Fúria dos Deuses escrita por Neline


Capítulo 25
Sofro uma Ilusão de Ótica Infernal


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ;*



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Continuavam correndo, e eu ignorava os comentários do tipo "Oh, você tem uma coruja na cabeça e sua pele parece uma placa neon azul!".

- Certo, qual o plano agora? - July pediu, completamente sem fôlego. Havia me esquecido que ela não tem preparação de semideus. Suspirei. Na verdade, o que eu havia planejado não tinha nada de plano. Era mais um... palpite. Mas como eu falria para eles que estávamos pulando de um prédio, sem para-quedas, torcendo para que houvesse uma cama elástica lá embaixo.

- Acho que vou procurar Hades e devolver o elmo. Talvez seja o suficiente para ele tomar o poder de alguma coisa aqui e pelo menos ir para o Olimpo. Inteiro. - Dei de ombros.

- E como vamos achar Hades? - Nate começou. - Duvido que ele esteja por ai, de boa. Ele seria morto. 

- Estou contando com a ajuda de um amigo para encontra-lo. - July franziu o cenho.

- E onde está esse amigo?

- Estou esperando a ajuda de outra amiga. - Corremos até o campo de Asfodelos. Eu peguei um corredor estreito, e fui seguindo. Sabia que S. jamais entraria no Campo de Punição, então, esperei a encontrar no Elísio. Era indescritível: gramas, lagos e... arvores... Mas tudo parecia se... dissolver aos meus olhos. Quando pensei em pisar para entrar no lugar, tentar tocas os animais ou provar uma maçã, o chão desapareceu.

- Blair! - Eu me virei, enquanto Serena corria na minha direção.

- Deuses, acho que preciso de óculos. - Eu falei, pois assim que coloquei meu pé na terra escura, a grama brilhante voltou ao lugar. 

- É uma proteção mágica. - S. disse. - Apenas quem passa pelo julgamento pode entrar ai. Se alguém tentar, vai cair, sem nunca chegar ao fim. Depois, quando morrer por falta de água, ou comida, é mandado para o Tártaro. OH MEU ZEUS! - Ela gritou, apontado para o capacete negro na minha mão esquerda. - ISSO É O ELMO DAS TREVAS!

- Sim, Serena. Por que não vai e avisa as dracaenaes que eu estou com o elmo também? Me disseram que elas não escutam muito bem. - Nate riu baixinho, e S. revirou os olhos.

- Acho que Nico já está vindo. Ele ficou ocupado com um... problema no Campo de Punição. - Ela deu de ombros. - Já deve estar vindo. O que aconteceu? Você está azul. Ah, legal! Uma coruja! - Ela falou, passando o dedo pela imagem na minha cabeça enquanto eu revirava os olhos.

- Não é educado olhar. - Pensei que ia matar Serena. Sério, aquilo estava me dando nervos. 

- Ei pessoal. Wow, o que é isso na sua pele? - Nico falou, e Serena estava salva. Agora eu queria matar ele.

- Obrigado por reparar esse singelo detalhe. Ah, de nada por desafiar Cronos e roubar o elmo do seu pai de volta. - Eu falei, erguendo o objeto. Ele arfou.

- Tá. Certo. Temos que achar Hades, rápido, devolver isso pra ele. - Bufei.

- E como vocês podem ver, crianças, é assim que se declara o óbvio. - Eu disse, enquanto segui Nico em uma correria aleatória. - Para onde estamos indo? - ele se virou, e parou, bruscamente. 

- Vocês tem que voltar para o acampamento. Eu posso levar o Elmo para meu pai, sei onde ele está. Procurem Quíron e espalhem as novidades. Peça para que ele converse com Zeus.

- Mas eu preciso falar com Hades! Algo sobre umas pesquisas escrotas que estão fazendo sobre mim. - Eu falei, balançando os braço um pouco acima da cabeça. 

- Ah, é isso. Procure a deusa Diké. Ela está em algum lugar de Connecticut, acho que Sr. D. pode saber. 

