Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 87
Vida 6 capítulo 6




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Ao final de mais um dia de trabalho, sensação de missão cumprida. As gravações do episódio 11 estavam encerradas. O trabalho agora era de edição e sonorização. No dia seguinte, começariam as leituras e o reconhecimento das locações do novo episódio. Saberiam também quem faria as participações especiais. Por mais que Dean detestasse reconhecer, estava adorando a rotina do estúdio.

Viu a correspondência e não resistiu a abrir o extrato bancário de Jan Ackles. Não acreditou quando viu o valor depositado pelo estúdio. Claro que imaginava de Jansen era muito bem pago, mas o valor era mais de quatro vezes o que imaginara e chutara um valor que considerava alto.

Com a aparência que tinha, mais fama e dinheiro, Jan podia ter a mulher que quisesse e, ainda assim, escolhera morar com Jay Padalecki. Como imaginar que passava pela cabeça de alguém que era por serem apenas dois bons amigos?

Não, não era isso que queria para o intérprete de Dean Winchester. Tinha uma reputação a zelar. Enquanto estivesse naquele corpo não ia permitir que Jan Ackles fosse motivo de insinuações maldosas, mesmo que verdadeiras. Ia transformar Jan Ackles em sinônimo de garanhão.

Sua atenção se fixou num DVD em especial. Ten Inch Hero, 2007. Devia ser o último trabalho de Ackles no cinema. Estava curioso para saber mais sobre Jansen como ator. Primeiramente, se ele era realmente um bom ator. A primeira impressão, com base na capa do DVD, não foi das melhores. Ele nem ao menos era o protagonista. Parecia ser do elenco de apoio. Pior ainda, parecia ser um personagem cômico.

Ao ver a primeira cena em que Jan aparecia, seu primeiro impulso foi de usar todo o saldo bancário de Jansen para comprar o maior número possível de cópias do DVD e destruí-las para que ninguém mais visse seu intérprete pagando aquele mico gigante. Será que Jan não tinha um mínimo de senso de ridículo? O que era aquele visual misto de arara com metaleiro de boutique? Como ele tivera a coragem de expor Dean Winchester a um ridículo daqueles. Teve vontade de esmurrar a cara do desgraçado.

Ia desligar o DVD player quando um rosto chamou sua atenção. Mesmo a personagem não estando produzida e a intenção fosse mostrá-la como uma garota comum, destas que se encontra em qualquer esquina, era impossível ignorar a beleza e a sensualidade inata daquela mulher. Mesmo interpretando uma garota comum, não escondia que era uma deusa. Por um beijo dela talvez até reconsiderasse sua firme decisão de nunca se vestir de arara gótica. Decidiu assistir um pouco mais.

Esperou os créditos finais para saber o nome da deusa: Dani Harris. Gostou de ver que o personagem de Jansen ganhou a personagem de Dani no final. Se Jan deixara o romance ficar só no plano da ficção, é porque ele era mesmo um gay irrecuperável. A agenda de Jan talvez tivesse o celular de Dani. Ia ser um prazer fazer aquele favor para Jan.

– Dani, é Jan. Tenho pensado muito em você. Senti saudades.

[DH: - ..]

– Sério, não está acreditando por quê?

[DH: - ..]

– Sei que devia ter ligado antes, mas sabe como as coisas são corridas no dia-a-dia das gravações. Me perdoa por eu ser um idiota e não ter ligado logo no dia seguinte ao que voltei?

[DH: - ..]

– Sei lá, pensei que seria legal se a gente voltasse a se ver.

[DH: - ..]

– É, em Vancouver. Conhece?

[DH: - ..]

– Considere-se minha convidada. Vou adorar mostrar a você as coisas daqui.

[DH: - ..]

– Beijo. Durma pensando em mim.

[DH: - ..]

– Claro, vou dormir pensando em você também.

[DH: - ..]

– Ligo para confirmar o horário do vôo e passar a reserva do hotel.

Estava com sorte, Dani estava com um buraco na agenda de gravações de One Tree Hill na semana seguinte e ficara animada com o convite para conhecer Vancouver. Era hora de desfalcar um pouco a conta bancária de Jan Ackles. Um dia ele lhe agradeceria por isso. Por trazer Dani Harris de volta para a sua vida.

