Harry seguiu o Percy e a Annabeth, subindo uns degraus que dia dar a sala do trono.


A sala era gigantesca, podendo caber lá o terreno de Quiddich e sobrar espaço. Doze tronos enormes encontravam-se dispostos U invertido. Uma enorme fogueira crepitava na braseiro central. Os tronos estavam vazios, com excepção de três: os dois tronos principais e outro imediatamente a esquerda.


- Tio Zeus! - Gritou Percy, aproximando-se dos deuses. - Temos de falar!


Harry Ficara atrás, com a Annabeth, olhando fixamente para Zeus. O Senhor dos Deuses vestia um fato azul escuro. Ele exibia um cabelo curto de cor negra e uma barba bem aparada. O seu rosto era orgulhoso, belo e severo e os seus olhos tinham a cor cinzento escuro. Mas o que mais perturbou foi o facto de Zeus podia ser seu gémeo, só que duma versão mais velha. Harry engoliu em seco.


- Perseu - repreendeu Poseido. - Olha como falas.


- Peço desculpa- - disse Percy, ajoelhando-se. - Mas o assusto é sério!


- E que assunto é esse, seu rapaz insolente? - Perguntou Zeus.


Percy apenas apontou para o Harry que, com os três deuses fixos nele, começou a recuar. As expressões fizeram o Percy rir-se: Zeus olhava para o Harry de boca aberta, Poseidon olhava para Zeus escandalizado e Hera olhava para o Harry e Zeus furiosa.


- E depois, ainda me vens com sermões! - Exclamou Poseidon.


- Zeus, o que significa isto?! - Gritou Hera ao mesmo tempo que Poseidon.


- Eu... eu... - gaguejou Zeus, olhando para os dois. - Eu não faço ideia de onde veio este rapaz!!


- Onde o encontraste, filho? - Perguntou Poseidon enquanto que a Hera dava uma raspanete ao marido.


- Em casa - respondeu Percy. - Estava com a mãe a falar quando os encontrei. Pai, ele é um feiticeiro!


Foi o bastante para que Zeus e Hera parassem de discutir, olhando para o Harry, que já se encontrava escondido atrás da Annabeth.


- Impossível! - Exclamou Hera. - Eles desapareceram a quase dois mil anos!


- Na verdade - falou finalmente o Harry, aproximando-se do Percy. - Estávamos simplesmente escondidos. Há feiticeiros em quase todos os países.


- Mas porquê?! - Perguntou Poseidon.


- Não sei bem - respondeu Harry, pensando. - Sei que é sobre a Hecáta e uma ofensa grave.


- Qual é o teu nome, rapaz? - Perguntou Zeus.


- Harry Potter, senhor.


 - E de onde vens?


- Inglaterra.


- Há algo de errado . disse Zeus, coçando a cabeça. - Há duzentos anos que eu não vou em Inglaterra.


- A minha mãe estava cá de férias quando engravidou - esclareceu Harry.


- Mesmo assim, não sentir a tua presença...


- Provavelmente foi a magia da mãe e do Harry que interferiu - disse Poseidon. - Se os feiticeiros conseguiram se esconder este tempo todo...


Zeus ficou a olhar para o novo filho durante uns momentos.


- A tua mãe não era ruiva com uns olhos verdes?


Harry acenou com a cabeça.


- Ahhh sim, eu lembro-me - disse Zeus, sorrindo. - Ela estava completamente furiosa! Como está ela?


- Morta - respondeu Harry. Morreu quando tinha um ano.


- E por quem foste tu criado?


- Pela o irmã dela - respondeu Harry, raivoso.


Subitamente, a fogueira explodiu em enormes chamas, que quase chegava ao tecto. Todos estavam pasmos.


- Peço desculpa - disse Harry, fazendo um movimento com a mão que fez as chamas baixarem.


- Foste tu?! - Perguntou Percy.


- A minha magia cresceu muito e perco facilmente o controlo quando estou irritado - disse enquanto bocejava. - Lamento, cheguei a pouco e...


- E estás cansado - continuo Zeus. - Perseu, leva o teu primo para o acampamento e...


- O quê?! - Interrompeu Hera, furiosa. - Vais permitir que esta aberração perigosa vá para o acampamento?!


Harry ficou "ligeiramente" ofendido.


- A quem é que esta a chamar de aberração, sua velha fóssil?!


- Como ousas?!


- CHEGA!!!


Raios atravessaram a sala tal era a raiva de Zeus.


- O Harry vai para o acampamento Hera e não quero saber que tu não gostes dos feiticeiros! - Gritou Zeus para a esposa e depois virou-se para o Harry, falando mais suavemente: - Vai descansar, Harry, haveremos de falar mais tarde.


