Jake estava de pé, na frente da estante branca do canto da sala, ele observava as foto que tinham ali em cima com muita calma e paciência.

   - Belas fotos – ele falou ao perceber minha presença ao seu lado.

   - Obrigada – respondi um pouco constrangida. Ele pegou na mão um dos porta retratos e o ficou observando por um tempo.

   - Que lugar é esse? – ele falou – Não parece Phenix! – comentou

   - Não é – respondi – me mudei muito durante minha infância, esse lugar é Atlanta.

   Ele sorriu e colocou o porta retrato no lugar.

   Passamos o resto da tarde conversando, eu nem sequer me lembrei do meu tornozelo, até que o bati contra a mesa da cozinha, e logo cai no chão resmungando de dor. Jake rapidamente me levantou e me sentou na cadeira mais próxima; lhe apontei a geladeira e ele pegou uma pequena bolsa de gelo para mim. Ele a colocou levemente sob o meu tornozelo torcido.

   - Você esta bem? – perguntou. Eu respondi que sim com a cabeça. – tem certeza, não esta doendo? – ele segurava o meu pé com a bolsa de gele pressionada contra as faixas que o envolviam.

   - Esta tudo bem, já não dói mais – disse sorrindo para ele. Para nós nos distrairmos um pouco resolvi ajuda-lo com o dever de espanhol; então passamos o resto da tarde assim, fazendo dever de espanhol.

   Eram 7:00 da tarde quando ouvi o motor do carro do meu irmão entrar na garagem; Jake e eu estávamos na sala conversando quando Will e Fred entraram correndo pela porta que saia da garagem.

   - Ness, você esta bem? – perguntou Will quase sem ar.

   - Sim, estou bem – eu disse me levantando; mas rapidamente Jake me puxou para baixo novamente. Rapidamente Willham olhou para ele meio incrédulo; até que Fred foi para o lado dele enquanto Kaicy estava parada na porta.

   - Ah – eu arfei – esse é Jacob Black. – falei para meus irmão – Jake esses são meus irmãos: Fred, Kaicy e Willham – os indiquei.

   - Prazer em conhecê-los – disse Jake para os três. Eles acenaram levemente com a cabeça em silencio e foram para a cozinha assim que Jake se levantou.

   - Bom, é melhor eu ir. – disse ele com um sorriso tristonho no rosto. – Meus tios devem estar preocupados. – eu sorri de leve e me levantei para leva-lo até a porta.

   - Volte quando quiser – eu disse e pensei ter ouvido um “vai sonhando cão” vindo de trás de mim.

   O resto da noite foi bem silenciosa depois que Jake e foi embora. Meus irmão quase não falavam comigo; minha mãe também estava bem quieta.

   Fui para a cama mais cedo naquela noite, estava muito cansada, não conseguia entender aquela reação estranha da minha família. Eles nunca foram de fazer esse tipo de coisa, nunca.

   Acordei pela manhã com a luz forte do sol atravessando minha janela, o sol estava quente, viva, forte, como deveria ser. Me levante lentamente, colocando o tornozelo enfaixado no chão com cuidado; Fui em direção ao meu closet, vasculhei-o até achar uma camiseta regata branca e meu short preto, peguei minha sapatilha também preta e fui procurar por meu colar favorito, mas não o achava em nenhum lugar, então desisti e desci para a cozinha.

   - Bom dia Nessie – disse Elena enquanto meu prato na mesa.

   - Bom dia mãe, – falei – voe por um acaso viu o meu colar? Não o acho em lugar algum.

   - Não o vi, querida – ela balançou a cabeça negativamente – Mas se eu o achar te aviso.

   Uma bussina veio da garagem, me fazendo saltar da cadeira e correr para a garagem na mesma hora.

   - chegou rápido – disse Fred com os olhos arregalados, enquanto em batia a porta do carro, do banco de trás.

