Através dos Seus Olhos escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 11
Convites


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vocês estão? Ontem eu acabei assistindo ao Emmy e esqueci de postar a fic aqui xD MAs o novo capítulo já chegou! Lembrando que as músicas citadas estão disponíveis para baixar. É só dar uma conferida lá no meu proflie

Beijos



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Capítulo 11-Convites

 

 

[BPOV]

Parecia que um enorme peso havia sido retirado dos meus ombros. Desde que eu havia mudado para Chicago, era a primeira vez que eu me sentia verdadeiramente em paz  Comigo mesma e com todos ao meu redor.

É claro que o que tinha acontecido na noite anterior não era nenhuma garantia de que as coisas realmente iriam melhorar, mas pelo menos estávamos tentando. O primeiro tijolo da muralha impenetrável havia sido quebrado.

“Bella!” Eric gritou, vindo correndo em minha direção assim que eu entrei na escola.

“Oi, Eric” Cumprimentei-o. Ele pareceu assustado ao notar que eu não estava sozinha. Eu também ficaria assustada se fosse falar com uma garota, e ao lado dela estivesse um cara que mais parecia um urso daqueles que se vê no National Geography.

“Então..semana que vem tem o baile..” Ele começou hesitante, e eu senti o corpo de Emmett retesar ao meu lado.

“O que tem o baile?” Perguntei, confusa.

“Você gostaria de ir comigo?” Ele perguntou, timidamente.

“Eu não acho uma boa idéia. Eu tirei o gesso do pé ontem, e ainda estou com o braço engessado.” Pela primeira vez, fiquei feliz em ser um desastre ambulante, já que no momento isso me poupava de inventar uma desculpa.

“Oh, tudo bem” Ele forçou um sorriso, mas a tristeza estava clara em seus olhos. Eu odiava ter que fazer isso, mas bailes eram uma péssima idéia para mim. Salto alto, dança e minha coordenação motora, ou a falta dela, soavam como uma combinação mortal.

“Talvez na próxima...” Disse, tentando animá-lo. Eric assentiu, antes de ir embora misturando-se a multidão.

“Você não vai ao baile?” Emmett perguntou, surpreso enquanto caminhávamos em direção a minha sala.

“Claro que não!” Respondi, obviamente.

“Você já contou isso para a Alice?” Um sorriso divertido apareceu no rosto dele. Qual era a graça?

“Não.” Respondi franzindo o cenho. Qual era a ligação entre o baile e a Alice? Exceto o fato, é claro, dela ser a organizadora.

“Quando for contar para ela, me avisa para levar a câmera.” Ele disse no seu tom divertido. Isso não deve ser uma boa coisa.

“Quão ruim? Numa escala de cinco à dez.” Perguntei, apreensiva.

“Onze” Ele respondeu sério. Ou melhor, ele respondeu da maneira mais séria que Emmett McCarthy poderia responder.

“Eu tô ferrada.” Disse num tom que beirava o desespero. O grandão ao meu lado assentia freneticamente, confirmando o quão encrencada eu estaria dentro em breve.

“Agora está na hora do Brad Pitt aqui ir estudar.” Ele avisou, assim que paramos na porta da minha sala.

“Brad Pitt nunca fez teatro.”

“Detalhes, detalhes” Ele disse, descartando o meu argumento.

“Vamos, ursão.” Rose apareceu atrás dele, puxando-o  pela mão “Até a hora do almoço, Bella” Ela se despediu.

“Se cuida!” Emmett gritou pelo corredor.

Entrei na sala que por algum milagre ainda estava vazia. Meu olhar cruzou com o do Eric e eu sorri docemente. Eu odiava ser a causadora daquela expressão desolada que ele tinha, mas eu não tinha outra opção.

Passei pelas fileiras de cadeiras até chegar ao meu lugar, onde Edward estava sentado ao lado.

“Oi.” Cumprimentei-o, antes de puxar minha cadeira.

“Oi.” Ele respondeu. “Você vai poder mesmo ensaiar hoje?”

“Vou.” Reafirmei.

