Capítulo 41: Fugindo das coisas boas.

Hermione´s Pov:

“This time I mean it

I don't know if I'm gonna change

Wasting time and another day

I keep running away

Even from the good things” (Am)

Dei de ombros querendo tirar importância do assunto. Ele se aproximou mais ainda para falar ao meu ouvido, mas pareceu mudar de ideia pelo professor ter entrado na sala. Agradeci mentalmente por ter acabado com o assunto, porém, infelizmente, agradeci antes do tempo. Pouco depois de termos escutado as instruções do professor e abrirmos os livros para começarmos o trabalho uma gaivota de papel pousou na página do trabalho.

Puxei o pergaminho para baixo da mesa e abri enquanto vigiava pelo canto do olho os passos do professor. Sabia que se me metesse em problemas certamente ficaria pior. Dei uma última conferida para ver que estava ocupado, aproveitei que estava distraído conversando com uns alunos da sonserina e li o recado.

Mi,

Precisamos conversar. Não me engana.

Harry.

Isso não é bom, nada bom. Disse a mim mesma enquanto olhava o pergaminho no meu colo, peguei a pena com cuidado para não chamar atenção. Respondi rapidamente no canto do papel assim:

Não é nada,

Hermione.

Os olhos verdes de Harry se fixaram em Draco lançando um olhar de aviso, o loiro arqueou a sobrancelha sem entender a reação do moreno. Abaixei o rosto sentindo meu estomago se revirar. Passei a mão no rosto, balancei a cabeça, e voltei à atenção para a aula. Mesmo sem estar vendo, sentia que os dois estavam me vigiando. Suspirei baixinho, desanimada com a situação. Ignorei tudo, preparando a atividade.

Ao acabar, deixei a tarefa na mesa do professor no mesmo instante em que a Parkison, quando nos encaramos, deu um sorriso falso, acenou com a cabeça. Antes que alguém pudesse ver seu rosto, falou sem som ‘Estou de olho em você’, colocou uma mecha de cabelos atrás da orelha e acrescentou ‘Espero que seus pais continuem bem’. Abri a boca para retrucar, mas vi Draco se levantando.

O coração se apertou com o que estava prestar a acontecer, agora faltava pouco para chegar perto de mim. Apertei os livros que carregava e a mochila, querendo me deixar mais calma. Passei direto, mas senti quando seus dedos gelados entraram em contato com meu braço. Desviei dele, impedindo de me segurar. Tudo em mim sentiu, desde os o meu braço que ficou arrepiado ao meu coração que bateu acelerado com um simples toque.

–Hermione! – Chamou Gin correndo atrás de mim.

Apenas continuei andando, e quando alcancei o corredor, acelerei meus passos até estar quase correndo. Ainda escutava os passos de Gina e não tinha dúvidas de que me encontraria. Então, notando precisar de ajuda, diminui a velocidade enquanto a cabeleira ruiva aparecia do outro lado do corredor, parei, aguardando a sua chegada. Parou a minha frente, escutamos uns barulhos e meu olhar devia estar aflito, porque segurou minhas mãos me levando para dentro da sala.

– Não... – Comecei mais ela tampou minha boca.

Ia retrucar e reclamar sobre sua atitude, mas nesse instante, passos passaram por onde estávamos e respirei aliviada. Quase tinha sido pega. Suspirei baixinho. Droga!Não entendiam que preciso ficar sozinha? Eles estavam seguindo Gina desde a sala. Pensei ao reconhecer as vozes que pareciam discutir antes de se afastar completamente.

–Qual é o seu problema Potter? – A voz rouca de Draco falou ríspida.

–Meu? – Debochou Harry. – Você?! – Perguntou, porém era claro que na verdade era uma afirmação.

Fiquei espantada com o que escutei em seguida. E, com certeza, os meninos também.

–Não tínhamos decidido dar uma trégua? – Questionou Ron irritado. – Pela Mione, certo?

Podia imaginar seu rosto tão vermelho quanto o cabelo por estar com raiva. Sorri, mesmo que um pouquinho, totalmente agradecida pela atitude do ruivo. Tive de me segurar para não ir até ele dar um abraço apertado. Talvez, não tenha o sentimentalismo de uma pedra. Pensei me lembrando de uma de nossas brigas durante a escola. Os olhos castanhos de minha melhor amiga estavam me olhando de um jeito carinhoso e preocupado. Deixei as costas se apoiarem a parede, meu corpo cedeu, enquanto escorreguei ficando sentada no chão.

–O que houve? – Perguntou baixinho sentando ao meu lado.

–Ah Gin! – Soltei me jogando em seus braços. – Achei que tudo ficaria bem, mas...

–Mas...? – Incentivou.

–Tudo culpa daquela cobra peçonhenta.

–O que a Parkison tem haver com isso?

–Ela – funguei me sentindo uma boba – ameaçou matar meus pais, Gin.

–Como é que é?! – Gritou incrédula e seus olhos brilharam de raiva. – Vou ensinar aquela buldogue a não ameaçar minha melhor amiga.

–Não, - fiz com que parasse –não vai. – Neguei com a cabeça. – Não arrume confusão sem motivo.

–Mi, por Merlin, você vai se curvar diante dela?

Passei a mão pelo cabelo, cansada, vencida pelas dificuldades. Será que nada em minha vida pode ser tranquilo? As lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto, tentei secar o rosto, mas novas gotas desciam tornando minha tentativa ser algo sem sentido.

– Você não entende...

–Então me explica.

–É complicado. – Ela riu sem humor balançando a cabeça. – Está fugindo das coisas boas, e não sei o motivo.

Perdi o olhar, encarando a paisagem. Sim, eu sei, estou fugindo das coisas boas. Dele... Virei para ela.

–Estou fazendo isso por aqueles que amo. Eu a-amo o Draco, Gin, mas...

–Do outro lado estão seus pais. –Concordou. –Espero que não seja atoua esse sofrimento.