Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 29
O Começo do Fim


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa! Eu estava há séculos para postar esse capítulo, mas nunca sobrava tempo para isso. Mas finalmente chegou. Sei que tem gente que vai começar a me odiar nesse capítulo, mas vamos lá :P Espero que gostem! ;) Beijos mil!



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Capítulo 29- O Começo do Fim

Uma rajada de vento nos recebeu assim que saímos do aeroporto. Nada melhor que um vento frio para anunciar que estávamos de volta em Chicago. Ou era isso ou aquele vento era o anúncio de que o que me esperava em era tão frio e cortante quanto o inverno naquela cidade.

O táxi parou em frente ao meu apartamento, o que me daria algum tempo antes de me confrontar com todo o problema.  Após a fatídica mensagem, Jasper recusou-se a atender minhas ligações e ao ligar pro celular de Alice eu só conseguia caixa postal. Eu estava me controlando para não ligar para Emmett ou Rose, afinal, eu entendia que eles precisavam de um tempo para resolver as questões.

O grande problema é que  no caso de Alice e Jasper o distanciamento não ia trazer nenhum benefício. Não se podia esperar que a distância despertasse lembranças do relacionamento ou causasse saudades. No caso deles, tudo o que se podia esperar era o fim definitivo das coisas. A pior parte era ficar sentada e não poder fazer nada para impedir tudo de ruir.

Depois de um banho, deitei-me no sofá e coloquei um filme para assistir. Eu precisava de um tempo só meu, precisava me desligar dos problemas alheios antes de enfrentá-los de vez.

Assim que Charlie chegou, pedimos uma pizza e conversamos sobre tudo o que fizemos durante essa semana que passamos longe um do outro. Logicamente, deixei alguns detalhes de fora. Meu pai não precisava saber de tudo o que aconteceu.  Depois de desfazer as malas, mandei uma breve mensagem ao Jasper perguntando se ele poderia conversar comigo na manhã seguinte. Alguns minutos se passaram até que ele respondesse, dizendo para que eu o esperasse segunda de manhã no mesmo horário de sempre.

No domingo conversei com Edward apenas pelo telefone, pois tinha decidido passar o final de semana todo com o Charlie. Coisa que não fazíamos a muito tempo.

Como o combinado, fiquei esperando Jasper segunda pela manhã. Depois de dez minutos de atraso, vi um carro azul virando a esquina.

"Oi." Ele me cumprimentou. O abatimento no rosto dele era evidente.

"Como você está?" Sorri. Logo em seguida franzi o cenho pois Edward não estava ali.

"Bem, e você?" Ele forçou um sorriso.

"Bem." Sorri. "Cadê o Edward?" Perguntei, não conseguindo me controlar.

"Já o deixei na escola." Ele respondeu como se fosse óbvio.

"Mas..."

"Eu perguntei a ele se não tinha problemas  em te sequestrar e ele disse que não." Muito consolador! Ele nem sequer me perguntou se eu queria ser sequestrada, mas resolvi deixar para lá por um momento.

"Para onde vamos?"

"Lincoln Park. " Ele respondeu sem tirar os olhos da estrada. "Eu não quero ficar onde eu conheço as pessoas."

***

A paisagem no Lincoln Park estava diferente. No lugar de árvores frondosas e uma paisagem verdejante, tudo o que se via eram folhas amareladas caídas no chão e árvores depenadas. O parque estava bem vazio, com certeza resultado do clima frio que se instalara na cidade. Sentamos na fonte que ficava no centro do parque, e que nos dava uma boa vista do entorno.

"O que aconteceu?" Perguntei, sem rodeios. Jasper olhou me olhou e suspirou.

"Na segunda decidi esperar a Alice depois do ensaio. Eu não sei, acho que eu queria conversar ou apenas vê-la."

"E o que aconteceu?"

"Como todas as garotas saiam da sala, menos ela, decidi ir atrás."

"E?" Fiz um sinal para que ele continuasse.

"Ela estava beijando o James." De todas as coisas, aquela ainda não havia passado pela minha mente.

"Você tem certeza?" Perguntei. De repente a mente dele nevoada pela raiva do James talvez estivesse pregando peças nele.

"Bella..."

"De repente foi ele que a agarrou e você chegou numa hora inapropriada." Do jeito que ele estava fazendo de tudo para separá-los, eu acreditava que ele fosse capaz de armar uma cena dessas.

"Foi o que ela falou, mas, sinceramente, eu não sou ingênuo." Ele disse, seco.

