A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capitulo 2

Revelações

— EU O QUE? – Praticamente gritou, não... aquilo não era real. Ela entendeu errado, não entendeu? Merlin, que tipo de castigo era aquele?

— Que você me ajude fingindo ser...

— PARA! Eu escutei, você está maluco? Bebeu firewhisky? – Só podia ser uma brincadeira de muito mal gosto.

— Não, Mione. Eu não bebi, por favor. – Ele estava desconcertado, sabia que aquilo era loucura, mas não via outra alternativa. 

— Eu... – Ele era seu amigo, que mal teria em ajudá-lo? Mas... isso acabaria com ela. Pela primeira vez na vida, foi egoísta. – Eu não posso, Harry.

— Mione, por favor, eu fiquei pensando nisso o dia todo e como você é a minha melhor amiga será perfeita para me ajudar. – Ele segurou uma das mãos dela, apertando levemente, buscou o olhar dela, fitando-a na esperança dela reconsiderar. – Por favor.

Hermione afastou a mão de modo abrupto, e logo desviou o olhar. Mordeu o lábio inferior, sentia que iria chorar a qualquer momento.

— Não, eu não posso. Por favor, não insista. – Estava firme em sua decisão, fingir ser namorada do homem que amava para que ele fizesse ciúmes em outra... não! Não se sujeitaria a tamanha humilhação.

— Por que não? Você é minha amiga, a única que posso contar realmente... – Ele disse em tom magoado, sabia que ela tinha razão. Mas eles eram assim. Ela a razão, e ele a emoção. Estava agindo por impulso, mas... por que não?

— Isso não quer dizer nada, sou sua amiga, só não posso fazer o que está me pedindo. – Disse por fim, desejava pôr um ponto final naquilo o quanto antes.

— E por que não pode fazer o que estou te pedindo? – Será que ela escondia algo? Será que tinha um namorado secreto ou algo assim?

Hermione estava em um impasse, como dizer a verdade? Como mentir de maneira convincente? Fechou os olhos, pedindo que Merlin intercedesse por ela. Mas como já esperava nenhuma luz branca surgiu, e nada, além da verdade, vinha em sua mente.

— Por que eu, Harry? – A voz estava embargada, ela engoliu em seco, voltando a fitá-lo.

— Você é minha amiga. – Ele estava sem graça, não sabia ao certo o motivo, mas sabia que ela era a melhor pessoa para ajudá-lo. Ela sempre o ajudava, afinal de contas. – E como você é uma garota, pensei...

— Uma garota?! – Estava com vontade de chorar de pura raiva. Que merda ele tinha na cabeça? - AGORA que você percebeu que sou uma garota? – Ela vociferou tais palavras, não escondendo sua indignação. Será que para Harry ela sempre seria apenas uma amiga que mal consegue distinguir o sexo? Será que ela era tão sem sal para não saber que por trás do uniforme escolar se esconde uma mulher? Merlin! Ela parecia um homem?!

— E-eu... calma, Hermione. Eu só pensei que como você é uma garota poderia me ajudar, eu não posso pedir isso ao Rony. – Ele estava atônito com a reação da amiga, suas palavras soaram tão erradas assim?

— Sinceramente, Harry! Acho que você só se lembra que eu sou uma garota quando precisa de alguma ajuda desse tipo, porque caso contrário, mal sabe que existo! Na verdade, acho que você só se lembra de mim quando precisa de algo! – Acusou com mágoa.

— Calma Mione, por favor, não foi isso... – Nunca antes ele vira a amiga tão desequilibrada, o que aconteceu com a doce Hermione?

— Calma o caralho! Sempre serei só a amiga esquecida, que só é lembrada para pedirem ajuda a ela, não é? – Levantou-se da cama, exasperada. Queria descontar sua raiva em algo, mas somente bateu o pé contra o chão e reprimiu um grito. Toda dor acumulada, toda frustração vinda à tona.

— O QUE DEU EM VOCÊ? – Harry praticamente gritou, pensando que assim traria Hermione de volta para a realidade. Levantou da cama, ainda transparecia surpresa em sua face, mal acreditando no que estava acontecendo.

