Primeira Temporada: o Passado escrita por lucas50


Capítulo 8
Epi 8: O garoto aventureiro! Seu nome é Hoshi.


Notas iniciais do capítulo

Nem preciso falar mais nada, esse é o do passado do Hoshi (ps. aguenta firme galera, falta so mais dois episodios pra historia começar de verdade).



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Campos de arroz, doze anos atrás.

Um homem alto, magro e com roupas simples enfiava sua enxada repetidas vezes. Ao lado dele estava um garoto com a mesma aparência, porém bem mais jovem, aparentando ter uns seis anos. Ele era Hoshi.

Ele observava o trabalho do pai, desinteressado.

O pai explicava como o trabalho deveria ser feito, mas o garoto nem prestava atenção. Todos os dias seu pai lhe ensinava uma nova lição.

PAI: Agora, filho, coloque as sementes dentro do...

O filho não estava mais ao seu lado. Olhou para os lados desesperado, e o encontrou naquele vasto campo.

Ele estava correndo atrás de uma borboleta, campo afora.

Quando o pai viu, saiu correndo atrás dele. E, depois de alguns segundos, agarrou o filho e o ergueu.

PAI: Quantas vezes vou ter que te dizer para não sair por aí sozinho????

HOSHI: Ah... Qual é pai ? Eu só estava correndo atrás de uma borboleta, inofensiva ...

O pai aperta o filho. Uma expressão de raiva e decepção toma a sua face.

PAI: É filho... O problema é que esses lindos animais inofensivos...

O filho olha para ele assustado. À medida que ele vai falando, seu tom de voz aumentava.

PAI: SEMPRE FAZEM ARMADILHAS!!!!

O filho se solta dos braços de seu pai, senta no chão e cruza os braços.

HOSHI: Pega leve... Eu sei me cuidar sozinho.

PAI: Não, não sabe! E é por isso que vamos voltar pra casa agora, moçinho.

O homem pega o filho pelo braço e vai arrastando-o pelo chão.

 

Quarto de Hoshi, oito anos depois.

Os anos anteriores da vida de Hoshi foram de muito trabalho, junto a seu pai. Nesse período, aprendeu a respeitá-lo, porém, sempre quis sair mundo afora. Como sempre, seus pais rejeitam ou adiam.

Além do mais, Hoshi sempre encomendava livros sobre contos, lendas e aventuras.

 

Voltando à história, Hoshi estava em seu quarto, deitado na cama, lendo um livro de capa verde, chamado “MCE, Manuel de Criaturas Exóticas”.

Sua leitura foi interrompida por seguidas batidas na porta. Era de manhã. Logo logo estaria na sua rotina diária. Hoje era sexta. Era dia de regar as sementes.

MÃE: Hoshi... Hora do trabalho...

HOSHI: Já vou, mãe. Deixa eu acabar esse capítulo.

MÃE: Não, não! Você já está atrasado! Desse jeito as sementes vão morrer desidratadas!

Hoshi larga o livro e corre para porta.

HOSHI: Tá bem, ta bem... Eu vou regar as malditas sementes.

Ele abre a porta e se depara com sua mãe, vestida toda de rosa e com creme no rosto.

Hoshi olha para ela, estranhando o creme na sua face. De relance, não havia percebido que era sua mãe.

HOSHI: Mãe...

Ela se vira para ele, com um sorriso.

MÃE: Siiiiiim...

O garoto aponta o dedo para a cara dela, mas não consegue expressar alguma reação.

HOSHI: Ahn... Nada não... Até mais...

E saiu correndo pela porta, com medo que sua mãe percebesse. Nos últimos anos, havia ganhado a confiança de seus pais. Agora podia trabalhar sozinho, mas a vila inteira já estava preparada para uma eventual fuga. Seus pais pagavam o resto da vila, para que impedissem Hoshi.

 

Depois de percorrer um longo percurso, Hoshi chega a um vasto deserto, cheio de buracos no chão. O solo tinha uma cor estranha, meio amarelada.

 E lá foi Hoshi, em cada buraco, com seu imenso balde d’água, despejando um pouco do líquido em cada buraco. Eram dezenas de buracos. Para uma pessoa que visse esse trabalho pela primeira vez, não era possível acreditar que aquele balde daria conta de todos os buracos.

Mas dava. E era isso que Hoshi fazia todas as sextas. Quando as sementes nasciam, geravam uma estranha fruta roxa, usada para fazer sopas e outros ingredientes.

Bem, o foco não é a fruta, e sim Hoshi.

O calor escaldante do deserto somado ao forte sol da manhã faziam com que Hoshi transpirasse e suasse muito.

E hoje não era diferente. Estava suando e a velocidade de seus movimentos diminuíam a cada buraco.

