Harry Potter e o Presente da Morte escrita por Cybelle


Capítulo 1
Capítulo 1 - King Cross da pós-vida


Notas iniciais do capítulo

Olá meus sonhadores, tudo bem com vocês?

Então, estou aqui iniciando outra história e estou muito feliz por ela ser Tomarry!!! Essa é a primeira vez que abordo esse casal e estou muito animada. Não existem tantas histórias sobre Tomarry no site, então resolvi juntar mais uma no arsenal e mostrar para vocês esse otp maravilindo!

Bom, como sempre eu gosto de deixar uns avisinhos sobre a história, então vamos lá:

1 - Essa história é um romance gay entre Harry Potter e Tom Riddle (a.k.a Lord Voldemort), então se você não gosta pode ir dando meia volta e achando outra coisa para ler. Se poupe, me poupe, nos poupe!

2 - A história será narrada em terceira pessoa, tendo como foco principal Harry Potter.

3 - Alguns nomes de personagens estarão na versão em português (BR), porém a maioria estará na versão original (inglês britânico).

4 - Algumas coisas me baseei em fanfics Tomarry que li tanto aqui no Spirit como no Wattpad. Então, pequenas coisas podem estar similares a outras histórias, mas garanto que NADA AQUI É PLÁGIO. Aliás, plágio é crime! O plot da história foi inteiramente criado por mim e não será encontrado em nenhuma outra fanfic Tomarry.

5 - Capítulos novos serão postados uma vez por semana, aos sábados. Vou tentar ao máximo não me atrasar e cumprir essa tabela, porém como os capítulos não são curtos pode ser que haja no futuro algum atraso. Tenho alguns capítulos escritos, mas não toda a história.

6 - Eu sou minha própria beta, errinhos podem me passar despercebidos as vezes, se puderem me informar alguma coisa serei muito grata.

7 - Comentários e críticas construtivas, NÃO xingamentos ou ofensas, serão sempre muito bem vindos e farei o possível para responder a todos.

8 - Os personagens em si não são meus, apenas as personalidades daqueles que mudei me pertencem. Todos os direitos reservados para J.K Rowling, a criadora de Harry Potter. Eu sou apenas uma fã que resolveu brincar um pouco com o universo da história.

Com isso chegamos ao fim dos avisos. Espero que aproveitem a história tanto quanto eu aproveitei escrevê-la! ^^

