Fúria dos Deuses escrita por Neline


Capítulo 16
Zeus manda um presente e eu vejo o amor


Notas iniciais do capítulo

Notas no final -q

Enjoy ;*



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Olhei para o lado. Não havia ninguém. Afundei a cabeça um pouco mais no travesseiro, esperando que o remorso tomasse conta de mim, porém nada aconteceu. Escutei um barulho de chuveiro ligado e me sentei. Bem ao menos ele não tinha me abandonado. Olhei para o chão. Não sabia como meu namorado de anos não havia conseguido me deixar tão calma e ele simplesmente... conseguiu.

- Já acordada? - Quase pulei da cama. Ele riu. Olhei para o vão da porta do banheiro e lá estava ele, molhado e apenas com uma toalha na cintura. 

- É. - Eu disse, completamente sem jeito.

- Eu não quis te acordar, mas... logo temos que ir para o Acampamento Meio-Sangue. - Chuck disse dando alguns passos.

- Eu sei disso. - Suspirei. - Seu pai deve estar com muita raiva de mim. E de você também. - Se se sentou numa cadeira a minha frente.

- Eu não ligo. - O silêncio prevaleceu. Eu olhei para o chão novamente. Antes de dormir pensei na nessa conversa repetidas vezes. A maioria das minhas ideia envolvia gritos. E agora, eu não conseguia me irritar. - Eu te machuquei? - Ele falou, um tanto preocupado, olhando para o sangue nos lençóis e eu corei. 

- Não, não. - Eu falei, depressa, e ele sorriu. 

- Eu não sabia que... bem... que você é... era... virgem. - Ele disse gaguejando, mesmo corada, não pude deixar de rir. Ele ficava tão fofo envergonhado.

- Digamos que existem várias coisas que você não sabe sobre mim... - Eu o olhei, e pisquei, indo em direção ao banheiro. Fechei a porta, escutando risadas baixas atrás de mim, e sentei no chão, escorada na porta, sorrindo como uma idiota.

Tomei meu banho e sai. Chuck estava de costas, e eu agradeci mentalmente, já que eu estava apenas de toalha envolta do corpo. Ele arrumava as malas. Peguei uma roupa simples que eu tinha na minha bolsa e suspirei. Haviam algumas marcas no meu corpo. Marcas roxas. Droga, que tipo de pessoa não trás base na mala? 

- Demorou. - Com o susto, minha toalha caiu. Eu a coloquei novamente, sem jeito, e ele ainda gargalhava.

- Dá pra virar para lá? - Eu falei, finalmente irritada. 

- Eu já vi você assim, esqueceu? - Joguei uma almofada nele e ele se virou, rindo mais ainda. 

Estávamos pronto. Descemos no hall e pagamos a diária. Depois de entrar no carro, eu fiquei olhando ele dirigir. Não sabia direito o que eu senti. Eu ainda tinha ódio dessa criatura irritante e pervertida. Mas ele me deixava calma e confortável. Quando ele dizia tudo vai dar certo, eu sabia que tudo ia dar certo. E não sei o porquê. 

- Não consigo me concentrado no trânsito com você me olhando desse jeito. - Ele falou quando parou o carro em um semáforo.

- O que você sente por mim? - Eu falei, sem pensar. - Desculpe, eu não quero... - Ele me interrompeu rindo.

- Mais uma coisa que eu não sabia sobre você: você realmente sabe pedir desculpas! - Eu não consegui deixar de rir. - Eu não sei. - Ele disse olhando para o chão. E eu entendia o que ele queria dizer. O silêncio continuou. - Qual sua comida favorita? - Eu franzi o cenho. Ele olhava o nada, sem sorrir. - Você disse que eu não sabia muita coisa sobre você. Eu quero saber. - Ele me olhou, sério.

- Por que? - Ele não respondeu e ficamos no silêncio novamente. - Espaguete. - Ele franziu o cenho. - Minha comida favorita. Espaguete. Na verdade, eu adoro todo tipo de massas, mas quando eu era pequena, assisti A Dama e o Vagabundo e desde lá, minha comida favorita é espaguete.  - Eu ri, sem acreditar que tinha dito tudo aquilo em voz alta. Ele riu, mas não comentou nada.

