Erased escrita por Othinus


Capítulo 2
Cidade de Hessen




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/812854/chapter/2

Parte 1 

Cidade de Hessen, 8 horas da manhã.  

Uma vez por ano, a academia de magia Tryning  realiza o festival da solidariedade, abrindo suas portas para o público.  O evento dura 5 dias e chama atenção de todo o reino de Valor, pois sendo um evento enigmático, permite aos turistas conhecerem a prestigiada academia.  

Fora da muralha da cidade, o mago Twilight descansava à sombra de uma grande arvore. Ele escutava o cantar dos pássaros e ouvia o som da brisa chacoalhar as gramas. Em seu rosto estava seu grande chapéu azul escuro pontudo com isso não percebeu Violet se aproximar.  

— Como sempre evitando multidões... — comentou ao vê-lo deitado.  

 — Não consigo me sentir bem cercado de pessoas. — 

Ele tirou o chapéu do rosto e se sentou. Onde estava, possuía a visão de uma das entradas da cidade. Twilight Aurora gostava da conexão com a natureza, mesmo não se lembrando de onde veio, apareceu na grande floresta de Enoque.  O mago olhou para a garota e colocou um sorriso no rosto.  

— Você prometeu que me acompanharia no festival, não se esqueça. Além disso, é bom você conhecer o local onde vai estudar, não!? 

 Violet usava um vestido vermelho e cuidadosamente se sentou ao lado do garoto. Ela observava a entrada dos comerciantes e viajantes na cidade para o festival. Os guardas pareciam ter total controle da situação. Como filha de Leoni D’arc possuía obrigação com a segurança da cidade. No entanto, naquele período estava afastada de suas obrigações, aproveitando para sair com Twilight.  

— O mestre Aleister está viajando. Possivelmente não voltara a tempo do festival e parece que tem algo a ver com Prière. — Violet comentou e veio a deitar-se na grama.  

Há 300 houve uma grande batalha no reino de Valor, no qual o mago primordial batalhou contra os “magos puros”, durou aproximadamente 7 dias, tendo como vencedor o mago Aleister Crowley. Contudo, o local da batalha ficou conhecido como Prière, um solo amaldiçoado por magiculas tão densa que nem mesmo a luz do sol brilha, repleto de uma escuridão que deixou o solo é infértil, matando tudo que era de ser vivo.  Possuindo um diâmetro de 25 quilômetros, recentemente passou a se tornar instável, passando a se expandir de forma lenta, causando um certo alarme para o reino. 

A cidade Hessen era uma das 8 grandes cidades de Valor, sua logística funcionava para que todas as estradas levassem para grande academia de magia em seu centro. Tryning -uma grande construção acadêmica com duas áreas externas para demais atividades. Em todo o reino, apenas os mais capacitados podiam adentrar em seu interior, mas no período do festival estava aberto para o público.  

— É melhor nós irmos. — 

Aurora se levantou e estendeu a mão direita para Violet, ela pegou e ficou em pé. Na entrada, havia duas filas separadas, uma destinada aos mercadores e outros aos aventureiros e todos precisavam primeiramente passar pelos guardas. Violet e Twilight estavam na fila, observando o movimento para poderem entrarem na cidade.  

De repente, entre os guardas começaram a murmurar entre si, olhando disfarçadamente na direção do portão norte que não tão distante dali, parecia que algo estava errado.  

— Não deveria ir lá? — perguntou o mago dando passagem para Violet.  

— Não parece ser algo sério, creio que consigam resolver sem mim. Além disso, estou em um encontro contigo, por isso eles que se virem. — Violet cruzou os braços e olhou para a fila.  

Ela tinha consciência que os guardas iriam conseguir resolver qualquer problema que acontecesse, mas também tinha conhecimento que o festival além de trazer benefícios para a cidade, trazia consigo problemas ocultos. Alguns malfeitores aproveitam para tirar vantagem da situação e explorar novos negócios em consequência da sobrecarga na segurança. Todos os mercadores possuem sua própria identificação, assim os guardas conseguem agilizar. Entretanto, os aventureiros são um pouco mais delicados, pois além de ser difícil de verificar a fundo de onde vem e o que planejam na cidade, um meio de identificação ainda é dificultoso de se aplicar a todos. 

