A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Falei que não demoraria muito, espero que gostem. ♥

Capítulo dedicado novamente para a Júlia Pinheiro e a Natty Farias Freitas, agradeço pelos comentários maravilhosos. ♥



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Capítulo 31

O baile – Parte II

 

— Eu falei que não desistiria de você, Hermione.

Sem dar tempo para uma resposta, muito menos para pensamentos racionais, Draco tocou os lábios da mulher com os seus. Quando sua língua pediu passagem, ela a concedeu imediatamente, ávida por sentir o gosto dele mais uma vez. O beijo começou lento, redescobrindo-se, mas não demorou a se intensificar.

Draco pressionou os seus corpos, tocando-a com força e saudade. Erguendo o vestido vermelho, ela envolveu suas pernas ao redor da cintura do homem, colidindo suas cinturas. O findar do beijo não foi o ato final, somente um prelúdio para o começo, pois logo a boca dele tomava o seu pescoço, baixando a alça do vestido para distribuir beijos e leves mordidas nos seus ombros.

Ao sentir a ereção do homem contra a sua cintura, um gemido escapou pelos seus lábios, e seu desejo somente aumento. Precisava dele, física e emocionalmente. A excitação cada vez mais crescente a fez acordar para a realidade. Não queria realmente, mas obrigou-se a afastá-lo pelos ombros.

As respirações ofegantes, o olhar confuso de Draco contra o seu.

— Por quê?

Suspirou. Queria tanto que fosse mais fácil, mas...

— Porque não podemos, Draco. Não agora. Não é o certo. – Respondeu o óbvio, o desejo em suas feições deu lugar à tristeza.

— Para o inferno com o certo. – Vociferou, demonstrando todo seu rancor. Não por Hermione, mas pela situação. Suspirou pesaroso em seguida, recuperando a calma. – Eu iria esperar até terminar o ano para procura-la, mas... esses dias têm sido torturantes, por que não mantemos o que temos? Podemos ficar juntos sem que ninguém saiba...

— Ninguém saiba? Ficar juntos escondidos? É isso que quer? – Ela o cortou, soltando uma risada irônica e sem humor. – Nada fica escondido em Hogwarts, e tem Lucius, os pais de Astória, a própria Astória... Draco, não se trata somente de nós dois, e sim do seu filho. – Suas palavras finais foram duras. Duras demais para Draco.

Ele deu um passo para trás, levemente atordoado. Seu filho... estaria ele sendo um irresponsável ao pensar somente no seu amor pela Hermione?

— Você está certa... – Murmurou muito a contragosto. – Mas fique ciente de que esse não é o nosso fim. Você é minha, Hermione. E eu sou seu. – Suas palavras saíram firmes e seus olhos faiscaram. Não eram palavras jogadas ao vento, era uma promessa.

Não. Esse não é o nosso fim.

Eu vou esperar você, Draco.

Eu amo você.

Todas as frases ficaram presas na sua garganta, tudo foi perdido quando seus lábios se tocaram outra vez. Apenas um selo demorado, mas antes de se afastar ele tocou carinhosamente em seu rosto.

Entreabriu os lábios.

Espere. Fique.

Outra vez, as palavras não saíram. Ele saiu do banheiro antes disso. Com as pernas ainda trêmulas, apoiou-se na pia. Limpou as lágrimas que insistiram em cair e recuperou sua postura, tinha que voltar ao baile e uma máscara a manter.

(...)

A dança estava ótima, a companhia de Draco era sempre agradável. Amava-o como um irmão. Porém, precisava de um momento para descansar e espairecer, por isso foi para os jardins, sentando-se em um banco vazio, voltando sua atenção para a noite sem estrelas.

Não se surpreendeu quando um homem tomou o lugar ao seu lado, percebeu os olhares sobre si enquanto dançava. Talvez, apenas talvez, desejasse que Harry a seguisse quando decidiu sair para tomar um ar.

— Está gostando do baile? – A pergunta clichê não a surpreendeu, era típico da situação.

Sorriu minimamente, esquecendo-se por um momento da sua dissimulação de frieza.

— Está muito bom, Hermione fez um belo trabalho. – Foi sincera, voltando a observar a paisagem à frente. – E você? – Retorquiu.

— Sim, está ótimo. Mas tem uma exceção... – O pequeno suspense a fez voltar a fita-lo, esperando que ele completasse a frase. – Hermione é uma ótima parceira de dança, mas confesso que preferiria que você estivesse no lugar dela...

Sentiu suas bochechas corarem, Harry somente a fitava com aqueles olhos verdes intensos enquanto dizia palavras que pareciam serem verdadeiras. Deveria o repelir, sabia disso, mas...

— O que você realmente quer comigo, Potter? – Suas palavras saíram baixas, calmas, sem aspereza.

— Eu realmente não entendo o porquê, não sei quando ou como começou... mas sinto coisas por você, Pansy. – Cautelosamente, aproximou-se da garota. – Penso no nosso beijo todas as noites, anseio pelo seu toque, pelo seu contato, por qualquer palavra sua. Eu quero você, quero uma chance, somente uma.

