O Pequeno Sereio escrita por Maysa Zwarg


Capítulo 1
Taiheyou




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“Uma sereia enganadora”.


Essa frase com certeza combina comigo. Por que na verdade, eu não sou uma mulher.
Eu sou outra coisa...

Príncipe Taiheyou. Esse é o meu nome. Ele significa... “Oceano Pacífico”, se escrito em Kanji.
E combina comigo. Porque amo o Oceano. Adoro nadar. E, é o meu lar.
Sim, eu sou metade peixe. Mas não sou uma sereia. Sou um sereio. O único problema, é que eu realmente pareço uma mulher.

Meus cabelos são longos e verdes, da cor das algas. Minha pele branca e meus traços finos enganam muito. E meus cílios são grandes. Sou afeminado. Isso chega a atrapalhar um pouco quando vou visitar minhas amigas gaivotas, na superfície. Porque os pescadores pensam que sou uma mulher, e isso gera cantadas sem graças.

E eu estou apaixonado... Pelo príncipe Ray, que mora em um castelo próximo a praia.
A primeira vez que o vi, ele estava pegando conchas, na areia. Ele é o oposto de mim. Alto, ombros largos, um olhar determinado, e tem pernas. Seus cabelos loiros batem em seu pescoço. É um homem másculo, realmente incrível. Uma pessoa que admiro muito. Principalmente quando o vi salvando uma garotinha se afogando. ♥

Me pergunto como posso me aproximar dele. Afinal, tenho uma cauda, não pernas.
E também me preocupo com uma coisa... Eu sou um homem! Como ele pode se apaixonar por uma pessoa como eu? Um homem!

Mas sinto uma grande esperança, de que um dia o príncipe irá abusar de mim. Que ele abrirá minhas “pernas” e me fuder inteiro.
Sonho todas as noites com ele fazendo aquilo comigo, apaixonadamente.

É o que eu espero.

 

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Hoje é o dia do meu aniversário. E como sempre, minhas sete irmãs (mais velhas) ficam todas animadas e preparam tudo, só pra mim. Meu pai se sente orgulhoso, e sempre diz: “Meu menino finalmente se tornará um bravo homem”. Minha mãe, sempre faz um colar de flores para colocar na minha cabeça. Porque ela acha que “fica uma gracinha”. E ainda faz questão de me chamar de “minha princesinha”.

O reino inteiro comemora. E todos os seres marinhos vêem comemorar, com muita música e petiscos.

O baixo da música bate forte, como se fosse meu coração - tum, tum.
Ela para, e, finalmente, chega a minha parte preferida da festa: A hora dos presentes.
Sento-me em uma cadeira com detalhes barrocos, e todos da festa fazem uma fila, com seus devidos presentes.

O pessoal daqui é meio maluco, achando que vou me tornar um guerreiro. Ganho tritão, espadas, lanças, arco e flecha, entre outras coisas. Alguns são bem simples e agradáveis, me dando flores e me desejando paz e amor. Amor. É isso o que espero ganhar.

Mas tudo ficou escuro de repente. Um pouco de fumaça começou a surgir e... “Poof!”
Aparece uma mulher de longos cabelos pretos, com um belo vestido, e uma varinha preta, com um pequeno enfeite de abóbora na ponta. E ela não era uma sereia. Era uma bruxa.

- Olá, príncipe Taiheyou. - disse a bruxa,se curvando. - Eu sou Morgana, a bruxa. Estou aqui para te dar um presente. Sabe... Realizar algum desejo seu.

Todos os guardas do Reino cercaram a bruxa. A maioria dos convidados, assustados, se afastaram.

- Taiheyou! Não faça nenhuma besteira! - gritou meu pai.

Mas nada adiantou. Eu realmente queria fazer um desejo.

- Mas é claro, terá algo em troca. - disse a bruxa, lixando a unha. - Quem sabe... Seu trono? Sua riqueza? Seus órgãos? Ou quem sabe até mesmo... Sua doce voz? Afinal, eu sei muito bem o que você quer.

Eu não podia deixar uma bruxa no meu lugar. Não podia empobrecer o Reino. E muito menos dar meus órgãos! Então, sobrou apenas uma opção... Minha voz.

- Eu quero ter pernas e ver o príncipe Ray. - decidi. - E em troca, dou minha voz.

- Hahaha! - riu a bruxa. - É isso mesmo que gosto de ouvir!

Ela apontou sua varinha, e um brilho saiu daquele enfeite de abóbora, vindo em minha direção.

- Eh?! - gritei.

Um brilho, cheio de purpurina, passava sobre minha cauda. A cauda ia sumindo cada vez mais, e duas pernas apareciam no lugar. Um pote apareceu na mão na bruxa, que estava bem sorridente. Quando finalmente as duas pernas ficaram completas, tentei falar algo de alegria, mas não consegui, óbvio. Minha voz já havia sido tomada.

- Agora, vá encontrar seu amante, pequeno Taiheyou. - disse ela, sumindo, com uma explosão de fumaça colorida.

- Príncipe Taiheyou... - disse uma fada que estava na fila, vindo logo em seguida. - Você não deveria ter feito isso. Agora seu destino está nas mãos daquela bruxa horrível. Eu poderia ter realizado seu desejo sem nada em troca, mas seria um tempo perdido, já que tem um prazo da duração da minha magia. Mas agora, a única coisa que posso fazer, é te ajudar nesse aniversário. Nessa semana, terá uma festa no navio do príncipe Ray. E é lá, que conseguirás sua voz de volta.

Sorri. Já que era a única coisa que eu podia fazer agora. Coloquei os meus pés no chão, e andei, até fora do Reino. Meus pais tentaram impedir, mas minhas irmãs já sabiam do meu amor pelo príncipe Ray, e por isso, convenceram o papai e a mamãe.

Comecei a me debater, para alcançar a superfície. E eu estava conseguindo.
Mas eu notei uma diferença. Ao chegar na superfície, comecei a me afogar. Eu não sabia nadar com pernas. Eu não podia fazer nada sobre isso. Não conseguia mais nadar.

Que droga! Eu estava todo feliz, achando que ia encontrar o meu amor... O que é isso? Agora vou morrer no meio do oceano?

Só pode ser uma mentira...


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Notas finais do capítulo

Essa fic já tem três capítulos prontos. Não demorarei pra atualizar.
Reviews, people?
E, feliz dia Mundial do Rock.



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