Memórias Perdidas escrita por NicoleMartes


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, espero que gostem !
Narração da Momo



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O céu esta pálido e sem vida; neva. Meus pés batem com força no chão congelado; corro. Assustada eu estou, algo ou alguém esta atrás de mim. As arvores passam por mim como borrões verde-musgo manchadas por outros borrões brancos, neve. Meus pés me guiam floresta adentro. As arvores ficam cada vez mais afastadas até se distanciarem totalmente em sentido circular, formando uma clareira.

A lua esta no cume do céu. Sua forma branquinha como leite é totalmente visível em um céu escuro e sem estrelas, é noite de lua cheia. Paro. Uma sombra se aproxima, a cada metro o borrão vai se tornando mais visível, até se transformar em um homem, alto, cabelos castanhos jogados para trás com uma mexa caindo em seu rosto, seus olhos transmitem superioridade.

Ele se aproxima de mim. Dou um passo para trás. Esse homem me é familiar, esses olhos e o sorriso cheio de sarcasmo me é familiar. Seu sorriso se alarga de maneira falsa. Ele tem uma espada, empunhou-a em minha direção. Retrocedo algumas passadas, ele vai me atacar, e o que eu posso fazer ? Me defender ? Não, eu só uso um vestido branco rodado e ainda estou descalça. Não tenho espada ou arma de qualquer tipo.

Outra pessoa chega; tremo. Este outro homem carrega, também, uma espada. Tem cabelos estranhamente turquesa fosco e longos. Ele se posta a minha frente, como que em um ato de proteção. O mesmo corre em direção ao homem de olhar superior, atacando-o. Dou um passo para trás  ao ouvir o barulho fino das espadas se chocando.

Corro assustada, imagino o resultado daquela luta de vida ou morte. A ferocidade com que se atacavam é impressionante. Por vezes quase cai no chão por causa do  gelo escorregadio. Esta frio, minha respiração sai em forma de vapor, meus músculos ardem de tanto que corro.

Chego em outra clareira, menor e com mais neve no chão. Sinto um cheiro metálico e enjoativo. Sangue. Tem sangue manchando a neve branquinha. Sua cor escarlate esta espalhada em posas, ainda esta frescas.

Congelo, há uma pessoa caída. Corro em sua direção. Paro horrorizada. Há uma espada jogada no chão a poucos metros do garoto possuidor de cabelos estranhamente prateados e olhos misteriosamente lindos em um tom turquesa metálicos, agora foscos. Ele esta morto, o sangue é dele, alguém o matou. Espasmos de terror fazem meu corpo tremer.

Me aproximo. Eu posso fazer algo por ele? Quem sabe velá-lo ao hospital? A cada passo que dou encontro mais sangue. A cada passo meu estomago se embrulha mais e mais. Estou a poucos metros dele, não consigo mais me aproximar. É demais para meu estomago e para minha mente. Caio de joelhos, sou capaz de ver seus lindos olhos, agora mortos.

Um grito de horror escapa de meus lábios.

- Ahhh... – Grito em desespero.

Minha respiração é rápida e ofegante. Era real demais, tinha sangue demais. Meu corpo treme. Respirar e inspirar. Uma gota de suor escorre de minha testa até meu queixo. Me jogo novamente na cama, amarrotada de lençóis. Olho para minha janela e constato, com um certo pesar, que já é de manha.

Me levanto, bem lentamente, faço meus alongamentos . Vou para o banheiro. Tiro minha roupa, e entro na água de temperatura ambiente. Flash do meu sonho me vem em mente. Sempre tive sonhos estranhos, mas esse foi tão real, parecia até ... uma memória. Bem, isso é praticamente impossível, por que hoje, na grande e mundialmente conhecida cidade de Tokyo ninguém anda armado com espadas, o máximo que fazem e ter armas de fogo, mas isso não vem ao caso nesse momento.