Por alguns instantes, seus olhos se arregalaram tamanha a surpresa com aquelas palavras, realmente não esperava por aquilo, porque era tão parecido com o que ela sentia.

— Eu também sinto coisas, Harry. Coisas intensas, também penso no nosso beijo, na nossa química, até mesmo das nossas conversas. E isso é assustador, porque vai contra tudo que eu tentei afastar.

Foi a vez de Harry ficar surpreso, pensou seriamente que ela o afastaria, fugiria novamente. Mas logo sorrio, ela sentia o mesmo, embora ainda não soubessem denominar o que era.

— Então não fuja, Pansy... não fuja.

Seus olhos se fecharam assim que os lábios se tocaram. Ele a beijou com calma e gentileza, diferente do primeiro beijo, mas repleto de sentimentos ainda não revelados.

— O que preciso fazer para confiar em mim? – Indagou em um murmuro ao que voltaram a abrir os olhos.

— Espere por mim. – Esboçou um leve sorriso. – Não posso ficar com você, não aqui em Hogwarts, não quando sua ex é Parvati Patil. Se realmente o que sente for real, se realmente quer a minha confiança, espere por mim. Depois da formatura podemos tentar.

Em um primeiro momento, ele ficou atordoado, assimilando aquelas palavras. Porém, sorrio em seguida.

— Esperarei por você, Pansy. Esperarei o tempo que for necessário. – E por alguma razão desconhecida por ele, realmente esperaria, porque sabia que valeria a pena. Ela valeria a pena.

Pansy voltou a admirar a noite escura, finalmente em paz com os próprios sentimentos. Em seu íntimo, sabia que ele a esperaria, era só questão de um curto tempo até se pertencerem.

(...)

Minerva estava dando um discurso quando Hermione saiu do banheiro. Ainda atordoada, pegou-o pela metade, mas a julgar pelos olhos brilhantes da diretora ao vê-la já imaginou o que se sucederia.

— E por isso posterguei esse baile para antes das provas finais, para distraí-los das suas obrigações e os relaxar. Evidente que nada disso seria possível sem a dedicação dos alunos encarregados pela sua realização, em especial da nossa exemplar Hermione Granger.

E como em seus sonhos de terror, as luzes pararam em cima da mulher, tornando-a o centro dos holofotes.

— Hermione, por favor, convido-a a falar algumas palavras.

Oh, não... tudo menos isso...

Com um sorriso falso, caminhou até o pequeno palco. Subindo em cima e recebendo um feitiço de amplificador de voz por Minerva.

— Muito obrigada, Diretora McGonagall, pelas palavras e pela oportunidade de comandar os preparativos do baile. – Falou para a diretora, mas assim que voltou a atenção para a plateia, gelou por alguns instantes.

Todos a olhavam curiosos, esperando pelas suas palavras. Não o viu, não viu Draco. Em contrapartida pode identificar Parvati, Lilá, Simas, Dino, e todos aqueles que riram dela. Estava terrivelmente frustrada e amargurada, lembrou-se de tudo que passou naquela escola de magia. Sentiu raiva. Quis gritar, quis mandar todos a merda. Mas não o fez. Não poderia.

— Não preparei nenhum discurso, fui pega de surpresa, por isso quero apenas propor um brinde... – Pegou uma taça de champanhe, era o único álcool servido no baile e em pouca quantidade. – Vamos, peguem suas taças... – Incentivou com um belo sorriso.

Quando todos estavam com suas taças, ergueu a sua.

— Quero propor um brinde a todos vocês. A cada um que riu de mim quando eu era considerada feia e desajustada. A cada pessoa que começou a me bajular quando apareci com uma aparência mais “bela” para os padrões da nossa digníssima sociedade. Para cada bruxo que julga com falsa moralidade Veronica e Neville pela sua orientação sexual, como se alguém pudesse escolher quem amar. – Riu irônica. – Para todos que estão mais interessados na minha vida do que na própria, em especial para aquela que quis me destruir sem um motivo real. – Seu olhar queimou em Parvati, mas logo voltou a sorrir docilmente, terminando seu discurso: – Um brinde para suas hipocrisias e fofocas, para cada comentário maldoso e cruel. Para todos que direta e indiretamente contribuíram para a minha infelicidade. A noite é de vocês.

O silêncio reinou pelo local, enquanto Hermione virou a taça de champanhe. Cada palavra foi repleta de ironia e amargor, com o mesmo sorriso falso e sob os olhares surpresos saiu com o queixo erguido do palco.

Pegou outra taça de champanhe enquanto andava em direção até Pamela, Thereza e Veronica que estavam visivelmente surpresas. Minerva pigarreou, falou um punhado de coisas para disfarçar e logo a música alta voltou com todos falando ao mesmo tempo.

— O que foi? – Indagou inocentemente, notando a surpresa de todas.

