Overhill - A Lenda dos Cristais escrita por VenusHalation


Capítulo 13
Capítulo 12 - O triste passado de um guerreiro.




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_Mestre... - A jovem Bluscuro estava encolhida na frente daquele homem de aparência assustadora.

_Diga minha pequena.

_Eu tive outra visão.

_Conte-me - O homem encostou os longos e finos dedos na bochecha da garota de cabelos azuis.

_Eles... Eles encontraram um ovo. - Ele olhava para cima, o olhar completamente submisso. - Ele é diferente, tão brilhante e bonito.

_Interessante... - O homem se virou. - Ar...

~*~

Era noite, o dia tinha sido agitado, os guerreiros estavam reunidos em um circulo no centro estava aquele ovo e a pergunta que não calava em ninguém era: “Como chocar?”

­_Isso... Intriga-me... – Laurence colocava a mão na cabeça e coçava.

_O que te intriga? – Luthien olhava para o ovo.

_É que... Chocar um ovo... Que dizer, se o animal era uma fênix, ele não se chocaria sozinho? Afinal, é um animal imortal e vive em ciclos, não seria necessário que alguém o chocasse. Pelo menos era o que eu sabia na minha terra.

_As lendas de seres fantásticos em seu mundo são tão distorcidas – Luthien disse dando uma pequena gargalhada.

_Distorcidas? – Barton olhou a elfa ao seu lado segurando sua mão.

_Sabe, o nosso mundo e o mundo de vocês, até outros mundos, são como um véu. As vezes podemos fazer contato ou ver rapidamente o que se passa do outro lado.

_Faz sentido. – Laurence levou uma das mãos ao queixo. – Se algo, ou alguém tem contato com esse véu é bem possível que as lendas que existem para nós na terra sejam baseadas em visões ou em contatos feitos entre Overhill.

_Exatamente. – A elfa continuou. – Muitos humanos devem ter tido contato com esses animais e contaram suas histórias.

_Mas o que isso tem com o “distorcido”? – Barton perguntou.

_Bem, se a lenda da fênix em seu mundo existe, deve ter sido contada primeiramente por alguém que teve um contato muito profundo com um animal assim.

_Mas ainda não entendi o distorcido!

_É como uma história passada de boca em boca, exageram ou modificam, entendem?

_Então quer dizer que a história de fênix imortal é mentira? – Kayro olhava o ovo curioso.

_Não exatamente. – Kiba começava a explicar. – Uma fênix vive este ciclo imortal sim, mas apenas naturalmente, não se a matarem de propósito é como um ciclo de vida nosso se interrompendo na juventude por uma doença ou assassinato.

_Então fênix podem viver eternamente desde que não sejam mortas por algo ou alguém.

_Exatamente.

_Por isso Euturiel disse que estavam extintas!

_Isso mesmo.

_Tá, mas essa historinha toda tem a ver com o chocar? – Megume estava impaciente.

_Se elas vivem um ciclo obviamente que não vai existir uma mãe para chocar para ela todas às vezes.

_Então ele se choca sozinho?

_Fênix sabem bem onde “morrer”, normalmente em locais bem quentes perto de vulcões ou em ninhos de dragão ou grifo e até em outros pássaros de porte grande. 

_Entendo. – Kayro suspirou. - Acho que devemos nos preocupar com isso amanhã... Seria bom se descansarmos o dia foi agitado e Megume e Barton também precisam de cuidados.

_Ah! Andem logo com isso! – Megume parecia estar em seu estado normal.

_Aprenda a ser mais calma Megume... Sua afobação quase lhe matou... – Euturiel disse calmamente.

_É isso ai! Não seja afobada!

_Cale a boca vovô!

_Hora sua pirralha... Você...

Kayro corria atrás de Megume, a garota fazia brincadeirinhas, todos olhavam e riam, era bom tê-la de volta, era bom ver que ela e Kayro estavam felizes.

Não passou muito tempo. Todos se deitaram apenas Razac e Kiba se mantinham acordados.

_É bom ver... Algumas coisas não mudam. – Kiba disse ao amigo.

_Você já deveria estar dormindo. – Razac respondia seco.

_Razac... Você anda tão... Distante. Podia melhorar não é?

_Eu estou normal!

_Não está não! Olha Razac desde aquele dia quando você viu... Aquilo. Você anda chato e ignorante!

_Não me diga como eu estou ou quem sou Kiba! Essa é a minha maneira de ver as coisas! Agora vá ou acabo com você!