"Mas..." Tentei dizer, mas ele me impediu.

"Além do mais, eu não vou acreditar numa pessoa que duvida de mim."

"Duvida de você?" Eu estava confusa. Alice o podia acusar de muitas coisas, mas Jasper nunca havia dado motivos para que ela desconfiasse dele.

"Ela insinuou algo sobre nós..." Ele gesticulou entre mim e ele.

"Eu sabia que o James iria fazer isso." Disse com raiva.

"O quê?" Ele enrugou o cenho.

"Que eu e você teríamos alguma coisa mais que amizade." Expliquei.

“Sim, mas a questão não é mais essa. Ela escolheu a ele, e não a mim.” Ele sorriu tristemente.

“Eu acho que você está se precipitando. Você ao menos conversou com ela?”

“Falei. Tudo o que ela me disse era que eu nunca havia confiado nela e enquanto eu a recriminava por passar tempo com o James eu fazia o mesmo com você.”

“Sério, a Alice passou dos limites!” Exclamei revoltada, eu teria uma séria conversa com ela o mais rápido possível. “Alguém mais sabe do que aconteceu?”

“Eu não estou muito sociável no momento.”

“Mas Jazz...”

“Eles sabem que houve um rompimento. Não achei necessário entrar em detalhes.” Ele esclareceu.

“E está falando isso comigo porque...” Eu não o estava pressionando, mas eu queria saber o que o levava a se abrir comigo.

“Você também está envolvida na história.” Ele encolheu

“Eu preciso falar com ela.” Avisei-o.

“Não, por favor. Se você for ela vai achar que eu a mandei.”

“Com todo o respeito, você não manda em mim. Ela me envolveu nessa história e eu quero tirar isso a limpo.”

“Duvido que ela te ouça.” Ele sorriu sarcástico.

“Ela vai ouvir.” Mesmo que ela não quisesse, eu faria Alice me ouvir. “Eu deveria ter feito isso a mais tempo.”

“O quê?”

“Aberto o jogo com vocês.”

“Se serve de consolo, eu acho que não adiantaria muito.” A descrença e a amargura que ele usava estavam fora do comum.

“Não, não serve.” Devolvi na mesma moeda.

“Sinto muito, mas você não pode salvar a todos.” Eu estava ficando cansada de ouvir aquelas palavras.

“Mas eu posso tentar.” Defendi-me.

“Só não perca seu tempo comigo.”

“Jazz, o que deu em você?” Alterei a minha voz, o que fez ele virar o corpo todo na minha direção.

“Você realmente está me perguntando isso? Minha vida muda completamente por causa de um idiota, sou tachado de ciumento e de hipócrita. Sinceramente, Bella, a última coisa que eu preciso é que sintam pena de mim.” Ele desabafou, alterado.

“Não é pena.”

“Pena, compaixão, dó. Chame como quiser, mas é tudo a mesma coisa.” Ele acusou.

“Droga! Você é o meu melhor amigo. Eu amo você. Não me peça para ficar parada enquanto vejo você sofrendo.” Será que ele não conseguia enxergar aquilo?

“Não deixe a Alice ouvir isso.” Ele comentou sarcástico. “Vamos, eu te deixo na escola.”

“E você?” Perguntei.

“Tenho coisas mais importantes para fazer.”

***

“Como foi a conversa?” Edward perguntou durante o almoço. Estávamos na nossa bolha - a sala de músicas - sentados no chão e longe dos olhos e ouvidos das pessoas lá fora.

“Mais ou menos.” Suspirei, segurando em sua mão.

“O que ele falou?”

“Ele pegou Alice e James se beijando. Ela disse que James a agarrou, e Jasper não acreditou. E no final das contas ela praticamente o acusou de estar tendo um caso comigo.”

“Eu não acredito nisso. Justo a Alice.” Acho que essa era o que mais magoava, saber que ela acreditava numa mentira daquelas.

“As pessoas acreditam no que querem acreditar.”

“Como assim?” Ele franziu o cenho.

“Quando você pensou em terminar comigo por achar que não era bom o bastante, você acreditou em tudo que James e Mike disseram. Mesmo você sabendo lá no fundo que aquilo não era verdade.” Eu não era do tipo que trazia questões antigas à tona, mas naquele caso parecia ser necessário.

“Você acha que ela queria terminar com o Jasper?”

“Ela viu que o relacionamento estava afundando e sempre é mais fácil colocar a culpa no outro do que carregar o peso sozinho.” Concluí.

“Mas nesse caso ambos tem culpa.” Edward apontou.

