O rosto de Carrie estampava alguns postes, mas naquele ponto ele nada mais era do que um borrão preso em uma rua e outra, Owen havia prendido vários cartazes e panfletos quando tomou sua posição de voluntário, fazia isso em seu tempo livre, mas quanto mais observava as imagens, cuja tinta escorria com as chuvas do outono que começava, mais ele se perguntava se aquele era um esforço que poderia valer a pena no final de tudo.

Começava a achar que aquilo não adiantaria de muita coisa.

Não haviam encontrado nada, quer dizer, haviam encontrado algo, o rosário que usava no pescoço em qualquer lugar que fosse, mas além daquilo nada, e ninguém parecia ter qualquer informação dela também, os participantes dos rituais haviam todos prestado depoimento, mas nada eles sabiam dizer, bêbados, não tinham ideia de onde ela estava, alguns talvez nem a conhecessem totalmente, alguns ainda erravam seu nome, de que adiantava.

Era como se ela tivesse apenas parado de existir, desaparecido totalmente daquele plano sem deixar qualquer vestígio que não fosse um borrão de memória na mente daqueles que a conheciam.

Owen às vezes se pegava olhando pela janela de seu dormitório, para a mata que se estendia pelos dois lados das estradas que levavam a cidade de St Olga, e imaginava que talvez ela só tivesse fugido, encontrado alguma possibilidade fora daquele mundo e assim havia partido para qualquer lugar que lhe fosse agradável, pelo menos mais agradável que aquele lugar onde viviam.

Um vento soltou por fim o cartaz já parcialmente destruído, e imaginou que afinal seria daquela maneira que tudo acabaria, Carrie não encontrada, e tudo o que haveria para lembrar dela era um rosário que caiu enquanto ela se perdia na mata extensa.