Saio do Box e coloco meu roupão. Volto para meu quarto. Me sento na cama e olho para a janela, ainda fechada por minha cortina de bolinhas rosa. Sinto-me melancólica, como se algo naquele sonho me fizesse mal. Será o homem de cabelos castanhos e olhar superior ? O homem de cabelos turquesa fosco ? Ou o estranho garoto, morto, de olhos turquesa e cabelos trateados ?

Eu tenho de parar de pensar nessas coisas e me concentrar em coisas de pessoas normais de minha idade fazem, trabalham ou cursam faculdades.

Ando em direção a meu armário, pego a primeira coisa que vejo aminha frente. Uma Black Jenas, uma blusa branca, casaco azul de tecido leve e all star branco. Dou uma rápida olhada no espelho, pareço uma garotinha de 17 anos, apesar de estar as vésperas de completar 20 anos de idade.

Prendo meus cabelos em um rabo de cavalo alto com algumas mexas de meu cabelo negro, totalmente comum e sem graça, soltas. Abro minhas cortinhas e desço as escadas saltitante.

- Bom dia, Takuko-sama – Digo me sentando em uma das cadeiras da sala de jantar.

- Bom dia, Momo-chan – Fala bicando seu café

- Tem mais alguma conta para eu pagar ? – Pergunto colocando geléia em uma torrada

- Não, querida

Ele me olha de uma forma estranha, diferente. A primeira coisa em que penso é que há alguma coisa em meu cabelos, passo a mão em busca de alguma coisa que explique o olhar tão interessado do Takuko-sama.

- Não há nada em seu cabelo, Momo-chan – Diz soltando uma gargalhada gostosa – Só estou pensando o quão certo eu fiz em lhe tirar da rua aquela noite.

- Eu que devia agradecer eternamente. senhor Takuko.

- Takuko-san ou Takuko-kun – Diz com  um discreto sorriso

- Certo, Takuko-san eu já vou indo, quero dar uma passada no supermercado – Bebo o resto de meu suco – Depois podemos treinar. Até, Takuko-sam...san

Ele da um risinho e volta sua atenção a seu café. Saio de casa fazendo planos em minha mente de qual será o melhor caminho para chegar em Karakura. Moro em uma parte mais afastada e deserta da cidade, que fica a poucos quilômetros de Tokyo.

Ouço o barulho de um ônibus. Faço sinal, ele para e eu entro. Há poucas pessoas, assim consigo ir sentada. São quase 20 minutos para chegar ao centro da cidade.

Sorte. É com essa pequena palavra que posso descrever minha vida, ou parte dela. Quando tinha apenas 16 anos fui achada por Takuko-san, que na época tinha 66 anos e cabelos brancos ralos. Ele sempre diz que eu trazia comigo um ferimento grande em minha cabeça. Ele cuidou de mim, e quando eu acordei tonta e sem memória ele novamente cuidou de mim. Fui a policia, mas lá ninguém sabia nada de mim. Fui encaminhada ao juizado de menores, onde passei por uma serie de perguntas e dossiês, mas por fim , depois de alguns meses, minha guarda foi dada ao senhor Takuko, dono de um templo, onde se treina com espadas. Porem, as armas não são de verdade como em meus sonhos, elas são feitas de madeira.

Tenho um vasto conhecimento nas áreas escolares por isso com 16 anos já parei de ir a escola, tinha em minha mente todos os conhecimentos que um aluno do 3º ano do médio tinha. Não me encaixo em nenhum curso superior, faculdade. A melhor coisa é que, sou muito boa com espadas, acho que irei me tornar professora do templo como o senhor Takuko.

Ele sempre me diz que foi a maior sorte da vida dele, e conscientemente da minha, me encontrar. Sou eu quem vai a cidade quando ele precisa, faço compras e as vezes, cuido dele quando ele esta se sentindo mau e dou aula a alguns alunos do templo.

Me levanto e me dirijo a saída do ônibus. Desço em frente a uma pequena praça. Caminho até chegar em o Banco, na área mais urbanizada de cidade. Pessoas passam apresadas.

