Lizzie e eu entramos na lanchonete e pegamos uma mesa para dois. Não era um lugar muito agradável, nem muito romântico: um fast-food simples. Mas, do mesmo jeito, era a minha chance. Então, respirei fundo e disse:

- Morceguinha, acho que tem algo que eu preciso te contar.

- O que é?Fala logo e não enrola!A Leah pode tá de TPM. – ela disse rindo.

- É que... Bom... Tem uma coisa que eu preciso te dizer...

- Não me diga!Será que foi por isso que a gente parou nessa lanchonete enquanto devíamos estar em casa?

- Lizzie...

- Sim... ?

- Eu sinto algo por você que é muito mais que uma amizade!Muito mais que uma paixão, se é que me entende. Não consigo mais esconder!

Por um momento eu achei que ela ia me chutar, e comecei a me sentir do mesmo jeito que eu ouvia dizer que a Bella ficou quando o Edward se foi. Eu comecei a sentir que o meu coração havia sido arrancado de dentro do meu peito. Então finalmente, ela olhou dentro dos meus olhos e eu comecei a sentir esperança.

 - Seth – ela disse pegando minha mão, o que acabou me fazendo ir a Lua e voltar em menos de 5 segundos – Eu sabia disso há um tempo – eu a olhei confuso. Nessa hora ninguém diria que a Lizzie era a mesma menina que eu vi ‘zoando’ agora pouco. Ela estava bem séria – Bom, eu não sei se eu te contei, mas eu tenho um ‘dom’. E ele me permite a usar o dom de um vampiro contra ele mesmo.

 - Isso é bom legal – eu tentei encorajar. Enquanto isso ela brincava com os meus dedos.

 - Eu também acho – ela disse olhando para minha mãe na sua. – Mas voltando para o assunto. O Edward leu sua mente e a do Jake e quando ele foi ler a minha mente para ver se eu também sabia acabou que eu vi isso e percebi a verdade. Quando ele percebeu o que havia acontecido, ele apenas pediu para eu esperar você me contar, afinal isso é uma grande mudança, certo? – nisso ela olhou dentro dos meus olhos e viu toda a confusão que se passava em minha cabeça – Eu sei que você deve ter precisado de muita coragem para me contar isso. E eu admiro muito isso. Mas – porque sempre há essa maldita palavra ‘mas’ – eu quero poder pensar mais sobre isso. E se você não se importar essa semana eu queria que fôssemos apenas amigos. Eu preciso me acostumar sabe? Claro que eu só farei isso se não for muito dolorido para você...

 Eu fiquei ali mais um tempo analisando tudo enquanto eu olhava nossas mãos juntas. Ela tinha razão no final. Seria boa essa semana e eu ainda passaria tempo com ela. Não seria doloroso. Eu acho.

- Mas, você gosta de mim...

- Claro que sim! Eu só quero que a minha ficha caía. Eu só preciso de tempo.

- Tudo bem por mim. Afinal vai ser bom para nós nos conhecermos melhor. Tem tanto que eu não sei sobre você. E isso me incomoda um pouco – eu tive que admitir.

 Como dois velhos amigos, ficamos ali conversando sobre um pouco de nossas vidas, enquanto eu devorava um hambúrguer.

 Pode não ter saído como eu esperava que fosse, mas ela sabia e ela gostava de mim. Eu agüentaria uma semana. Principalmente porque no final de todos os dias eu iria ao seu encontro.

  A Lizzie disse que seria melhor eu passar a noite na casa da minha mãe, para contar as ‘novidades’. O bom é que como minha mãe está a um passo de se casar com o Charlie, eu fico mais tranqüilo em deixar ela sozinha (o que eu acho que não acontecia muito pois quase sempre o Charlie estava em casa. Acho que ele está planejando em mudar para cá ou coisa parecida.)

 Minha vida era quase um conto de fadas. Na verdade ele estava ficando pronto, pois a princesa estava a ponto de ficar comigo (no sentido de namorar e etc.) para sempre.

 Só havia um pequeno problema no meio de todo o meu conto de fadas (porque de repente eu estou me sentindo como aquelas garotas que conseguem que o bonitão da escola caia a seus pés? Eca!) : O que era aquela porcaria de barulho que eu havia ouvido? E será que o Edward realmente ia me contar? Alguma coisa me dizia que sim e eu prefiro confiar nos meus instintos.

 Dormi pensando em tudo isso. Lizzie. Barulhos estranhos. E meu ‘felizes para sempre’.