Até as notas finais ♥



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Tudo o que Harry lembrava era de acordar, não conseguir abrir os olhos e sentir que não havia mais oxigênio em seu pulmão. Não importava o quanto ele puxasse, o ar não entrava. O desespero começou a tomar conta dele e Harry começou a se debater, porém estava tonto e cansado. Seus membros foram se tornando cada vez mais rígidos e sua consciência parecia flutuar para longe.
“É assim que irei morrer?”, pensou ao sentir a vida se esvair.
Ele, Harry Potter, o homem que sobreviveu a uma maldição imperdoável duas vezes, estava morrendo devido a falta de ar.
Seria trágico se não fosse cômico.
Quando deu por si, estava parado em pé numa grande estação de trem branca. O cenário lhe era familiar… parecia que já tinha estado aqui antes… talvez quando morreu pela primeira vez…
— Eu realmente morri? — pensou em voz alta observando a King Cross da pós-vida.
— Sim, você morreu — uma voz melodiosa respondeu, ela vinha de trás dele.
Harry virou seu corpo rapidamente e avistou uma mulher sentada em um banco olhando fixamente para ele. Seus olhos eram profundos e misteriosos igual o Universo; sua pele era tão branca quanto o ambiente ao seu redor; seu cabelo era escuro como a noite e parecia se mesclar com o vestido bufante preto que usava, o mesmo parecia ter sido feito de inúmeras penas de cisne negro.
Ela era uma figura que se destacava em meio a estação.
— Quem é você? — Harry perguntou curioso. Da última vez em que estivera ali, quem surgiu para ele fora Dumbledore.
A mulher abriu um sorriso e então lhe respondeu no mesmo tom de voz melodioso:
— Eu sou a Morte.
Potter espantou-se por um momento. Como assim a morte? Todavia, acalmou-se rapidamente. Nunca tinha visto a Morte em si, mas já conhecia sua função por experiência própria, não havia o que temer.
— Você é diferente do que eu imaginava — Harry falou após se recuperar do choque inicial.
— Tomei essa forma apenas para não lhe assustar. A verdade é que eu não possuo uma forma, ao mesmo tempo que possuo todas as formas. — Morte sorriu e seu sorriso parecia conter o brilho de milhões de estrelas.
— Você está aqui para me levar?
— Sim e não.
— Como assim? — Franziu o cenho confuso, por que outro motivo encontraria a dona Morte?
— Sente-se aqui, Harry — falou batendo no lugar vago ao seu lado.
Harry caminhou até ela e sentou no lugar indicado, virando a cabeça para poder observá-la melhor. Morte era mais alta do que ele. Suspirou derrotado. Se tivesse tido os nutrientes necessários durante sua infância, talvez não seria tão baixinho.
— Você se lembra da forma como morreu? — Morte indagou num tom de voz gentil.
— Eu apenas lembro de acordar no escuro com falta de ar e, aos poucos, meu corpo foi endurecendo — respondeu sincero, não havia porquê mentir.
— E antes disso?
— Estava na minha lua de mel com Gina, era nossa primeira noite. Ela disse estar enjoada demais para consumarmos nosso casamento, então fomos dormir cedo — disse não entendendo porque aquilo era relevante.
— Bom, você apenas não sabe como morreu. — Sorriu assentindo. — Em alguns casos, acontece das almas esquecerem como foi a própria morte para protegerem a si mesmas na próxima vida.
— Reencarnação existe?! — exclamou surpreso.
— Sim. Ou você acha que as pessoas nascem e vivem apenas uma vez? Seria um desperdício de almas — murmurou desdenhosa.
— Eu não sabia.
— Percebo.
— … Você pode contar como eu morri?
Morte suspirou e levantou do banco, estendeu a mão na direção de Harry e disse:
— É melhor eu te mostrar tudo desde o começo.
— Como assim? — questionou confuso, aceitando a mão macia.
— Você vai ver.