“Eu sei disso. E pelo visto nenhum dos dois quer admitir.” Enquanto ambos deixassem que outras coisas ficassem entre eles, aquela relação nunca iria para frente. “Alguma ligação do hospital?” Mudei de assunto.

“As coisas não acontecem tão rapidamente assim.”

“Deveriam.” Quanto mais cedo a operação ocorresse, maior seria a chance de que eu estivesse presente.

“Parece que você está mais ansiosa do que eu.” Ele apontou com um sorriso e passou o braço em volta dos meus ombros.

“Lógico! Em duas semanas eu vou para Phoenix. Eu quero estar com você durante a cirurgia.” Escondi meu rosto em seu pescoço e me concentrei no cheiro familiar de Edward. Era interessante como um gesto tão simples podia transmitir tanta segurança.

“Eu estou mais preocupado em que eu vou fazer quando você estiver longe.” Edward encostou seu queixo em minha cabeça.

“O que você costumava fazer antes de me conhecer.” Sugeri.

“Eu não quero mais ser aquela pessoa. Tudo o que eu sou hoje, devo principalmente a você.”

“Eu quis dizer em relação ao seu tempo livre, não sua personalidade.” Eu tinha certeza que agora que ele havia se reencontrado com o velho Edward, aquela personalidade amargurada nunca mais apareceria.

“Eu sei.”

“Me promete uma coisa?” Pedi.

“O que quiser.” Eu não conseguia ver, mas eu podia dizer que ele estava sorrindo.

“Não deixe seu irmão ficar como você era antes.” Eu sabia que em parte não dependia dele, mas eu só queria que ele não desistisse do Jasper, como o próprio Jasper não desistiu dele.

“Farei o possível.” Ele garantiu.

Na hora da saída, Jasper não apareceu para nos buscar, então, acabamos indo de carona com o Emmett. O clima pesado que nos rodeava ficava muito pior agora que nós quatro estávamos confinados num espaço tão pequeno.

"Esse silêncio já está me matando." Emmett reclamou.

"Vocês sabem de alguma coisa que nós não sabemos." Rosalie acusou.

"O que exatamente vocês sabem?" Jasper já havia dito, mas eu precisava saber deles.

"Basicamente que eles terminaram." Emmett respondeu. "Quando tentei falar com o Jasper ele sempre dava uma desculpa qualquer. Mesmo morando na mesma casa está sendo quase impossível encontrá-lo."

"É tudo culpa do James." Falei e ouvi Rosalie soltar um palavrão.

"Eu sabia que tinha sido esse desgraçado." Ela esbravejou.

"Eu vou conversar com ela hoje." Avisei-os. "Tem como você me deixar lá, Emmett?"

"Tem." Ele respondeu. "Mas você tem certeza que isso é uma boa ideia?"

"É uma péssima ideia, mas já cansei de não fazer nada." A minha inatividade tinha resultado naquele estrago e eu não deixaria que aquilo aumentasse.

Não demorou nem cinco minutos até que chegássemos na casa dos Brandon. Quando Emmett estacionou, eu desejei que a viagem fosse um pouco mais longa.

"Chegamos." Emmett anunciou, desnecessariamente.

"Depois nos conte o que aconteceu." Rose pediu. "Precisamos marcar um dia para conversarmos sobre isso."

"Pode ser sexta, na minha casa." Sugeri, afinal, precisávamos de um território neutro, onde ninguém pudesse nos ouvir.

"Ótimo." Todos concordaram.

"Tchau." Despedi-me deles antes de dar um beijo em Edward.

Assim que o jipe partiu, uma vontade louca de sair correndo dali apareceu. Eu tive que me forçar a dar os passos necessários para chegar a porta e reunir a coragem suficiente para tocar a campainha. Minutos depois a mãe de Alice abria a porta.

“Sra Brandon, Alice está?”

“Sim, vou avisá-la que está aqui.” Ela sorriu gentilmente e me convidou para entrar.

“Obrigada.” Sorri. Instantes depois ela voltou avisando que Alice me esperava em seu quarto. Respirei fundo e subi as escadas.

Agora não tinha mais volta.

“O que veio fazer aqui? Veio ver o quão mal eu estou e contar tudo para o seu queridinho?” Alice disparou assim que me viu parada a porta.

“Bela maneira de se receber uma amiga.” Cruzei os braços. Eu não deixaria a atitude dela me afetar.

“Depois de tudo o que você fez...” Ela levantou com o dedo em riste.