- O que me garante que ela irá me dizer algo? - Pisquei, afinal, se ela é uma deusa, chamar ela de mentirosa não vai me ajudar a conseguir informações. - Quer dizer, ela é Olimpiana, não tem a obrigação de me dizer nada. - Emendei rapidamente.

- Ela é a deusa da Justiça, acredite, vai lhe dizer. - Nico falou, olhando para os lados. Entendi o que ele queria dizer. Ficar parados, conversando, monstros, cheiro, vindo, mal. 

- Tá, toma. - Joguei o Elmo para ele. - E diga a Hades que ele me deve uma. Foram 10 minutos de corrida e 5 de batalha. Eu vou cobrar. - Voltei a correr, mal percebendo Nate e July no meu encalço. 

- Vocês estão indo para o Acampamento Meio Sangue? - July pediu com os olhos brilhando.

- Não se apresse. Temos que sair daqui vivos primeiro. - Ela assentiu. Quando paramos no Asfodelos, vimos que sair dali vivos seria um problema maior do que imaginávamos. Uma dezena de monstros virou o rosto para nós, e atacou. Tirei Contracorrente do bolso e comecei a lutar. Tive que cobrir a July, afinal, ela era humana (é tão estranho chamar ela de humana e se referir a mim como algum tipo de aberração mutante). Eram muitos monstros para mim, eu não ia conseguir. Foi ai que procurei Nate. Ele tirou uma arma do bolso. Não, não estou falando de uma espada, faca ou arco. Era uma arma. Não consegui distinguir qual tipo, mas acho que era uma pistola. E começou a atirar. Eu sempre soube que esse tipo de munição não afetava monstros, mas com um simples toque da bala, eles viravam areia ou um raio de cor preto. 

- Vamos sair daqui. - Comecei a me mover, mas percebi que só nós dois o fizemos. 

- July! - Voltei, a vendo caída, com um corte na testa. Nate me seguiu. Ele a pegou no colo e começou a andar novamente.

- Não podemos fazer nada aqui. Eu estou com meu carro lá fora. Vamos sair e vemos o que fazer. - Ele disse, enquanto corriamos aos tropeços para a saída.

O caminho foi rápido. E eu não estava cansada. Acho que tinha algo a ver com minha pele de Avatar e a coruja. A portaria do M.A.C. estava abarrotada de espíritos (?), mas conseguimos passar. Um carro amarelo, acho que era uma Ferrari, sei lá, nos esperava do lado de fora. Ao entrar nela, a primeira coisa que eu fiz ir no banco de trás, colocando a cabeça machucada de July nas minhas pernas.

- Ela vai ficar bem. Acho que foi superficial. -  Ele falou, dando de ombro.

- Eu preciso de um pedaço de pano, para estancar o sangue. - Sem mais, Nate rasgou uma parte da camisa e me entregou. - Obrigado. - Começamos a nos mover, enquanto eu apertava o pano contra a testa de J. O silêncio me incomodava. - Aquilo com a arma foi... muito legal. - Nate suspirou.

- Valeu.

- Não é sério eu... não sabia que você podia fazer aquilo. - Ele me olhos pelo retrovisor, e suspirou novamente.

- Eu sou o único homem do meu chalé. Os poucos filhos de Afrodite nasceram com uma missão importante... eu... não quero ser inútil. Então, aprendi um pouco sobre arma e falei com os filhos de Hefesto e eles fizeram a munição de bronze celestial. Eu não quero ser inútil. - Ele falou, com um tom triste.

- Está se saindo bem. - Disse sorrindo, e ele retribuiu.

- Que bom. - July se mexeu na minha perna e eu fechei os olhos enquanto me recostava no banco. Lembrei da batalha com Cronos e estremeci. Mesmo assim, fiz o que não fazia a meses: dormi tranquilamente, porque amanhã não poderia ser pior que hoje.


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Notas finais do capítulo

Reviews *-*

XOXO. Neli ;*