— Você vai lutar no último dia do festival? —  

Violet veio a pensar. 

Ela olhou ao redor e suspirou. No último dia do festival, como filha de Leoni e membro dos promissores, sequer poderia negar a batalha de apresentação, pois era um evento bastante aguardado da academia de magia Tryning.  

Rosa-cruz eram os 8 magos mais forte do reino e os promissores agiriam como seus substitutos. Existe uma certa característica nos Rosa-cruz, além de serem líderes de suas respectivas cidades, possuem funções no reino. Apesar de ter 8 cidades no reino de Valor, o oitavo membro da Rosa-cruz era Rainha Elizabeth III, a membra mais importante, com poder absoluto sobre os demais membros. Assim como em tabuleiros de xadrez, os membros eram conhecidos por suas peças: 2 cavalos,2 torres, rainha, rei, 2 bispos e 8 peões.  

— Os promissores serão obrigados a participar, pois será uma demonstração de força para o reino e ao contrário de Aleister e Platão, nenhum outro domina a imortalidade então é fundamental a apresentação para que se sintam seguro com a nova geração de magos que estar por vim. — comentou percebendo os murmúrios.  

O mago Aurola percebeu o desconforto nos olhos de Violet, ela não queria lutar. Ou talvez existisse algo no momento que deveria ganhar sua atenção...  

— Você acredita que ele vira? — Perguntou twilight ganhando assim a atenção da garota.  

Assim como Rosa-cruz tinha seu líder, os promissores também possuíam. “Ele” era dito como forte suficiente para confrontar os rosa-cruz, alguém com poder legitimo para suceder o próprio mago Primordial.  

Violet sequer cogitou nessa hipótese, pois conhece “ele”, ele não perderia tempo com apresentação ou em agradar público.  

— Logico que não. Precisaria de um motivo muito grande para isso. — Sorriu desconfortável.  

Parte 2 

No lado oeste de Hessen, um rio cristalino de fácil acesso ficava a poucos quilômetros da cidade. Ao lado do rio, uma estrada de terra que é usada por viajantes. Contudo, alguns comerciantes interoperam sua jornada, pois na beira do rio existia uma criatura estranha, humanoide e translucida.  

A criatura estranha flutuava ou melhor voava, possuindo um grande sorriso no rosto e uma pedra branca no meio da testa. Uma forma translucida e descalça e uma asa fina com cauda de ponta fina e orelha pontuda. Estrutura pequena, porém, com curvas individuais atraentes, mas proporções gerais desequilibradas. Ela tem cabelos lisos da cor do arco-íris que se espalham para fora antes de se enrolarem nas pontas, parecendo um guarda-chuva. Seu vestido branco sem ombro, possuem manchas vermelhas cor de sangue e possui fita adesiva prateada firmemente enrolada em seu peito e quadril. A pedra no meio de sua testa transmitia suas emoções. Ela estava feliz.  

A criatura translucida possuía nome, sequer foi invocada ali, sequer queria fazer algum mal aos viajantes. Onoken era seu nome. Existiam poucas informações sobre ela no reino, porém foi denominada como “aliada”.  

Ela se aproximou dos mercadores, seu grande sorriso e dentes pontudos causavam repulsam aos olhos humanos. No entanto, o líder estendeu algumas maças em sua direção assim chamando atenção da criatura.  

Ela deu uma gargalhada e se aproximou. A pedra em sua testa mudou para vermelha, estava pronta para atacá-lo, mas ao perceber do que se tratava pousou em frente ao mercador. Os cavalos rincharam com medo, porém conseguiram acalmá-los.  

— É raro vê-la sozinha. Onde está teu mestre? — Perguntou o líder.  

Era um senhor de idade, usando uma vestimenta simples e leve para viagens longas.  

— Cuidado, ela pode acabar nos matando. — disse um dos mercadores.  

Ao escutar o comentário, Onoken olhou fixamente para todos e em seguida a ponta de sua cauda ficou maior. Exceto ao líder, os comerciantes ficaram com medo e recuaram alguns passos enquanto oravam para não morrem ali. A pedra ficou vermelha.  