Assim que estavam lado a lado, a estação de trem tremulou e começou a desvanecer, como se fosse fumaça sendo levada pelo vento. Outro cenário começou a se formar no lugar, era um quarto branco com um berço de bebê no centro próximo a janela. Uma mulher ruiva estava agachada em frente ao berço, parecia murmurar palavras estranhas, difíceis de compreender, enquanto acariciava com o dedão a pequena mãozinha da criança.
— Mamãe? — Harry murmurou incrédulo ao reconhecê-la. Sentiu a emoção tomar conta de seu corpo e caminhou até ela, esticando o braço para tocá-la, porém sua mão atravessou o corpo da mulher como se fosse ar. — Por que não consigo tocá-la? — perguntou frustrado, voltando seu olhar para Morte.
— Porque essa cena não está acontecendo na realidade. É apenas uma lembrança sua — explicou. — A criança no berço é você. Esse é o dia em que seus pais morreram e sua alma se ligou a de Tom Riddle.
Involuntariamente, Harry levou a mão até sua testa, tocando na cicatriz que não doía desde a batalha em Hogwarts.
O vulto rápido de um homem alto entrando no quarto tirou Harry de seus devaneios. Ele estava preparado para ver sua mãe sendo morta por Voldemort, mas, para seu espanto, não era ele quem estava lá.
— Dumbledore?! — exclamou incrédulo.
— Não chegue perto do meu filho! — brandiu Lílian colocando-se protetoramente na frente da criança, empunhando sua varinha na direção do diretor.
— Podemos fazer isso da maneira fácil ou da maneira difícil, Lily.
— Eu confiei em você. James confiou em você. Todos nós confiamos em você! — falou sendo tomada pela raiva. — SECTUMSEMPRA!
Dumbledore se defendeu com sucesso de seu feitiço e logo lançou um contra aque.
— Parece que já tomou sua decisão. Avada Kedavra.
— NÃO! — Harry gritou jogando-se na frente do ataque, tentando em vão bloqueá-lo.
O feitiço atravessou seu corpo e caiu na mulher, que não foi rápida o bastante para se defender, levando sua vida e fazendo seu corpo cair duro em frente ao berço.
Lágrimas involuntárias se formaram nos olhos de Harry, tanto em sua versão bebê quanto adulta. Seu foco voltou novamente para Dumbledore ao ver sua movimentação pela visão periférica, um sorriso diabólico estava no rosto enrugado do homem conforme se aproximava do berço.
— Seu velho bastardo! — Potter esbravejou tentando socá-lo, mas era inútil, seu punho passava por Dumbledore.
Harry não podia acreditar que o homem que lhe protegeu a vida inteira e foi como um pai para si, na verdade, foi aquele que tirou seu direito de ter uma família.
Albus apontou a varinha na direção do berço e antes que pudesse conjurar um feitiço, outra pessoa adentrou o quarto e lhe atacou.
— Estupefaça.
Dumbledore foi jogado contra a parede do outro lado do aposento e gemeu de dor. Uma satisfação momentânea tomou conta de Harry ao ver a cena. “Bem feito, seu velho desgraçado!” Virou a cabeça para olhar o benfeitor que havia chegado e se espantou ao descobrir quem era. Coçou os olhos pensando que estava vendo errado, mas a mesma pessoa ainda estava lá.
Voldemort entrou no quarto e caminhou até o berço. Checou rapidamente a criança, vendo se ela estava bem, e ódio brilhou em sua face ao encarar Dumbledore. O mesmo logo voltou a ficar de pé e uma luta se iniciou entre os dois.
— Eu não entendo — Harry murmurou conforme observava a magia de ambos brilhar pelo quarto. — Voldemort não tentou me matar?
— Não, Harry. Marvolo queria te proteger.
Potter continuou observando a luta em silêncio e percebeu quando um brilho astuto surgiu nos olhos de Dumbledore. O velho conseguiu se aproximar do berço e apontou a varinha para o bebê, Voldemort tentando impedir conjurou a maldição que deu a Harry seu título de ‘O-Menino-Que-Sobreviveu’.
— Avada Kedavra!
O feitiço estava prestes a acertar Dumbledore, porém ele foi mais rápido e desviou a tempo, deixando que o mesmo caísse em cima da criança.
— Não! — Voldemort exclamou.
Então, tudo pareceu acontecer rápido demais.