“Se você quiser você pode mudar a música.” Ele se ofereceu. Ainda era um pouco estranho ver esse lado dele.

“Não, a música é legal. Eu gosto dela.” Assegurei-o “Mas se você quiser mudar...”

“Não, eu também gosto dela.” Ele se apressou em responder.

O restante das minhas horas passaram como de costume. Ouvindo meus professores falarem, fugindo para ouvir Edward tocar piano, e depois fui encontrar o pessoal no refeitório.

Na hora da saída, eu já estava indo para o jipe do Emmett quando vi uma viatura policial encostando em frente ao estacionamento. Logo vi a figura do meu pai saindo de dentro do carro. O que ele estava fazendo ali? Ainda mais na viatura?

“Char..Pai O que você está fazendo aqui?” Perguntei, quando ele se aproximou.

“Meu turno foi adiado para a próxima semana, então resolvi vir te buscar.” Ele pareceu tão feliz em me ter de volta em casa que eu não tive coragem de recusar. Avisei ao Emmett que não iria com ele, e fui embora com o meu pai.

Depois de ficar duas semanas de molho na casa dos Cullens, eu me sentia bem por estar em casa. Embora ainda fosse estranho para mim, me referir a casa de Charlie como sento minha, eu estava começando a encarar aquilo como o meu lar. Eu só não podia deixar minha mãe saber disso.

“Que tal uma pizza?” Meu pai perguntou, aparecendo na porta do meu quarto.

“Ótima idéia!” Depois de duas semanas sobrevivendo de comidas saudáveis e o miojo do Emmett, eu merecia devorar uma suculenta e deliciosa pizza.

Depois do jantar decidi fazer algumas ligações, começando pela mais complicada. Disquei os números que eu já sabia de cor , e no terceiro toque atenderam do outro lado.

Alô?” Uma voz familiar atendeu.

“Jazz, sou eu.”

Bells, por que você fugiu de casa?” Ele perguntou, tentando parecer sério..

”Charlie foi me buscar na escola, não tive escolha a não se voltar para casa.“ Eu estava feliz de estar em casa, mas falando com Jasper, eu sentia falta de estar nos Cullens.

Então... Qual o real motivo da sua ligação?” Certas vezes, era quase impossível enrolar o Jasper. Era como se ele sentisse suas reais intenções.

“O Edward está ai?” Perguntei apreensiva.

Ele está no quarto dele. Vou levar o telefone até lá.”

“Ok.”

Posso saber o que você quer com o meu irmão?” Eu podia imaginar Jasper arqueando a sobrancelha, daquele modo intimidador que sempre fazia.

“Assunto pessoal Jasper, deixa de ser fofoqueiro.” Ralhei com ele, que soltou uma gargalhada do outro lado da linha.

Assunto pessoal, é?” Ele disse, sugestivo.

“Você tem que parar de conviver com o Emmett.” Disse seriamente, ganhando outra risada dele.

Você sabe que isso é impossível” E como eu sabia que era impossível.  “Edward telefone para você.” Ele avisou o irmão.

Alô.” Congelei ao ouvir aquela voz.

“Edward, sou eu.” Disse, um pouco apreensiva. Eu não sabia como ele reagiria.

Bella?” Ele perguntou. Ele não parecia estar com raiva como eu previa, parecia estar... aliviado?

“É. Eu estou ligando para me desculpar. Meu pai foi me buscar na escola, e acabei faltando ao nosso ensaio por causa disso.”

Sem problemas. Podemos deixar para a semana que vem.” Ele reganhou sua compostura, e não deixava mais nenhuma emoção transparecer na sua voz.

“Se você quiser pode ser amanhã.” Disse, e no instante seguinte eu me arrependi. Eu não queria parecer que estava ansiosa pelos ensaios, até por que eu não estava.  ” Eu vou ter que ir aí pegar as minhas roupas mesmo.“

Tudo bem então” Ele respondeu, com sua voz vazia.

“Então tá. Tchau Edward, até amanhã.”

Até.” Foi a última coisa que eu ouvi antes de desligar o telefone.