Kiba olhou admirado, tudo bem que Razac era ignorante de vez em quando, mas aquilo já era demais, ele estava o intimidando. Queria se transformar em um lobo ou dragão para atacar Razac ali mesmo, porém conhecia a força do amigo e não seria idiota o bastante para uma loucura daquelas.

­_Faça como quiser então... – Kiba se virou deixando a capa farfalhar.

Foi uma noite como todas as outras, todos dormiam, agora tranqüilos, Razac mais uma vez olhava para o céu e se deixava levar por maus sentimentos que naquele momento o faziam chorar e em outros o tornavam um ser horripilante.

Kayro acordou, não queria dormir, apesar do dia agitado queria se manter acordado, decidiu vigiar e foi ao encontro de Razac.

_Razac, quer que eu segure agora? – Kayro se oferecia. – Você não dorme há noites e precisa descansar.

_Tudo bem. – Ele não tinha porque ser distante daquele homem, na verdade em dias de viagem era a primeira vez que Kayro lhe dirigia a palavra. – Obrigado.

Razac se levantou, e pela primeira vez em noites permitiu-se deitar e descansar.

Kayro olhava o céu, estava bonito. Ao observar bem, o céu de Overhill era bem diferente do céu que ele estava acostumado, um azul mais intenso e que permitia umas grandes manchas brancas e estreladas, estas que dispensavam  o uso de qualquer iluminação por fogo por terem um brilho mais forte. Sorriu. Era tão bonito que lhe lembrava tantas coisas. Então, fechou os olhos sentindo uma paz na alma.

_Kayro? – Euturiel se aproximou.

_Euturiel! – Ele se assustou.

_Kayro, me conte uma coisa...

_O quê?

_A quem você se referia, quando disse “aquilo”?

_“Aquilo” o que?

_Quando procurávamos por Megume... Você disse algo sobre uma pessoa que estaria viva se...

_Não é nada...

_Kayro, eu não nasci ontem! Era como se quisesse protegê-la de qualquer maneira, mesmo com as brigas que tinham freqüentemente, dá para ver que você tem um carinho especial por ela.

_Ah... Isso... – Kayro abaixou a cabeça. – Longa história...

_Tenho a noite toda. – A ruive se sentou ao lado do careca.

_Tem certeza de que quer saber?

_Se não quiser contar não precisa, mas saiba que guardar as coisas que te preocupam podem lhe fazer mal

_Achei que você era do clã de anjos guerreiros! – Kayro brincou.

_E sou, mas os conselheiros vivem a minha volta e como você, eu também aprendo.

_Ah... – Kayro respirou fundo. – Eu era jovem...

~*~

-Flashback on-

Haalisa era uma simples vendedora de flores, devia ter os seus dezenove anos, sua pele era morena, seus olhos eram castanhos e os cabelos eram negros, longos e muito lisos, normalmente estavam presos em um rabo de cavalo alto que ela jogava por cima dos ombros, deixando à mostra as costas por de trás do seu vestido de camponesa. 

Kayro a observava todos os dias, na época era mais novo devia também ter pelos seus vinte e cinco anos, os cabelos ainda existiam, tinha bem menos cicatrizes pelo corpo, o mesmo que na época já mostrava alguns músculos por ajudar o pai nas tarefas.

Kayro como sempre caçava na floresta, seu pai já estava velho para aquele tipo de trabalho então ele caçava e seu pai vendia. O rapaz era esperto sabia onde encontrar sua presa, não apenas a sua presa para como caçador, mas a presa que queria como sua, Haalisa. Ele sempre caçava no mesmo lugar e sabia onde encontrar ambas as presas que queria, ela sempre se banhava naquele rio e ele sempre caçava próximo a sua margem.

Escondido por entre as árvores o moreno a via, e a cada dia se convencia mais de que a queria, de que Haalisa era a mulher de sua vida, mas era uma rapaz tímido e bem desajeitado para com as mulheres.

Fazia calor naquela manhã, acabavam de entrar no verão. Kayro passou mais cedo pelo rio pra se refrescar, pulou dentro d’água, mas sabia pela posição do sol que não poderia ficar ali por muito tempo, tinha coisas a fazer e uma pessoa para ver ali e para adiantar o seu trabalho resolveu pescar um pouco, talvez o pai gostasse de um pouco de peixe.

Começou a andar pelo rio, distraído, acertando peixes com lanças, até esbarrar em algo.

_Maldita pedra! – Ele se virou.

