Gabriel P.O.V.   Eu estava ali, na minha cama, e ela na cama de cima. Como ela é linda dormindo, eu adoro essa guria, não queria ir embora e isso me dói por dentro, por saber que tenho que deixar ela aqui. Se não fosse por mim ontem, quem ia socorrer ela? Essa garota é muito especial pra mim, ninguém tem a noção disso. Me perdi em meus pensamentos totalmente, voltei ao normal com a Corih meio sonolenta, dizendo:

- Urso, ta no mundo da lua? Ei acorda!  

- Bah, foi mal... me perdi!  

- De tudo neh?! Mas isso não importa... em que o senhor estava pensando bonito?  

- Ah Corih... sei lá cara, na vida...  

- Nossa, deu pra isso agora? Ficar pensando na vida?  

- Dei não... foi só vontade mesmo de filosofar!  

- Hahaha... abobado, não falo mais nada u.ú  

- Ta pequena, vamos dormir. Mas antes, deixa eu ir pegar o teu remédio pra dor.  

- Mas aquele remédio é ruim Gabriel.  

- Quer ficar com dor?  

- Claro que não!  

- Então não reclama!  

- Chato.  

-Fica quieta cabrita, todo mundo já está dormindo, vou lá pegar.

 Me levantei e fui até a cozinha, procurei o remédio, servi, porque era daqueles líquidos, peguei um copo d’água e voltei pro quarto. Quando cheguei lá, fechei a porta muito rápido e comecei a rir. Corih tinha se tapado até a cabeça pra não tomar o remédio, quando ela percebeu que eu estava ali, começou a falar baixinho “não quero, não quero”. Larguei o copo na cabeceira da cama e puxei a coberta, ela ficou toda descabelada, forcei ela a tomar o remédio, o que não foi fácil.

- Corih, para quieta menina!  

- Eu não quero tomar Gabriel!  

- Mas é pro seu bem!  

- Eu sei, mas eu não gosto!  

- Não gosta de ficar bem?  

- Não é isso, eu não gosto desse remédio!  

- Ah, toma logo... por mim Corih!  

- Ta, eu tomo, mas é por ti!  

- Que meiga, agora toma!  

- Mau >.<’

 Ela fez uma cara de nojo muito estranha, o que me fez rir muito de novo. Ela tomou aquela água tão rápido, como eu nunca tinha visto na vida. Pelo jeito era ruim mesmo o remédio, mas era pro bem dela. Ela ficou me olhando com uma cara do tipo “eu te mato”. Ela me chamou pra perto dela, e como ela não consegue se mover direito, eu fui. Quando cheguei perto dela, ela começo a me bater e a me xingar.

- Seu mau, tu me fez tomar aquele treco horrível! Nunca mais fala comigo!  

- Corinah! Eu te falei que é pro teu bem! *eu falei segurando as mãos dela*  

- Mas eu prefiro morrer do que tomar essa coisa!  

- Tu nunca mais fala isso na tua vida, eu to falando sério!

Ela parou de tentar me bater, ficou quieta por um tempo e falou:

- Desculpa... eu juro pra ti que nunca mais falo isso! *ela disse de cabeça baixa*  

- Ei, não é culpa sua, eu sei que o remédio é ruim... mas fazer o que?!  

- Ta... *ela respondeu de cabeça baixa de novo*  

- Psiu, olha aqui pra mim!  *eu falei levantando o rosto dela*  

- Te amo viu pequena?  

- Eu também te amo poio! *ela respondeu dando um sorrisinho*