Cinderella - Depois do felizes para sempre escrita por Alina Black


Capítulo 9
Liza - O primeiro dia na escola




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— Boa sorte Liza! Disse a senhora Gomes ao se despedir no estacionamento do colégio, mesmo após Katy e seu pai terem retornado para Fynn, a senhora Gomes havia feito questão que eu permanecesse em sua casa, ela era uma senhora muito gentil.

— Muito obrigada por tudo – Agradeci.

A senhora Gomes segurou minhas mãos em um gesto carinhoso e olhou em meus olhos – Tenho absoluta certeza que hoje é um dia que mudará sua vida querida, mas saiba que sempre que precisar pode me procurar.

Eu assenti grata pelo seu carinho, e a abracei, quando nossos corpos se afastaram ela caminhou até seu carro e partiu. A observei com um sorriso no rosto e suspirei olhando para escola.

 Entrei pelos portões e logo me misturei aos demais alunos, vestidos com uniformes tradicionais, as meninas vestiam um uniforme estilo “seifuku” clássico. Uma blusa branca de manga curta com uma gola marinho que tinha uma fita vermelha, conhecida como “ribon”, amarrada na frente. A saia era plissada, de cor marinho, que ia até os joelhos. Como estávamos em uma estação fria, as meninas usavam uma jaqueta marinha de botões com o emblema da escola de Bruges bordado no peito esquerdo. Meias brancas de cano alto e sapatos pretos de couro. Enquanto os meninos uma jaqueta preta de botões com uma gola alta e rígida. A jaqueta tinha o emblema da escola bordado no peito esquerdo. Eles usavam calças retas pretas que combinam com a jaqueta. O uniforme é complementado com sapatos pretos de couro.

Enquanto eu passava pelo deslumbrante jardim, os olhares curiosos de algumas garotas se direcionaram para mim, desviei meus olhos para o jardim que era um espetáculo de cores vibrantes, com flores de todas as formas e tamanhos que florescem em harmonia. O perfume doce das flores em flor era quase intoxicante.

Parei diante do edifício imponente, e observei sua arquitetura que combinava o antigo com o novo. As paredes de tijolos vermelhos eram cobertas por trepadeiras verdes, dando à escola um charme rústico. Olhei para o papel em minha mão e suspirei dando um largo sorriso – Você conseguiu Liza – Disse a mim mesma entrando no prédio.

Após seguir por longos e espaçosos corredores, decorados com obras de arte feitas pelos alunos finalmente eu encontrei a secretaria, haviam alguns alunos sentados nas cadeiras próximas a porta da sala, me aproximei da única cadeira vazia e me sentei ao lado de uma garota loira, ao me ver ela deu um sorriso gentil – Oi, você também foi aprovada no exame de bolsistas? Ela sussurrou curiosa.

— Sim- Respondi em um sussurro.

— Bem-vinda a Bruges Scholl – Ela continuou – a proposito sou a Penélope- Ela estendeu a mão para mim – Acertei 50 das 70 questões – Ela completou orgulhosa de si,

Apertei a mão dela e sorri – Sou a Liza.

Ela me ergueu as sobrancelhas – Seu rosto é tão familiar, tenho certeza que já vi você em algum lugar.

— Impossível – Respondi – Sou de Fynn, nunca estive em Bruges.

Ela pareceu envergonhada – É devo ter me confundido, mas, quantas acertou?

A olhei um pouco confusa – Quantas?

Ela rolou os olhos – Quantas questões acertou?

Dei um tímido sorriso, eu havia evitado dizer quantas questões havia acertado para não a deixar constrangida, mas pelo jeito Penélope era do tipo insistente -  Acertei 69.

Ela arregalou os olhos.

A porta da sala foi aberta e uma mulher saiu olhando para nós, seus olhos se estreitaram e ela olhou para mim – Elizabeth Dwyer?

Prontamente me levantei – Sou eu.

Ela novamente me olhou como se fizesse uma breve analise – Por favor, entre.

Eu assenti passando ao lado dela na porta e entrei na sala.

A mulher pediu para que eu sentasse na cadeira em frente de uma grande mesa, em seguida deu a volta e sentou à mesa a minha frente – Me chamo Chloe Bailey, sou a responsável pelos bolsistas da escola, pelo que vi na sua ficha você nunca estudou por isso seu desempenho nos impressionou, porém Elizabeth você está atrasada, irá completar 17 anos em breve e deveria estar com os alunos do último ano, por isso decidimos que você iniciará no primeiro ano e no final de cada semestre fará uma prova avaliativa, caso seja aprovada passará para o ano seguinte, está de acordo?