A magia acertou a versão criança de Harry e ricocheteou de volta para Voldemort, consumindo o seu corpo e desaparecendo com ele do quarto. Neste momento, várias auras mágicas surgiram ao redor da casa e Snape chegou ao cômodo, parando atordoado embaixo da batente da porta, olhando na direção de Lílian.
— Lílian — chamou se aproximando dela. — Lílian! — chamou mais uma vez, abraçando seu corpo e começando a chorar ao constatar que ela estava morta.
Harry já esperava por isso, Snape tinha lhe dado suas lembranças antes de morrer para o veneno de Nagini e essa cena estava dentre muitas outras. Seu olhar voltou para Dumbledore e o velho parecia processar o que estava acontecendo ao seu redor. Rapidamente, guardou sua varinha, tinha mudado seus planos naquele instante.
— Eu tentei salvá-la, Severus, mas cheguei tarde demais — Albus falou fingindo tristeza e compaixão.
Em resposta, Snape apenas apertou mais o corpo de Lílian contra si e não disse nada.
Harry sentiu a ânsia lhe abater, como esse verme ousava falar isso? Se não estivessem em uma lembrança, Potter iria estuporá-lo, então cruciá-lo por toda a eternidade!
Nesse momento, o cenário se desconstruiu, dando lugar a outro. Era a sala do diretor em Hogwarts. Dumbledore estava sentado em sua cadeira atrás da mesa e fitava atentamente as pessoas ali presentes. Harry ficou confuso ao ver Hermione e toda a família Weasley, tirando Billy e Charlie. Todos pareciam mais jovens.
— Essa não é uma das minhas memórias — Potter falou após constatar tal fato.
— Não, é a dele — Morte disse apontando na direção de Fred.
Harry sentiu o impulso de correr e abraçá-lo — achava que nunca mais o veria novamente—, mas conseguiu se segurar, sabia que não adiantaria mesmo.
— Quando as pessoas morrem, ganho acesso a todas suas lembranças, mesmo aquelas que tenham sido ocultadas ou modificadas — explicou a dona Morte.
— Então, vocês aceitam? — A voz de Dumbledore soou. — Garanto que a recompensa será muito generosa.
Toda a família Weasley pareceu concordar, menos os gêmeos.
— Sinto muito, diretor — começou Fred.
— Mas não queremos enganar Harry Potter — continuou George.
— Ele é nosso herói! — finalizaram juntos.
— Eu também não quero fazer parte desse plano — adicionou Hermione.
O coração de Harry parecia esquentar, ao mesmo tempo em que também parecia que estavam cravando uma adaga gelada fundo nele. Dumbledore tinha mandado todos eles serem seus amigos para conseguir informações e uma maneira mais fácil de manipulá-lo.
Harry olhou para Ronald, Ginevra, Molly e Arthur. Decepção transbordava de seus olhos. Ele os considerava sua família, ele os amou como sua família, mas parece que o sentimento nunca foi recíproco. Tudo não passou de uma farsa.
Seus olhos verdes repousaram em Fred, George e Hermione. Eles sim deveriam ter sido seus amigos de verdade. Mas, por que nunca contaram o que Dumbledore fez?
— É uma pena — murmurou o diretor. — Obliviate.
— Filho da mãe! — Potter exclamou ao ver a cena.
— Imperius — falou Albus e a expressão dos três se tornou nublada, como se não sentissem ou pensassem nada. — Vocês irão se aproximar de Harry Potter, se tornarão grandes amigos dele e irão me relatar semanalmente cada um de seus passos.
— Sim, senhor — os três responderam em uníssono.
— Seu desgraçado! — brandiu Harry caminhando até Dumbledore, tentando mais uma vez em vão acertá-lo.
Morte apenas olhava tudo aquilo indiferente, ela não se importava com as ações irracionais do jovem rapaz.
— Vocês tem algo contra? — Dumbledore perguntou movendo a cabeça para encarar Molly e Arthur.
— Não — falaram apressadamente. Era melhor seus filhos estarem sob a maldição Imperius do que mortos.
— Ótimo. Quando as aulas começarem, o plano entrará em vigor.
“Então isso aconteceu antes do meu primeiro ano letivo em Hogwarts…”, pensou Harry conforme o cenário mudava novamente.
