Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 21
Idas e Vindas


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa! Infelizmente não consegui postar no fds passado como prometido, mas aqui está um novo capítulo para vocês!!! Se eu esqueci de mandar spoiler para alguém, só pedir de novo que mando, ok?



Beijooos!



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Capítulo 21- Idas e Vindas

[BPOV]

Estacionei minha velha caminhonete no estacionamento da escola. Não me surpreendi ao ver que o mesmo já estava ligeiramente lotado.

Sorri ao avistar de longe quatro veículos conhecidos: um Jipe cinza, uma BMW vermelha, um Porshe amarelo e o tão conhecido Audi azul.

Todos estavam aqui.

Diferente do meu primeiro dia, eu não estava nervosa ou receosa. Ao contrário, eu estava ansiosa demais para começar meu novo ano. Eu poderia listar inúmeros motivos para essa mudança de atitude, mas acho que tudo poderia ser resumido em uma única palavra: Edward.

“Bellaaaaa!” Alice gritou. Revirei os olhos e olhei para ela, que estava perto do seu armário junto de Rosalie.

Para quem a visse deveria parecer que estávamos há semanas sem nos ver e não apenas algumas horas. Por mais que a vontade de ir para minha sala fosse grande, eu sabia que não podia ignorar a pixel.

“Oi meninas.” Cumprimentei-as.

“Eu estou tão animada.” Alice disse, e eu podia jurar que estava quase quicando de tanta animação. “Eu posso sentir que esse ano vai ser o ano. Vocês estão sentindo as vibrações?”

“A única vibração que eu estou sentindo é a da sua voz ressoando no meu ouvido. E acredite em mim, isso não é bom.” Rose disse, soando ainda mais mal-humorada que o habitual.

“O que deu nela?” Perguntei a Alice.

“Ela e o Emm tiveram uma pequena discussão.” Alice explicou.

“Não foi uma pequena discussão, foi definitivo. Não tem mais volta.” Ela disse firme. Arqueei uma sobrancelha enquanto tentava entender tudo aquilo. Emmett havia voltado de viagem no dia anterior e até então os dois estavam bem. O que teria acontecido?

“Até parece Rose. Vocês não conseguem ficar nem um dia longe do outro.”

“Eu estou falando sério! Eu não posso ficar com alguém tão mentiroso quanto ele.”

“O Emmett pode ser muitas coisas, mas ele não é mentiroso.” Defendi.

“Você não entende...” Rose começou a falar, mas foi interrompida pelo sinal. “Depois a gente se fala.”

“Até mais.” Me despedi delas e fui em direção a minha sala que por sinal já estava completa.

“Bella” Angela chamou ao me ver.

“Ang.” Disse, enquanto ela me abraçava. “Como você está?”

“Bem e você?”

“Tudo ótimo.” Melhor impossível, completei nos meus pensamentos.

“Bella!” Mike me cumprimentou, antes de me abraçar. Abraço esse que não correspondi.

“Oi Mike.” Respondi sem graça, ainda me mantendo imóvel com aqueles braços em volta de mim.

“Como foram as férias?” Ele perguntou, finalmente me soltando.

“Maravilhosas.” Respondi, e caminhei para o meu lugar.

A boa educação exigia que eu perguntasse algo a ele, mas Mike não reconhecia os limites impostos.

Além do mais, a única pessoa que me interessava estava sentada na última fileira da sala.

“Bom dia.” Disse me sentando ao seu lado.

“Bom dia.” Ele respondeu com um imenso sorriso. “Como você está?”

“Tão bem quanto estava quando você me ligou essa manhã.”

“Nem um pouquinho melhor por estar me vendo?” Ele perguntou com um biquinho. O que me fez cogitar momentaneamente se ele havia pego esse hábito com a Alice.

“Talvez.” Respondi mordendo os lábios. Eu estava me sentindo tentada a beijá-lo ali mesmo.

“Bom dia.” Se. Banner disse entrando na sala, acabando com qualquer plano futuro de beijar meu namorado. “Espero que tenham descansado bastante nas férias por que esse ano teremos muito trabalho pela frente. “

E realmente tínhamos.

A princípio, nós teríamos uma trabalho em dupla, onde deveríamos cantar uma música de outra língua. Mas não era só isso. Nós ainda teríamos que fazer uma pesquisa sobre a língua escolhida e consequentemente a cultura do país.