— Garota, você arrasou. – Pamela foi a primeira a reagir, pulando no pescoço da prima.

— Eu sempre quis fazer isso. – Veronica sorrio visivelmente divertida.

— Hermione, o que foi isso? – Gina indagou se aproximando com Blaise ao seu encalço.

Não demorou para Rony e Luna aparecem, visivelmente surpresos, animados e levemente preocupados com a amiga.  

Apenas Thereza manteve-se em silêncio, evidente que concordou com cada palavra de Hermione, mas pressentia que algo não estava certo. Somente não sabia o quê, e isso era angustiante. Talvez fosse somente uma impressão, não deveria ser nada demais, muito provavelmente seu emocional ferido a estava fazendo ver coisas onde não deveriam.

Sinceramente, o baile estava sendo um tormento para a jovem americana. Queria que Brendon a acompanhasse, que ele a tirasse para dançar, mas ele era seu professor. Nunca poderiam ser vistos juntos. Ele estar no baile era ainda pior, cumprindo seu papel junto aos demais docentes.

Ela voltou o olhar ao longe, observando-o conversar com uma aluna educadamente, sempre tão polido. Não com ela, com Thereza nunca havia polidez, era somente paixão. Simples e crua paixão. Mas seria certo? Porque não se sentia feliz com aquela paixão, não quando não poderia o ter de verdade.

Brendon captou o seu olhar e o sustentou por alguns instantes, mas não houve sorrisos, nem mensagens subliminares para o seguir. Após ele receber um recado encantado, simplesmente saiu da festa.

Suspirou pesarosa, bebendo daquele champanhe fraco. Acompanhando Hermione na sua tristeza disfarçada, porque assim como ela, Hermione fingia estar se divertindo.

(...)

O baile se sucedeu com mais músicas animadas e pessoas dançantes. O discurso de Hermione serviria de fofocas no dia seguinte, mas naquele momento estavam mais preocupados em dançar. Todos estavam tão animados, menos ela. Entregou-se às bebidas contrabandeadas, tentando se anestesiar de tudo aquilo.

Depois da conversa com Draco, tudo desabou. Ela sabia que se pertenceriam, era tão óbvio. Porém, não era justo passarem por tudo aquilo. Não era justo terem que esperar por meses ou anos para ficarem juntos. Toda a mágoa do passado veio à tona, todas as humilhações, nada daquilo nunca foi justo. Hogwarts não era justa, foi toda aquela hipocrisia que criou Parvati na cobra que era. Não queria realmente odiar a Patil, mas odiava. Desejou que ela sumisse, que nunca existisse.

Foi anunciado que as duas últimas músicas tocariam antes de findar o baile, foram as mais aguardadas e por isso todos dançavam com ânimo, aproveitando os últimos momentos.

Hermione estava cansada demais, precisava descansar, por isso iria subir para o seu quarto. Contudo, recebeu um bilhete encantado.

Encontre-me nas escadas do salão ao lado com urgência. Preciso de você.

Draco

Tão logo as palavras sumiram. Franziu as sobrancelhas, confusa com aquilo. O bilhete se desfez em sua mão.

“Preciso de você. ”

Por que Draco mandaria aquilo? Não fazia sentido. Será que aconteceu algo?

Tomada pela curiosidade e coragem imprudente, mudou seu rumo até o salão ao lado. Colocou instintivamente a mão na sua cintura, mas estava sem sua varinha.

O salão estava vazio, dava acesso às escadas superiores para a casa da Grifinória. Evidente que era muito menor do que o que estava acontecendo o baile, por isso o espaço não foi decorado e utilizado, não tinha necessidade.

Um grito feminino a alarmou.

Antes que pudesse agir, um corpo caiu a sua frente, com o baque pôde escutar ossos se quebrando. Levou a mão até a boca, abafando o grito, enquanto os olhos arregalados reconheceram o corpo feminino. Voltou o olhar para cima, pensou ter visto um vulto, mas foi tão que não tinha mais certeza.

Banhado em sangue, uma das gêmeas Patil jazia. Pelo vestido dourado e elegante, assim como pelos cabelos longos e ondulados, reconheceu ser Parvati.

Rolando até os seus pés, uma varinha. Instintivamente se abaixou para a pegar, era a sua varinha. Mas o que estava acontecendo?

Outro grito, mais alto.

Ainda atordoada, Hermione apenas voltou os olhos arregalados para Padma Patil em prantos e horror, sendo ampara por Elisa. Não demorou até que uma multidão se formasse. Todos olharam para ela próxima ao corpo de Parvati Patil com a varinha em mãos.

— Assassina! – Lilá gritou com fúria, seu olhar fixo em Hermione. – Você a matou.

O quê? Não, não poderia ser...

A varinha em suas mãos, o bilhete...

Só poderia ser um pesadelo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Sei que a parte do discurso foi super clichê, mas a adolescente dentro de mim não se conteve. E esse final? Alguém já esperava? Espero ver vocês nos comentários. ♥



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