— Pegue essas maças, inclusive leve para seu mestre também. Além disso, não ligue para o que eles falam, você é uma boa garota. — Ele estendeu uma sacola com dúzia de maça para criatura.  

Ela olhou para a sacola e encarou.  

A pedra em sua testa voltou a ficar branca, então ela pegou a sacola e flutuou se afastando. Ela pegou uma maça e mastigou.  

— Se ela quisesse nos matar, ela teria feito assim quando nos viu no horizonte. Contudo, se não a ameaçar, ela não revidara. Se ela não receber ordem, não atacara. Tomem cuidado com as palavras, podem levá-los para o caixão mais cedo... — O líder olhou para a figura se distanciando e voltou para a carruagem. 

O mago estava deitado a sombra de uma arvore próximo ao rio. Apesar do chapéu encobrindo seu rosto, ele observava as atitudes de Onoken, ou melhor, dos mercadores. Ele ficou apreensivo no começo, mas ao perceber que sua amiga recebeu maças relaxou.  

— Mestre, mestre! — Disse toda risota.  

— Hum?  

Ela jogou a maçã com força no rosto do mestre que estava encoberta com o chapéu.  

Ao perceber o que tinha feito, a criatura translucida gargalhou. Contudo, o mago sequer ligou com as brincadeiras.  

Ele se levantou e caminhou. 

— Vamos, temos trabalho a fazer. — disse limpando o chapéu pontudo preto.  

Ele caminhou em direção ao portão oeste de Hessen, no qual havia mais variedades de carruagem. Ele percebeu números incomuns no local, achando estranho, mas logo se lembrou que estava no período do festival e desanimou em andar.  

O mago esperou na fila pacientemente ser atendido.  

— Identificação. — Disse o guarda desconfiado. 

Ele olhou para o guarda, demonstrava um temperamento hostil e ao mesmo tempo precavido com a criatura que estava vendo. Dentro do sobretudo preto, ele pegou uma carta e entregou para o guarda. 

— ...? Espere aqui! — Ao perceber o brasão na carta ele correu, deixando todos surpreso e apreensivo. 

O mago bocejou enquanto ignorava os olhares.  

Ao perceberem os olhares hostis, a pedra na testa de Onoken ficou laranja.  

— Relaxa... — comentou o mago para sua amiga. 

A pedra ficou preta e suas orelhas caídas. Ela estava triste.  

Ao longe, o mago estava vindo sendo acompanhado por uma outra pessoa, um guerreiro musculo parecendo um tanque de guerra humano. O mago percebeu a hostilidade para com ele, sentiu que viria problema, mas permaneceu imóvel. Talvez o conteúdo da carta fosse interpretado errado, mas pouco importava.  

Ele não era apenas um guerreiro, era um mago com capacidade de usar magias voltadas a espada e filho de Raymond Van Gogh. Liam Van Gogh era o único filho da família, sendo um prodígio e um promissor. Liam possuía exato 1,90m de altura, sendo muito mais alto que o outro mago que tinha apenas 1,75m. Quando ficaram frente a frente ele olhou para baixo e sorriu.  

— Então, alguém como você se interessa no festival, Astralion... —  

Ao escutar seu nome, Astralion tirou o capuz e olhou nos olhos de seu oponente. Desejava ignorá-lo, mas as coisas não seriam tão fáceis, pois aquele mago guerreiro não possuía intenção de deixá-lo livre. 

 — Na verdade, sequer tenho interesse no festival. — O mago balançou cabeça e de repente surgiu o chapéu preto.  

— Lute contra mim! — Tirou sua grande espada das costas e encostou no pescoço do mago.  

Não houve tempo de resposta, pois Onoken com sua calda acertou o guerreiro que desprevenido voou longe com a força impacto. A pedra em sua testa estava vermelha. A intensão era matá-lo.  

Liam não esperava um golpe como aquele, o golpe daquela cauda foi tão forte como os golpes de seu pai. Ele estava incrédulo perante aquilo. Após seu corpo vim tocar ao chão, se arrastou por metros. Ele pensou em se levantar e contra-atacar, mas ao perceber, sobrevoando seu corpo a criatura translucida já estava sobre seu corpo. A ponta de sua cauda brilhar por conta do brilho do sol, seus olhos refletiam o puro ódio.  