Se isso não bastasse, ainda haveria um trabalho em conjunto com os outros cursos. Uma apresentação aberta ao público que deveria envolver Música, Teatro, Dança e Artes Plásticas. O tema era livre, assim como a escolha dos grupos. Mesmo esse trabalho não sendo obrigatório eu tinha quase certeza de que não conseguiria escapar dele.

O sinal finalmente tocou, anunciando o fim da aula.

Enquanto eu e Edward andávamos pelos corredores, eu podia sentir inúmeros olhares cravados em nós.

Pelo visto aquele seria mais um ano no qual eu não passaria imperceptível.

“Como foi a aula de vocês?” Jasper perguntou assim que sentamos na mesa.

“Normal.” Respondi, dando de ombros.

“Vocês estão pensando em fazer o tal trabalho em conjunto?” Alice perguntou animada. Eu sabia que não iria escapar dessa.

“Provavelmente não.” Edward respondeu.

“Bella?” Ela me encarou.

“Não sei.”

Alice iria falar alguma coisa, mas calou-se no instante em que uma verdadeira cena de cinema se apresentou na nossa frente.

A direita, estava Emmett McCarthy vindo em nossa direção com sua bandeja, enquanto a  esquerda Rose fazia a mesma coisa.

Eu sempre pensei que pessoas normais evitariam ao máximo qualquer contato com o ex nos primeiros dias após o término.

Mas isso não funcionava com Rose e Emmett.

Ambos resolveram sentar-se a mesa, e passaram todo o almoço se encarando, sem dizer nenhuma palavra.

Durante aqueles minutos eu pude chegar à conclusão de que Alice poderia estar certa. Ou eles não eram pessoas convencionais, ou aquilo definitivamente era uma briga, e não um término.

.

Já passavam das cinco quando eu comecei a fazer o jantar. Charlie chegaria dentro de uma hora, e eu não queria fazê-lo comer comida congelada como nos últimos dias.

Embora ele não reclamasse do tempo que eu passava na casa dos Cullens, eu sabia que ele sentia falta de me ter sempre por perto.

Eu estava começando a preparar a salada, quando alguém tocou a campainha.

Quem poderia ser?

Abri a porta e encarei dois rostos sorridentes.

“O que vocês estão fazendo aqui?”- Perguntei aos meus dois melhores amigos. Ou melhor, dois dos meus melhores amigos.

“Reunião de emergência.” Alice respondeu, entrando no apartamento.

“Cadê o Edward?”

“Ficou em casa. Alice não me deixou trazê-lo.” Jasper respondeu, encolhendo os ombros. Olhei para Alice, praticamente assassinando-a com os meus olhos.

“Não me olhe desse jeito.” Ela ralhou.

“Mas...” Eu tentei falar, porém ela me interrompeu.

“Vamos esquecer seu namorado por um minuto e nos concentrarmos na missão.” Ela disse, acomodando-se no sofá e puxando Jasper para sentar ao seu lado.

“Que missão?” Perguntei desconfiada.

“Emmett e Rose. Precisamos resolver esse problema.”  Alice respondeu o que eu mais temia.

“Não acho uma boa idéia. Eu não gosto de me meter nos assuntos alheios. Além do mais, eles terminaram, não há nada que possamos fazer.”

“Eles não terminaram, apenas brigaram. Eles vão voltar, e eu só estou querendo acelerar o processo.”

“E o que vocês têm em mente?” Perguntei olhando para ambos.

“Não olhe para mim, ela que é a mente maligna aqui.” Jasper se esquivou.

“Sabe o tal trabalho de integração?”

“Sei.”

“Então, podíamos fazer todos juntos.”

“Eles não vão aceitar.” Do jeito que eram teimosos, nem se a paz mundial estivesse envolvida eles topariam.

“Podemos enganá-los.” Alice sugeriu.

“Não.” Disse prontamente.

“Olha, eu acho tudo isso uma loucura, mas a Ali tem razão. Emmett e Rose brigados mexe com os nervos de todo mundo. Nós já passamos por isso uma vez, e não é nada legal.”

“Já passaram por isso?”

Jasper assentiu com a cabeça, antes de começar a falar.

“Cerca de três anos atrás, quando ainda estavam no início do namoro, eles tiveram uma briga séria e chegaram a terminar. Rosalie, querendo se vingar de Emmett, exagerou na bebida e amanheceu na cama de outro. Dois dias depois, Emmett apareceu na porta dela pedindo para voltar. Rosalie logo aceitou, mas como sua consciência exigia, ela contou a ele o que tinha acontecido. Como qualquer homem, Emmett ficou com o orgulho ferido, mas decidiu perdoá-la.”

