Então, quem sabe se eu mudasse essa parte? Não, não, talvez eu devesse colocar esse metal mais leve, ou vai ficar incomodo... Vou precisar ir a Rush Valley comprar óleo, o meu já esta acabando.           Talvez eu também devesse comprar mais alguns pregos e outras peças, ou vou ficar sem estoque. Acho que também vou fazer umas compras na Central, e aproveitar e...

                O que será que aconteceu com eles? Será que eles estão bem? Já faz um tempo desde a última vez que nos falamos. Poxa, por que eles não ligam? Desaprenderam a usar o telefone? E por que eu ainda estou deitada em cima da mesa, não seria mais confortável na minha cama ou no sofá? Ele consegue dormir bem no sofá, até demais por meu gosto, então deve ser confortável. Talvez eu devesse ir pra lá...

                Não. Pare Winry, você não pode ficar pensando nele o tempo todo. Ele prometeu que voltaria, não prometeu? Ele precisa te entregar os brincos, ou você vai ter que comprar outros. Ele prometeu que devolveria os brincos, então ele vai cumprir a promessa... certo?

                Aaah! Por que Den está latindo tanto? Um cliente? Ou a vovó já chegou? Não é possível, ela foi atender um cliente a pouco tempo. Me levanto e vou até a janela, ver quem é. Talvez fosse um cliente, o que seria ótimo, por que assim eu me distraíria e se bobiar ainda conseguiria dinheiro!

                Olhei a janela, e não acreditei em meus olhos, porém como os mesmos não costumavam mentir para mim, corri para porta de frente da casa, e ao abri-la constatei que eles ainda não mentiriam para mim. Nem meus olhos, nem os irmãos Elric.

                Desta vez, não via uma armadura de metal, com aparência assustadora, e sim um frágil, suado e extremamente magro e sorridente garoto, cuja última vez que vi o rosto foi a alguns anos. Ao seu lado, o antes baixinho loiro de longos cabelos trançados, agora estava alto, e amarrava o cabelo em um rabo-de-cavalo, como o pai. Eram eles.

- Ei, Winry! – Começou o mais velho. Eles estavam ali.

- Tadaima!* - Anunciaram, em um coro sorridente. Estavam ali cumprindo suas promessas.

-Vocês...! – Comecei, fazendo o máximo de esforço póssivel para parecer séria e nervosa. – Quantas vezes eu preciso pedir para vocês ligarem antes de vir... – Era impossível. Eles estavam ali, em carne e osso, vivos, como eu poderia bancar a durona? – Para casa...

                Sou mesmo uma coração mole. E como eles cumpriram suas promessas, a de voltarem sans e salvos para casa, a receita para Torta de Maça já estava rondando minha cabeça, e me perguntando se tenho maças o suficiente, enquanto corro com pequenas lágrimas de felicidade ao encontro dos irmãos. Dos meus irmãos.

- OKAERI**! – Gritei, em plenos pulmões, enquanto pulava em cima deles. O chão parecia macio, pois nada estragaria a sensação de enfim tê-los de volta da mesma maneira que saíram a alguns anos atrás.