Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 72
vida 5 capítulo 21




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DEAN

– Sam ou Adam?

– Que susto! Trickster, o que você quer agora?

– O dia está acabando. Quem você acha que vai morrer antes da meia-noite, Dean? Sam ou Adam?

– Outro joguinho? Não, eu CANSEI. Eu CONFIO nos meus irmãos. Por mais encrencados que estejam, eles vão se safar. Se é só isso que tem a me dizer, pode cair fora.

– Se realmente acredita no que está dizendo. Depois, não diga que eu não avisei.

O banco do carona do Impala volta a ficar vazio.

– Droga. Ele sabe mesmo como me deixar péssimo.

Dean pisa mais forte no acelerador. Queria chegar o quanto antes à Mansão. Ia revirar aquele lugar do avesso. Se existia alguma forma de voltar a ser humano, ele ia descobrir.

#

SAM

O que parecera impossível num primeiro momento, fora conseguido. A evacuação do terceiro andar para o terraço se completara. As portas de acesso ao terraço, em ambas as extremidades da escada, foram trancadas a cadeado, mas antes o último galão do fortíssimo desinfetante a base de amoníaco fora despejado na escada. O vigilante sobrevivente, com sua arma carregada nas mãos, vigiava o perímetro do terraço, sem descuidar da porta de acesso. Quase 100 pessoas, muitas delas abraçadas para enfrentar o frio e o medo, rezavam para que tudo aquilo acabasse bem.

Embora a esperança crescesse entre os que estavam refugiados no terraço, a tensão ficava cada vez mais palpável entre ficaram para trás. Além dos três pacientes da UTI, ficaram aqueles que estavam dispostos a ganhar o tempo necessário para a chegada de reforços, mesmo ao custo das próprias vidas.

Owen bem que insistiu, mas Ashley estava irredutível. Não iria se colocar em segurança no terraço. Ficaria como a última linha de defesa da UTI. Além de Kyle, mais dois pacientes estavam em estado crítico, dependendo de aparelhos para se manterem vivos. O jovem médico, Dr. Mark Lawson, também decidiu ficar.

Heróis. Embora esse título costume ser atribuído a posteriori, postumamente, já que heroísmo costuma caminhar junto com a tragédia. O investigador Robinson será para sempre lembrado como um herói em La Grande. Sua arma estava descarregada, mas mesmo assim ele mantinha na linha de frente para não tornar evidente a vulnerabilidade dos defensores do hospital. Dean já tinha pressentido a ameaça mortal representada por um ghoul com uma arma de fogo nas mãos. John Robinson, 30 anos, recebe um tiro certeiro na testa e cai morto, bem ao lado de Sam.

Ashley grita em resposta à perda do companheiro de luta e seu grito distrai por um segundo o ghoul que o matara. Um segundo que faz diferença. Sam aproveita o momento de hesitação em que o oponente baixou a guarda e o abate com um tiro certeiro no coração. Com um segundo tiro, Sam diminui um pouco mais a inferioridade numérica a favor dos defensores do hospital. Eram dois ghouls a menos, mas eles ainda dispunham de três armas carregadas e quatorze balas. Em segundos, as armas dos ghouls mortos já tinham trocado de mãos. A ameaça persistia.

Ashley derruba em seqüência os quatro galões de desinfetante que estavam alinhados no alto da escada. Mas, não era o mesmo produto que usaram para bloquear os outros acessos e não se mostraria tão eficaz. Era um produto comum de limpeza, desses com perfume floral. Desagradável em grandes quantidades, mas como um cheiro bem mais suportável. Ela imediatamente percebe que não seria suficiente para barrar os ghouls e corre atrás de alternativas.

Owen libera a carga do extintor para formar uma densa cortina de CO2, escondendo momentaneamente o grupo da mira dos ghouls. A nuvem de CO2 logo se dispersaria, mas permite que Sam se abaixe para alcançar o braço do investigador caído e recue arrastando o corpo sem vida de John Robinson escada acima.

O ponto de emissão do CO2 continuava, no entanto, facilmente identificável, denunciando a posição de Owen. Por sorte, as duas balas destinadas a ele atingem em rápida sucessão o corpo metálico do extintor que segurava em frente ao corpo, salvando sua vida. Terminada a carga, ele lança o extintor contra os atacantes e corre escada acima. Sam dispara seu último tiro contra um ghoul que voltava a mirar em Owen, salvando-o de um mortal tiro nas costas.

Sam já estava quase chegando ao topo da escada quando é atingido por três tiros, o primeiro na coxa direita, o segundo, de raspão, na testa e o último no abdômen, do lado esquerdo. Ele tomba de costas na escada, largando o rifle descarregado, que escorrega de suas mãos e só pára na base da escada. Sam, sangrando, é trazido para cima pelo Dr. Lawson, enquanto Owen resgata o corpo do investigador Robinson. Uma última bala atinge o corpo sem vida do investigador. O grupo recua, tentando se afastar o máximo possível da escada.

O caminho estava livre para os ghouls.

#

ADAM

O motorista abre a porta traseira direita para Nathalie Helms e, em seguida, a porta esquerda para seu acompanhante. Adam entra e, meia hora depois, deixa o carro, já em frente ao portão principal da Mansão Helms. O trajeto transcorreu entre beijos ardentes, mordidas de arrancar sangue e arranhões profundos na pele clara de Adam. Fazer amor com a feiticeira da Cólquida sempre deixava marcas.

Adam tem o casaco arrancado e a camisa rasgada antes mesmo de cruzarem o portão da Mansão. Ela já tolerara aqueles trapos que o cobriam por tempo demais. Vir ao encontro dela vestido daquela maneira era quase uma afronta. Sorria ao constatar o quanto ele ficava melhor sem eles. Nathalie Helms está concentrada demais para notar que está sendo observada.

Catherine aponta o revólver para a feiticeira, mas é dissuadida pelo Mark Levine ghoul, que indica por gestos que estão muito afastados para um tiro com alguma chance. Sua presença ali só era possível porque a maioria dos ghouls estava participando do ataque ao hospital.

Quando o motorista se afasta para guardar o carro, os dois entram na Mansão, aproveitando o portão aberto. Catherine não seria capaz de descrever a decoração do lugar. Toda sua atenção estava voltada para sua missão.

Havia uma trilha de roupas levando ao segundo andar. O marido havia falado que tentariam infiltrar um agente na Mansão. Nathan ou Alan, algo assim. Era ele sim. Lembrou de tê-lo visto no hospital. Mais um aliado. Mas talvez não concordasse com a solução definitiva que pretendia dar ao problema.

Ela aproxima o ouvido da porta. A vaca parece estar se divertindo. Não por muito tempo.


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Notas finais do capítulo

27.01.2011