Capítulo 33: Perdi minha cabeça?

Hermione´s Pov:

(Coloque para carregar: Trading Yesterday – http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=orJJniWRpRQ#!)

O inicio da conversa estava me deixando confusa e meio tonta. Eu menti para ele quando? Minhas mãos tremeram não podia estar falando da carta. Respondi exigindo uma resposta. Apesar de que “Está louco Malfoy” não é a melhor maneira de convencê-lo a me explicar nada. Uma esperança tola surgiu no meu peito e lutava para não pensar nela. Precisava manter meus pés no chão. E o que mais me deixou confusa foi a resposta dele. Como assim “talvez”? Quis perguntar, mas prefere ficar calada. Queria entender, porém tinha medo de me machucar.
“Posso não ter dito nunca nada, mas é medo. Medo de notar que nunca irá me ver como sou de verdade. Espero que um dia possa olhar em seus olhos brilhantes e dizer tudo o que sinto.” O trechinho da carta voltou a minha mente me deixando ainda mais desnorteada. Por mais que eu quisesse todos os pontos me levavam de volta a ela. A carta. E isso fazia meu coração acelerar desesperado. Será que o Draco pode escutar as batidas desenfreadas? Consegui retomar a linha de pensamento no momento em que soltou “Mas quer saber?”.
Vi ali a oportunidade de mostrar estar escutando. Na verdade, era apenas um escape. Queria deixar claro ao Malfoy que ainda tinha o controle nessa estranha conversa. E mesmo sendo retórica deixa o meu “Sim” escapar por meus lábios. Meu orgulho estava ali, intacto, apesar das pequenas rachaduras causadas pela dor, e tinha a coragem... A coragem grifinória me fazendo ir em frente. E mais do que vê-lo ali, na minha casa, foi a resposta. Senti um leve tremor ao escutar sua voz ficar mais rouca ainda.

–Eu não ligo. – Respondeu confiante e declarou em seguida com seus olhos acinzentados tão intensos quase me fazendo arfar. – Não me importa desde que uma pessoa, somente uma, não se importe também.

–Q-Quem? – Gaguejei me sentindo uma boba e dei uns passos atrás.

Mordi meu lábio inferior nervosa por ter me deixado levar assim tão fácil. Tive uma vontade louca de me azarar para ver se minha sanidade voltava. Desviei meus olhos e notei o loiro parado mantendo os olhos fixos num ponto de minha sala. Andei devagar e parei ao seu lado trocando minha atenção ora para a televisão ora para o Draco. Não pude conter e soltei uma risada baixinha e meu coração deu um salto e parou por um momento enquanto ele ria comigo. Forcei minha mente a memorizar aquele som tão reconfortante. Era um riso, de verdade. Quantas vezes eu podia dizer que Draco Malfoy teve atitudes verdadeiras diante de mim?

–Tome – falou cortando meu pensamento me entrando um pergaminho que tinha em suas mãos – esse é o nosso segredo.

]

Sussurrou como se tivesse muitas pessoas ali dando uma piscadela e se jogou no meu sofá. Atenção, Draco Malfoy se jogou no meu sofá! Gritei em minha cabeça. Olhei completamente confusa para e depois para o pergaminho. Minhas mãos tremiam como no dia do nosso beijo. Virei de costas para ele fechando meus olhos. É só mais um sonho estúpido. Vamos lá Hermione, acorde!Agora! Apertei meus olhos e os abri novamente. E fui conferir por cima dos meus ombros e senti meu mundo parar. Ainda estava ali. Arqueou uma sobrancelha e sorriu torto.

–Abra.

–Você não manda em mim. – Contra ataquei por puro costume.

–Certo. – Deu de ombros. – Prefere de outro jeito, hein? – Rolou os olhos e disse como se fosse algo comum. – Garotas.

Puxou do bolso traseiro de sua calça a varinha e com um aceno um violão parou a sua frente, pegou-o com cuidado e sentou no sofá.

–Venha – bateu no lugar ao seu lado com a mão – sente-se aqui, por favor, Srta. Granger.

Agradeci a Merlin pelo pedido, pois minhas pernas estavam fraquejando diante seu olhar intenso. Claro que se fosse um dia normal teria lhe dado uma ótima resposta, mas estava perdida demais em seu rosto, observando o jeito como agia e se movia para falar comigo. Um suspiro saiu ao sentar ao seu lado e mantive minha vista concentrada na pequena mancha embaixo da mesinha de centro onde havia deixado cair chocolate quente quando tinha sete anos de idade.

Uma melodia calma e agradável começou a preencher o cômodo. Meus pelos do braço se arrepiaram quando sem querer, eu acho, esbarrou com o braço no meu, e sua voz rouca invadiu meus ouvidos e me concentrei na letra.

