O homem se assusta. Tinha uma cara estranha e usava uns pequenos óculos, que estava fora dos olhos. Em seguida, colocou o aparato.

            HOOGREEN: Agora sim consigo ver quem é...

            Todos param, esperando uma resposta.           

            HOOGREEN: Posso ajudar?

            TODOS: RETARDADO!!!!

            O velho novamente se espanta.

            HOOGREEN: Venham, entrem em casa e tomem um chá. Faz tempo que não vem gente aqui.

            Vira-se e faz um sinal com as mãos. Os heróis se entreolham, e decidem segui-lo. A porta está aberta.

            Entram e se deparam com uma casa simples, com móveis simples e cômodos simples. Também não era muito grande, e uma parte do chão parecia estar aberta, como um alçapão.

            O dono da casa estava sentado a uma grande mesa, e nove xícaras estavam postas. Ele já estava bebendo.

            HOOGREEN: Venham, sentem.

            E os jovens balançam a cabeça. Em seguida, sentam-se à mesa e encaram o líquido, que tem um aspecto estranho, viscoso.

            SOBLIU: É... Do que é isso, senhor?...

            ZAMURAI: Ah, bebe logo, seu metropolitanozinho!

            Olha desconfiado para Zamurai, mas vê que todos estão bebendo e também bebe.

            Logo que todos acabam, o velho leva as mãos à cabeça.

            HOOGREEN: Oh, não!

            KENDO: O que foi?

            Disse com uma cara de preocupado.

            HOOGREEN: Esqueci de contar que o chá tem veneno...

            HOSHI E SOBLIU: O QUE?????????????

            E caem da cadeira, apertando a garganta, tentando vomitar.

            Logo em seguida o velho leva as mãos à cabeça, abrindo um sorriso.

            HOOGREEN: Brincadeirinha... Não é veneno, é veneno mágico.

            Os dois voltam à cadeira, com cara de dúvida.

            HOSHI: Como assim, mágico?

HOOGREEN: É para ver se vocês são realmente merecedores de passarem pelo túnel. Pelo jeito, parece que funcionou...

Foi interrompido. Kendo estava no chão, assim como Hoshi e Sobliu, se contorcendo.

HOONYA: O que???????

E Hiar Aguina levantou-se da cadeira, ficando de frente para Kendo.

HIAR AGUINA: Deixa que eu cuido dos bakas...

Em seguida, estalou todos os dedos. Kendo rapidamente voltou ao normal. Mas não teve tempo. Hiar deu um chute nele, que saiu voando, só parando quando bateu na parede.

HIAR AGUINA: Podemos continuar agora.

E se sentou na cadeira novamente.

Hoogreen balançou a cabeça, como que se estivesse perguntando se podia começar. Todos concordaram.

            HOOGREEN: Bem, segundo eu, vocês chegaram aqui graças ao Chizaku, não?
            Todos dizem que sim.

            HOOGREEN: Bem, acho que vou ter que começar desde o começo...

            HISTÓRIA DE HOOGREEN (tudo isso é ele quem fala):

            “Eu nasci aqui. Nasci nos tempos de paz, quando a terra ainda era fértil e tínhamos o total controle da ilha...

            Foi aí que Chizaku chegou. Ele veio cheio de teorias sobre as criaturas e tal, mas ninguém quis falar com ele, achando-o maluco, até que eu o hospedei na minha casa.

            E aí descobrimos que tínhamos muita coisa em comum. Conciliamos magia e criaturas, nos tornando de certo modo cientistas. Mas a alegria durou pouco. Tennou chegou. Ele trouxe toda aquela magia estranha para essa terra, nos aprisionando na cidade, além de nos fazerem escravos.

            Eu e Chizaku, ainda jovens, conseguimos nos esconder, vendo toda aquela desgraça.

            Foi aí que pedi para Chizaku fugir. Contei um atalho para as montanhas. Ele me contestou, mas foi, enquanto eu enfrentei Tennou cara a cara.

            Depois de muita briga, consegui matá-lo, porém, suas ilusões conseguiram mantê-lo vivo, como uma ilusão ambulante.

            E, como se não bastasse, sua magia negra me aprisionou nesse mundo, onde não se pode morrer de velhice, fome, sede, enfim, onde não tem nada.”

            De volta ao tempo atual.

            HOOGREEN: E é por isso que estou aqui, esperando alguém que possa derrotar Tennou, para que enfim, possa descansar em paz...

            Todos se aquietam, até que Zamurai para um pouco para pensar.

            ZAMURAI: Eu só não entendi uma coisa... A parte da ilusão ambulante.

            HOOGREEN: Ah, sim... A parte da ilusão...  É que... Quando Tennou ainda era humano, possuía poderes de ilusão como nenhuma outra pessoa. Assim, quando matei seu corpo, as ilusões criaram uma ilusão de seu mestre. Por isso, Tennou é morto e vivo ao mesmo tempo.

            HIAR AGUINA: Se é assim, como vamos derrotá-lo?

            HOOGREEN: Esperem um momento.

            Desceu da cadeira e se dirigiu para a parte do piso meio aberta. Em seguida, abriu-a e desceu, como se fosse um porão.

            Sobliu ia sair da cadeira, para olhar, mas Hoonya o impediu, dando um soco de advertência.

            HOONYA: Você não sabia que é feio olhar a casa dos outros sem permissão?

