, permitindo que um espaço ínfimo ficasse entre os nossos corpos.

"Bella..." Ele arfou, aumentando seu ritmo. "Acho que eu vou.." Ele murmurou, abocanhando um dos meus seios. "Vem comigo, vem." Ele pediu e eu alegremente obedeci.

Eu ainda estava abraçada a ele, tentando recuperar meu fôlego, quando Edward começou a beijar meus seios, ombros, rosto, olhos, boca...

"Eu amo você." Ele sussurrou de encontro a minha boca.

"Eu te amo mais." Sussurrei, as palavras que ele sempre me dizia.


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