“O que foi que eu fiz, hein? Conversei com o Jazz quando ele precisou? Tentei ajudar vocês dois?”

“Deu em cima dele?” Ela me encarou.

“Eu não acredito nisso!” Passei uma das minhas mãos pelo meu cabelo. “Você realmente acha que Jasper e eu temos alguma coisa? Sabe, eu nunca pensei que você pudesse ser uma pessoa tão influenciável.”

“Sinceramente, não sei mais o que pensar.” Alice elevou a voz.

“Há quanto tempo você não pensa? Você só fica aqui, aceitando tudo o que James fala, deixando-o envenenar sua mente.” Acusei-a. Eu podia estar sendo dura demais, mas eu não aguentava mais segurar nada.

“Até você vai falar mal dele?” Ela me olhou horrorizada, como se eu fosse cometer a maior atrocidade do mundo.

“E você vai continuar defendendo-o? Ele te afastou dos seus amigos, do seu namorado e você ainda insiste que ele seja uma boa pessoa?” Como Alice não podia ver aquilo? Logo ela que sempre me pareceu perceptiva, estava completamente cega para a obviedade da situação.

“Você veio aqui para me criticar?”

“Não, eu vim para ajudar. Mas eu não posso fazer isso enquanto você não quer enxergar a verdade.”Disse, sincera.

“Eu enxergo.” Ela disse, parecendo uma criança mimada quando contrariava os pais.

“O pior cego é aquele que não quer ver. Quando você decidir abrir os seus olhos, você sabe onde me encontrar.”

“Okay.” Ela assentiu, sem me olhar nos olhos.

“Se você vir a minha melhor amiga, aquela Alice que me arrastava para as compras, diz para ela que eu estou sentindo a falta dela. ” Meu olhar cruzou com o dela e eu vi as mesmas lágrimas dos meus olhos refletidas nos dela. Acenei brevemente e sai de lá o mais rápido possível antes que as lágrimas caíssem de vez.

***

“No que você está pensando?” Edward e sua mania de querer desvendar meus pensamentos.

“Nada.” Menti. Estávamos deitados na minha cama, tentando prestar atenção no filme que eu havia alugado.

“Mesmo sabendo que não adianta, você insiste em mentir para mim.” Ele suspirou melodramático.

“Só quis dizer que não era nada de importante.”

“Tem certeza?”

“Tenho.” Sorri. Era triste pensar em como tudo acabou, mas não adiantava ficar remediando o inevitável.

“Você falou com sua mãe hoje?” Edward mudou de assunto.

“Falei. Você acredita que ela quer me convencer a ficar aqui?”

“É bem a cara dela.” Ele comentou com um sorriso.

“Minha mãe é tão teimosa! Ela cisma em fazer tudo sozinha.” Revirei meu olhos.

“Tal mãe, tal filha.” Ele provocou.

“Você está querendo dormir no seu quarto hoje, não é?”

“Jamais!” Ele riu, antes de me beijar.

“Eu vou lá na cozinha, quer alguma coisa?”

“Não, obrigado.”

A casa estava um verdadeiro silêncio, parecia que só eu e Edward continuávamos acordados. Eu mal conseguia enxergar um palmo a minha frente. Por mais que a parede de vidro ajudasse na iluminação, não conseguia clarear muito o ambiente. Eu tinha vontade de sair correndo, mas a probabilidade de acidentes era grande demais,  então resolvi ser cuidadosa na minha descida. Consegui passar por todos os andares sem fazer qualquer tipo de barulho e nem ao menos tropeçar.

Quando já estava chegando a cozinha ouvi um barulho de alguma coisa caindo ao chão, parecia ser uma panela. Estranho, eu pensava ser a única acordada. De repente Emmett deve ter ficado com fome durante a noite e veio assaltar a geladeira.

“Merda!” Ouvi alguém xingando e imediatamente reconheci aquela voz.

“Jasper?” Olhei-o depois que ascendi a luz.

“Hey, Bells.” Ele sorriu preguiçosamente. As roupas dele estavam uma verdadeira bagunça, e ele claramente estava chegando de algum lugar.

“Você caiu num barril de cerveja?” Perguntei, ao sentir o odor de álcool quando ele se aproximou.

“Não, mas eu devo ter bebido um.” Ele riu achando graça de sua própria piada. Nunca vi Jasper colocar uma gota de álcool na boca e agora ele se comportava como um bêbado de longa data.

“Senta aí que eu vou fazer um café e...” Segurei-o pela mão para que ele se sentasse.

“Não. Eu estou bem.” Ele se desvencilhou de mim.