Então, quase caiu de cara na terra. Estava cambaleando, com os olhos quase fechados.

Foi aí que viu uma coisa brilhante ao fundo. Logo abriu os olhos e saiu curioso para ver o que era. Havia superado o cansaço.

Depois que correu atrás do estranho brilho, percebeu que a distância não era tão grande assim.

Após alguns segundos de caminhada, chegou em frente ao objeto brilhante. Era uma espécie de esfera.

Ela se destacava naquele deserto. Ela era transparente, mas seu brilho era tão intenso que parecia ter a intensidade de uma cor viva.

A bola também não era muito grande. Hoshi ficou tão fascinado que resolveu guardá-la na sua mala, na qual levava seu cantil (já vazio).

Então, voltou o percurso, apanhou o balde e recomeçou a regar os buracos, enquanto cantarolava uma música.

 

Quarto de Hoshi, mesmo dia, à noite.

Os pais de Hoshi já estavam dormindo, enquanto ele estava na sua cama, continuando a ler o livro de capa verde.

HOSHI: Agora sim vou poder terminar o capítulo!

E, depois de folhear a última folha do capítulo, tombou na cama, sem perceber que estava agarrado à sua bolsa.

Ainda resmungou alguma coisa antes de dormir.

HOSHI: Boa n... Noite... Esfera mágica...

 

Quarto de Hoshi, dia seguinte.

Hoshi estava novamente deitado na sua cama, até que foi interrompido por novas batidas na porta. Era seu incômodo diário.

MÃE: Hoshi!!! Acorda moleque! A semana do supermercado é sua!!

Então, o garoto abriu os olhos imediatamente.

HOSHI: AAAAAA!!!!!!!!!! EU TINHA ESQUECIDO O SUPERMERCADO!!!!

MÃE: É, e anda logo que o almoço não vai esperar muito.

HOSHI: Tudo bem!!!!

Hoshi prometia que já estava indo, enquanto trocava de roupa e colocava o sapato.

Correu para a porta e a abriu. Deu de cara com a mãe, hoje sem o creme esquisito.

Sem que ela percebesse, deu um suspiro.

HOSHI: Bem, estou indo mãe, tchau!

Apanhou sua mochila e sua carteira e foi se preparando para sair.

MÃE: Aonde vai, moçinho?

Hoshi havia se esquecido do dinheiro. É que ele adorava ir ao supermercado, da vila vizinha, pois via pessoas novas, de um lugar diferente.

HOSHI: Ahn...

A mãe se aproximou do garoto, com uma pequena carteira marrom na mão.

MÃE: Tome, aqui está o dinheiro.

HOSHI: Tá bom, ta bom. Já estou indo.

Deu um beijo no rosto da mãe e abriu a porta, rumo ao supermercado.

 

Entrada do supermercado, minutos depois.

Hoshi estava na frente de uma grande placa escrita “Supermercados Fuuka, aonde têm tudo e de tudo!”

Hoshi suspirou e balançou a cabeça negativamente. Toda semana que ia, o lema mudava.

Mas, enfim, entrou pela grande porta de vidro e se deparou com um supermercado bem cheio.

HOSHI: Uau! Nunca tinha visto tantas pessoas juntas!

Abriu a carteira e de lá tirou um papel dobrado. Foi desdobrando-o até formar uma lista. A lista de compras.

HOSHI; Que chato! Nada de chocolate...

E assim, Hoshi foi de setor em setor coletando os pedidos da mãe. Não tinha nada que ele gostasse. Compravam apenas o que a natureza não os oferecia ou não oferecia em abundância.

A lista estava quase completa, até que Hoshi se perdeu nos setores. Estava agora em frente ao corredor dos doces.

HOSHI: Doces...

E foi corredor à frente.

A cada produto novo que via, babava, mas sabia que não podia comprar.

Até que parou na frente de um pequeno pacote marrom. Era mais simples que os outros, só que tinha uma diferença. Estava aberto.

Hoshi logo voltou á realidade e se aproximou do pacote. Também não podia comê-lo ali, pois o supermercado estava cheio. Naquele corredor só havia ele, mas os corredores do lado estavam cheios, ou seja, poderiam ouvir as mordidas ou simplesmente entrarem nele.

HOSHI: Ah... Como eu queria que ninguém pudesse ver o que faço...     

E, como num passe de mágica, sua mala brilhou. Em seguida, todo seu corpo brilhou, provocando um pequeno clarão.

As pessoas dos setores vizinhos viram e correram para ver o que era.

Hoshi estava desesperado. Os passos estavam chegando, até que duas mulheres vestidas de amarelo chegam ao corredor.

O garoto estava encolhido, com medo de que fosse visto. Também estava com o chocolate na mão.