Eu logo comecei a discar outro número que já havia memorizado há muito tempo. Só que dessa vez, foram me atender só no oitavo toque.

Alô?” Minha mãe atendeu.

“Mãe, por que você demorou tanto para atender?” Briguei com ela. Ela tinha noção do quanto era caro  uma ligação para fora do estado?

Eu não estava achando o meu celular. Você sabe que essas coisas vivem fugindo de mim. Como você está?” Aquilo era tão típico da minha mãe. Mas isso era uma das coisas que eu mais amava nela.

“Bem. Eu tirei o gesso da perna na quarta, e hoje eu voltei para a casa do Charlie.”

Para a casa do seu pai.” Ela me corrigiu. Que diferença fazia? Não era tudo a mesma pessoa.  “Mas e a sua mão?

“Continua engessada. O Carlisle disse que vai tirar o gesso daqui há duas semanas para ver como está. Dependendo eu coloco outro gesso ou não.” Só de pensar em passar mais um mês com a mão na mesma posição me dava calafrios.

Nada que você já não esteja acostumada.” Minha mãe me provocou do outro lado da linha.

“É.” Respondi, revirando os olhos.

Eu vou deixar você dormir agora, bebê. Amanhã eu te ligo, tá?” Ela disse com seu jeito carinhoso que só uma mãe tem.

“Tá. Beijo mãe.”

Se cuida. Eu te amo.

“Também. Tchau.”

Não me surpreendi ao saber que Alice e Rosalie estavam na casa dos Cullens, em plena manhã de sábado. Aquelas duas praticamente moravam lá. Eu não as vi, mas Carlisle havia avisado que elas estavam na garagem junto com os meninos.

“Eu vou lá em cima arrumar minhas coisas.” Avisei a Esme e Carlisle que estavam na sala junto com o meu pai.

Até que eu não tinha muita coisa para arrumar. Apenas minhas roupas, alguns livros e uma dúzia de CDs e DVDs. O problema mesmo era o meu braço engessado que dificultava a minha tarefa.

“Bella?” Edward perguntou incerto, parado no corredor.

“Sim, sou eu.” Respondi, fazendo a ruguinha no meio da sua testa desaparecer.

“Você já vai?” Ele perguntou, após eu fechar o zíper da mala.

“Duvido! Aposto que sua mãe está convencendo o meu pai a ficar apara almoçar.” Eu havia aprendido nos últimos meses, que Esme e Carlisle tinham um poder muito grande de persuasão.

“Isso é verdade.” Edward assentiu, provando que eu não era a única a partilhar dessa opinião.

“Você quer ensaiar agora?” Edward mais uma vez assentiu, e logo seguimos em silêncio para a sala de música que ficava no primeiro andar da casa.

Milagrosamente, havíamos conseguido ensaiar a música cinco vezes, e não errar nada.

“Você acha que dá para cantar e tocar ao mesmo tempo?” Edward perguntou, antes de ensaiarmos mais uma vez.

“Acho que sim.” Respondi inseguramente, mas decidi arriscar.

Os acordes do violão e as notas do piano, preencheram toda a sala novamente. Fechei os olhos e respirei fundo, antes de começar a cantar.

Dancin' where the stars go blue

Dancin' where the evening fell

Dancin' in my wooden shoes

In a wedding gown

 

Eu estava fazendo um esforço sobre-humano para não estragar tudo dessa vez. Eu fazia o máximo para não desafinar na minha voz ou errar uma nota no piano.

Dancin' out on 7th street

Dancin' through the underground

Dancin' little marionette

Are you happy now?

 

Dizer que eu fiquei chocada ao ouvir a voz do Edward não era a melhor palavra para expressar o que eu estava sentindo, mas parecia ser a única palavra que eu conseguia encontrar naquele momento.

Where do you go when you're lonely

Where do you go when you're blue

Where do you go when you're lonely

I'll follow you

 

Eu não conseguia achar um adjetivo correto que pudesse definir o que eu estava ouvindo. Ou a voz dele era extraordinária, ou eu precisava aumentar o meu vocabulário.