A ‘pedra’ para sua surpresa era a garota de longos cabelos negros , a água que lhe tampava da cintura para baixo, fazendo com que o corpo ficasse coberto pelo “manto” de cabelos escuros. Kayro parou pasmo. Parando os olhos em uma tatuagem de borboleta azul no ombro a qual ele nunca tinha visto. Não era hora de ela estar ali, estava cedo, ele ficou paralisando, nunca havia chegado tão perto, ela apenas o olhou.

_Não me pareço muito com uma pedra não acha? – Ela sorria, parecia não estar envergonhada.

_N-não... Perdoe-me... Com licença... – Ele se virou rapidamente tentando esconder o rubor.

_Quando me observa lá de cima não parece ficar tão envergonhado... – Ela dizia passando as mãos nos cabelos.

Kayro ficou estático ali mesmo, então a jovem já sabia, ele estava morrendo de vergonha a única coisa que passava pela sua cabeça era como ela o devia achar pervertido.

_Tudo bem... Não há de que se envergonhar! – Haalisa falava em tom de deboche.

_Você... Desculpe-me Haalisa! – Ele continuava virado.

_Já disse que não tem nada Kayro. Sinto-me protegida quando está por perto...

Ela sabia seu nome, ela sabia quem ele era e sentia protegida quando ele estava por perto, isso fez o mundo de Kayro se encher de felicidade naquele instante.

_Haalisa... Mesmo assim peço desculpas eu...

Kayro não pode falar mais, foi interrompido. Haalisa havia, literalmente, o agarrado. E ele não hesitava, era o que esperava por muito tempo, tê-la para si.

Alguns meses se passaram, Haalisa descobriu uma gravidez o que fez com que os dois se casassem rapidamente.

~*~

_Foi aí que finalmente nos casamos, pude mostrar a todos os quanto a amava. – Ele sorriu torto. – Podia amá-la e vê-la todos os dias.

_Kayro! Você foi casado! – Euturiel estava admirada. -Mas... O que aconteceu com ela? E com o bebê?

_Calma... – Kayro olhava para baixo.

~*~

-Flashback on-

Haviam se passado quatro anos, o nome da criança era Lenna, uma menininha linda, parecia-se muito com o pai, tinha os mesmos olhos e cabelos negros ondulados, mas tinha o mesmo gênio forte e decidido da mãe.

Haalisa havia morrido quando a garotinha tinha apenas dois anos, em outra gravidez na hora do parto ela não resistiu e o bebê, que dessa vez era um menino com o nome de Cerid, sobreviveu apenas por alguns dias, apesar da tristeza Kayro decidiu que faria de tudo para ver a filha feliz.

Era aniversário da pequena Lenna naquela manhã, era primavera, os campos que Haalisa havia plantado estavam lindos, havia flores e borboletas por todos os lados,

Lenna corria no campo conversando só, a pequena insistia que via a mãe e que conversava com ela todas as manhãs.

_Mamãe, o papai vai demorar a acordar? Ah! Hoje é meu aniversário, ele não pode demorar muito! Tenho certeza de que o papai está demorando porque está pensando no presente que vai comprar! Será que é uma coroa? Por que eu sou uma princesa! E princesas precisam de coroas!

_Ah... Quer dizer que minha princesa precisa de uma coroa? – Kayro chegou se escorando na porta vendo a filha conversar ‘sozinha’.

_Papai! – Lenna saiu correndo até o colo do pai que dava cinco dela.

_Parabéns minha linda! – Ele a levantava.

_Obrigada papai!

Então quer dizer que você é uma princesa? – Ele disse colocando a menininha nas costas.

_É claro!  Eu vou sou uma princesa de um reino muito distante daqui! E bem mais bonito!

_Ah é? E como sabe disso?

_A mamãe me contou!

_Ah... A mamãe... Como ela estava, hein?

_ O cabelo dela está enorme papai, ela está cada dia mais bonita! Ela deixa a borboleta mostrando agora, sabia papai? – ela sorria. – Aaah... Cerid também está crescido papai, ele se parece muito com você, assim como eu!

Kayro ficava triste ao ouvir aquilo da pequena filha, talvez pela ausência da mãe ela tenha ficado meio triste e sempre insistia que via a mãe e o irmão todos os dias.

Ele sentia uma enorme falta da mulher, do seu beijo, do seu toque, dos abraços. Os últimos dois anos não haviam sido fáceis, não apenas a mulher e Cerid, mas também o seu pai havia morrido.