Não gosto da cidade, tenho medo das coisas daqui.Uma certa vez vi uma menininha linda, cabelos loiros e olhos castanhos, chorando. Parei para perguntar se ela estava bem, conversei com ela. Um grupo de crianças ficou boquiabertos, eles falavam, gritavam aos sete ventos, que eu estava falando sozinha. Também já vi monstros uma vez que fiquei na cidade até tarde da noite. Takuko-san diz que é coisa da  minha imaginação, mas tudo parece tão normal, tão real eu ... assim como os sonhos !

Paro. Será que sou igual aquele garotinho aquele filme norte-americano, O Sexto Sentido, será que eu vejo sente morta ? Mas se a resposta for sim, por que ela não são meia decompostas e com roupas rasgadas?

O sinal fecha e um grande volume de carro passa.

Um homem passa pelo outro lado da rua. Possuidor de cabelos loiro chegando até o meio da nuca e olhos azuis. Usa um Kimono negro, espada e um bracelete perto de seu ombro. Ele me olha com se fosse alguma assombração, por uma rápido momento pode jurar que vi algumas lagrimas no canto de seus olhos. Ele atravessa a rua, com os carros ainda em movimento. Para em minha frente,com os olhos arregalados e murmurando algo.

- Hi...Hi...Hina...mori...Hinamori...?! – Diz assustado

- Sim?

- Não é possível ... você ... como ... como você esta aqui ? – Pergunta ele

- Eu moro aqui ! – Ele agarra minha mão – Ei, o que você esta fazendo? Quem é você?

Ele segura na minha mão, parecendo que para ver se eu sou mesmo real. Ele me olha e fica sem reação por breves momentos e gaguejando muito consegue perguntar:

- Você não se lembra de mim, Hinamori-kun ? – Solto minha mão das dele

- Não, não me lembro de você

- Mamãe, aquela moça é louca, ela esta falando sozinha!  – Ouço uma criança, que por sinal não é muito bem educada, gritar.

Espere. Falando sozinha ? Então, ele também é um espírito ?! Oh, ele usa as mesma roupas do garoto morto e do homem do olhar superior. São todos eles espíritos que usam uniformes ?!

Dou um passo para trás. Tampo minha boca, reprimindo um grito de horror. Estou enlouquecendo ! Por que eu estou vendo espíritos ? O homem loiro, que parecia ter a mesma idade que eu, se não um ou dois anos mais velho, me olhou interrogativo. Ele parece me conhecer. Dou mais um passo para trás.

- Adeus... 

Corro. Corro como nunca corri na vida. Olho para trás e ele esta logo atrás, gritando, pedindo para eu o esperar. Eu não ouço, apenas corro. Entro em lugares que nunca vi, ruas, praças e até algumas lojas. Estou assustada. O sonho, me lembrar que posso ver gente morta e esse loiro de olhos azuis correndo atrás de mim, me deixa aterrorizada.

Corro por quase 10 minutos, ele ainda esta atrás de mim. Eu quero parar e perguntar o porquê disso tudo e de onde ele me conhece. Mas o meu medo é tanto que eu nem penso direito.

Esbarro em algo. Uma mulher, alta, com cabelos loiros alaranjados, olhos claros, azuis água, pinta próxima da boca e seios bem... fartos. Vestinda com a mesma roupa que o loiro, com mesmo Kimono preto, só que, porem, seu estranho bracelete esta preso em um enorme laço rosa. E para completar um enorme decote que eu nunca, absolutamente nunca, usaria em publico.

- Hina...mori ?! – Diz ela surpresa

- Não! É muita coisa só pra minha cabeça! – Levanto do chão – O que esta acontecendo aqui? Eu não sei quem são você, certo? O que vocês são, e o que queren comigo ?

Saio correndo sem direção sem esperar por resposta. Pelo menos desta vez ninguém me segue.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam ?Desculpe se eu errei em alguma coisa, como e já disse, eu sou nova nesse universo de Bleach !Essa fic é dedicada a minha amiga, Carla !Mandem reviws, e digam se eu tenho futuro com o casal HitsuHina, na qual amei a primeira vista, e como escritora de BleachBjs