On The Murder Secene escrita por ana way


Capítulo 12
Capítulo 12- The truth is: The truth hurts.


Notas iniciais do capítulo

ULTIMO CAPITULO. Vai ter segunda temporada então quando eu começar a postar na comunidade eu posto aqui ;D



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“A verdade é: A verdade dó.” 


Estava quente, principalmente na cozinha. Por algum motivo Frank estava querendo provocar Gerard. E claro, conhecia muitos artifícios para isso. Frank mexia alguma coisa com chocolate em cima do balcão. Ele estava sem camisa, um pouco de suor escorria, fazendo sua franja grudar na testa molhada.  

Gerard entrou no cômodo enxugando o cabelo na toalha branca e fofinha. Sorriu ao ver o garoto daquele jeito. Riu baixinho ao perceber que ele mexia o corpo junto com a tigela de chocolate que estava mexendo com a colher. 

- Isso, remexe a bunda, boneca.  

Ele sussurrou no ouvido de Frank, que olhou pra própria bunda percebendo que realmente remexia. 

- Eu não tinha percebido isso. – disse com a maior cara de inocente.  

Mas é claro que ele sabia, porque afinal, era de propósito que estava fazendo aquilo. Provocar era seu forte, provocar em todos os sentidos. Frank parou de mexer subitamente, sentando-se no balcão e afastando o cabelo que atrapalhava a sua visão. O outro se afastou, ficando entre as pernas abertas de Frank. Ele o puxou, beijando-o enquanto puxava levemente seu cabelo.  

- Gee, deixa isso pra depois do bolo que por acaso eu vou fazer melhor. 

 Gerard se afastou dele, choramingando e reclamando baixinho. Frank voltou para seu bolo, concentrando-se completamente naquilo, como se aquilo fosse a ultima coisa que faria na vida. De certa forma, seria uma das únicas coisas que faria com Gerard, pensou, rindo um pouco, e voltando a se concentrar exclusivamente no que estava fazendo. O outro garoto, por outro lado, estava completamente perdido. Não sabia o que fazer, nadinha. Ele pegou tudo que viu na frente, incluindo farinha e todas essas coisas que sua mãe usava pra fazer bolo, e colocou tudo em uma tigela, mexeu, e pois no formo não se importando muito com o tempo ou a temperatura certa.  Sentou-se a mesa, observando Frank ainda mexer e às vezes acrescentar alguma coisa a mistura. E até os bolos estarem prontos demorou mais ou menos quarenta minutos. Ambos colocaram o que haviam feito em cima da mesa. O menor começou a rir histericamente do que Gerard tinha feito.  

- Que merda. Olha pra isso, o bolo ta tipo, preto. E olha o meu, que coisa linda. – ele apontou pro bolo que parecia mais uma massa cinzenta dura.
 - Não ta tão ruim assim, Anthony. Mas me diz, já que você obviamente ganhou, o que você quer de mim? – disse o mais velho, olhando amargurado para aquilo que tinha acabado de fazer.
- Eu disse que ia ganhar, eu sou lindo. Mas então, não quero nada demais, eu quero você, ali. – Frank sorriu, apontando pro balcão.
- Você não fez tudo isso pra simplesmente me ter no balcão, né?
- Na verdade, sim. Eu queria que você visse o quão bom eu sou. – Frank foi até o balcão, indicando que o outro também deveria ir até lá.
- Oun, eu sei o quão bom você é, amor. E eu estava pensando em fazer isso mesmo aqui.


Gerard se sentou no balcão, puxando o menor contra si, que ficou por cima, entra suas pernas. Beijou-o fortemente, aprofundando sua língua. Frank, há tempos, dominava Gerard com facilidade, o que era muito diferente do começo da relação deles. Frank, colocou sua mão por baixo da blusa dele, arranhando toda a extensão de suas costas, ouvindo-o grunhir baixinho.