— O que deu em mim? Você realmente quer saber o que deu em mim? – A raiva estava sendo substituída pela mágoa. Pura mágoa. Não havia nada pior do que aquele olhar e Harry sabia disso.

— É. Eu quero saber o que deu em você! Por Merlin, Hermione! Você não é assim! – Ele deu um passo em direção da morena, mas parou, segurando a vontade de puxá-la para um abraço e tentar acalmá-la, sabia que ela não deixaria. Não no momento.

— É impressionante como você é BURRO, Harry Potter! – Uma risada de puro escárnio escapou de seus lábios.

— Não estou entendendo... – Balbuciou, confuso. O que ele fez?

— EU SOU APAIXONADA POR VOCÊ! NÃO POSSO FINGIR SER SUA NAMORADA SOMENTE PARA PROVOCAR CIÚMES NA PARVATI, PORQUE ISSO ACABARIA COMIGO! – Não tinha mais raiva, somente dor. Dor e vergonha. Lágrimas criavam rios em suas bochechas. Abaixou o olhar, tentando inutilmente secar as lágrimas.

— Eu não sabia... não sei o que dizer. – Ele quebrou o silêncio depois de alguns segundos, ou seria minutos? Ainda estava processando a ideia de que sua melhor amiga é apaixonada por ele, como pôde ser tão cego?

— Não diga nada... – Ela forçou um sorriso. – Esqueça isso, Harry. De verdade, esqueça. – Suspirou pesadamente, antes de sair do quarto. Deixando Harry sozinho e confuso.

(...)

Evidentemente que Hermione trancou-se no banheiro e continuou a chorar. Não entendia como podia ser tão fraca, sempre foi tão forte... então por qual razão tantas lágrimas?

— Chorando por quem ou pelo quê? – A voz esganiçada da Murta que geme quase a fez cair para trás.

— Vai embora, Murta! – Pediu entre soluços, a última coisa que precisava era da desagradável companhia da fantasminha nem tão camarada assim.

— Hm, acho que é por alguém, estou certa? – Cantarolou enquanto rodopiava envolta da morena. Hermione anotou mentalmente em procurar um livro que dê instruções de como matar um fantasma.

— Já disse para ir embora!

— Quem será? Harry Potter? – Ela soltou gritinhos agudos de risos. – Sempre Harry Potter! – Completou, descendo pela privada.

Hermione pôs as mãos sobre a boca e soltou um grito abafado. Em seguida, lavou seu rosto, e fitou sua imagem no espelho.

— Você é tão estúpida Hermione Jane Granger! Tinha que abrir a sua boca? Não podia ter ficado calada? Até parece que alguém ia querer ficar com você, uma sabe tudo, com aparência tão desleixada... – Até mesmo seu reflexo parecia rir dela. Isso não era possível, era?

Prendeu os cabelos em um coque mal feito, secou o rosto e saiu do banheiro. Já estava na hora de mais uma ronda, e ela não deixaria de cumprir suas obrigações por causa de problemas pessoais. Definitivamente não precisava de mais nenhum sermão de Draco Malfoy.

(...)

— Está atrasada! – Hermione revirou os olhos com a óbvia constatação do loiro.

— Tive alguns imprevistos, vamos fazer as rondas logo, tenho mais o que fazer. – Foi curta e grossa, não estava com ânimo para aturar sermões ou ironias.

— Hm... alguém acordou de mau humor. Já sei! Falta de sexo, Granger? – Um meio sorriso formou-se nos lábios dele ao ver a reação da morena, que quase engasgou-se surpresa com o comentário. Ela voltou o olhar ao dele e logo desviou, evidenciando a vergonha. – Sabe, Granger... não precisa ficar sem graça com o comentário, temos dezessete anos, e pasme! As pessoas transam...

— Não enche, Malfoy! – Ela o cortou. – Se falar mais alguma coisa, juro que repito o belo tapa de amor que te dei no terceiro ano. – Vociferou. Malfoy apenas riu, contudo não se atreveu a provoca-la outra vez.

Em silêncio, eles terminaram as rondas.

(...)