“E o que isso tem a ver com o que está acontecendo agora?” Perguntei.

“Como você sabe, Emmett viajou para a casa dos pais nas férias “  Alice começou a falar.“Em um certo dia ele saiu com uns primos dele, bebeu demais e acabou ficando com uma garota. Segundo ele tudo durou alguns míseros minutos, e ele logo recobrou a razão do que estava fazendo. O problema é que ele decidiu contar a Rose o que aconteceu, e ela simplesmente não aceita.”

“Isso é complicado.”

“Só porque eles querem.” Disse Jasper.

“Eu não vou prometer nada, mas...” É claro que não pude completar minha frase, já que Alice mais uma vez me interrompia.

“Eu falo com a Rose, o Jazz com o Emmett e você convence o Edward a nos ajudar.”

“Por que eu?”

“O namorado é seu, não é?”

“Mas o Jazz é o irmão dele.”

“Ele escuta mais a você do que qualquer outra pessoa.” Jasper disse, e eu não tive coragem de refutar aquilo.

Pouco tempo depois de Charlie chegar, os dois foram embora.

Permaneci a maior parte do jantar calada, apenas pensando no que Jasper e Alice haviam dito. Não me agradava a idéia de me intrometer na vida do Emmett com a Rose. Eles eram meus amigos, e seria quase impossível me meter nessa história e permanecer imparcial quanto a quem estava certo ou errado.

No entanto, mesmo contra a minha vontade, eu sabia que acabaria ajudando no plano maluco de Jasper e Alice. Eu só esperava que tudo desse certo ao final.

Ao invés de discutir o nosso trabalho – como eu havia dito ao meu pai que faríamos- Edward e eu estávamos confortavelmente deitados em sua cama, sem fazer absolutamente nada.

“O que foi?” Ele perguntou, acariciando minha testa que estava levemente franzida.

“Alice e Jasper querem fazer o trabalho em conjunto para ajudar Emmett e Rose, e eles pediram a nossa ajuda.”

“Bem...”

“Eu aceitei, mais isso não quer dizer que você tem que fazer o mesmo.” Apressei-me em deixar bem claro que eu não tinha tomado a decisão por ele.

“Eu sei. É só que, eu acho estranho trabalhar em conjunto. Quer dizer, eu passei anos isolado, e mesmo antes disso a minha música sempre foi algo pessoal e intocável para mim. Algo que ninguém pudesse macular.”

“Eu sei o quanto você pode ser pode ser protetor quando o assunto é música.” Brinquei, referindo-me as nossas brigas iniciais.

“Eu me pergunto como você ainda continua aqui depois de ter visto meu pior lado.” Eu queria dizer que aquele não era o pior lado dele, mas eu sabia que aquilo só nos levaria a uma discussão.

“Não sou uma pessoa muito ajustada.” Respondi, fazendo-o sorrir.

“Então, sobre a música...”

“Como não é necessário compor, acho que só teremos que tocar ou cantar alguma música estúpida.”

“Acho que eu posso fazer isso.”

“Sério?” Perguntei esperançosa.

“Ao menos a parte de tocar.”

“Já é alguma coisa.”

“Mas tem uma condição.” Ele disse, me surpreendendo.

“Qual?”

“Um beijo.”

Sorri, antes de colar meus lábios nos seus. Edward tomou seu tempo beijando cuidadosamente meu lábio superior, antes de fazer o mesmo com o inferior. Meu coração acelerou dentro do meu peito, quando nossas línguas se encontraram. Eu nunca pensei que um beijo pudesse causar tantas sensações no meu corpo, mas eu estava completamente enganada. A cada beijo com ele era uma nova descoberta. Uma nova sensação.

Enterrei minhas mãos em seus cabelos macios, no mesmo instante em que suas tímidas mãos entravam na minha blusa. Seus avanços não chegavam até os meus seios, mas chegavam perto o suficiente para me deixar em chamas.

Não consegui conter um gemido que estava preso na minha garganta.

E de repente tudo parou.

Como havia acontecendo ultimamente.

Quando as coisas começavam a ficar interessantes, Edward se afastava. Nós nunca chegamos a discutir o tópico sexo abertamente, mas eu também não havia imposto nenhum obstáculo físico a isso. No entanto, por alguma razão, ele sempre parava quando as coisas começavam a sair do controle. Eu não sabia se ele agia assim por estar sendo cavalheiro, ou se de alguma forma eu não o interessava dessa maneira.