Estavam de novo em um quarto, porém, desta vez, o cômodo era maior e mais colorido. Não existia nenhum berço, apenas uma cama de casal imensa, com criados-mudos em ambos os lados e velas apagadas no chão.
Harry logo reconheceu que lugar era aquele, o quarto da sua lua de mel.
— Esta é a última lembrança — avisou Morte quando o cenário se reconstruiu. — É aqui que você morre.
As velas ao redor da cama tinham sido uma surpresa que Harry havia preparado para sua primeira vez com Gina, queria que fosse especial, mas a ruiva informou que estava enjoada devido a comer demais na festa de casamento e que lhe compensaria no dia seguinte. Apesar de decepcionado, Harry entendeu e ambos foram dormir mais cedo do que planejado.
Em cima da cama, Gina estava sentada ao lado de Harry e observava-o dormir com um sorriso psicótico no rosto.
Um arrepio desagradável subiu pelas costas do rapaz que observava a cena.
— Oh, que tragédia, mal me casei e já me tornarei viúva — murmurou enquanto iniciava uma série de carinhos no cabelo do marido. — Pode deixar que vou cuidar direitinho do seu dinheiro, amor. Agradeço em nome da minha família e de Dumbledore.
Ela depositou um beijo na testa dele e, pela primeira vez, Harry sentiu nojo de seus toques. Então pegou o travesseiro que estava ao seu lado e colocou sobre o rosto do marido, prensando-o com toda a força que conseguia. Potter demorou um pouco para acordar e a começar se debater, contudo, já era tarde demais. O ar não circulava no seu pulmão e seu corpo foi ficando cada vez mais fraco. Logo, a vida lhe esvaía
— A viúva Potter — murmurou Ginevra ao retirar o travesseiro e constatar que Harry estava morto. — Muitos irão querer me consolar, vai saber quem será o próximo sortudo a me conquistar?
Um sorriso sádico foi a última expressão que surgiu no seu rosto, antes da memória desaparecer e a estação de trem ressurgir.
— Tudo o que vimos foi verdade? — Harry perguntou num fio de voz, sentindo seu corpo tremer.
Ele estava sentindo muitos sentimentos de uma só vez. Raiva, desamparo, decepção, amargura, ódio, tristeza.
— Sim.
— Por quê? Por quê? POR QUÊ? — Gritou desesperado. — POR QUE FIZERAM ISSO COMIGO?!
— Poder, ganância, inveja… As pessoas podem ser podres por dentro.
O de olhos verdes começou a respirar descompassadamente, mas seus pensamentos estavam mais claros do que nunca.
— E Voldemort? — perguntou ao se lembrar. — Se ele queria me salvar, por que tentou me matar tantas vezes ao longo desses anos?
— Ele nunca tentou te matar, Harry.
— Como não? Lembro perfeitamente disso.
— Não. — Morte balançou a cabeça negativamente. — Você lembra do que Dumbledore queria que você se lembrasse quando entrou na sua mente mais de uma vez e modificou suas lembranças.
— O quê?!
Morte ergueu a mão e tocou gentilmente a parte esquerda da cabeça de Harry, que na mesma hora sentiu uma pontada aguda. Parecia que uma barreira tinha sido quebrada e agora a água podia fluir naturalmente.
As lembranças foram surgindo em frente aos seus olhos.
Quando encontrou Voldemort pela primeira vez, para pegar a Pedra Filosofal, ele não tentou o matar nenhuma vez, Harry foi o único que fez um movimento mortal quando descobriu que seu toque queimava o corpo de Quirrell.
Na Câmara Secreta, o Tom do diário não o conhecia, por isso tamanha hostilidade contra Harry, um segundanista que estava boicotando seus planos.
Durante o Torneio tribruxo, aquele que ressuscitou Voldemort não fora Pedro Pettigrew, e sim Lucius Malfoy, usando um encantamento diferente. Ele não precisou cortar sua mão e nem arrancar sangue a força de Harry, que estava preso a estátua de um anjo ceifador, porém, diferente da outra vez, ele estava preso apenas para não atrapalhar, já que queria atacar Lorde Malfoy. Quando Voldemort surgiu, se aproximou de Harry e tentou lhe explicar tudo, mas o garoto não acreditava em nada que saia de sua boca. Resolveu então soltá-lo e mostrar suas memórias numa penseira que conjurou, mas quando Harry estava livre lançou-lhe uma azaração e correu até a taça.