O que espantava Kayro era Lenna saber como exatamente era sua mãe e lembrar-se de que teve um irmão, afinal não conviveu muito junto deles, mas ela sabia exatamente como aeram, sabia descrevê-los com perfeição.

_E sabe o que ela disse papai? Ela disse que logo virá me buscar...

_Sim... Sim... – Ele disse meio que com medo. – Uma coroa não é? – Ele mudou de assunto repentinamente.

_É sim, bem bonita!

_Então tudo bem! – Ele desceu a filha das costas. – Vamos até a cidade comprar!

Kayro levava a filha nas costas até a cidade, ela sorria nas costas do pai tagarelando olhando pra pássaros e borboletas, enquanto ele carregava uma carroça cheia de caça com os braços.

Chegaram à cidade, venderam suas coisas,  fizeram as compras da casa e assim que terminaram pararam em frente a um grande armazém. Kayro tirou Lenna das costas e deu a mão a ela.

_Segure-se no papai! – Ele disse.

_Sim! – Ela sorria.

Ao entrar no armazém a menina logo bateu os olhos em uma pequena coroa, era prata e tinha algumas poucas pedras de cor azul clara.

_Papai! Papai! É essa que eu quero!

_Esta?

_Sim, sim!

_Quanto custa? – Kayro virou-se para o vendedor.

O vendedor era um velho senhor gorducho se sorriso simpático, já trabalhava ali há anos.

_Três moedas de prata.

_Me dê, por favor. – Ele jogou três moedas na mesa.

_Aqui está! É para a pequena, Kayro?

_É sim! É pra mim! E eu não sou pequena! – ela se irritou.

_Claro... Não e! – O vendedor disse brincalhão.

_Não vai demorar muito e vou ficar bem grande! Maior que você! Você não cresce mais mesmo! – Ela disse debochando.

_Ora, ora... Mas que linguinha afiada! – O vendedor ria. – Uma garotinha muito esperta a sua Kayro, é uma benção!

_É... Eu sei que ela é... – Ele sorria.

_Aqui está a coroa, tenham um bom dia!

_Obrigado! – Kayro saiu com a filha.

A menina já havia colocado a coroa na cabeça, não tirava por nada, combinava com os cabelos negros e com a pele morena, era uma menininha linda, o pai já imaginava o trabalho que ela daria e se lembrava de quando ele ficava espionando a mulher. Ele dizia para si mesmo que se algum safado fizesse aquilo com sua filha, quando ela estivesse crescida, ele mesmo o mataria.

Kayro parou em frente a uma taverna, iria trocar um dinheiro lá dentro e como aquele lugar não era ambiente para crianças ele deixou a filha do lado de fora.

_Olhe filhinha, papai não demora fique quietinha ai está bem?

_Sim papai!

Kayro entrou na taverna trocou seu dinheiro e saiu, ao chegar à carroça sua filha não estava lá.

_Lenna! – Ela olhava para os lados – Lenna! Pare de brincar e venha logo! Lenna!

Kayro olhava desesperado, não encontrava a filha, a filha havia desaparecido, ela era a única coisa que tinha e em menos de dois minutos havia perdido sua filha.

_Kayro, o que houve? – O homem saia da taverna assustado com os gritos de Kayro.

_Lenna sumiu! – Ele estava desesperado. – Minha filha!

_Acalme-se Kayro! Acalme-se!

_Me acalmar? – Ele socou a carroça. – Nunca.

Procurou por horas, a noite ia chegando e nada de Lenna, ele voltou até a taverna, se escorou na carroça, viu um rastro, era sangue. Seu coração disparou, o rastro vermelho dava atrás da taverna, mais adiante a garotinha estava lá ensangüentada, ofegante agarrada a sua coroa.

_Lenna! Céus! Minha filha!

_Papai... – Ela disse abrindo um sorriso. – Eles queriam levar minha coroa embora, eu não deixei e eles me arrastaram até aqui, mas eu não entreguei.

_Por que não? Olhe pra você...

_Foi um presente seu papai...

_Mas... Minha filha deveria tê-lo entregado... – Ele colocou a filha no colo.

_Papai... – A garotinha cuspiu um pouco de sangue. – A mamãe está aqui...

_Lenna... Lenna... Céus... Pare!

_Ela veio me buscar como prometeu papai...

_Não, não... Filhinha...

_Ela está aqui... – ela ofegava. - Ela disse que te ama papai... Mas que vai me levar sozinha... – A menininha sorria e lágrimas escorriam pelo rosto cheio de sangue.

_Lenna... Pare... Não... Por favor... – Kayro a pegou no colo e saiu correndo. – Vou te levar até um curandeiro.