MULHER 1: O que foi isso?

MULHER 2: Deve ter sido a luz. Aqui não tem ninguém.

Rapidamente o pessoal que estava atrás das mulheres voltou à suas compras, assim como elas.

Hoshi ficou surpreso. Elas não tinham visto ele! Mas como? Estava bem a frente delas, no mesmo corredor!

Então, Hoshi decidiu olhar para suas mãos. Ergueu-as, mas tudo que conseguiu ver foi o chão.

Sussurrou para ele mesmo.

HOSHI: Agora entendi! Aquela esfera estranha me deixou invisível!

Então, levantou-se e pegou o chocolate. Sua mala já estava cheia, portanto, decidiu levar o chocolate na mão.

HOSHI: Hum... Acho que vou levar algumas coisas sem pagar... Só uma vez...

Saiu do corredor e foi em direção à saída, zombando das pessoas que passavam.

Então, quando saiu do supermercado, o alarme apitou.

O atendente logo virou, mas nada encontrou.

ATENDENTE: Porcaria de alarmes... Um ventinho e essas porcarias já apitam...

E Hoshi se divertia, até que saiu do grande toldo que cobria a frente do supermercado. Agora a luz do sol havia o atingido.

E a invisibilidade havia perdido o efeito. Agora estava totalmente visível.

Olhou para suas mãos e deixou escapar uma frase.

HOSHI: Merda!

Todos do supermercado olharam para ele, que ficou parado, com a mala e o chocolate na mão.

Uma senhora gritou de dentro da loja.

SENHORA: PEGA LADRÃO!!!!!!

E todos da loja interromperam se trabalho e foram atrás do garoto. Para azar de Hoshi, não era muito veloz. Além do mais, estava sozinho.

Não demorou para que Hoshi fosse pego por um cliente do supermercado.

O atendente pegou o chocolate e esvaziou sua mala.

ATENDENTE: Muito bem, moçinho, agora você vai para a delegacia.

HOSHI:...

 

Delegacia, alguns minutos depois.

Um delegado careca, gordo e com um estranho bigode cinza está sentado em uma grande cadeira de couro, enquanto Hoshi e sua família estão em três cadeiras simples. No meio deles, estava uma grande mesa cheia de papéis.

O delegado suspirou e apontou uma caneta para Hoshi.

DELEGADO: Muito bem, muito bem... Todos aqui sabem que este rapaz assaltou o supermercado, burlando nossa segurança.

HOSHI: Eu não burlei! É que eu...

DELEGADO: CALADO! Você não tem o direito de dizer uma palavra, insolente!

Rapidamente o pai se levanta da cadeira.

PAI: Escute senhor. Meu filho é um bom garoto. Ele sempre me ajuda no trabalho... O que será de nós sem ele?

O delegado se vira e aponta a caneta para o pai.

DELEGADO: Você também. QUIETO!

Então, largou a caneta e colocou as mãos sobre a mesa.

DELEGADO: Eu já fiz minha decisão.

Ele olha para eles, esperando uma pergunta.

Encosta as costas na cadeira e fecha os olhos.

DELEGADO: Vocês...

Todos estão olhando para ele.

DELEGADO: Estão liberados!

A família solta uma interjeição de alegria e pula das cadeiras.

DELEGADO: PORÉM...

A família se vira para o delegado com um ar de surpresa. Todos estão de pé, ao lado da saída.

DELEGADO: ESTÃO PROIBIDOS DE PISAREM NESTA VILA! TODOS VOCÊS!

MÃE: Tudo bem, tudo bem.

DELEGADO: E se isso acontecer mais uma vez... TODOS SERÃO PRESOS! ENTENDERAM?

A família apenas acena com a cabeça, assustada.

DELEGADO: Estão liberados. Podem ir.

O pai abre a porta, para que a mãe e o pai passassem.

Enquanto andam no corredor da delegacia, escoltados por um policial, o pai dá um soco na cabeça do garoto, que resmunga.

PAI: É filho... Você REALMENTE não sabe se cuidar...

Dito isso, balança a cabeça, à espera de uma resposta, que não veio.

 

E assim foram os próximos anos da vida de Hoshi. Quando trabalhava sozinho, sempre tinha alguém colado nele. Algumas vezes tentou fugir, mas sempre foi detido.

A família também passava dificuldades, pois não contava mais com os produtos do supermercado.

Hoshi também decidira jogar fora aquela esfera. No dia seguinte ao acidente, jogou-a num rio próximo de sua casa.

E foi num dia desses que o portal de Pielen levou o menino valente para sua nova missão...   


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Notas finais do capítulo

Não consegui colocar os parágrafos :(
Episódio 9: A pessoa que congela até o fogo! A razão pela alegria de Camika!



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