Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 25
vida 3 capítulo 8




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– KYLE?

– Não é o que está pensando, Mark.

– Não? O que significa então encontrar você nu no vestiário da universidade agarrado ao homem que conheceu ontem num bar?

– Escuta, garoto. O Kyle não tem culpa de nada. Eu apareci no vestiário e o agarrei.

– Não pareceu que estivessem brigando. Pareceu consensual. Mas se ele o estava forçando a fazer o que não queria, Kyle, podemos ir juntos à delegacia onde SEU PAI é o DELEGADO e meu IRMÃO é POLICIAL e registrar queixa.

– Mark, por favor. Meu pai não pode ficar sabendo nunca.

Mark pega a tolha no chão e a joga com força nas mãos de Kyle.

– Kyle, já imaginou se fosse outra pessoa a entrar neste minuto no vestiário. Porque não parecia que vocês iam parar no primeiro beijo.

Kyle escuta de cabeça baixa, o rosto em fogo, constrangido por ter sido flagrado por Mark em um momento tão íntimo, quando estava tão vulnerável. Sentia seu mundo desabar. Tudo que queria era que o chão se abrisse e o tragasse. Uma lágrima escorre pela sua face.

– Pisei feio na bola, Mark.

– Ei, não tem do que se envergonhar. Não estávamos fazendo nada de errado.

– Não era a hora nem o lugar. Fui fraco. Não devia ter permitido. Tinha que saber me controlar.

– O que estávamos fazendo não é da conta de mais ninguém.

– Está errado, Sr. Winchester. É da minha conta, sim. Eu sou amigo do Kyle.

– Ei, como sabe meu verdadeiro nome? VOCÊ É O TRICKSTER!

Dean avança contra Mark, o agarra pela gola e o prensa contra a parede mais próxima.

– O que pretende? É VOCÊ, NÃO É?

– Não. .. NÃO SOU.

Mark segura os punhos de Dean, o força a soltá-lo e o empurra com uma força inesperada contra a fileira de armários do outro lado do vestiário.

Por um breve instante, Dean vislumbra em Mark Levine algo muito mais grandioso que o jovem universitário que seus sentidos mostram.

– Escute, você. Já livrei sua cara uma vez. E o que estou fazendo agora também é por você. Quando voltasse a ser você mesmo não ia gostar de lembrar do que quase aconteceu aqui. Agora, por favor, saia.

– Kyle, desculpe. Juro que não queria criar esse constrangimento para você. Pensei que seria .. legal .. para nós dois. Droga, eu simplesmente não pensei em nada.

Kyle em nenhum momento ergue os olhos para encarar seja Mark seja Dean. Não saberia o que dizer.


Quando Dean sai, desapontado, Mark se volta para Kyle e pousa a mão em seu ombro.

– Não fica assim.

– Fiz uma grande besteira, não foi? Vou entender se você não me quiser mais como amigo.

– Que bobagem. Claro que vou querer você como amigo. E, quer saber? Não foi nenhuma surpresa.

– Não??

– Se esse Dean fosse o cara certo para você, eu não me meteria. Mas ele NÃO É. Ele pode até ser um bom sujeito, mas é encrenca da grossa. Você não está preparado para entrar no mundo dele. Escuta, Kyle. Não acha que já é hora de você e Owen terem uma conversa?

– O que você quer dizer com eu e Owen? Não existe nada entre eu e o Owen.

– Mas pode existir.

– O Owen nunca ..

– Conte para ele. Quem sabe?

– Vou pensar, mas acho algo tão impossível .. eu e o Owen. De qualquer forma, obrigado pela força, Mark. Você é mesmo um grande amigo. Tem certeza que não é meu anjo da guarda secreto?

– Pode ter certeza que não. De anjos, eu quero distância. Agora, vamos para a ducha.



Dean não tinha dado nem vinte passos depois de sair do vestiário quando dá de cara com Owen.

– Você? O sujeitinho do bar. O que está fazendo aqui? Onde está o Kyle? O que estava fazendo com ele no vestiário?

– Não sei do que você está falando.

– Cara, você não me engana. Eu sei. Eu vi. No início do jogo. Você de pé na arquibancada. E ontem? Aqueles sorrisinhos todos. O que era aquilo?

– Então é isso? Está com CIÚMES.

– Seu miserável. Quem é você para vir com essas insinuações?

Owen avança cego de raiva contra Dean. Só força bruta, nenhuma técnica. A briga nem chega a começar. Um golpe e Owen está desacordado no chão.

O barulho atrai Kyle e Mark, saídos do banho, ainda de toalha, cabelos pingando.

– Seu amigo resolveu engrossar. Mas não se preocupem, ele vai ficar bem. E, Kyle, ele gosta de você. Mas acho que vai ser difícil fazê-lo admitir.

– Dean! Estou bem agora. Saiba que gostei muito de conhecer você.

– Kyle, você não imagina o quanto eu queria ter tido a chance de CONHECER você.

Os três riem, num clima já desanuviado. Dean se despede e segue seu caminho. Kyle se agacha junto ao ainda desacordado Owen e fica ali parado, olhando para ele com um olhar apaixonado.

Mark pousa a mão no ombro do amigo, dando apoio.



Uma hora depois, quando Mark chega em casa, encontra o irmão policial esperando.


– Mano? Chegou mais cedo. Não tinha plantão hoje na delegacia?

– Vim só para falar com você. Já vou voltar. Mark, você está se arriscando demais. Vai acabar pondo tudo a perder.

– Do que está falando?

– Do que aconteceu no vestiário da universidade uma hora atrás.

– Como ficou sabendo?

– Como acha que fiquei sabendo? Mesmo uma pequena manifestação reverbera. Quer que ELE descubra nossa presença nesta cidade? Sabe que isso seria o nosso fim.

– Já descobriu o que está acontecendo?

– Você estava certo. Estamos PRESOS aqui.

– Mas como é possível que não tenhamos percebido antes?

– Ficamos descuidados depois de tantos anos.

– O que fazemos agora?

– Nada. Tentamos passar despercebidos.

– É. Podemos tentar.

– Vai sair novamente essa noite?

– Não. Amanhã tenho prova. Vou pro meu quarto estudar.


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