“Jasper...”

“Eu estou ótimo.” Ele andou cambaleante em direção a cozinha. “Acho melhor você subir logo antes que alguém veja como a blusa do meu irmão fica linda em você.” Eu me senti corar com o olhar que ele havia me dado.

Será que os problemas não acabavam não? Minha vida havia mudado drasticamente desde que eu me mudara para Chicago, mas eu já não estava tão certa se aquelas mudanças eram boas como eu tinha pensado no início.

A primeira coisa que fiz no dia seguinte foi procurar o Sr. Banner e avisá-lo que eu estava saindo do programa de monitoria. Ele lamentou muito, mas a minha viagem para Phoenix foi motivo o suficiente para ele não contestar minha decisão e tentar me convencer a ficar. Fui até a sala de música onde eu costumava dar aulas para recolher algumas partituras e a apostila que eu havia deixado lá.

“Cheguei para minha aula.” Uma voz avisou e eu congelei ao ouvi-la. Tantas emoções se passavam pelo meu corpo que eu não sabia nem o que eu estava sentindo naquele momento.

“Eu saí do programa de monitoria. Só estou recolhendo minhas coisas.” Avisei e então me virei para ele. “O que você quer?”

“Estou esperando meus parabéns.” James sorriu triunfante.

“Sabe, eu não consigo entender que tipo de mente doentia sente prazer em arruinar a vida das pessoas.” Dei as costas de novo para ele, com o intuito de continuar a juntar as minhas coisas.

“Mente doentia?” Ele riu. “Só me fala uma coisa, se o ceguinho te largasse você não faria tudo para tê-lo de volta?”

“Não.” Respondi firme.

“Veremos.” Ele desafiou.

“Isso é uma ameaça?” Larguei meus pertences na caixa e o encarei.

“Não preciso fazer isso. Acho que Tanya é ameaça o suficiente.” Ele sorriu prepotente. Uma coisa eu precisava admitir, James era muito bem informado sobre tudo o que acontecia ao nosso redor.

“O que ela...” Tentei negar, mas ele não deixou.

“Por favor, vamos ser verdadeiros uma vez na vida. A garota parece um filhotinho, seguindo o seu namorado para onde ele vai. Pelo que fiquei sabendo eles já tiveram algo e pelo visto para ela não terminou.” Como eu disse, ele era bem informado de mais.

“E daí? O Edward me ama.”

“Ama mesmo? Ou será que você foi a pessoa que o curou e o preparou para voltar para a antiga namorada?” Eu não sei como ele fazia, mas James tinha o dom de pegar minhas inseguranças e jogá-las na minha cara.

“Se acha que vai me convencer de qualquer coisa, está enganado.” Avisei. Ele precisava saber que eu não era tão facilmente manipulada. O que ele dissesse até poderia me afetar, mas eu não deixaria que aquelas palavras envenenassem a minha mente.

“Eu não quero te convencer. Eu não perderia o meu tempo. Você é teimosa demais para mudar de opinião.” Ele deu mais alguns passos na minha direção e eu me controlei para não dar a mesma quantidade de passos para trás. “Mas a questão que fica é: como você irá reagir quando Edward te trocar por outra?”

“Eu...” Tentei dizer que eu não faria nada, mas novamente ele não me deixou concluir.

“Primeiro você vai sentir dor. Vai chorar. Com o tempo essa dor transforma-se em raiva, que sendo bem trabalhada, resulta na vingança perfeita.”

“Você é louco.”

“A sua falta de argumentos me deixam com razão.” Aquele sorriso triunfante apareceu de novo.

“Olha, o Edward me largar para ficar com a Tanya é uma possibilidade, sempre foi. Mas eu nunca, jamais, faria com eles o que você fez com Alice e Jasper. Se você ama uma pessoa nunca vai querer fazer mal a ela.”  Eu sabia que no fundo passaria por todas as fases que ele havia descrito, a grande diferença era que no meu caso eu nunca me vingaria deles. As pessoas mudam de ideia, fazem escolhas e inevitavelmente alguém vai se machucar no percurso.

“Nos encontramos de novo depois da cirurgia.” Ele avisou, voltando-se de volta para a porta.

“Você já conseguiu o que queria, por que não vai embora?” Perguntei. Ele já tinha Alice ao seu lado, talvez não do jeito que ele queria, mas ele já havia conseguido acabar com o relacionamento dela. O que mais ele queria?

“Ainda tenho um Cullen para destruir.” Ele disse misterioso e saiu da sala.


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