            E o velho saiu logo em seguida, com um tubo de ensaio, aparentemente vazio.

            E sentou-se novamente na cadeira.

            HOOGREEN: Aqui está. A única coisa que pode deter Tennou.

            Eles estranham, por não ver nada.

            WEELEN: Mas está vazio... O que vamos fazer com isso?

            O senhor se aproxima do rapaz, com cara de velho maluco.

            HOOGREEN: Tome cuidado com afirmações levianas, jovem cavalheiro...

            E voltou ao seu lugar.

            HOOGREEN: Olhem bem. Bem no fundo...

            E todos forçaram a visão. Até Hiar Aguina estava com dificuldades.

            E, em seguida, todos perceberam quase que juntos que havia uma coisa no tubo.

            CAMIKA: Tem uma coisa...

            KENDO: Meio colorida...

            ZAMURAI: Estranha...

            E Hoogreen balança a cabeça satisfeito.

            HOOGREEN: Isso mesmo. Esse pó é resultado de anos de pesquisas minhas, pesquisando uma fórmula capaz de anular a magia negra.

            E apontou para o tubo.

            HOOGREEN: Eis o resultado.

            E houve mais um período de silêncio.

            HOONYA: E como vamos derrotá-lo com... Isso?

            HOOGREEN: Simples. Uma pessoa deve se dispor a beber o frasco inteiro.

            Sobliu bate com força na mesa.

            SOBLIU: Eu me disponho!

            Seus companheiros sorriem.

            HOOGREEN: Certo, certo... Mas fique sabendo de duas coisas. Primeiro, só você pode derrotá-lo, ou seja, não pode desistir no meio do caminho. Segundo, você acha que está realmente preparado?

            O garoto balança a cabeça positivamente.

            HOOGREEN: Então tome.

            E passou o frasco para Sobliu.

            Então, o garoto respirou fundo e bebeu todo líquido.

            HOOGREEN: Se sente diferente?

            SOBLIU: Um pouco.

            Foi aí que Hoshi interrompeu o clima de alegria, como de costume.

            HOSHI: Espere aí... Tudo bem, ele bebeu o líquido, mas... COMO ele vai enfrentá-lo? Como vai destruí-lo?

            HOOGREEN: Bem... Isso ele vai ter que descobrir sozinho.

            Hoshi balança a cabeça, como quem entendeu.

            HOOGREEN: Ah, e antes de mais nada, vocês já devem ter visto alguns dos guardas particulares de Tennou, não?

            Eles ficam com cara de dúvida, até que Scarblade responde.

            SCARBLADE: Um fantasma?

            HOOGREEN: Sim, sim, exatamente. O outro é um baixinho.

            E o local fica em silêncio mais uma vez.

            HIAR AGUINA: E?...

            HOOGREEN: Nada de mais. Só queria dizer que eles não são ilusões. Podem espancá-los à vontade.

            HOSHI E KENDO: Assassino...

            Em seguida, faz um sinal para levantarem da cadeira. O gesto é obedecido.

            Aponta para o alçapão.

            HOOGREEN: Descendo lá, vão chegar ao meu laboratório. Procurem por uma porta roxa. Depois de abri-la, vão ser redimensionados para uma passagem secreta perto do castelo. Daí o resto é com vocês.

            Os jovens fazem reverências e se direcionam para o alçapão.

            HOOGREEN: Ah, e NÃO TOQUEM EM NADA!

            Alguns riem, outros nem dão bola (adivinha quem), e seguem seu caminho. Abrem o alçapão e olham pela última vez para o velho. Em seguida, o fecham.

            Hoogreen se espreguiça na cadeira.

            HOOGREEN: Ah… Finalmente vou poder morrer…

            Dentro do laboratório, logo após.

            O lugar era escuro e cheio de papéis e poções, visivelmente abandonados.

            Andaram um pouco e encontraram a tal porta roxa. Em seguida, a abriram. Tudo estava escuro.

            Entreolharam-se e pularam juntos.

            Passagem secreta, logo após.

            Novamente estão no chão.

            HOSHI: Já estou cansado de ficar viajando de um lugar pra outro pro portais...

            No momento Scarblade aponta para frente com cara de decepção.

            SCARBLADE: Bela passagem secreta, hein?

            E todos olham para frente. Estão cara a cara com o portão principal. Hikuiki estava na frente da porta, com os braços cruzados e cara de mau.

            HIKUIKI: Posso saber o que os moleques estão fazendo aqui?

            WEELEN: Maldito jiichan...

            E Zamurai colocou os braços na frente dos companheiros.

            ZAMURAI: Deixem-no comigo. Prossigam.

            Em seguida olha para Sobliu.

            ZAMURAI: Sobliu, conto com você.

            SOBLIU: Sim.

            E os outros oito saem em direção ao portão, que está aberto.

            Hikuiki põe a mão para o lado, com a intenção de impedi-los. Porém, uma raiz sai do chão e prende sua mão.

            E todos conseguem entrar.

            ZAMURAI: Seu oponente sou eu.

            E o estranho ser dá uma risada. Em seguida, livra-se das raízes, cortando-as somente com força bruta.

            HIKUIKI: Tudo bem... Vou aceitar o seu desafio.

            E Zamurai também sorri.

            ZAMURAI: Ainda bem.