Voltou sua atenção aos botões da camisa de Gerard, sempre se atrapalhava com coisas daquele tipo, o mais velho, por outro lado, parecia se divertir muito vendo ele se atrapalhando todo para abrir. Depois de alguns minutos tentando tirar sua camisa, encarou a pele clara e macia de seu peito, sorrindo. Gerard apressou-se em tirar a blusa colada que Frank sempre usava.

Mordiscou levemente toda a sua pele do pescoço até seu estomago, deixando uma trilha de saliva pelo corpo do menor, que suspirava, um suspiro quase gemido. Chegando finalmente, para o alivio de Frank, a sua calça, abriu o zíper rápido, puxando sua calça pra baixo, o garoto levantou um pouco o quadril, facilitando a saída da calça tão colada quanto a blusa. Sua ereção estava exposta, e para o desespero de Frank, Gerard só a olhava, como se ali estivesse a coisa mais maravilhosa e interessante do mundo. Bom, de certa forma, era. Sua respiração quente contra o membro fazia o menor se encolher.

Aproximou sua boca, virando seus olhos encontrando o par de olhos cor de mel que brilhavam. Voltou a subir sua boca, tomando os lábios do outro com extrema força. Gerard envolveu sua mão nele, Frank suspirou por finalmente ter recebido o toque.  

- Frankie... – sussurrou.
- Huh? – Frank apenas grunhiu em resposta.
- Eu quero em mim, dessa vez.  

Frank levantou seus olhos, sorrindo. Posicionou-se melhor entre as pernas dele, tirando sua calça, o observando por um bom tempo. Acariciou sugestivamente sua cintura, recebendo um sorriso como sinal de que poderia começar.  Gerard suspirou ao sentir sua fenda sendo levemente alargada. Não costumava ser o passivo, não que não gostasse da idéia, apenas achava que Frank levava mais jeito pra coisa. O que estava por cima se aprofundou mais, fechando os olhos. Aquilo era tão... Apertado. Começou a se movimentar mais rápido, sentindo os músculos de Gerard relaxarem, dando mais segurança para continuar. A ereção de Gerard estava espremida entre os dois corpos, o que causava uma deliciosa fricção. Os dois gritaram juntos quando terminaram. Frank, ainda dentro dele.                                                     

○○○○○○○○○○○ 

Abriu seus olhos lentamente, tencionando seus braços, como de costume, para esfregar seus olhos e afastar um pouco a claridade. Sentiu-se preso. Literalmente preso. Viu que estava preso a cama. Sorriu, imaginando que a brincadeira ainda continuava. Levantou sua cabeça, encarando a figura de um homem extremamente pálido. Frank. Gerard nunca havia o visto daquele jeito. Frank sorriu, um sorriso falso, mas mesmo assim, sorriu.  -

Ainda não parou com a brincadeira, Frankie? –disse ele, rindo um pouco.
- Na verdade, sim.  

Sua voz saiu mais grossa do que o normal, fazendo o que estava amarrado a cama se assustar, o encarando com um olhar cheio de duvida e receio. Frank se levantou, sentando-se ao seu lado, o olhando por breves segundos.  

- Você quer a verdade, não quer? – sussurrou. Gerard podia ver seus olhos vermelhos agora, já que estavam tão perto. Respirou fundo, pronto, finalmente, para ouvir o que o outro tinha a dizer.
- Pode começar, por favor.  

Frank o encarou por mais alguns segundos, tirando alguma coisa de baixo da cama. Gerard pode sentir seu cano gelado percorrer seu corpo. Estremeceu e não pode deixar de sentir-se rígido. 

- Como você pode ficar excitado numa hora dessas? – Frank disse, sorrindo levemente, deixando visível para o outro a imagem de uma arma.
- Você esta me assustando Frank.  

O que estava sentado riu, observando aquilo que Gerard agora estava com medo. Recomeçou a passar, o que na opinião de Gerard estava frio demais para ser uma arma, pelo seu corpo.  

