Me aproximei mais ainda de Gerard. Era horrível vê-lo daquele jeito triste, dum modo doentio.Tinha que ouví-lo e consolá-lo sem discordar, pois ele estava mostrando uma certa bipolaridade: mesmo que parecesse calmo poderia levantar e quebrar a casa no mesmo momento. E isso aconteceu de fato. Chorava o tempo todo e eu não sabia mais o que fazer, não é fácil lidar com isso tudo. Então 'contratei' meu amigo psicólogo, para ajudá-lo. Ele é seu terapeuta até hoje.

 Até que eu em conjunto com sua família conversamos e chegamos à conclusão de que era um bom momento para morarmos junto. E ao contrário do que eu pensava, Gerard concordou logo que eu lhe fiz a proposta e se mudou no dia seguinte.

 Durante um mês fui basicamente sua mãe. Tinha que vigiar tudo o que ele fazia e o que deixava de fazer. Um dia acredite, ele quase ateou fogo no apartamento. Eu tinha que cuidar dele como se cuidasse de um bebê: eu fazia-o comer, dando comida em sua boca, obrigava-o a tomar banho e o aninhava para dormir.

  Eu havia arrumado um emprego num salão de cabeleireiro próximo do apartamento neste período fora de turnê, mas depois do 'acontecido' tive que renunciar para ficar com ele o dia inteiro e se saísse de perto ele fazia drama, dizia que eu não o amava mais e que o iria abandonar no pior momento de sua vida. Desabafo: ele ficou insuportável. Mas eu o amava.

 Neste tempo, ele nem se quer pensava em sexo. E eu por consequência fiquei 'na seca'. Demorou um mês vinte e três dias e vinte e duas horas e quarenta segundos para transarmos novamente. E não foi uma das melhores noites. Ele estava praticamente imóvel, então eu tive de fazer tudo. Fora o fato de que todo instante ele dizia coisas mórbidas e melosas. Detalhe: ele chorou depois que 'terminamos'. Eu me senti péssima e acabei chorando também, o que o fez chorar mais ainda.Terrível.

 " Eliza, seja forte essa é só uma fase.Vai passar, vai passar..."