Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 70
vida 5 capítulo 19




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CATHERINE

Catherine Hayden estacionou a 100 m do portão principal da propriedade Helms. Ela estava furiosa e a ira lhe dava coragem. Mas o que parecia coragem era, em grande parte, ignorância do que estava realmente enfrentando.

Ela conhecia a fama de devoradora de homens da bruxa, mas não fazia idéia de que isso era uma verdade literal. Ela vira o estado a que seu filho fora reduzido, mas não imaginava que aquilo era o que a bruxa fazia aos homens que lhe despertavam desejo, aos que ela, em algum momento, gostara. Nem em seus piores pesadelos, uma pessoa comum não seria capaz de imaginar o que ela era capaz de fazer - e fazia - com os homens que odiava. Ou com quem a desafiava.

Catherine ouvira o marido falar em ghouls e que eram um tipo de criatura demoníaca capaz de assumir a forma das pessoas que devoravam, mas, no fundo, não acreditava realmente que tais criaturas existissem. Ela era uma advogada, viajada e culta, e que aquilo tudo era tão .. fantástico.

Ela estava em frente ao portão, olhando para a propriedade mergulhada em trevas, quando escuta o rosnado às suas costas. Ela se volta lentamente, o medo fazendo que apertasse com força a empunhadura do revólver, e dá de cara com o ghoul. A criatura estava agachada a menos de 3 m dela e a olhava fixamente, mostrando os dentes. No escuro, lembrava um lobo.

As mãos de Catherine tremem descontroladamente enquanto ela se esforça para apontar a arma para o ghoul. Então, o INACREDITÁVEL. O ghoul se põe de pé e começa a se transformar. As feições se suavizam, os dentes recuam, as garras se retraem, olhos mudam de cor. O ghoul se transforma num rapaz. Um rapaz que sorri, meio que sem jeito, para Catherine.

- Mark??

- Não, sinto muito. Sou aquele que o matou.

Catherine sentiu a vista escurecer. Ela permaneceu caída, desacordada, por quase 15 minutos. Ao abrir os olhos, tem sobre si os olhos preocupados do ghoul, agora indistinguível do verdadeiro Mark.

- Você .. é a criatura .. o ghoul .. que MATOU o Mark? Eu escutei certo?

- Gostaria que me perdoasse .. tia Cath.

O medo é substituído por ódio e raiva. Catherine lembra o porquê de estar ali. Acabar com a bruxa que ferira seu filho, acabar com o mal que ela representava. Não podia, NÃO IA morrer ali. Não ia se entregar fácil.

- Perdoar? Você destroçou o garoto, não sobrou quase nada para ser enterrado. É um monstro. Um dos monstros assassinos que ... Você .. está chorando?

- Eu já havia matado. Já havia devorado humanos antes. Muitas vezes. E nunca me senti assim antes. Não gosto me sentir assim. Esses .. SENTIMENTOS. Eles me enfraquecem, me afastam dos meus. Mas não consigo evitar. Esse humano, Mark, era diferente dos outros. Ele está me modificando, está assumindo o controle. Eu sou cada vez mais ele e cada vez menos eu próprio. Eu tenho fome, mas já não consigo matar. Agora, nem mesmo animais. Eu o matei e agora ele está me matando.

- Isso é verdade? O Mark sobrevive em você?

- Parece que sim.

- Então, você vai me ajudar. Vai me ajudar a entrar e matar a bruxa. Você viu o que ela fez com Kyle?

- Vi.

- E não fez nada?

- Ninguém desafia a senhora. Ela é muito poderosa. E é muito cruel. Ela me mataria se suspeitasse que mudei, que estou me tornando humano. Ainda mais agora. O que está acontecendo comigo, também aconteceu com outro de nós.

- Outro?

- O que levou Kyle ao hospital. Ele também mudou após matar Dean Milligan. A senhora o quer morto. Ela fará de tudo para matá-lo. E vai matar quem quer que esteja junto dele.

SMITH

Há poucos lugares mais assustadoramente silenciosos que um cemitério à noite. O Hillcrest Cemetery tinha um formato retangular e era grande para o tamanho da cidade, mas não grande o bastante para que o inconfundível som de um tiro não pudesse ser escutado nitidamente no silêncio da noite. Primeiro, o tiro solitário, que Pawloski dera a queima-roupa em McLeod, seu parceiro de equipe. Dez minutos depois, outros dois tiros com pequeno intervalo, estes mais próximos. Na direção onde estava a equipe três.

Pawloski estava determinado a proteger sua senhora, mas a mesma determinação que o tornava implacável o fazia descuidado, já que sua própria proteção era secundária para o sucesso da missão para a qual fora incumbido.

Smith era um veterano da polícia. Ficara alerta ao escutar o primeiro tiro, mas achou que uma das equipes havia avistado um ghoul. Mas estranhou não ter recebido um aviso para que ajudassem no cerco. Tentou contato telefônico com Pawloski, mas deu ocupado. Ligou diretamente para o delegado Hayden e soube que Robinson e Winchester estavam seguindo furgões na direção da cidade. Um pouco depois, mais dois tiros. Havia algo errado.

Pawloski se dirige ao policial Jones, parceiro de Smith. Chega sorridente, escondendo a arma nas costas. Smith, escondido, vê quando Pawloski distrai Jones apontando para a direção que obriga Jones a olhar para trás. Vê quando Pawloski traz a arma à frente, disposto a atirar em Jones à queima-roupa. Smith faz, então, o que foi treinado para fazer. Proteger seu parceiro. O tiro atinge Pawloski no ombro. Pawloski ignora a dor. Sua única preocupação é completar sua missão. Aponta a arma para Smith, mas é derrubado com um tiro no estômago.

Finalmente terminara. E quatro policiais estavam mortos.


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