- Você me ama Frankie? – disse, agora começando a tremer de leve com medo do que o outro garoto poderia fazer.
- Ora, por favor, como pode ser tão ingênuo? Até agora a única coisa que eu fiz foi te usar. – Frank disse quase em um sussurro. Gerard o olhou incrédulo.
- Mas pra que você me usaria todo esse tempo?
- Porque até hoje o único jeito que eu achei de atingir a pessoa que eu mais odeio era você. - Como assim?
- Michael. – Frank respondeu, simplesmente. Querendo que com uma única palavra Gerard entendesse toda a história.
- Que porra que o Mikey tem a ver com a nossa relação de novo? – Gerard gritou, sentindo gotas de suor descer por sua testa.
- Relação? – riu alto e gostosamente. – Bom, ele matou meu pai e tornou minha vida um inferno.  

Gerard congelou. Literalmente, congelou. Nada poderia fazê-lo entender o que Frank estava dizendo. O encarou, por poucos segundos que pareceram uma eternidade. Na verdade não entendia nada. Olhava para Frank como se de sua cabeça havia saído antenas.  

- Pai? – sussurrou.
- Sim, o presidente. Ele era meu pai e eu estava com ele naquele dia. Eu vi tudo. Seu irmão, aquele cara loiro. Eles correram atrás de mim e até hoje tenho sido ameaçado por eles. Pronto, Gerard, essa é a verdade.  

Então ele entendeu. Entendeu tudo. Entendia o motivo de Michael querer atrasar tanto as investigações. Entendia o fato da relação de Quinn e Mikey ter se tornado tão seria. Sentia-se a pessoa mais inútil do mundo. Tinha sido apunhalado duplamente, por seu irmão, e por aquele que supostamente amava. A sensação de algo quente descer pelo seu rosto quase que o assustou. Tinha esquecido como chorar era. 

- Vai chorar agora? Vai chorar agora que percebeu tudo que seu irmão fez pra mim? –Gritou. Gerard fechou seus olhos, afastando as lagrimas e impedindo que outras recomeçassem a cair. Percebeu Frank se levantar da cama e o apontar a arma. 
- Então tudo isso foi um... Jogo? Você só queria me usar. Só isso. – disse baixinho, falando mais para si mesmo.
- Foi sim.
- Ótimo. Obrigado pela sinceridade, isso foi muito valido. Agora, por favor, acaba logo com isso. – Gerard voltou a encará-lo, seus olhos vermelhos, não pelo choro, mas sim, por raiva.  

Frank segurou firme a arma, pronto para atirar. Mas algo o fez parar, algo o fez abaixar a arma e olhar para o que estava deitado. 

- O que? Agora você não consegue fazer isso boneca? – disse, com o pouco de sarcasmo e força que ainda lhe restava.
- Não brinca comigo, Gerard.  G

erard sorriu, inocentemente, com a certeza de que Frank não conseguiria fazer o que tinha em mente. 

- Você perdeu a noção do perigo? Seu irmão não esta mais aqui para te salvar. – Gritou, voltando a apontar a arma.
- Na verdade, eu que sempre salvo ele. E já que ele não esta aqui mesmo, vai logo, eu não tenho todo o tempo do mundo para te ver amarelar.  

Frank aperta o gatilho, Gerard instintivamente fecha os olhos, esperando. Por perceber que nada havia acontecido, ele abre os olhos, e não encontra mais ninguém a sua frente.  ○○○○○○○○○○ 

Gerard ficou deitado lá por horas. Primeiro porque ele estava amarrado, e segundo porque ele não sentia a mínima força para se desamarrar. Quando sentiu suas mãos dormentes, se desamarrou com facilidade. Claro que ele não entendia o motivo de Frank ter amarrado tão fraco. Até uma criança conseguiria sair dali.  

