Tortura salutar

Meu sorriso antes espontâneo,

Agora um disfarce momentâneo,

Na tentativa de suavizar ou esconder,

Esse vazio que toma meu ser;

Senti-me como Colombo,

Quando vi, levei um tombo,

Navegando no desconhecido,

Tão bem nunca havia me sentido;

Foi dia oito do mês de janeiro,

Acertastes-me um beijo certeiro,

Jurei não mais me apaixonar,

Até que você veio me tocar;

Fico aqui me martirizando,

A imaginar outra lhe desvendando,

Repetindo as brincadeiras que já fiz,

Desejando os planos que eu já quis;

O que há de tão errado?

Em apenas querer ser amado?

Só sei que de alguma maneira,

A solidão se tornou companheira.