Harry Potter e o Mistério da Esfinge escrita por Tay_DS


Capítulo 2
Duda, o cão e a Sra. Figg




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Harry acordou assustado e confuso.

Que sonho mais estranho. Pensou o rapaz. Será que foi um sonho ou uma visão que realmente aconteceu... Como a visão do ataque ao Sr. Weasley...? Ele supôs.

De repente, Harry ouviu a voz esganiçada de tia Petúnia lhe chamando para o café.

O garoto pôs os óculos e desceu para comer. Sentou-se à mesa e quando viu aquele prato de ovos com bacon, lembrou-se do quanto estava faminto. Quando Harry ia pôr a primeira garfada na boca, apareceu um cão negro e enorme, que enfiou a cabeça no prato dele e comeu todo o conteúdo.

Harry quase caiu da cadeira com o susto. Quando finalmente se ajeitou, ele viu Duda acariciando o cão.

- Esse cachorro comeu todo o meu café da manhã! – esbravejou Harry. – Quase me derrubou e você não diz nada?

- O Bolinho não fez por mal. – indagou Duda ofendido.

Harry estava pronto para responder, mas tio Válter o chamou no hall de entrada.

- Sua tia, Duda e eu vamos sair amanhã. – começou o tio. – Vamos ao parque de diversões e não podemos levar Bolinho. Portanto você vai ficar com ele e a Sra. Figg. Ela vai vir para cá e cuidar que você não destrua a casa durante a nossa ausência.

- Eu não preciso de babá! – protestou Harry indignado.

- Precisa sim! – vociferou tio Válter. – E não discuta comigo moleque!

O garoto teve vontade de responder, mas aquela briga não ia dar em nada. Afinal o tio já havia decidido e não mudaria mais de ideia.

No resto do dia, Harry ficou em seu quarto lendo seus livros do ano passado para se distrair um pouco, e só saiu para ir ao banheiro e para jantar.

Na manhã seguinte, o rapaz se levantou cedo. Desceu para o café da manhã e comeu com os Dursley em silêncio. Ao fim da refeição, Harry passou e encarar os tios, e por fim perguntou:

- A que horas a Sra. Figg chega?

- Deve está chegando a qualquer momento. – respondeu tia Petúnia secamente.

De repente, a campainha tocou e a tia foi atender. Poucos minutos depois ela estava de volta com a Sra. Figg.

- Bem, a senhora sabe onde encontrar as coisas aqui dentro. – começou Petúnia. – Qualquer problema ligue-nos que voltaremos e resolveremos. – e olhou para Harry de esguelha.

- Tudo bem, Sra. Dursley. Pode ir tranquila. Eu cuido das coisas por aqui. E não se preocupe, eu tenho certeza que posso cuidar bem do Harry. – disse a Sra. Figg.

Harry sabia que os Dursley não estavam nem um pouco preocupados com o ele, e sim com a casa que ia ficar sozinha, como tio Válter mesmo dissera.

- Bem, – começou tia Petúnia. – o nosso cachorro está nos fundos.

- Ora, vamos Petúnia! – chamou Válter. – Vamos chegar tarde e eu ainda tenho que passar no trabalho. E ainda temos que buscar os amiguinhos de Duda. – continuou ele mal-humorado.

- Certo. Vamos, venha Duda. – disse tia Petúnia, chamando filho, que a acompanhou.

E os Dursley se foram. Duda saiu por último, fechando a porta, ou melhor, derrubando a porta. Logo depois Harry ouviu o barulho do carro saindo da garagem e dando partida.

O garoto não estava exatamente feliz, mas agora que ele sabia que a Sra. Figg conhecia a verdade sobre ele, e também era amiga de Dumbledore, talvez não fosse tão ruim assim passar à tarde ao lado daquela velha senhora.

E ele estava certo. Aquela tarde foi bem diferente das vezes anteriores em que estivera sob cuidados da velha. Eles começaram a tarde jogando xadrez de bruxo, e depois de algumas partidas, em que Harry fora amargamente derrotado, eles jogaram snaps explosivos.

A Sra. Figg trouxera bolinhos, que estava delicioso, apesar de Harry sentir um pouco dos pelos de gato na comida. Eles conversaram sobre como ela conheceu Dumbledore e sobre os acontecimentos de meses atrás no Ministério, e sempre que mencionava Voldemort, tomava cuidado para chamá-lo de Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

De repente, eles ouviram um grunhido, que mais parecia um miado. Então ambos olharam para uma maleta muito velha e desgastada. Havia furos nela, que pareciam ter sido feitos à tesoura.

A Sra. Figg se antecipou e abriu a maleta. Do objeto saiu um belo gato felpudo, de pelagem branca pelo corpo, com grandes olhos assustados que admiravam o ambiente ao seu redor.

- Oh! Com toda essa diversão, eu acabei me esquecendo do Nicolau, meu gato predileto. E parece que ele está com fome. – disse a velha acariciando gentilmente o felino.