- Cor? - Pensei um pouco antes de responder.

- Hoje? - Ele assentiu. - Azul. - Meu inconsciente gritou. 

- Azul? - Ele pediu incrédulo.

- É. O céu está azul hoje... -  Ele gargalhou. E o caminho foi assim. Ele continuou fazendo perguntas. Desde as mais bobas até as mais difíceis de se responder. Mas eu continuei respondendo. Percebi que o olho dele estava tão azul quanto o céu. Depois da tempestade de ontem, as nuvens desapareceram. Eu olhei para a agua abaixo da ponte vermelha. Estava clara. Desculpe vovô, mas é mais forte do que eu.

- O que é aquilo?? - Chuck pediu, parando o carro de repente. 

- Está maluco? Aquilo o... - Olhei para frente. Era algo completamente alucinógeno. Tinha cabeça de aguia, e asas cobertas por penas brancas. Suas patas pareciam umidas, e ele tinha corpo de cavalo. - O que é aquilo? - Ele saiu do carro. Eu não ia ficar lá dentro, sozinha. Andamos por meio dos carros, transtornados. As pessoas pareciam não saber o que fazer. Não que eu soubesse, é claro. Corri no no meio dos carros, tentando alcançar o Chuck. 

- É um Hipogrifo! - E eu deveria saber disso? Tirei contracorrente. A criatura era ágil, e antes de qualquer coisa, derrubou Chuck, que gruniu, se levantando, com raio nos olhos. Ele correu em direção da fera novamente, e eu me aproximei.

- Não chegue perto! Eu cuido disso! - Chuck gritou entes de ser desarmado pelo rabo do animal. Eu resolvi que era hora de agir. Fechei os olhos e me concentrei no ruido do rio. Do nada, era como se eu tivesse tudo sobre controle. Imaginei uma grande onda invadindo a ponte. E quando abri os olhos, assim se fez. Quando abri os olhos novamente, duas ondas enormes empurravam o Hipogrifo, fazendo com que ele recuasse. Eu corri, acertando um golpe com minha espada, e do nada, a criatura sumiu, deixando apenas um bilhete. Não consegui o pegar, apenas cai no chão, completamente esgotada. Chuck me ajudou, pegando o pedaço de prata logo depois.  Ele bufou e praguejou algo para os céus, guardando o estranho bilhete, que parecia exalar eletricidade, no bolso.

Entremos no carro o mais rápido possível, e saímos ziguezagueando entre os carros.

- O seu pai mandou aquilo? - No momento que aquelas palavras sairam da minha boca, eu me arrependi. Ele socou o volante e gritou tão alto que acho que toda Nova York pode escutar.

- EU NÃO POSSO ACREDITAR QUE ELE FEZ ISSO! - Chuck gritou, ainda socando o volante. Ele me olhou, e eu desvie os olhos no mesmo instante. Os olhos dele eram tão negros que me assustar. 

- Posso... ler? - Eu falei colocando a mão no bolso dele. Puxei a placa, vendo o que estava talhado. 

"Você passou de qualquer tipo de limite criança. Eu não permitirei que você continue nesse erro. Fique atento, pois se essa brincadeira não acabar, mais desses virão

Z."

Olhei para o Chuck. Não entendia o porque de toda aquela raiva, afinal, já sabíamos que Zeus ficaria muito puto com a nossa história. Mas tentar matar o próprio filho parecia meio... cruel demais.

- Você sabe o que o Hipogrifo represente, Waldorf? - Ele falou, com a voz entrecortada por uma respiração acelerada e pesada. - Representa impossibilidade amorosa. Relacionamentos que nunca funcionariam, já que é a união de dois seres que se detestam. Zeus não vai deixar que aconteça nada entre nós. É isso que ele quer dizer. - Olhei para a janela, vendo a colina um pouco distante.