(Coloque a música para tocar – Opcional)

And there you stand opened heart--opened doors (E lá você estava, abriu corações – abriu portas)
Full of life with the world that's wanting more. (Cheia de vida com o mundo que quer mais)
But I can see when the lights start to fade, (Mas eu posso ver quando as luzes começam a desaparecer)
The day is done and your smile has gone away. (O dia acabou e o seu sorriso desapareceu)

Meus olhos como se tivessem sendo obrigados se levantaram para encará-lo, seus dedos deslizavam sem problemas pelas cordas do violão. Sua expressão era sincera, mas podia notar a determinação e algo mais em seus olhos. Como se soubesse que estava o olhando virou o rosto em minha direção e senti o ar escapar de meus pulmões quando ele prendeu meus olhos com os dele enquanto as palavras saiam de seus lábios como se fosse certo e incontestável. E por mais louca que soasse era como se voltasse para às vezes em que sentia meu coração despedaçar ao ver algo me magoar. Colocava um sorriso no rosto e no final do dia, ele desaparecia aos poucos.


Let me raise you up. (Deixe-me te levantar)
Let me be your love. (Deixe-me ser o seu amor)

Desviei meus olhos e mordi meu lábio. A minha cabeça girava loucamente pensando em ser uma brincadeira de muito mau gosto, mas tudo sumiu quando me senti erguer outra vez o rosto. Sentia como se ele fosse um imã e me puxasse em direção a ele. Queria ignorar essa vontade louca de me aproximar e fazer meus dedos pararem de formigar com a necessidade irritante de tocá-lo. Acariciar seu rosto e cabelo macio. O trecho que seguiu e notei outra emoção... Parecia uma mescla de sensações carinho, medo, nervosismo e... Amor? Minha mão agarrou a almofada a puxando para meu colo e agarrei minhas mãos ali.


May I hold you (Posso te abraçar)
As you fall to sleep, (Quando você cair no sono,)
When the world is closing in (Quando o mundo estiver se fechando)
And you can't breathe. (E você não puder respirar)
May I love you. (Posso te amar)
May I be your shield. (Posso ser o seu protetor)
When no one can be found (Quando ninguém puder ser encontrado)
May I lay you down. (Posso deitar você)


Por apenas um segundo vi seus lindos olhos brilharem ao começar aquele trechinho, me fazendo sentir em paz.


All I want is to keep you safe from the cold... (Eu só quero mantê-la protegida do frio…)
To give you all that your heart needs the most. (Dar-lhe tudo de que o seu coração mais precisa)

Depois disto meus olhos marejaram um pouco e abaixei a vista, vislumbrei uma preocupação sincera em seu olhar e aquilo me deixou totalmente despreparada. Onde ele pretendia chegar. Meu coração dava saltos assustadores. A racionalidade tão comum em mim contradizia tudo o que ouvia, porém meu coração gritava para acreditar naquelas palavras... Doces palavras. As que Ele, somente ele, poderia me dizer. O garoto das cartas.


Let me raise you up (Deixe-me te levantar)
Let me be your love (Deixe-me ser o seu amor)


May I hold you (hold you) (Posso te abraçar (abraçar))
As you fall to sleep. (quando você cair no sono)
When the world is closing in (Quando o mundo estiver se fechando)
And you can't breathe, (E você não puder respirar)
May I love you. (love you) (Posso te amar (te amar))
May I be your shield. (Posso ser o seu protetor)
When no one can be found, (Quando ninguém puder ser encontrado,)
May I lay you down. (Posso deitar você)

Um sorriso surgiu em seus lábios, deixando-os mais ainda tentadores, e forcei a mim mesma a prestar atenção a canção. Seus olhos antes tão difíceis de compreender, sempre frios e indiferentes, agora me mostravam toda a verdade. A sinceridade de cada palavra dita na música. Era dele... Para mim.


All that's made me (made me) (Tudo o que me fez (me fez))
Is all worth trading (worth trading) (Vale a pena trocar ( vale trocar))
Just to have one moment with you. (Só para ter um momento com você)
So I will let go (will let go) (Então, eu vou deixar (vou deixar ir))
all that I know (that I know) (Tudo que eu conheço (que eu conheço))
Knowing that you're here with me. (Sabendo que você está aqui comigo)

For your love is changing me. (Pois o seu amor está me transformando)


Um sorriso bobo apareceu no meu rosto e eu nem ao menos notei quando as lágrimas escorrem por rosto, deixando uma marca quente. O último trecho da música chegou aos meus ouvidos me fazendo suspirar. Estava apreensiva e completamente encantada. Era ele... O Draco.


May I hold you (Posso te abraçar)
As you fall to sleep. (quando você cair no sono.)
When the world is closing in (Quando o mundo estiver se fechando)
And you can't breathe, (E você não puder respirar)
May I love you. (Posso te amar)
May I be your shield. (Posso ser o seu protetor)
When no one can be found (quando ninguém puder ser encontrado)
May I lay you down. (Posso deitar você)

–Não chore- sussurrou passando a mão pelo caminho de lágrimas – seu sorriso é muito bonito para ser ofuscado por elas.

Balancei a cabeça e soltei uma risada fraquinha, enquanto delicadamente ele erguia meu rosto. Quando encontrei seus olhos deixei minha dúvida ganhar voz e quase não a reconheci. Ela saiu baixa e fraca por conta da emoção e da confusão que me encontrava.

–Perdi minha cabeça?