   - Corri – respondi simplesmente enquanto revirava os olhos.

   O caminho todo até a escola foi bem “calmo”, Will não para de perguntar sobre como estava o meu tornozelo; Fred e Kaicy só falavam de festa que Luciam daria este fim de semana. Mas não me apeguei a nenhum dos assuntos; fiquei vendo a paisagem a caminho todo da escola. Quando chegamos, Will me ajudou a descer do carro e depois foi para o refeitório esperar pelos amigos. Eu fui vagarosamente até a porta do prédio 1, onde teria a minha primeira aula, o prédio não ficava muito distante da onde o carro do meu irmão estava; mas mesmo assim resolvi pegar um atalho, enquanto passava pelo refeitório dei de frente com um figura alta, de ombros largo e olhos negros sorrindo para mim.

   - Jake – eu disse surpresa e sorrindo também.

   - Hey Ness – ele sorrio ainda mais.

   - “Ness”? – perguntei

   - É, bem – ele pareceu um pouco envergonhado – um apelido novo; mas se você não gostou eu posso te chamar de Renes-

   - Não, eu gostei,- interrompi – é bonitinho, é que normalmente me chamam de Nessie por aqui; mas eu acho que esse apelido novo vai pegar rapidinho – sorri abertamente para ele – Então, como esta se adaptando ao seu segundo dia de aula? – resolvi perguntar para mante-lo entretido enquanto caminhávamos para a nossa primeira aula.

   - Muito bem – respondeu presunçoso.

   - Confiante – eu falei e ele deu de ombros.

   O dia foi passando no mesmo ritmo alegre de nossas conversas. Ele sentou-se comigo no almoço e começou com a mania de carregar meu material com a desculpa de eu não poder carregar peso por causa do meu tornozelo; e embora semanas já tivessem se passado, ele continuou a carrega-los, como se o meu tornozelo já não estivesse melhor a tempos. O tempo em que eu conversava com ele sempre era muito divertido, mas, infelizmente curto.

   Quando estávamos na aula de inglês, no 3º tempo, a Sr. Cralford veio nos comunicar que na semana seguinte teríamos o acampamento anual. Jacob ficou super animado, porem, eu nem tento.

   - Hei, o que houve, Ness? – perguntou Jake com os olhos preocupados.

   - Nada, - respondi prontamente – é só que eu não me dou muito bem com acampamentos.

   - Por que? – ele me fitava – Tem medo de ursos? – ele sorrio. Nessa hora não pude deixar de rir, pois ele imitava um com as mãos. Foi a pior imitação que eu já tinha visto; mas ele continuou – ou esta com medo do lobo mau? – ele me fitava mais fundo e com em leve sorriso malicioso no canto dos lábio.

   - Claro que não Jake, e outra, não existe ursos em Phenix, e principalmente lobos. – eu ria mais abertamente agora. – Mas vamos dizer que eu não sou a pessoa mais bem humorada a noite – lhe dei um sorriso duro.

   - Não se preocupa, eu sei lidar com mau-humor.

   Então por persistência dele, eu acabei concordando em ir junto ao acampamento; Jake ficou todo feliz com isso. Quando chegou a hora do almoço, todos nos encontramos em nossa mesa, eu acabei descobrindo, que alem de Jake e eu, Caroline, Jess, Ângela, Leon, Caio, Taylor e até Anny – que detesta acampamentos mais que eu – estavam fazendo os planejamentos para irem; então a conversa do almoço se baseou nosso: “ o que levar? o que falta? Quem leva quem?” Etc..

   Quando o sinal tocou da ultima aula tocou, Jake resolveu me acompanhar até o carro de Fred.

   - Então, - disse – seu medo de acampamentos já passou? – perguntou parecendo distraído.

   - Já disse que não tenho medo de acampamentos; é só o meu humor que é ríspido a noite.

