The Evil Within escrita por llRize San


Capítulo 2
O Bem




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Na pequena cidade de Sugar Land, no Texas, Kim Taehyung, um menino de doze anos, hiperativo, animado e sorridente, vivia com sua mãe, Kim Hye Sung. Hye Sung era uma mulher batalhadora que nunca precisou de homem nenhum para cuidar de seu filho. Convites para sair não faltavam; aos trinta e cinco anos, ela era jovem e muito bela. Seus olhos grandes e amendoados eram expressivos e hipnotizantes, e seus cabelos castanhos contrastavam com sua pele clara. Apesar de ser muito desejada pelos homens da cidade, Hye Sung queria se manter solteira, dedicando toda sua atenção ao filho. Além disso, suas experiências com o antigo e sofrido casamento a fizeram não querer passar por aquilo novamente.

O dia estava ensolarado, e eles decidiram sair para comprar mantimentos. Taehyung havia acabado de chegar da escola, e, apesar de estar cansado, fez questão de acompanhar sua mãe para ajudá-la a carregar as sacolas. A relação entre Taehyung e Hye Sung ia além de mãe e filho; eles mantinham uma amizade sólida, repleta de amor, carinho, confiança e afeto.

O mercado era bem próximo, por isso foram a pé. Taehyung saltitava ao lado de sua mãe, contando com empolgação como tinha sido seu dia na escola: falou sobre seus amigos, as brincadeiras e a prova na qual havia tirado dez. Ele contava tudo, sem parecer cansado. Hye Sung sorria, feliz com a empolgação do filho.

Compraram várias coisas, desde legumes e verduras, que Hye Sung insistia que Taehyung comesse, até salgadinhos e doces, que o pequeno adorava. No caixa, Taehyung cumprimentou a atendente com um sorriso. Todos o conheciam e achavam adorável sua educação e simpatia. Enquanto ajudava a empacotar as compras, ele falava sobre sua escola. Sim, Taehyung fazia amizade muito facilmente, e sua personalidade alegre e doce cativava a todos.

De repente, ouviram um estrondo. Todos pararam assustados e se entreolharam por alguns segundos. O silêncio tomou conta do ambiente, como se todos já soubessem o que estava por vir. Então, outro estrondo ecoou, e dessa vez, sentiram o chão tremer.

— Não, não, não — A moça do caixa começou a se desesperar.

Uma mulher começou a chorar, aumentando a tensão no ambiente. Todos estavam tensos e apreensivos. Percebendo a situação, Taehyung, com uma coragem inesperada, se pôs na frente de todos.

— Precisamos manter a calma — Disse ele, tentando erguer a voz o máximo possível, sem ter que gritar para não assustar as pessoas — Não corram! Fiquem no chão, protejam a cabeça e se escondam debaixo dos caixas até passar o terremoto. Vamos ficar bem e isso vai passar rápido.

Todos seguiram sua sugestão. Um adolescente de doze anos tomando conta da situação – esse era Taehyung, que se mantinha calmo o tempo todo. Afinal, o acampamento dos escoteiros serviu para algo; ele havia aprendido muitas coisas lá e nunca imaginou que poderia precisar delas um dia.

Taehyung pegou a mão de sua mãe e a puxou para o chão, abrigando-se debaixo de um dos caixas. Os tremores aumentaram, e muitos choravam em desespero. Folhas de isopor começaram a cair do teto, os produtos despencaram das prateleiras, e uma cortina de poeira se levantou com os pequenos destroços. Apesar do medo, todos estavam seguros debaixo dos caixas, graças ao corajoso e esperto rapazinho, Kim Taehyung.

...

 

… Oito anos depois ...

 

Taehyung esperava o metrô chegar na estação. Ele mexia em seu celular, respondendo alguns amigos enquanto aguardava. Estava na Estação Preston e faria uma longa viagem até em casa. Tinha se mudado para Houston para se formar em medicina, e faltavam dois anos para ele terminar e finalmente voltar para casa, onde começaria a trabalhar como residente em algum hospital. Sentia falta de sua mãe. Respondeu a mais alguns amigos, riu com alguns vídeos e curtiu algumas fotos, até que algo o surpreendeu.