Harry acenou, seguindo o Percy e a namorada para fora do Olimpo, sempre ouvindo os gritos da sua nova madrasta.


- Sabem porque é que Hera odeia tanto os feiticeiros? - Perguntou Harry ao outros dois.


- Se me lembro bem - começou Annabeth, já dentro do elevador a descer -, antes de os feiticeiros desapareceram, un deles matou o único filho semi-deus que ela tivera.


- Porquê?!


- Não sabemos - respondeu Percy. É algo que os deuses não querem revelar.


Houve um momento de silencio enquanto esperavam que o elevador parasse.


- E agora, o que vai ser? - Quis saber Harry.


- Agora vamos a minha casa avisa a minha mãe sobre o que aconteceu e vamos todos para o acampamento! - Exclamou Percy.


- E que acampamento é esse?


- É onde os semo-deuses vão para treinar e é também o lugar mais seguro para nós!


Uma hora depois, os três passavam por um grande pinheiro que Percy explicou servir para proteger o acampamento. A visão que o Harry teve a seguir o deixou de boca aberta: num enorme vale que se estendia até ao oceano, o Harry viu edifícios que pareciam trazidos da antiga Grécia mas todos acabados de construir!


- Wuaw! - Exclamou Harry.


- Impressionante, não é? - Perguntou Percy, sorrindo.


Quando mais se aproximavam, mais o Harry via, como, por exemplo, as cabanas. Eram doze, alinhadas no mesmo U invertido que os tronos.


- Deixa-me adivinhar: cada abana abriga os filhos de um Deus especifico? - Perguntou Harry a Annabeth, que apenas sorriu.


Finalmente chegaram ao primeiro edifício, uma grande casa de quatro andares no qual, na varanda, estava dois homens sentados em frente a uma mesa de jogo.


- Hei, Senhor D! - Exclamou Percy.


O homem respirou fortemente antes de se virar.


-Jackson, já te disse que te odeio? - Perguntou Percy, olhando maldosamente para o Percy.


- Todos os dias desde de que cá estou! - Respondeu Percy, feliz.


- Vamos lá ter calma - pediu o outro homem. - Muito bem-vindo Harry! Lord Zeus informou-nos da situação e ele tinha razão: ês igualzinho ao teu pai!


Harry sorriu.


- Sim, já pude ver, senhor...?


- Oh, peço desculpa! O meu nome é Quíron, responsável das actividades - apresentou-se. - este é o Senhor D., Director do Acampamento Mestiço.


- D de Dionísio? - Perguntou Harry, apertando ambos as mãos.


- Muito bem, maninho - felicitou o Deus do Vinho. - Paree que, finalmente, encontrei um pirralho com miolos!


- Hei!! - Reclamaram Percy e Annabeth.


O senhor D revirou os olhos.


- Levem mas é o Harry para a sua cabana - ordenou ele. - Ele que descanse antes que o pai me venha chatear!


- Mas senhor - começou Annabeth -, ele ainda não foi...


Nesse momento, um brilho apareceu mesmo em cima da cabeça do Harry. Ao levanta a cabeça, ele viu o holograma de um raio, de cor azul, a rodar.


- Hum, esquece - acabou ela.


- Vem Harry, disse Percy. - Antes de descansar, temos que te apresentar.


Caminharam até ao refeitório. Ao entrar, Harry deparou-se com cerca de cem miúdos sentados em vários mesas dispersas. Uma fogueira central ardia num braseiro de bronze. do tamanho de uma banheira.


Harry seguiu Percy até perto da fogueira, sentindo os olhares pasmos dos outros.


- Silencio pessoal! - Gritou Percy. - Tenho que fazer uma apresentação!


O silencio veio pouco a pouco.


- Bem, temos um novo campista - anunciou Percy. - O seu nome é Harry Potter e veio da Inglaterra.


- E de quem ele é filho? - Perguntou um miúdo com pouco mais de dez anos.


- Ês cego ou quê? - gritou uma voz mesmo ao lado. - Então não se vê?!


- Malta, dêem as boas vindas a Harry Potter, Filho do Deus dos Céus!


Todos se levantaram e se inclinaram numa reverencia, o que incomodou bastante o Harry.


- Eu estou a ver que Zeus não consegue ficar longe de pernas bonitas! - Exclamou alguém atrás deles - Já vão dois!


Era uma jovem de cabelo negro e olhos azuis eléctricos, estava vestida de preto e sorria amplamente.


- Sabes contar, cabeça de pinheiro!


Ela dei-lhe um soco no ombro.


- Harry, esta é a Thalia - apresentou Percy. - A tua irmã.