Arthur me ajudou, e fomos correndo pra casa.

Ao chegarmos, ele me sentou no sofá e gritou por minha mãe.

- O que aconteceu? – minha mãe desceu as escadas correndo. –AI meu Deus! Ela caiu?

-Sim... Não acho que cortou muito profundo... Mas está feio!

Arthur parecia preocupado.

Fiquei contente quando ele segurou minha mão, mas a alegria logo acabou.

Mamãe começou a limpar o machucado, que não era na cabeça, e sim, na nuca.

Apertei forte a mão de Arthur, cada vez com mais dor.

-Parece que nada de skate por hoje Alex. Ou melhor, pelo resto da semana! Só sai de casa pra ir pra escola! – minha mãe parecia preocupada.

Será que meu machucado era assim tão grave?

-Calma, Alex. Não é grave. Só está sangrando um pouco. – Arthur não conseguiu me acalmar.

Ele falava palavras de calma, porém, sua voz e seu rosto mostravam preocupação.

Após muita dor, mamãe finalmente terminou de limpar e fez um curativo.

-Arthur, se não se importa, prefiro que a Alex permaneça aqui em casa hoje...

-Não, não tem problema. Entendo completamente.

-Porque não fica aqui com ela? Assistam algum filme... Se quiserem eu faço pipoca.

-AH, eu to doente, vou comer toda a pipoca! – sempre fui apaixonada por pipoca!

Arthur começou a dar risada.

-Vai sonhando. Vou te ajudar, vou comer tudo, pra você não engordar!

-Nem ferrando Arthur!

-Que filme nós vamos assistir?

-Que tipo de filme você gosta?

-De terror, eternamente!

Hm... Vou me aproveitar disso. O Arthur vai ADORAR o filme...

-Hm, eu tenho um perfeito. Você vai adorar!

-Legal... Premonição não ein... Já enjoei!

-É bem melhor que premonição Arthur, acredite em mim!

Arthur se sentou no sofá de dois lugares onde eu estava planejando deitar. Sem hesitar, mudei meu foco para o sofá de três lugares!

Peguei o filme no armário com cuidado, para que o Arthur não visse a capa.

Abri o DVD, coloquei o filme e peguei o controle.

Deitei no sofá e me segurei para não rir.

-Então... Qual o filme?

-Você já vai ficar sabendo, feche os olhos.

Arthur fechou os olhos. Enquanto isso eu configurei o filme, aumentei o volume e coloquei play.

-Pode abrir!

Não conseguia me conter, e ficava rindo, o tempo todo.

Enfim, a música começou

“Mamma Mia, here I go again. My my, how can I resist you”

Minhas risadas se tornaram altas, ouvi mamãe cantando e me virei para ver a cara de Arthur.

-AH, eu adoro ABBA!

OQUE? Arthur gosta de ABBA???

ISSO eu não esperava!

-Mamma mia, does it show again. My my, just how much I’ve missed you.

Todos na sala cantavam junto.

Quando percebi, até eu estava cantando junto.

Quando o filme acabou, nós todos estávamos rindo, felizes.

-Vou fazer a janta. Quer jantar com a gente Arthur?

-Hm.. Eu adoraria, mas minha avó vai em casa hoje.

-Ah, tudo bem. Fica pra outro dia.

Minha mãe foi pra cozinha, eu fui guardando o DVD e liguei a TV normal.

Estava passando um episódio estranho da minha série favorita na TV. Me deitei e comecei a assistir.

Logo que chegou o comercial, Arthur se levantou.

-Já vai?

-Tenho que ir. Se não minha avó briga comigo... Ela nunca vai em casa, entende?

-Hm... Entendo.

Tentei disfarçar que fiquei triste, mas acho que não deu certo.

O dia tinha sido tão legal... Será que o Arthur tinha gostado?

-O dia foi muito bom. MAS, amanhã a gente se vê. – ele sorriu...

Aquele sorriso perfeito que me fazia ir as nuvens...

-Ok. – minha voz saiu abalada.

Eu fiquei triste porque o meu AMIGO ia embora, super normal!

Me levantei, fui em direção a porta e enquanto isso Arthur se despediu da minha mãe.

-Nos vemos amanhã então.

Sensação de borboletas no estomago... Conhece? Eu não conhecia, até agora!

-Er... É. – Arthur parecia inquieto.

Me olhou fundo nos olhos e eu senti milhões de borboletas voando, a 1000 por hora no meu estomago.

Arthur se aproximou. Ai meu Deus, acalma Alex.

Beijo no rosto, sinal de tchau, amizade... Super nor...

Senti seus lábios encostando-se aos meus. Fiquei paralisada, não conseguia respirar, fiquei vermelha!

MAS, sem eu sequer perceber, os lábios dele se afastaram dos meus.

Olhei pra ele, sem saber o que dizer, o que falar, o que pensar.

Ele sorriu, o sorriso mais lindo que eu já tinha visto naqueles lábios.

Involuntariamente, minha boca se contorceu em um sorriso. Pois é, esse dia tinha sido mesmo ÓTIMO!