Precisava descobrir mais sobre Dani. Ela e Jan conviveram por tempo suficiente para terem trocado confidências sobre assuntos pessoais.

A sorte é que, sendo atriz, podia obter as informações básicas na internet. Embora fosse Sam quem costumasse fazer as pesquisas, Dean sabia exatamente o que tinha que fazer. Para descobrir coisas do dia a dia de Jan em San Pedro, tais como hotel em que se hospedara, os restaurantes que freqüentara e os lugares por onde circulara, bastava cruzar dados da fatura do cartão de crédito de Jan contra as home pages destes lugares e o Google Maps.

Não podia esquecer também as revistas de fofocas da época e os vídeos da campanha de divulgação do filme.

Dani. Dannielle. Que mulher fantástica. Estava criando expectativas. Dani & Dean. Estava empolgado. Mais que isso, estava excitado. Queria encontrá-la. Adorara a sua voz. Ia ser ótimo. Tinha certeza disso.

Desceu e encontrou Jay adormecido em frente à TV ligada. Se Jan e Jay tivessem mesmo um relacionamento, Jay não ia gostar nada de saber que Dean tinha marcado um encontro de Jan com Dani Harris. Sentiu-se um pouco desconfortável com a situação que criara, mas também não é como se estivesse traindo Jay.

Jay tinha que entender que, gostando ou não, o corpo de Jan estava sob nova direção. E que, fossem quais fossem os sentimentos de Jay por Jan, não ia deixar que esses sentimentos determinassem a sua vida sexual. Esse direito ele não dava para ninguém.

E mais: não precisava ficar dando satisfações do que fazia e de com quem saia para Jay. Ele não era o Jan. Era Dean, e Jay era um colega de trabalho. Apenas isso.

A primeira providência era arrumar um carro. Adorava dirigir e não queria continuar dependendo de Clif para tudo. Queria ter privacidade. Sua primeira opção era um Chevy Impala 67, mas ia ser difícil encontrar um em boas condições no pouco tempo que dispunha. Que fosse então o modelo 2008. Confirmou que Jansen tinha habilitação. O carro sairia no nome de Jansen. Se não gostasse, que vendesse depois.

Clif era a pessoa ideal para lhe ensinar a se deslocar pela cidade. Precisava conhecer os trajetos, já que supostamente morava ali, como Jan, há mais de três anos. E também para lhe indicar os pontos turísticos e os restaurantes e boates da moda.

Daria uma desculpa para dar uma escapada no intervalo do almoço e comprar o carro. Não queria que Jay soubesse de Dani antes da hora. A última coisa que queria era enfrentar aqueles olhos de novo. O desgraçado sempre conseguia dobrá-lo.

A segunda coisa a fazer, ainda mais importante, era uma reserva de hotel em nome de Dani Harris. Não podia esquecer de pedir um com cama de casal. Desde que aquela loucura de vidas alternativas começara, o único parceiro de cama que tivera fora Luke Braeden. Precisava mudar isso rápido. E, se ela aceitara vir até Vancouver, não havia por que imaginar que não ficariam juntos.

.

– Acorda, Jay. Ou amanhã vai acordar todo dolorido.

– Obrigado, Jan. Já vou subir.

.

Dean acordou se sentindo ótimo. Há muito tempo não se sentia tão bem disposto e tão relaxado. Fechou os olhos para aproveitar melhor a sensação deliciosa de carinho e segurança que aqueles braços lhe proporcionavam. Aqueles .. braços? A consciência do que estava acontecendo o atingiu como um soco no estômago.

Dean se desvencilha do abraço para constatar horrorizado que estava nu e que dormira abraçado a Jay. Jay abre os olhos, pisca, dá um grande bocejo e dirige a Dean um sorriso que qualquer um que visse descreveria como apaixonado.

– Bom dia, Jan? Dormiu bem?

Talvez uma adaga de bronze no coração fosse mesmo a única solução.


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Notas finais do capítulo

08.04.2011

Conheça Boaz Priestley em Ten Inch Hero

http://www.youtube.com/watch?v=0uNCj56PxPI&NR=1

http://www.youtube.com/watch?v=q7l7hsnu7vw



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