_Papai... Ta doendo...

_Calma... Já para de doer... - Ele via que sua roupa estava agora úmida, banhada pelo sangue da filha.

_Papai... Mamãe disse que você vai ser um homem muito importante. – Ela disse em um tom de voz fraco.

_Lenna... Aguente! – ele chorava enquanto corria pela ruela escura.

_Papai... – ela sorriu. – Esse foi o melhor presente de aniversário de todos...

_Não...

_Obrigada... – ela fechou os olhos. – Te amo papai...

_Lenna! Não, não feche os olhos! Não ainda... Por favor! Lenna... Responde o papai! Céus! Lenna! Lenna... Minha princesinha... Eu também te amo...

A menininha não se movia, nem ao menos respirava, Kayro se ajoelhou com a criança ainda nos braços, chorava diante do corpo, não podia fazer mais nada, havia perdido a última coisa que o fazia feliz.

Enterrou o corpo de Lenna e foi embora daquela casa e daquela cidade se tornando um caçador de recompensas e nessa profissão havia ganhado as muitas cicatrizes, mas nenhuma pior do que as que ele carregava no coração.

~*~

_Então, oito anos depois estou eu aqui em Overhill... Aquilo que aconteceu com Megume me lembrou do desaparecimento de Lenna, ainda por que se Lenna estivesse viva seria da idade dela mais ou menos... A diferença entre Megume e Lenna é que por Lenna não pude fazer nada e salvando Megume sinto que paguei uma dívida.

_Kayro... Sinto muito... – Euturiel abaixou os olhos.

_Tudo bem... Sei que ela está com Haalisa... Sei que ela está bem...

_Você acredita que ela via Haalisa mesmo?

_No começo não, fui um tolo devia ter acreditado nela.

_Não há nada mais puro e sincero que o coração de uma criança.

_Nunca. – ele olhou o céu novamente. – Hoje vejo que muitas das coisas que ela me disse hoje fazem sentido.

_Como ser um homem importante?

_Não sei se salvar o futuro de Overhill é importante, mas acho sim.

_E sobre ela ser uma princesa de um reino distante?

_Isso, apenas o tempo irá me dizer.

_Você gostaria de poder vê-la, não é?

_Sim. Hoje, quando Luthien contava sobre os infinitos véus dos mundos, pensei que havia sentido, pois, minha filha enxergava através dele o mundo dos que já se foram.

_Sua filha era especial. – Euturiel sorria. – Poucos tem essa habilidade de enxergar através dos mundos, nem nós em Overhill temos essa habilidade sem usar os portais ou estar fisicamente presente no local.

_Eu imagino que seja assim, mas eu acredito que um dia poderei rasgar este véu e ver minha família novamente.

_Não é algo fácil de conseguir.

_Eu sei, mas assim como minha filha eu acredito que um dia poderei ver Haalisa e Cerid. – Ele suspirou. – E quero ver Lenna também.

_Quando?

_Não sei...

_ Vocês dois! Parem de papo furado, estamos querendo dormir!. – Laurence dizia sonolento.

_Bom, acho que você deve dormir Kayro.

_Por que? Mal comecei a vigiar!

_O mundo dos sonhos guarda mais mistérios do que se imagina, Kayro. Vá se deitar, Boa noite. – Euturiel o empurrou para cama e foi ficar no local de vigia.

Kayro deitou relutante, mas rindo das palavras da ruiva. Não demorou para fechar os olhos, então, sonhava com a filha, a mulher, e o filho Cerid. Eles sorriam para ele.

_Eu disse que seria uma pessoa importante papai. – Sorriu Lenna.

_Sinto saudades. – Ele disse triste.

_Um dia viremos te buscar papai, nós três. – Cerid falava.

_Eu sei... – ele sorriu. – Estarei esperando.

_Eu te amo, Kayro. – Haalisa sorriu sumindo juntamente com os filhos no sonho feito apenas de uma grande neblina.


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Notas finais do capítulo

wowwww... Cá estou eu com mais um capítulo [y]
Meio triste não?
Mas eu tenho que contar a vida das minhas personagens ou tudo perde a graça não é?
Aos poucos conto a história de todos, acho que vão gostar *-* Bem, perdoem-me a demora, fim de semestre está acabando cmg, então, aviso logo que capítulo novo só depois do dia 25 *cry* Mas espero que tenham paciência T^T Obrigada aos meus fiéis leitores *o* Reviews? Estrelinhas? Pontinhos? ;***



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