Harry passou a noite refletindo sobre as palavras de Hermione, nunca imaginou que ela era apaixonada por ele. Aquilo estava deixando-o tão confuso, não sabia o que pensar. Levantou-se com a aurora anunciando outra manhã. Outra noite em claro. 

— Bom dia, Harry! – Rony disse em meio a um bocejo viciante.

— Bom dia. – As palavras saíram em um sussurro, estava tão cansado.

— Nossa, Harry. Você está horrível. Não dormiu nada?

— Está tão evidente assim?

— Se até eu percebi. – Harry suspirou com as palavras do amigo. Precisaria dar um jeito na sua situação com urgência.

— E aí Ron, convidou a Luna para sair? – Mudou de assunto, lembrando-se da conversa que teve com Rony antes do término com a Parvati. O ruivo estava com uma leve queda pela corvinal.

— Não, faltou coragem. – Ele abaixou a cabeça e começou a soltar os mais variados xingamentos para si mesmo.

— Não fica assim. Toma coragem e a convide para ir à Hogsmeade. Ela vai aceitar, quem resiste aos encantos de um ruivo. – Brincou, piscando para Rony.

— Harry, você sabe por você mudo de lado, não é? – O ruivo piscou de volta, rindo da careta do amigo. – Onde você estava ontem? – Mudou de assunto ao lembrar-se que Harry sumiu o dia todo.

— Na sala precisa, já te falei.

— Ok, isso eu sei, mas e depois? Ontem você só me falou que ficou na sala precisa, e depois saiu correndo para falar com alguém, quem era? – Insistiu.

— Fui falar com a Mione. Agora vamos para o salão que estou com fome. – Ele mudou de assunto imediatamente, pois não queria falar sobre isso no momento. Ainda estava confuso. Rony notou a mudança de assunto, mas preferiu deixar de lado, afinal, com a fome que estava, poderia comer um Javali inteiro.

(...)

Hermione arrastou-se para o desjejum, preferiria mil vezes ficar na cama e fingir que estava em coma profundo. Mas tinha obrigações. E Hermione Granger não deixava de cumprir suas obrigações por conta de dramas adolescentes.

— Bom dia, Mione! – Gina e Luna exclamaram em uníssono, quando a morena se sentou no meio delas.

— Bom dia, garotas. – A voz saiu rouca, resultado da noite mal dormida e banhada às lagrimas.

— Nossa, Mi! O que aconteceu? – Perguntou Gina, preocupada com o estado lamentável da amiga.

— Está tão mal assim? – Hermione abaixou a cabeça sobre a mesa, queria abrir um buraco no chão e se esconder até o final do ano.

— O que aconteceu? – Insistiu a ruiva.

— Insônia, dormi mal essa noite. – Disse por fim, voltando o olhar para as amigas.

— Meu pai diz que quem tem insônia é porque pensa demais, ou então foi atacado por um monstro de Inshis. – Disse Luna sabiamente, com um sorriso inocente em seus lábios. 

— Monstro de quê?! – Perguntaram Hermione e Gina ao mesmo tempo.

— De Inshis, está no Pasquim, reportagem especial. – Completou, enquanto pegava uma maçã. – Minha avó era constantemente atacada pelo Monstro de Inshis, até que um dia vovó começou a atacar com incensos mágicos especiais, ele desistiu e voltou para o submundo.

— Ah tá, faz sentido. – Gina deu de ombros.

— Acho que fui atacada por um desses Inshis. – Disse Hermione com confiança.

— Não foi não, eles só ficam na Ásia, vovó morou lá um tempo. Não tem aqui, provavelmente você pensa demais. – Luna apertou suavemente a bochecha de Hermione.

— É acho que penso demais, agora vou comer que estou faminta, seria capaz de comer igual o Rony. – Disse enquanto atacava uma torta de limão. O F.A.L.E que a perdoe, mas os elfos faziam comida maravilhosamente bem. 

— Se comparar com a fome do Rony? Então a situação está crítica. – Gina exclamou, e Hermione soltou uma sonora gargalhada.