Eu sabia que ele era apaixonado por mim, mas eu não sabia se aquela podia ser uma paixão – de alguma forma- platônica, onde ele se contentava com apenas alguns gestos de afeto. Eu também não sabia até que ponto a relação dele com Tanya havia ido, assim como desconhecia se algum fantasma do passado ainda o assombrava.

Por mais próximos que fôssemos, eu tinha medo de perguntar certas coisas, de pressioná-lo demais e acabar fazendo com que ele se isolasse outra vez.

Eu não poderia perdê-lo.

Mas também se não agisse, eu entraria em combustão espontânea a qualquer momento.

Os dias se seguiram da mesma maneira durante aquela semana. Os olhares na minha direção continuavam, mas eu tentava ignorá-los.

Na quarta feira, o Sr. Banner ofereceu tanto a mim como a Angela a oportunidade de trabalharmos como monitoras das novas turmas, o que aceitamos prontamente.

Sexta feira, na hora do almoço, coube a mim levar Rose até a casa dos Cullens para discutirmos sobre o trabalho. Eu me perguntava se ela realmente não desconfiava de nada, enquanto eu dirigia a caminho da casa.

Deixei-a sentada no sofá, enquanto ia buscar os DVDs e o Emmett.

“O que ele está fazendo aqui?” Rosalie perguntou, ao ver Emmett entrar na sala.

“Eu moro aqui.” Ele respondeu.  “ O que ela está fazendo aqui?” Ele perguntou virando-se para mim.

“Os dois concordaram em ajudar a Alice e ao Jasper nesse trabalho.” Expliquei.

“Mas ninguém disse que ele estaria presente. Se eu soubesse não teria aceitado.” Rosalie disse irritada.

“Por que ninguém me avisou que ela estaria também?”

“Eu só estou aqui para passar a tarefa para vocês. Qualquer reclamação dirijam-se ao Jasper e a Alice.” Ambos se entreolharam e me olharam de volta.

“Afinal, o que vai ser esse trabalho?” Rosalie perguntou. Pelo visto, fazer o trabalho com o Emmett é melhor que confrontar a Alice.

“Vamos fazer uma adaptação da Megera Domada.” Respondi.

“Escolheram bem o tema.” Emmett murmurou, e Rosalie praticamente o fuzilou com os olhos.

“Por favor, me diga que eu vou poder jogar vasos de verdade nele?”

“Aqui vocês têm o filme com a Elizabeth Taylor, um episódio de Moonlitging que satirizou a peça, e a mais famosa adaptação, Dez Coisas que odeio em você.” Disse, entregando os DVDs para eles.  “Divirtam-se. E não quebrem nada.” Dito isso saí da sala.

“E então?” Jasper perguntou assim que entrei no meu quarto. Ele e Edward estavam sentados em lados opostos da minha cama.

“É esperar para ver.”

“Vocês podem parar?”

“Seu quarto fica no andar de baixo.”

“Fica próximo demais da Terceira Guerra Mundial que pode estourar a qualquer momento.”

“Eu tenho que ir minha aula  vai começar daqui a pouco.”

“Quer que eu te leve?”

“Não precisa. Minha caminhonete agüenta a viagem.”

“Tenho minhas dúvidas.”

“Bells, deixa o Jasper te levar.”

“Está bem.”

Eu quase pulei de alegria quando finalmente o sinal tocou. Aquela havia sido minha primeira aula como monitora dos novos alunos, e eu já estava exausta. Olhei para Angela e notei que ele não estava em melhor estado.

Ao chegar no meu armário vi um post-it colado nele. Era um bilhete da Alice me lembrando de agendar o auditório. Suspirei e segui até a secretaria.

“Olá Sra Cope. É aqui que agendo para usar o auditório?”

“É sim.” Ela respondeu com um sorriso.  “Para que dia você vai querer?”

“Pode ser na segunda?”

“O horário depois da aula já está tomado. Que tal na terça?”

“Pode ser.” Eu só esperava que ninguém tivesse compromisso para aquele dia.

“Nome?”

“Isabella Swan.”

“Agendado.” Ela me entregou um papel com a data e a autorização para utilizar o auditório.

“Obrigada.”  Agradeci. Eu ainda estava olhando para os papéis na minha mão quando me choquei com alguém.  “Desculpe, eu....”

“Bella?” Uma voz conhecida me chamou. Levantei meus olhos para ver quem era.

“James?”

Olhei-o surpresa enquanto só conseguia pensar numa única coisa.

Jasper.


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