Em uma terra distante, onde a pele branca era considerada o maior símbolo de pureza e status, existia uma pequena aldeia conhecida como Alvorada. Seus habitantes se orgulhavam de sua pele imaculada, acreditando que a brancura absoluta era um dom divino.

Porém, nem todos em Alvorada eram assim. Algumas famílias tinham uma pele um pouco menos branca, um tom levemente "encardido" como chamavam que não desaparecia. Esses indivíduos eram frequentemente julgados e discriminados. Diziam que suas linhagens não eram totalmente brancas, que seus ancestrais tinham se misturado com aqueles que trabalhavam sob o sol, expostos aos seus raios implacáveis.

Os "encardidos", como eram pejorativamente chamados, enfrentavam uma vida de preconceito. Suas famílias eram vistas com desdém, e muitos acreditavam que nunca poderiam alcançar a verdadeira pureza. Por mais que tentassem proteger-se do sol, usando roupas longas e chapéus, a brancura impecável parecia estar sempre fora de seu alcance.

Havia uma jovem chamada Olivia, pertencente a uma dessas famílias. Ela era forte e decidida, mas carregava o peso do julgamento sobre seus ombros. Olivia sabia que sua pele encardida era resultado de gerações de trabalho duro ao ar livre. Ela também sabia que, apesar de todos os esforços para clarear sua pele, a marca de sua linhagem estava gravada de forma indelével.