Concordei com a cabeça- Sim senhorita Bailey.

Ela sorriu e se levantou em seguida caminhando até um grande armário – Muito bem-Disse ela abrindo uma das portas e retirou de dentro alguns pacotes deixando sobre a mesa – Esses são seus uniformes, você colocou suas medidas na ficha como solicitado e com certeza caberá em você, você ficará no quarto 12 do dormitório B e terá uma colega de quarto, o restante de seus materiais como livros já estão no quarto, esteja amanhã as 7 horas em ponto no salão principal, os horários das refeições estão na parede do quarto, alguma dúvida?

— Não, nenhuma! Respondi pegando os pacotes e me levantei.

— Mas uma coisa, precisamos da assinatura de seus responsáveis nas suas fichas.

Olhei para a senhorita Bailey e não esbocei reação, como eu conseguiria a assinatura da tia Maeve? Ela jamais assinaria, tentei disfarçar meu nervosismo, eu pensaria em alguma coisa, talvez a senhora Gomes pudesse me ajudar – É claro, meus pais faleceram quando eu era pequena e minha tia é minha responsável, ela virá a Bruges próxima semana.

Chloe sorriu – Excelente, a aguardo amanhã, aproveite o restante do dia e conheça a escola, porém coloque o uniforme, não permitimos alunos sem uniforme durante horário de aulas.

Deixei a secretaria da escola com uma sensação de antecipação. Meus passos ecoavam pelos corredores cheios de alunos, guiados pelas placas que indicavam o caminho. Segui as setas até o bloco de dormitórios B, meu novo lar.

Ao chegar, notei o número 12 gravado na porta de madeira. Com um suspiro de alívio, girei a maçaneta e entrei. O quarto era mais lindo do que eu poderia imaginar. Duas camas de solteiro estavam dispostas de forma simétrica, cada uma acompanhada por uma penteadeira antiga que exalava um charme nostálgico.

Escolhi a cama mais próxima da janela, a luz do sol derramando-se sobre o colchão convidativo. Coloquei minha mochila e os pacotes com uniforme sobre a cama, o material macio cedendo sob o peso. Olhei em volta, absorvendo cada detalhe.

O quarto era simples, mas acolhedor. As paredes eram pintadas de um azul suave, e cortinas brancas flutuavam suavemente com a brisa que entrava pela janela aberta. O chão de madeira rangia suavemente sob meus pés, adicionando ao charme do lugar.

Sorri, sentindo uma onda de felicidade me inundar. Parecia um sonho, estar aqui, neste lugar maravilhoso. Eu mal podia esperar para começar as aulas. Abri minha mochila e retirei as poucas peças de roupas, algumas que Katy havia deixado para mim e comecei a organiza-las nas gavetas de uma das penteadeiras, quando todas foram retiradas eu lembrei da caixinha que Mel havia jogado fora na minha última noite em Fynn.

Sentei na cama e abri a caixa, sorri ao retirar de dentro a pulseira prateada de berloques de coração com pedrinhas rosas – Por que Mel jogaria isso fora? Sussurrei passando os dedos suavemente pelos berloques tirando o encaixe e o coração se abriu.

Dentro do coração havia uma fotografia de uma criança, eu reconheci aquela criança, era a minha fotografia, se Mel havia jogado fora era porque a pulseira era minha?

Senti uma grande revolta. Durante toda a minha vida eu havia sido explorada por minha tia e prima, e aquilo não era o suficiente? Elas precisavam destruir as poucas que eu tinha de lembranças de quando meus pais eram vivos?

Uma lagrima rolou em meu rosto, mas eu a enxuguei, coloquei a pulseira em meu braço esquerdo e sorri, perguntava a mim mesma quem teria me dado aquela pulseira, minha mãe? Meu pai? Ou ambos?

Olhei novamente para a caixa e peguei os pedaços de papel rasgados tentando junta-los, mas o abrir explosivo da porta me fez saltar, Penélope, a garota do corredor entrou com um sorriso largo e olhou para mim.

— Seremos colegas de quarto, isso não é um máximo?


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