Ele se levantou, pegando as roupas que estavam em cima da poltrona e as colocando no corpo. Foi até o armário do quarto, abrindo-o e pegando todas as suas roupas que havia lá de uma vez e as colocando em uma pequena mala que tinha comprado há algum tempo.  Lembrou-se então que tinham planejado por muito tempo uma viagem juntos. Ambos queriam ir para o Japão, que por acaso era o lugar favorito dos dois. Pena que não tinha dado certo.  

Deu uma ultima olhada no cômodo, percebendo que Frank tinha levado consigo a tal arma. Fechou a porta, trancando logo em seguida com a chave reserva que tinha ganhado.  Andou pelo corredor escuro e sujo. Por algum motivo nunca tinha percebido esses detalhes. Talvez porque quando estava com Frank só reparava nele ou algo do tipo. Desceu até a garagem, tirando a chave do carro do bolso da calça, apertando o botão do alarme, fazendo o carro se abrir.  

Estava morrendo de medo de voltar pra casa. Claro, era obvio. Ele tinha passado 2 meses e meio fora de casa, sem ao menos dar uma ligação ao Mikey. Não que agora ele achasse que seu irmão merecesse qualquer tipo de consideração, não depois de ter matado o presidente dos Estados Unidos.  

Chegou rápido até seu apartamento. Ao passar pela portaria, o porteiro o cumprimentou, perguntando o porquê do seu sumiço, Gerard inventou uma mentira qualquer, dizendo que tinha ido viajar.  Respirou fundo, colocando todo ar que conseguia em seu pulmão e depois soltando lentamente. A porta do elevador abriu, Gerard pode reparar que a porta branca do lugar em que costumava morar estava aberta, o que geralmente não costumava acontecer. Alguma coisa o dizia que algo tinha acontecido.

Então ele entrou no apartamento, visualizando a pior cena que havia visto em toda a sua vida. Mikey estava lá, caído no chão, e uma coisa viscosa e vermelha saia da sua cabeça. Todo o rancor que estava sentindo dele desapareceu, dando espaço ao desespero. Ajoelhou-se ao seu lado, aproximando seu ouvido da boca de Mikey, tentando ouvir ou sentir qualquer coisa.

Nada aconteceu, então ele encarou seu corpo, tentando encontrar algum sinal de “sobe, desce” que o peito de uma pessoa fazia quando ela estava respirando. Nada aconteceu de novo.  Ele não chorou, nem fez nada. Claro, algumas lagrimas caíram de seus olhos, porque afinal, ele não era tão insensível assim. Beijou sua testa, prometendo que descobriria quem tinha feito aquilo com ele.  Encontrou ao lado a mesma arma que tinha visto na mão do Frank. Um leve sorriso se formou em seu rosto.

Levantou-se, pegando a arma e indo em direção a porta, notando que alguém estava ali parado. Percebeu seu cabelo loiro caindo por cima do ombro. Há tempos não a via, sua mãe. Foi até ela, abraçando-a. Ela sim chorava, e como chorava. Gerard sussurrou algo em seu ouvido, a apertando ainda mais.  

“Frank.”
Pensou, saindo do apartamento, esperando que sua mãe ligasse para uma ambulância.   

○○○○○○○○○○○○○ 

Aquele lugar era muito aconchegante. Muito acolhedor e o principal... Era calmo o suficiente.
Mikey sentou-se na mesa mais escondida do café. O lugar mais discreto, onde poderia conversar com sua mãe sem ser ouvido. Ele a viu se aproximar e sentar-se ao seu lado. Pediram alguma coisa para beber, e então começaram a longa conversa. 