Cedrico Diggory não estava junto.
Quando foi teleportado, surgiu dentro do escritório de Dumbledore. Albus tinha deixado o torneio por um momento para resolver alguns assuntos urgentes e quando avistou Harry, franziu o cenho e não hesitou em invadir sua mente. Uma discussão eclodiu entre os dois, que só teve fim devido a um alto barulho metálico que veio da direção do quarto de Dumbledore.
Cedrico estava parado em frente a porta do aposento e tinha um olhar transtornado. Devia ter sido teletransportado para lá quando tocou na taça junto com Harry antes do mesmo ter sido mandado para o cemitério. O diretor não tinha tempo nem paciência para lidar com ele, então lhe conjurou um feitiço e o corpo do adolescente caiu duro no chão. Antes que Harry pudesse tomar uma atitude, Dumbledore lhe lançou um Obliviate e modificou todas as memórias.
Albus lançou mais alguns feitiços e, no fim, Harry surgiu em frente ao labirinto mágico, caindo no chão com o corpo de Cedrico, chorando pela morte do mesmo.
— Não pode ser! — Potter exclamou puxando seus fios de cabelo. Ele foi manipulado esse tempo todo!
— Você sabe que Marvolo criou algumas horcruxes para manter a vida eterna, correto? — Morte perguntou não esperando o rapaz se acalmar.
O mesmo assentiu ainda atordoado com tudo o que estava descobrindo.
— Quando você começou a destruí-las, o pedaço da alma de Marvolo que estava dentro de cada uma delas também foi destruído, não deixando quase nada para trás. Na batalha de Hogwarts, você e Nagini eram as últimas horcruxes que lhe restavam, porém a loucura já estava batendo na sua porta. Dumbledore sabia que isso iria ocorrer, por isso te mandou atrás delas. — Morte parou por um momento, esperando que a informação fosse processada pela outra parte. — Ele não iria te matar, ainda lhe restava um fio de consciência. Então Nagini foi destruída e você se entregou de bom grado. A loucura agora lhe consumia e apenas alguns comensais do círculo interno sabiam a verdade. Todos conheciam as consequências de ir contra Marvolo, então não o impediram de te matar. E nesse momento, ele perdeu sua última horcrux, agora sim não lhe restava mais nada.
— Como pude ser tão tolo? — indagou-se em desespero, sentindo a culpa começar a lhe corroer.
— Você não tem culpa, Harry — Morte consolou tocando seu rosto. — Eu acompanhei sua jornada desde o início, levando seus parentes e o observando de longe. Prometi aos três irmãos Peverell que sempre vigiaria seus descendentes. Queria poder intervir no seu destino, mas não posso interferir no mundo dos vivos a não ser que seja para levar uma vida ou ordens do meu mestre. É por isso que minhas relíquias existem. — Sorriu. — Eu vi você encontrá-las e esperei ansiosa por seu chamado, mas você nunca as usou e, simplesmente, jogou fora. De mãos atadas, pude apenas acompanhar sua vida como espectadora até o momento de sua morte.
— Eu sou um Peverell? — questionou chocado. Até quando iria descobrir novos fatos sobre sua vida?
— Sim, seu ancestral foi Ignoto Peverell, particularmente, aquele que eu mais gostava dos três irmãos.
— Eu… eu… eu não sei o que dizer.
— Apenas responda uma pergunta minha.
— Tudo bem — concordou, ainda desnorteado pelas revelações.
— Você está disposto a voltar no tempo e mudar seu destino? — perguntou encarando o rapaz seriamente.
— Se fosse possível, sim.
— É possível. — Harry arregalou seus olhos. — Eu posso te enviar para o seu eu mais jovem com todas as lembranças dessa vida.
— Isso é verdade? — indagou incrédulo, não conseguia acreditar naquilo.
— Por que eu mentiria?
Harry respirou fundo, tentando manter o pingo de calma que ainda lhe restava.
— Por que você está me ajudando?