Ela tirou um pouco de comida de outra bolsa e deu-a ao gato, que parecia realmente faminto, pois devorou tudo rapidamente.

Nicolau desceu do sofá e se dirigiu até a varanda. A dona do animal se levantou e foi atrás dele, e Harry decidiu segui-la, mas ficou à espreita enquanto aguardava a Sra. Figg voltar. Entretanto, antes que ela pudesse sair da cozinha, várias coisas aconteceram ao mesmo tempo.

Um latido e um miado. Nicolau passou por baixo das pernas da dona, e, de repente, apareceu Bolinho e derrubou a velha senhora, que caiu com um baque surdo no chão, enquanto o cão perseguia o gato. Harry foi ajudar a Sra. Figg a se levantar. Porém, assim que ela se pôs de pé, o gato pulou e se agarrou ao vestido dela. E logo atrás, um cão embalado, que caiu por cima da velha com um estrondo maior ainda, mas desta vez, ela puxou o rapaz junto.

Harry se levantou em um salto e sacou a varinha. Ele sabia que não podia usar magia, principalmente depois do incidente do verão passado, mas ele não podia deixar que a casa fosse destruída. Porém, antes que o rapaz tomasse uma decisão, uma asmática Sra. Figg o segurou pelo pulso.

- Não a use! – ela disse com dificuldade. – Eu cuidarei de tudo.

Contudo, Nicolau já se agarrava mais uma vez a perna da dona, e lá vinha outra vez o grande cão negro, um hotwiller, que Duda ganhara de aniversário, ele iria atingir em cheio o gato. Mas quando Bolinho estava bem próximo, o outro saltou, e o cachorro acabou abocanhando a perna da velha senhora. Ela gritou, e, sem pensar duas vezes, atirou a bolsa contra ele, que soltou a perna dela com um gemido.

Harry estava imóvel, com a varinha em punho, mesmo que não tivesse usado. Bolinho recuou mais um pouco, e o rapaz abaixou a varinha vagarosamente, até guardá-la no bolso.

Naquele momento, a única coisa em que o rapaz pensava era como diria aos tios o ocorrido. Mas não foi necessário pensar muito, pois os Dursley acabavam de chegar a casa, sorridentes. Aparentemente, o dia havia sido divertido para eles. Porém, o espanto tomou conta da alegria ao ver a Sra. Figg caída e gemendo de dor.

O cão de Duda já havia se arrastado para o outro lado da sala, e parecia sem forças para fazer qualquer coisa, enquanto Nicolau ainda estava completamente encolhido junto à dona.

- O que está acontecendo moleque? – esbravejou Válter.

- O que você fez com o meu cachorro? – perguntou Duda, se aproximando do cão assustado.

- Minha cozinha... – Petúnia estava espantada, quase chorando ao ver a situação do lugar. – Minha cozinha está destruída!

- Foi o cão! – Harry se apressou em dizer, e começou a contar o que havia acontecido.

Os Dursley ouviram atenciosamente, mesmo que por fingimento, já que eles tinham que manter as aparências na frente da Sra. Figg. Ao final, Válter ligou para os médicos, que logo chegaram para levar a velha para algum hospital próximo. Bolinho seria levado ao veterinário no dia seguinte, porém, procurou ficar afastado o máximo possível de Harry.

Petúnia limpou a cozinha, e tentou recuperar algo que ainda estava intacto, apesar da maior parte ter se quebrado com a bagunça. Harry precisava admitir que estava exausto. Aquele dia havia sido diferente e divertido, inclusive a perseguição de Bolinho contra o gato.

Ele se dirigiu às escadas, pois queria descansar. Porém, tio Válter o interrompeu no meio do caminho e o mandou ir para a sala. Deu de ombros e foi para o cômodo que o tio indicou. Permaneceu em pé enquanto fitava o tio se sentar.

- A Sra. Figg vai ficar bem?

- Não sei. Mas agora vamos conversar mocinho! – falou Válter.

O rapaz assentiu sem fazer caso.

- O que aconteceu aqui? – perguntou o tio cerrando os dentes.

- Eu já disse!

- E porque Bolinho ficou tão assustado? – questionou o tio mais uma vez, porém curioso e seu rosto púrpuro se aproximando de Harry.

- A Sra. Figg atirou a bolsa dela contra ele! Eu não usei a minha varinha, se é isso o que o senhor está pensando. – ele se defendeu.

Válter ficou mais vermelho. Aquilo simplesmente não podia estar acontecendo. Ele duvidava das palavras do sobrinho. Respirou fundo antes de falar qualquer coisa, e na sua voz tentava transparecer que não havia explodido ainda.

- Pois bem seu moleque, você está de castigo pelo resto de sua vida!

- Nem vem! – disse Harry indignado. – Eu nem ao menos usei magia para salvar a vida da Sra. Figg e o senhor já vem achando que tudo é culpa minha? Foi o cachorro que quase arrancou a perna dela! – e sua raiva ia aumentando.