- Mãe, você tem que dizer isso a ele. Você tem que fazer isso por mim, principalmente depois do que você fez com o papai. Por favor, não custa nada. – Mikey tinha começado a se estressar com a teimosia de Donna. Estava agora suplicando.
- Eu já disse que não vou mentir pro seu irmão, meu filho. Você não tem nada a ver com o relacionamento dele com o outro garoto. – ela disse serenamente, tentando acalmar Mikey.
- Nem vem, você me deve isso, é algo que você tem que fazer ou se não...
- Você não ousaria fazer chantagem com a sua própria mãe. – ela o interrompeu, um pouco chocada com o fato de ser chantageada pelo próprio filho.
- Na verdade, sim. Não vai acrescentar nada na sua vida se você fizer isso. 

Depois de muito discutir, pedir, brigar e até gritar, chamando a atenção de metade das pessoas que estavam lá, Donna acabou concordando. Claro que ele fez muita chantagem, na maioria das vezes, emocional.
Mikey se despediu dela, pedindo para que ela fosse ao seu apartamento no fim da tarde.

Entrou no carro, notando que seu celular piscava. O pegou. Havia ali vinte ligações perdidas, todas de Quinn. Em poucos segundos o celular estava tocando de novo. 


- Diga Quinn, algum problema?
- Não, querido, eu só queria saber se eu vou poder mesmo ir assistir filme com você essa noite. – disse ele com sua voz excitada.
- Desculpa, Quinny, mas hoje eu vou passar o dia com o Gee, ele vai voltar pro apartamento. – mentiu. Gerard não voltaria tão cedo, e Mikey sabia disso.
- Mas... – Quinn logo parou de falar ao perceber que o outro já não estava mais na linha. 

Sentiu a raiva invadir seu corpo. Era sempre o Gerard, sempre. E estava cansado disso, estava cansado de ter que ser sempre o segundo, a segunda opção de Michael. 


Sentiu-se culpado sim por ter desligado na cara dele, mas ele havia se tornado uma pessoa tão grudenta. Parecia até estar meio obcecado ou algo do tipo. Não que ele se preocupasse muito.
Chegou em seu apartamento, jogando o casaco em cima do sofá e indo em direção a cozinha, abrindo a geladeira e pegando alguma coisa qualquer para comer. Tinha se acostumado a chegar em casa e apagar a luz, assim ele não lembraria de Gerard. 

Seu irmão tinha espalhado todos aqueles quadros que tinha pintado pela casa. Claro que Mikey poderia ter simplesmente tê-los tirado dali, mas faltou coragem. Sentou no sofá perto da televisão, ligou, procurando um filme qualquer. Acabou adormecendo.


Não sabia ao certo quanto tinha dormido, mas acordou assustado ao ouvir o barulho de alguém procurando o buraco da porta. Parecia tentar abrir a porta no escuro. Seu coração acelerou, junto com a sua respiração. Tinha uma ponta de esperança de que quem estava tentando entrar era Gerard.
Sua respiração aumentou mais ainda quando percebeu que ali não estava Gerard, mas sim, um homem pálido e extremamente pálido. Sentiu uma pancada na cabeça... Instantaneamente sua visão escureceu, seu corpo ficou mole, e ele caiu, sem sentir mais nada.    

○○○○○○○○○ 

Gerard estava a caminho do apartamento de Frank. Suas mãos tremiam sobre o volante do carro. Donna estava sentada no banco de trás, tão nervosa quanto o seu filho. Ela tinha decidido acompanha-lo logo depois de ter ligado para a ambulância, não achou que seria a melhor coisa deixa-lo ir sozinho até a casa de Frank, sabia que ele iria fazer alguma besteira.  

Ele passou a mão pela testa, impedindo que algumas gotas de suor escorressem pelo seu rosto. Ao seu lado, no banco do passageiro, se encontrava a arma que havia matado o seu irmão. Achou coincidência demais ela ser igual a arma do Frank, o que o fez pensar que havia sido ele quem tinha matado Michael. Tudo indicava isso, na verdade.  

Era quase obvio já que Frank havia deixado o apartamento com a arma na mão, morrendo de raiva do Mikey por ele ter matado o seu pai. Não que ele acreditasse muito nessa versão da estória já que ele não teve tempo de conversar com seu irmão para saber o outro lado dos acontecimentos.  