— Não falem do Ronyzito, ele é alto e forte, além de jogar quadribol. Ele precisa se alimentar bem para suprir toda a energia que gasta durante o dia. – Luna pontuou, enquanto mordia sua maçã. As amigas apenas deram um olhar malicioso para a loira, que se fingiu de desentendida.

Harry e Rony apareceram, sentando em frente às garotas. Hermione concentrou toda a sua atenção na comida.

— Bom dia, Mione. – Harry cumprimentou.

— 'Dia – Falou evitando o olhar dele, e enchendo sua boca de torta de limão. Não era difícil notar o desconcerto entre os dois, até mesmo Luna percebeu. Mas ninguém comentou nada, e logo começaram a falar sobre quadribol, o que deixou a morena aliviada.

Hermione terminou de comer rapidamente, e deu a desculpa que precisava ir para a biblioteca, saindo da mesa o mais depressa possível.

Enquanto andava para a biblioteca, o mais rápido que seus pés permitiam, acabou esbarrando em alguém.

— Olhe por onde anda, garota! – A maravilhosa voz esganiçante de Parvati voltou a atenção de Hermione. – Ah, é você. – Ela completou, olhando Hermione de cima para baixo. O que fez a morena revirar os olhos, não era surpresa para ninguém que Parvati não gostava da melhor amiga do namorado, ou melhor, ex-namorado.

— Sim, sou eu. Agora me dê licença que tenho mais o que fazer – Não se importou em tentar disfarçar a antipatia, sem esperar uma resposta, saiu em direção à biblioteca.

(...)

Passou-se uma semana e Hermione continuou a evitar Harry, ela nem ao menos olhava para ele. Harry também estava desconcertado com a situação entre os dois, mas ele ao menos tentava se aproximar, contudo Hermione sempre o repelia. Ela desabafou com Luna e Gina sobre o ocorrido, as amigas aconselharam-na a resolver as coisas com Harry, mas a coragem grifinória saiu em uma longa férias para o Alasca.

Hermione estava saindo da biblioteca, quando sentiu uma mão segurando seu braço. Ela não precisou olhar para trás para reconhecer Harry, o cheiro amadeirado do seu perfume o entregava.

— Hermione, eu preciso conversar com você. – Sua voz saiu praticamente em um sussurro. Ela fechou os olhos, suspirando enquanto voltava a olhar para trás.

— Hum...está certo, pode falar. – Voltou o olhar ao dele.

— Aqui não, vamos para outro lugar.

— Se você soltar o meu braço nós podemos ir para outro lugar. – Pontuou, era torturante ter as mãos de Harry em sua pele.

— Desculpe. Vamos. – Ele a soltou, e Hermione seguiu o moreno até um canto do castelo, afastado de pessoas.

— Agora fale o que você quer? – Ela cruzou os braços, enquanto fazia um esforço descomunal para não desviar o olhar do dele. Seja madura, Hermione Granger.

— Er... Eu estive pensando sobre o que você me disse, e eu...

— Harry, eu sei que fui precipitada, não deveria ter falado aquilo...- Ela o cortou, envergonhada com o rumo que a conversa daria, mas logo é interrompida por ele.

— Você deveria ter falado aquilo sim! Eu mereci suas palavras, e fui burro demais por não ter percebido isso antes. – Ele pôs uma das madeixas de Hermione para trás de sua orelha, enquanto aproximava-se perigosamente da morena.

— Não percebeu o quê? – Ela estava surpresa com a atitude dele, o que ele estava fazendo? Por que estavam tão próximo? Sentiu os pelos do braço se arrepiarem com a aproximação dos corpos.

— Isso. – Ele deu mais um passo em sua direção, destruindo a pequena distância que havia entre os dois, e por consequência as barreiras que o coração da morena haviam construído com tanto esforço. Com uma de suas mãos, Harry segurou a cintura da amiga, os lábios cada vez mais próximos, até que ambos se entregam ao premeditado. Os lábios se fundem em um beijo a muito esperado.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam do capítulo? Sei que as coisas ainda estão meio “paradas”, e a Hermione tá fazendo cosplay de Maria do Bairro, mas é necessária essa introdução para o desenrolar da fic. Os capítulos sairão semanalmente. ♥



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