Uma moça caiu nos trilhos do trem, estava convulsionando, espumava pela boca e se debatia com movimentos incertos, inconsciente.

Todos olhavam assustados, mas ninguém fazia nada. O trem se aproximava ao longe, e os gritos de desespero começaram a ecoar pela estação. Sem pensar duas vezes, Taehyung pulou nos trilhos para ajudar a moça. Um grupo de curiosos se formou ao redor, todos gritando, enquanto o trem se aproximava rapidamente. Taehyung pegou a moça no colo com muita dificuldade, pois ela se debatia inconsciente. Ele a levou rapidamente até a beira do piso, onde alguns rapazes ajudaram a puxá-la para cima. O trem estava cada vez mais perto, e o motorista, desesperado, não conseguiria parar a tempo. Todos gritavam em pânico. No último segundo antes de ser esmagado pelo trem, Taehyung foi puxado para a plataforma, salvando-se por um triz.

Taehyung se jogou no chão, aliviado por ainda estar vivo e inteiro, mas sua preocupação não havia acabado. Ele correu até a moça, a colocou de lado, tirou seu cachecol e aguardou que a convulsão passasse, tomando cuidado o tempo todo para que ela não se machucasse.

Depois de alguns minutos, a convulsão foi cessando e a moça enfim recuperou os sentidos. Ela olhou ao redor, assustada e totalmente desnorteada. Todos comemoraram ao ver que a moça estava bem. Agradeceram a Taehyung, especialmente a moça que ele havia salvado. Todos admiravam a coragem do jovem.

...

 

… Três anos depois ...

 

Taehyung saiu do hospital tentando se desviar das enfermeiras que o perseguiam. Era difícil não ser indelicado quando não estava interessado em nenhuma delas. Só queria ir para casa e descansar; o dia tinha sido cansativo, especialmente para um residente. Ele olhou para seu estetoscópio, um presente de sua mãe no primeiro dia de residência, e sentiu orgulho de si mesmo e gratidão por ter uma mãe que o apoiava tanto.

Ao chegar em casa, foi recebido pelo cheiro agradável da comida de Hye Sung. Sentiu falta disso durante o tempo em que esteve longe, estudando.

— Cheguei, mamãe! — Berrou da porta.

Sua mãe, animada e cantarolando, recebeu-o com muitos beijos.

— Vá tomar um banho e desça para jantar, está quase pronto — Disse Hye Sung.

Sem pensar duas vezes, Taehyung fez o que a mãe pediu e logo depois desceu para apreciar aquele delicioso jantar. Após a refeição, eles se sentaram no sofá, e Taehyung deitou a cabeça no colo da mãe, adorava quando ela acariciava seus cabelos.

— Então, Tae... Quando vai começar a namorar? — Perguntou ela sem rodeios.

— Mãe!

— Você só estuda. Não que isso seja ruim, mas eu me preocupo, precisa relaxar mais. Sair pra namorar um pouco lhe faria muito bem.

— Não tenho tempo pra namorar.

— Pois deveria ter! Arrume algum tempo, conheça alguém legal.

— Aí é que está o problema — Taehyung suspirou.

— Como assim? Que problema?

— Não consigo gostar de ninguém. Ainda não achei alguém especial, alguém que faça meu coração acelerar. Será que essa pessoa existe? Será que um dia vou me apaixonar por alguém?

Sua mãe acariciou seus cabelos e sorriu.

— Não se preocupe com isso, meu amor. Quando menos esperar, você encontrará essa pessoa.

Taehyung sorriu com seu típico sorriso quadrado.

— As vezes me pego sonhando acordado com minha alma gêmea.

— E como ele é nos seus sonhos? — Hye Sung amava conversar sobre aquilo com o filho. 

— Alguém de uma meiguice avassaladora. Imagino ele bem fofo e doce, isso com certeza me atrairia — Taehyung suspirou com um sorriso bobo — Se ele existe, quero conhecê-lo logo.

Mal sabia Taehyung que sua cara metade era completamente o oposto do que ele esperava.


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Notas finais do capítulo

Muito fofo... confia...



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