O segundo ataque estava vindo, dessa vez frontal, então Liam pegou sua espada e bloqueou a cauda evitando assim sua morte. Mesmo tendo bloqueado, sentia o peso do golpe, sendo dessa vez mais densa. Ele colocou toda sua força na lateral da espada para impedir, por um breve momento até pensou que a espada seria insuficiente para defender, até mesmo temia que pela quantidade força quebrasse.  

 Liam era forte, mas a criatura denominada de Onoken era superior.  

Ele se questionou sobre o que ela era e o porquê de tanta força em seus golpes.  

Onoken recuou, porém, sua intenção era atacar e atacar, atacar para matá-lo o mais rápido com seu inimigo, sem deixar uma escapatória.  

— PAREM COM ISSO! — Guarda gritou ao ver a situação.  

Ao perceber, Liam estava sendo pressionado por uma criatura translucida, observava que os viajantes estavam se escondendo e com medo do que estava acontecendo. Contudo, o mago de manto e chapéu preto estava apenas de braços cruzados.  

O mago era Astralion, o braço direito da rainha e líder dos promissores. Ele também possuía outros nomes, O exilado.  

Uma segunda cauda pontuda apareceu, dessa vez em sua mão uma grande lâmina negra surgiu.  

— Maldito! — Gritou Onoken. 

Ela voou a toda velocidade deixando Liam sem reação. Ela queria não apenas matá-lo, mas cortá-lo ao meio. Nesse momento, O mago guerreiro pensou em defender com a espada, mas não teve reflexo suficiente. Então, entre os dois surgiu a figura masculina de 2,10m.  

— Papai... — 

Raymond Van Gogh, o membro da Rosa-cruz e condecorado com várias honras surgiu em frente ao seu filho, ele estava com duas espadas grandes que a usou para bloquear o ataque vertical da criatura. Ele sentiu o peso do golpe, ela realmente queria matá-lo.  

Não houve tempo de resposta, pois com a cauda um segundo golpe estava preste a atingi-lo, dessa vez com intuído de rasga seu abdômen. Uma para cada alvo.  

Astralion olhou ao redor, percebeu a confusão que estava fazendo. Ele relaxou o corpo e então olhou novamente para Onoken que estava preste a completar seu golpe. Mesmo Raymond conseguisse se defender, Liam tinha capacidade.  

— Volte, Onoken. Eles não são nossos inimigos. —  

De imediato, o ataque cessou e ela voou para onde seu mestre estava, dessa vez com a pedra branca.  

Liam sentiu medo, pavor, sentiu a afiação da cauda da criatura em seu corpo. Apesar do seu tamanho, se sentiu pequeno perante a Onoken. Assim como sua espada, seus dois joelhos tocaram o chão.  

— O que você pensa que está fazendo trazendo essa criatura perigosa para Hessen? — Raymond guardou sua espada na bainha em suas costas e apontou para a garota translucida.  

— Eu já posso entrar? — perguntou Astralion para o guarda ignorando totalmente a presença do membro da Rosa-cruz.  

O guarda assentiu e devolveu a carta para o mago. 

— Ei! — segurou novamente a espada pronto para desembainhá-la.  

— Onoken usou apenas golpes físicos, sendo que não é sua especialidade. Além disso, quem veio com hostilidade não foi eu, ela apenas reagiu a sentimentos negativos que vinha dele. — Disse se retirando.  

— Eu falei para permanecer onde estava, para não chamar atenção, mas vejo que minhas palavras não foram ouvidas. Se eu não te salvo, ela teria te matado. — Comentou o membro da Rosa-cruz irritado.  

— Sinto muito... Se algo como aquilo é forte daquele jeito, então ele está em um outro nível... —  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero manter os capítulos entre 2,500 a 5000 palavras, além de tentar postar semanalmente.
Bom, infelizmente comecei do zero, mas é isso. Logo voltaremos a onde parei. Espero que eu tenha novamente seguidores.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Erased" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.