Underneath The Moonlight escrita por Mercy_Dawn


Capítulo 16
Problemas


Notas iniciais do capítulo

Eu queria agradecer à todos que lêem minha fic. Desculpar-me pela demora desse capítulo e dedicar esse capítulo ao The Letter Black, porque foi graças à música "Hanging On By A Thread" que eu fiz este capítulo.
Continuem lendo, pessoinhas felizes.
Beijos.



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O vento que soprava levemente meus cabelos, começou a ficar cada vez mais forte e frio. O céu estava em um cinza escuro, as folhas sob a calçada sempre ficavam presas em meu tênis.

Apertei-me mais contra meu casaco, senti algo tocando meu ombro. Minhas lágrimas há muito se foram, deram espaço ao vazio que protegia-me de todas as coisas exteriores. Virei-me devegar para a mão branca e gélida sobre meu ombro.

- Deixe-me em paz. - Minha voz não tinha mais vida.

Suas mãos, que antes apenas apoiavam em meu ombro, agarravam-me com força e jogaram-me contra a parede do bar que estava fechado por causa do temporal que estava por vim.

Seu nariz perfeito acariciava minha bochecha fazendo um movimento de vai e vem enquanto ele falava:

- Poxa, Annie. - Sua voz era derrotada. - Tudo que eu sempre fiz foi amar você, tudo que eu sempre protegi, mesmo não sendo meu trabalho, foi você. E é assim que agradece-me? Sua pequena ingrata...

Suas mãos mexiam nos botões de meu casaco, lutei-me para tentar libertar-me de seu abraço, mas ele apenas segurava-me enquanto lembrava-me de coisas que ão poderiam ser lembradas.

- Lembra do que aquele imbecil do Nicholas fez-te? Lembra de como ele tratou-te depois que você entregou-se completamente à ele? Por que você não fez aquilo para mim? Eu teria aproveitado bem mais do que aquele imbecil...

Só percebi que as lágrimas quentes espalhavam por meu rosto, quando senti gotas salgadas caindo dentro de minha boca. Eu lambrava-me de tudo que acontecera naquele dia e Cristopher não deixou-me equecer. As mãos deles trabalhavam tão rápido em meu casaco que eu nem notei que ele já o tinha aberto completamente.

- Não acha que ele mereceu o que foi feito à ele, minha querida Annie?

Eu não conseguia mover-me, nem mexer-me. Queria desesperadamente que alguém visse Cristopher, visse o que ele estava fazendo comigo e salvasse-me, mas eu deixei de acreditar em contos de fadas desde o dia em que entreguei-me ao Nicholas.

- Sim, eu acho. - Minha voz estava totalmente embriagada, ele estava enfeitiçando-me.

- Sei que não justifica o fato de eu ter deixado matarem seu pai, mas ele mereceu, não? Acha que pode perodar-me por isso? - Ele encarava-me com olhos mansos.

- Sim, ele mereceu. Mas, acho que nunca vou poder perdoá-lo.

Vi Cristopher inclinando-se mais ainda para poder encostar seus lábios gélidos em meu pescoço, deixando-me mais enterrada em meu transe. De repente, seus lábios suaves que apenas encostavam em meu pescoço, começou a mover-se rápido demais e senti mordidinhas dominarem-me. Mordi o lábio inferior.

Mas algo dentro de minha cabeça fez-me sair do transe em que estava, arregalei meus olhos e afastei-me dele, o máximo que o espaço entre ele e a parede permitia-me. Ele encarava-me desolado, tudo o que eu via era o negro de seus olhos, eles estavam tão profundo. 

- Deixe-me ir, - disse com convicção - ou então eu dou um grito de socorro.

Olhei para o outro lado da rua, onde uma floricultura estava aberta e uma velhinha nos assitia atentamente, apenas esperando que as coisas saíssem de controle para que ela pusdesse chamar a polícia.

Cristopher deu um sorriso malévolo em minha direção, eu havia ganhado esta batalha.

- Pequena, você mal sabe o quanto isto só está começando. - Sua voz espelhava muito bem seu sorriso.

Eu fuzilava suas costas, ele dirigia-se para o lado oposto ao que eu ia. A senhora da floricultura do outro lado da rua, também o olhava e assim que seus olhos voltaram para suas flores ele desapareceu como num passe de mágica.

Peguei minha bicicleta do chão, ainda atordoada, andei com mais pressa do que nunca para minha casa.

 

- Annie! - Gritou minha mãe assim que passei pela porta. - Como foi seu primeiro dia, minha linda?

Torci para que meu rosto não demonstrasse o quanto eu havia chorado naquela volta para casa.

- Foi ótimo! - Fingi um sorriso para minha mãe e deixei e o grau certo de excitação atingisse minhas feições e minha voz. - Eu "acho" que eu consegui novos amigos e... será que amanhã à noite eu poderia sair com um menino?

Vi os olhos escuros e lindos de minha mãe brilharem de hesitação.

- Um menino? - Disse ela com suspense.

- É, o nome dele é... - Antes de eu continuar minha mãe interrompeu-me.

- Sente-se primeiro e depois você conta-me sobre ele.

Fiz o que ela mandou, sentei-me na mesinha de centro que estava no meio da sala e peguei uma das caxinhas de Yakisoba que minha mãe havia pedido para comermos.

Lancei-me, sem dó nenhuma, à um relato completo de como era Gavril. Contei tudo que ele havia feito por mim e que estava ansiosa por sair com ele.

Minha mãe ouviu à todos os detalhes sobre o menino com um sorriso no rosto. Ela gostava tanto de ouvir-me fofocar sobre garotos, quanto eu odiava fazê-lo.

Pela primeira vez, desde que entrei, olhei a minha volta e percebi que estava tudo em seu devido lugar, mas um espaço enorme estava vazio ao lado das baixas janelas da sala. Minha mãe disse que era o lugar reservado para meu novo piano.

Depois que comemos, ouvi a campainha soar. Andei devagar até a porta e a abri.

- Pois... - Eu não consegui acabar de responder. Vi Cristopher parado à minha porta, com um sorriso no rosto e reencostado no batente da porta. Eu ia fechá-la em sua cara, mas miha mãe interrompeu-me.

- Que modos são esse, Annie? - Disse ela em um tom repredendor. - Desde que encontrei Cristopher no mercado, ofereci nossa casa para que ele pudesse ficar até semana que vem quando seu avião até a Rússia viria. Pode entrar, querido.

Eu o encarava com os olhos, e ele sorria zombadamente para mim.

 

 

Vi os olhos


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