- Você não deveria estar irritado com isso. É normal ele tentar nos impedir. Ele só está preocupado, nós somos tão oposto e... - fui interrompida.

- Ele tentou me matar. Tentou nos matar. Nada justifica isso. - Fiquei em silêncio. A tom dele era claro: ele não queria tocar naquele assunto. De qualquer maneira, nunca fui boa com silêncio...

- E de qualquer jeito... nós não somos um casal. - Eu falei e ele finalmente sorriu.

- É. Não é somo se estivéssemos perdidamente apaixonados. - Concordei. Era óbvio que não tinha nada a ver com amor. Nada.

Fomos subindo a colina, a pé. Nate foi o primeiro a nos ver, e veio correndo em nossa direção. Mais na direção do Chuck... de qualquer maneira.

- Cara, onde você esteve? - Nate pediu. - Ficamos sabendo do Hipogrifo agora! O que houve? - Maneei a cabeça negativamente, avisando para que Nate parace, mas ele parecia não entender. - Não foi nada com o seu pai, foi?

- Zeus é um imbecil. e ele não é meu pai, não o chame assim. - E ele saiu dali, a passos largos. O garota de olhos azuis e cabelos dourados me olhou com um sorriso de vencedor de Grammy.

- Parece que ele está de mal humor. - Sorri.

- Ele sempre está. - Nós rimos, enquanto ele me acompanhava até a Casa Grande. 

- Quíron vai ficar feliz em ver vocês. - Assenti, ainda andando, embora meu pensamento estivesse em Chuck.

Entramos na varando, Quíron estava lá, em seus cascos, com um grande sorriso e braços abertos. Ele me deu as boas vindas e disse que precisava falar comigo. Entramos na casa, um sala média e uma lareira acesa foi a primeira coisa que eu vi. logo, me sentei em um sofá empoeirado e o centauro se pôs na minha frente, com um pequeno sorriso.

- Fiquei sabendo sobre você e Chuck. - Corei, irracionalmente. - Dentro do acampamento, tenho ordem expressas para mantê-los afastados, mas sei que não vou conseguir. - Ele disse com uma voz de fracasso. - Mas quero que saiba que nem Zeus e nem Poseidon gostaram da ideia. 

- Eu sei disso. Mas não foi nada planejado, acredite, eu não queria... gostar tanto daquele imbecil. - Eu olhei para o chão.

- Eu sei disso. Apenas evite mais confusões, já que Zeus herdou o comportamento possessivo de Cronos. Não queremos irritá-lo. Mais. - Eu assenti, saindo.

- Por que você tem tanto ódio de mim? Eu não lhe fiz absolutamente nada! Por que você tem tanto ódio do seu próprio filho? Não percebeu que está o magoando? - Falei olhando para o céu, e recebendo um raio como resposta. Suspirei, me sentando na grama. Estava no topo da colina, observando o mar.

- É terrível, não é? Amar alguém e não poder ficar com ele porque algo lhe impede. - Uma mulher loira disse ao meu lado. Ela era tão perfeite e cheirava a rosas... eu sabia que era. O poder era tão forte que me fez ficar mais calma, mais leve. Maisapaixonada.

Afrodite? - Eu falei, olhando para os olhos tão pronfundo que me miravam com uma delicadeza inacreditável.

- É claro, querida. Preciso falar com você. Filhas de Atena são tão racionais que esquecem que amor é um sentimento. É irracional. - Ela falou com calma, olhando o horizonte. O que ela queria afinal? 


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Notas finais do capítulo

Bom então, eu sei que vocês estão esperando um explicação para o atraso no post e... eu não tenho muita explicação, não. No fim de semana foi meu aniversário (*--*), ai fiquei sem cabeça e tempo para escrever. Depois tive mais alguns problemas e.. esqueci de att aqui ;x
Bom, tirando a semana ridícula e terrível que eu tive, consegui postar sem maiores complicações com 2 dias de atraso, só!

De qualquer jeito, espero que tenham gostado e que deixem vááárias reviews! *--*

XOXO. Neli ;*