- Não tem conversa! É bom ir para o seu quarto. Não quero mais vê-lo hoje. – ele respirou um pouco, mas isso não diminuía em nada sua cara púrpura. – Duda com um rabo de porco, Guida voando por ai e ainda tinha aquelas coisas, como é mesmo o nome? Ah sim, dementóides.

- Dementadores! – Harry corrigiu indignado.

Válter dirigiu mais um olhar ameaçador para ele, e o rapaz bufou. Saiu da sala e se dirigiu ao quarto. Ele esperava ansiosamente pelo próximo verão, pois teria dezessete. Podia pregar uma brincadeira com o tio e se mandar daquele lugar.

Ao chegar no quarto, ele se deitou na cama, mas nem chegou a descansat, pois uma coruja, que Harry reconheceu como Pichitinho, a coruja de Rony, entrou pela janela e pousou rapidamente ao lado do rapaz, enquanto dava pulinhos e mostrava um pedaço de pergaminho. Ele pegou a carta e acariciou a pequena coruja.

Ao olhar para a carta, ele reconheceu a caligrafia de Rony.

 

Para Harry,

 

E ai Harry, como vão as coisas aí? Mamãe e papai deixaram convidar você e a Mione para virem passar o resto das férias aqui! Isso é, se você quiser. Espero logo por uma resposta.

 

Seu amigo, Rony.

 

Era a oportunidade perfeita para Harry. Ir à Toca e ficar longe dos tios era algo maravilhoso. Já até imaginava o resto das férias com Rony, Hermione, Gina e o resto dos Weasley. Levantou-se da cama, dirigindo-se à mesa de cabeceira. Com um pedaço de pergaminho, pena e tinta, ele escreveu:

 

Rony,

 

Aceito seu convite. Eu irei para a Toca o mais rápido possível. Só preciso saber como chegarei lá.

 

Seu amigo, Harry.

 

Ao terminar, ele enrolou o pergaminho e amarrou nas patas de Edwiges, pois Píchi já havia ido embora àquela altura, e a mandou que entregasse a Rony. Assim que a coruja abriu as asas e levantou voo, o rapaz esperou alguns minutos, até não conseguir vê-la mais.

Harry foi dormir tranquilo aquela noite.

 

O dia nem havia amanhecido direito, e Harry já estava sentado sobre sua cama. Lembrou dos acontecimentos do dia anterior. Pôs os óculos e pensou em descer para comer alguma coisa.

Olhou para a escrivaninha e viu que Edwiges já havia voltado com a resposta de Rony, que devia ter chegado na noite passada. Ele correu para pegar o pedaço de pergaminho. Abriu a carta e a leu ansiosamente.

 

Harry,

 

Papai e eu vamos te buscar amanhã pela manhã. Acho que umas nove horas nós devemos chegar. Ah, e não se preocupe. Nós iremos vestidos de trouxas e iremos num carro comum. Arrume seu malão!

 

Rony.

 

Harry sentiu seu coração acelerar. Ele nem conseguia pensar direito em tudo que poderia fazer no resto do verão com seus amigos. Pegou o seu malão e colocou todas as roupas, livros e todo o resto de suas coisas.

Após ver que nada faltava, ele levou seu malão para o corredor e desceu as escadas. Guardou tudo no canto do corredor e se dirigiu à cozinha. Duda nem deu atenção ao primo, enquanto Petúnia e Válter o olharam enquanto arqueavam as sobrancelhas

- Vou para a casa do Rony, meu amigo de Hog... Meu amigo da escola. – ele falou sem fazer caso. – Não se animem. Eu volto no próximo verão.

- Mas você está de castigo mocinho! – Válter começou, porém, uma buzina soou do lado de fora.

Petúnia tentou dizer algo, mas já não adiantava, pois a campainha tocou logo em seguida.

- Não se preocupem. Eu apenas irei e não precisam falar com eles. – o rapaz se apressou em dizer, enquanto dava as costas para a cozinha e seguia pelo corredor para pegar seu malão.

Ao abrir a porta da frente, o rapaz abriu um sorriso ao ver Rony e Arthur na entrada. Ele cumprimentou o Sr. Weasley enquanto o seguia até o carro.

- Não se esqueceu de nada Harry? – Arthur perguntou olhando curiosamente para a casa dos Dursley.

- Não senhor! Está tudo aqui.

- Vamos logo pai! A mamãe disse para não demorarmos muito. – Rony disse, e se virou para o amigo. – Ela está louca para revê-lo.

- Certo então. – o Sr. Weasley entrou no carro e o ligou. – Eu ainda tenho que devolvê-lo.

Rony e Harry entraram no veículo, que logo deu partida. Então o trio logo desapareceu da Rua dos Alfeneiros.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu tive que alterar alguns detalhes do original pra não ficar tão WTF. Enfim, isso não vem ao caso, cierto? Eu vou tentar digitar o capítulo 3 para postá-la até o final dessa semana. Isso é claro, se formos colocar em pauta três fics em andamento e dois projetos em conjunto >.> Enfim, o NA fica por aqui. Sejam bons, deixem reviews e sejam felizes! xDD See ya!



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