When the stars go blue, blue

When the stars go blue, blue

When the stars go blue, blue

When the stars go blue

 

Era uma voz calma e macia. Era como se toda aquela frieza desaparecesse, e desse lugar a uma doçura natural.

Laughing with your pretty mouth

Laughing with your broken eyes

Laughing with your lover's song

In a lullaby... yeah

 

Eu sentia a necessidade de me virar para vê-lo toando, mas eu não podia. Eu tinha que me contentar em imaginá-lo com sua expressão compenetrada, e os olhos fechados mesmo por trás dos óculos escuros.

Where do you go when you're lonely

Where do you go when you're blue

Where do you go when you're lonely

I'll follow you yeah yeah

 

E foi no exato momento, que nossas vozes se juntaram mais uma vez no refrão, que eu pude entender. Eu pude entender como era ser ele. Imaginar como seria uma cena que eu não podia ver. Ter que me contentar com a fantasia, pelo simples fato, de não poder enxergar a realidade.

Where do you go when you're lonely

Where do you go when you're blue

Where do you go when you're lonely

I'll follow you, follow you, follow you, yeahhhh

When the stars go blue

When the stars go blue

When the stars go blue

When the stars go blue

Where do you go when you're lonely

Where do you go when the stars go blue

 

Eu não sabia se fora a intensidade da música, a perfeita combinação dos nossos timbres vocais, ou a minha pequena epifania, mas eu estava sem palavras. Eu não sabia o que dizer. Talvez eu devesse começar a ler o dicionário.

“Isso foi legal.” Edward quebrou o silêncio.

“É.“ Respondi monossilábica. Minha fluência verbal em certos momentos era impressionante.

O silêncio incômodo voltou a nos rodear, e mais uma vez foi ele quem voltou a falar.

“Eu acho que eu vou para o meu quarto.” Ele disse, enquanto se levantava do banco.

“E eu vou ver se o meu pai já está indo.” Disse, enquanto também me levantava da banqueta.

Ambos saímos da sala, seguindo direções opostas.

Meu pai ainda estava no mesmo lugar no qual e o havia deixado. E como eu havia previsto, Carlisle e Esme o haviam convencido a ficar para o almoço.

 

 

***

Segunda-feira já havia chegado, e eu nem tinha sentido o fim de semana passar. Renée havia ligado no sábado e no domingo, e passou a maior parte do tempo dando recomendações ao Charlie. Eu acho que ela só estava esperando eu voltar para a casa do meu pai, para poder dar um sermão no pobre coitado. Às vezes, eu ainda me assustava com o lado superprotetor da minha mãe, mesmo estando há milhas de distância dela.

 Mas minha mãe sempre seria assim, era impossível mudá-la. E olha que eu passei os últimos dezoito anos tentando isso.

No momento que o sinal para o almoço tocou, Mike voou até a cadeira que eu estava. O que será que ele queria.

“Bella, eu queria saber se você gostaria de ir ao baile co...comigo?” Eu já devia esperar que meu ‘perseguidor’ pessoal fosse me convidar para o baile.

“Sinto muito, mas não posso. Eu tirei o gesso na semana passada e ainda estou com meu braço engessado.”  Usei a mesma desculpa que havia usado com o Eric.

“Mas você já está andando perfeitamente, e até sexta-feira seu pé já estará cem por cento. E além do mais, você não dança com as mãos.” Por que ela não podia ser como o Eric, e simplesmente aceitar um não como resposta? E por que eu era incapaz de dar um não definitivo? Ah, é! Por que eu não gosto de magoar as pessoas.

“E sei, mas...” Eu tentava pensar em alguma desculpa que pudesse me fazer dispensá-lo, caso contrário eu sei que acabaria aceitando.

“Mas o que? Você vai com outra pessoa?” Mike perguntou apressado, parecendo ansioso por uma resposta.

“Ela vai comigo.” Até o presente momento, eu não tinha notado que Edward ainda estava na cadeira ao lado da minha.

Espera, ele disse que eu vou ao baile com ele?


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