Era obvio também que Mikey ia inventar uma desculpa qualquer, e dizer que nunca seria capaz de matar alguém, principalmente alguém que ele mesmo estava investigando.   

O fato era que ele estava morto, e Gerard não tinha penrcebido isso direito. Não, a fixa ainda não tinha caído. Ele só pensava em vingança. Era uma dupla vingança contra Frank, já que além de ficar com ele todo aquele tempo apenas por interesse, ele havia matado seu irmão. Claro que ele sabia que no fundo ele apenas não tinha aceitado o fato de ter sido usado.  


Estacionou o carro na frente do prédio, esperando sua mãe sair do carro e o acompanhar até o elevador. O porteiro já o conhecia e por isso nem foi preciso parar para se identificar.  


Gerard enrolada nervosamente a manga da sua blusa com o dedo, já impaciente pela demora do elevador. Decidiu então subir pela escada, deixando Donna para trás. Sabia que ela tentaria impedir algo, talvez se subisse pela escada chegaria mais rápido e teria mais tempo.   

De fato chegou mais rápido e encontrou a porta destrancada. É... Frank realmente não tinha noção do perigo, na verdade, aquilo era uma mania horrível, deixava sempre a porta destrancada por medo de ficar sozinho em casa e acontecer algum acidente consigo e ninguém conseguir entrar para salva-lo. Em outra ocasião, Gerard riria por lembrar disso. 

Andou cuidadosamente por todos os cômodos vazios, tentando não fazer barulho. Não encontrou ninguém. Voltou até a sala, percebendo que ali no canto escuro encontrava-se encolhido um muito assustado Frank. Gerard sorriu para si, se aproximando dele.


 - Levanta Frank. – ele disse, sua voz saindo mais grossa que o normal.
- E se eu não levantar? – Frank perguntou sem levantar sua cabeça para encará-lo, sua voz estava tão baixa que o que ele disse foi quase inaudível.
- Eu vou ter que fazer com você sentado mesmo. Mas sabe, ia ser mais digno se você estivesse de pé e olhando para mim. Quem sabe assim você não recupera a pouca dignidade que ainda lhe resta, coisa linda. – Gerard estava confiante. Tentava parecer confiante, mas na verdade seu estomago dava espasmos de ansiedade a cada segundo, aparentemente tentando faze-lo desistir.  

Frank se levantou em um pulo, sem levantar os olhos para encará-lo. Ficaram próximos por muito tempo, Gerard o olhando de cima, procurando seus olhos, talvez assim encontrasse uma ponta de arrependimento. O mais velho se afastou, tirando das costas aquela arma, fazendo Frank arregalar os olhos, não por estar com medo, mas por aquela arma ser igual a dele.  

- Agora você pode fazer, Gee. – Frank levantou seus olhos que estavam mais vermelhos e cheios de lagrimas do que nunca.
- Você esta chorando? – Gerard perguntou, percebendo depois o quão idiota aquilo havia soado. Era obvio que ele estava chorando.
- É esse o nome que se dá quando água cai dos olhos? – o menor o olhou como se ele fosse a criatura mais estúpida do mundo. Gerard apenas concordou com a cabeça. – Sendo assim, eu estou chorando.  

Gerard segurou com mais força a arma, lembrando o real objetivo de tudo aquilo. Apertou o gatilho, sem tirar os olhos de Frank que tinha fechado os seus, esperando que Gerard fizesse logo. Um barulho na porta chamou a atenção, e os dois olharam ao mesmo tempo Donna parada na sala com seus olhos saltados. 

- Você não pode fazer isso Gerard. – ela disse respirando profundamente, como se estivesse a ponto de dizer algo.
- Por que não? – os dois perguntaram juntos.
- Porque ele é seu irmão.



[CONTINUA NA SEGUNDA TEMPORADA]

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