   - Tudo bem – respondeu ele simplesmente. Meus irmão já esperavam por mim no carro; todos fitavam Jake de maneira estranha, diferentes em cada rosto, parecia ódio, pavor e até mesmo raiva; mas eu não compreendi o por que.

   Quando cheguei em casa, eu conseguia ouvir os passos de minha mãe de um lado para o outro, e até o cheiro de comida queimada, que eu tinha certeza que só podia vir da cozinha. Então subi as escadas da garagem correndo e fui até Elena; ela andava de um lado para o outro com o telefone nas mãos e com uma espreção frenética no rosto. Rapidamente passei por ela e desliguei o forno e tirei a lasanha do microondas.

   - Mãe, o que aconteceu? – perguntei enquanto colocava o frango que estava no forno na pia. – Você nunca deixou a comida queimar, sempre foi tão cuidadosa. – Então fui para o lado dela enquanto meus irmãos terminavam de subir as escadas, uns com uma das mãos no nariz ou com um dos livros se abanando por causa do cheiro.

   - Não foi nada – disse ela com o olhar baixo – só o telefone que me distraiu, querida – Ela sorriu para mim e passou a mão pelo meu cabelo longo. Então decidi subir para o meu quarto; mas depois de ter deixado a minha bolsa encima da minha cama, resolvi ficar deitada por um tempo com a cabeça de lado e os olhos fechados. Estava começando a entrar na inconsciência, quando uma conversa vinda do andar de baixo me despertou um pouco.

   - O que aconteceu, mãe? – perguntou uma voz baixa e um pouco grave.

   - Carlisle logo, - ouvi a voz de Elena dessa vez, doce e hesitante. – ele quer marcar uma reunião, hoje, aqui. – ela hesitou novamente, e começou a falar quase que em sussurro – Quere contar tudo a ela.

   - Por que não nos mudamos? Já tivemos que fazer isso antes, o que custa mais uma vez? – dessa vez quem falou foi Fred.

   - Você sabe que não temos autorização para fazer isso; o acordo foi bem especifico, ficaríamos com ela até que tudo se resolvesse e os Volturi não fossem mais problema. – Disse Elena com a voz sufocada, Não entendi muito aquela conversa, mas auqles nomes não me eram estranhos.

   - Que tal tirarmos ela daqui hoje? – Dessa vez quem falou foi Will – Assim vocês poderam conversar com mais calma, assim será uma preção menos para vocês, e principalmente para ela; se Renesmee ficasse sabendo das coisas assim, nós não bemos como ela ira reagir...- Depois que eu ouvi meu nome ser pronunciado, não ouvi mais nada do que era dito no andar de baixo. Então tudo aquilo era sobre mim, e que secredo era esse que eles tanto mantinham longe de mim? Eu não havia percebido, mas dês que meu nome foi pronunciado eu estava de pé, ereta ao lado da cama, e meus joelhos tremiam muito, me ameaçando a despencar no chão do meu quarto, agora muito escuro.

   - Kaicy – disse Elena – leve-a para longe dessa casa pelas próximas horas; se for necessário deixe que ela durma, que cace o quanto for necessário. – ela sussurrou muito baixo a ultima frase – mas a mantenha longe daqui. – a voz de Elena já passara de um sussurro para o puro desespero agora. Passou-se alguns minutos em muito silencio, quando Kaicy entro em meu quero e me encontrou no sentada no chão, com as mãos no rosto para impedir o choro silencioso que escapar da minha garganta e as lagrimas que não cessavam em meus olhos.

   - Ness? – falou Kaicy se sentando ao meu lado, enquanto me abraçava – O que hove? Por que esta chorando? – perguntou ela limpando as lagrimas que parecia que nunca iam acabar.

   - Tive um pesadelo – menti. Não queria jogar tudo o que tinha ouvido para cima deles desse jeito, eu lhes daria uma chance para me contarem. Afinal, eles eram a minha família. Eu acho.