— Porque eu não gostei do que fizeram com você. — Morte suspirou e parecia estar indignada. — Era para você ter vivido uma boa vida. Você é descendente de Ignoto, deveria ter sido feliz assim como ele. Eu quero te dar uma nova chance. Uma vida que ninguém manipule. — Sorriu doce. — Além disso, não gosto da maneira como aquele diretor pensa que é Deus. Tive que levar muitas almas quando não era o momento delas. Ele está bagunçando todo o fio do destino.
— Por que você não as salva? — Harry indagou como se fosse óbvio.
— Não é minha função. — Ela baixou os ombros impotente. — Eu sou o anjo da morte, não o anjo da vida. Se você voltar e derrotar Dumbledore, também estará fazendo um imenso favor para mim.
Harry ficou em silêncio por um momento, estava tentando absorver tudo aquilo que havia sido lhe mostrado. A chance que Morte oferecia era única e ele, realmente, desejava viver sua vida da maneira como deveria.
— Tudo bem. Eu aceito voltar.
Se existia uma porta aberta, era óbvio que Harry não se recusaria em atravessá-la. Faria todos aqueles que o traíram pagarem caro e mostraria a verdadeira face do “Senhor da Luz” para todo o mundo bruxo.
— Isso é ótimo! — Um sorriso radiante surgiu no rosto angelical da mulher. — Prepare-se.
— Nós iremos agora? — indagou surpreso.
— Sim, não tem porque esperar.
Morte estava animada. Afinal, não é todo dia que existia a oportunidade de levar alguém para o passado e deixá-lo remodelar toda a história sem causar consequências catastróficas.
Um par de asas negras surgiu em suas costas, eram belas e gigantescas, quase atravessavam toda estação de trem. Morte se aproximou de Harry e segurou em seus ombros, suas asas dobraram e cercaram seus corpos como se fosse um casulo.
— Lembre-se de uma coisa, Harry — começou a falar. — Você só poderá me convocar quando estiver na posse das minhas três relíquias. Encontre-as o mais rápido possível, você sabe onde elas estão localizadas. Até lá, você estará sozinho. No entanto, estarei sempre te vigiando, aguardando ansiosamente por seu chamado.
— Okay.
— Feche os olhos.
Harry seguiu o seu pedido. Ele pensou que sentiria o chão sumir debaixo de seus pés ou que o mundo iria tremer ao seu redor, entretanto, nada disso aconteceu. Tudo estava normal, nem parecia que estavam se movendo.
“Será que já saímos da estação de trem?”, pensou comprimindo os lábios.
— Eu te darei algo antes de ir — Morte falou tirando-o de seus devaneios, ergueu a mão direita e repousou no peito de Harry, uma luz branca saiu da palma de sua mão e entrou no corpo alheio, trazendo junto um calor agradável. — Boa sorte, herdeiro Peverell. Já pode abrir os olhos.
E assim Harry o fez.
Morte não estava ali com ele, ela já tinha desaparecido, assim como a estação de trem branca ao seu redor. Potter encontrou-se dentro de um quartinho apertado e empoeirado. Já estivera ali muitas vezes durante sua vida e reconheceria o lugar em um só olhar, era o armário embaixo da escada na casa dos Dursley.
— Eu realmente voltei? — murmurou observando o próprio corpo, vendo que estava no seu eu de onze anos. — Há, há, eu realmente voltei!
Harry queria poder olhar para Morte agora e agradecê-la, mas só poderia vê-la depois que estivesse as relíquias sob sua posse.
— Obrigado — falou sabendo que a mesma lhe escutaria.
Pensando em tudo o que tinha acontecido, um sorriso brincalhão surgiu em seu rosto. Estava na hora de mover os peões do seu lado do tabuleiro


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Notas finais do capítulo


E aí, gostaram?

Ah, eu precisei me segurar muito para não trazer antes essa história para vocês!! Amo ela demais e estou muito empolgada por finalmente postá-la.

Quem aí já tá com raiva do Dumbledore e dos Weasley's? Ahsauhshashashas.

Até sábado que vem, amores.

Beijos ♥ ♥ ♥



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